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Saoutchick está de volta com homenagem ao Mercedes-Benz 300 SL
Iakov Saoutchik era ucraniano; sua família emigrou para Paris em 1899. Iakov afrencesaria seu primeiro nome eventualmente para Jacques, e ficaria famoso por sua empresa de carrocerias para automóveis, a Saoutchik. Fundada em 1906 e fechada em 1955, a empresa era rival da Figoni & Falaschi, e as duas criaram as mais malucas carrocerias barrocas da história, num período que vai dos anos 1930, até imediatamente após a segunda guerra.
Agora, está de volta. Não Iakov, que morreu faz tempo; sua empresa, claro. Bem, talvez seu nome apenas esteja de volta? Enfim. O primeiro produto deste retorno é o Saoutchik 300 GTC, uma “homenagem” ao Mercedes-Benz 300 SL dos anos 1950. O desenho é da Ugur Sahin Design em colaboração com a Pogea Racing. Uma das imagens divulgadas mostra o novo carro junto a um Mercedes-Benz 680S Torpedo Roadster de 1927 da Saoutchik, sugerindo uma ligação ao seu passado de glórias.
Saoutchik não diz em que o 300GTC é baseado, mas a aposta é no SL atual. O que significaria uma série de opções de motorização, que vão do quatro cilindros de 2,0 litros turbo com assistência híbrida leve e 420 cv, até o V-8 biturbo de 4 litros e 580 cv. Há até um SL63 S E Performance com 805 cv, o que deverá ser o usado, pois a nova carroceria não deve ficar barata.
A empresa revivida tem sua sede não na chique e cosmopolitana Paris, mas sim a vila holandesa com consoantes demais no nome e apenas 5000 habitantes chamada Hippolytushoef. O designer Ugur Sahin também é holandês, e o parceiro tecnológico Pogea Racing é alemão. Nenhum ucraniano? Hoje isso significaria que o carro soltaria um drone de vigilância (ou ataque?) feito o Mach V? Tá, parei. (MAO)
Royal Enfield Himalayan 450 já chegou na Argentina
A evolução e substituta da Royal Enfield Himalayan 411 à venda aqui no Brasil já chegou na Argentina. É a Himalayan 450, e é basicamente uma moto totalmente nova. É a motocicleta mais radicalmente diferente que a empresa já fez, oferecendo um motor totalmente moderno e um pacote eletrônico acoplado a um chassi que é mais capaz do que qualquer outro modelo anterior. E nem um traço de estilo retrô.
O motor é todo novo: ainda continua monocilíndrico, mas agora é arrefecido à líquido. Mede 84 X 81.5 mm para um total de 452 cm³. Com taxa de 11,5:1, o moderno monocilíndrico dá agora 40 cv a 8000 rpm e 4,1 mkgf a 5500 rpm. O único pistão forjado anda em um cilindro de alumínio que tem revestimento de Nikasil de baixo atrito, enquanto a taxa de compressão é definida em 11,5:1. O cabeçote tem quatro válvulas e um par de comandos no cabeçote, e tratos de admissão quase retos. O sistema eletrônico de injeção de combustível utiliza um corpo de borboleta de 42 mm com controle ride-by-wire. A lubrificação é fornecida por um projeto de cárter semisseco. A potência é transferida por meio de uma embreagem multidisco úmida e uma transmissão de seis velocidades com transmissão final por corrente.
A potência máxima é 65% maior em comparação com o motor da 411, enquanto o torque aumentou 25%. O motor é projetado não para potência máxima, mas sim para fornecer torque amplo em toda a faixa de rotação para usabilidade diária em estrada e fora dela. O novo motor fornece muito mais potência em uma moto que é 4,5 kg mais leve aos 196 kg, proporcionando uma grande melhoria na experiência de pilotagem.
O resto da moto também não se preocupa em manter nada da anterior. O novo quadro tem garfo invertido de 43 mm na frente, e é monoamortecedor atrás, ambos com 200 mm de curso; tem entre eixos de 1510 mm (1465 mm na 411).
O tanque de combustível comporta 17 litros, vem com freios a disco ventilados nas duas rodas, painel com tela TFT de quatro polegadas e luzes 100% LED. A nova moto aparentemente só mantém da antiga o “desenvolvimento realizado no Himalaia”. Uma versão 100% elétrica já foi mostrada na Índia também, mas não está em produção ainda. Ainda não se sabe quando a moto virá ao Brasil; provavelmente o estoque de 411 deve acabar primeiro.
Na Argentina o preço declarado é de 7500 dólares americanos “no dólar da importadora”. Ou seja, vai saber quanto é isso… Nos EUA começa em US$ 5.799, ou R$ 30.908 no câmbio de hoje, perto do preço da antiga 411 lá. A 411 custa aqui a partir de R$ 26.290,00, o que significa que deve chegar aqui ao mesmo preço dos EUA, aproximadamente. (MAO)
Vigilante 4×4 cria Cherokee 1979 com V10 de 836 cv
A Vigilante 4×4 é uma empresa americana de restomods que vem se especializando nas Jeep Wagoneer/Cherokee da geração SJ. Normalmente, usa motores novos da empresa antes conhecida como Chrysler Corporation, hoje braço americano da Stellantis. O que significa os V8 Hemi de terceira geração, do “392” aspirado ao redor dos 400 cv, até os “Hellcat” com supercharger e algo acima de 700 cv.
Mas este belíssimo Cherokee 1979 azul é diferente. Continua com motores Dodge, mas desta vez é o há muito descontinuado V10 do Viper! Isso mesmo, um Jeep restomod com um V10 aspirado e nada menos que 836 cv. Barrabás.
O motor vem da Prefix, uma empresa que restaura e prepara o famoso V10, originalmente de 8,2 litros, para além de girar até 6500 rpm, deslocar nada menos que 9 litros. É um verdadeiro monstro, que parece totalmente maluco em um carro como este. E mais: o motor é acoplado aqui numa caixa manual de seis velocidades!
“Tenho orgulho de dizer que construímos o Jeep vintage mais rápido do mundo”, disse o cofundador da Vigilante, Daniel van Doveren, em um comunicado. Disse também que “você teria dificuldade em encontrar outra equipe ao redor do mundo que tenha tanto conhecimento e experiência trabalhando em restauração e modificação de Jeep quanto nós temos aqui na Vigilante.”
Os projetos da empresa sempre começam com um scan 3D da carroceria original, e a criação de um novo chassi personalizado. Neste caso, um que pudesse lidar com o v10 de 9 litros. A suspensão coilover é da Eibach, os amortecedores da Fox Racing e freios hydroboost oferecem aos motoristas um nível de desempenho muito, muito acima do veículo original.
O novo chicote elétrico permite comodidades como infotainment moderno e ar condicionado com duas zonas. O design do carro permanece fiel ao carro original, mas é tudo refeito para melhor qualidade visual. Os bancos são em couro e jeans de grife Levi’s.
O carro é único, o primeiro com o V10, e já foi vendido, por um preço não revelado. Mas certamente uma cópia pode ser encomendada, se você quiser e puder pagar. Deve sair consideravelmente mais caro que o preço inicial (com V8, claro) de US$ 295.000 (R$ 1.572.350), nos EUA. (MAO)
Volvo diz não aos carros que parecem “mouse da Apple”
Em entrevista à revista australiana Drive, o gerente sênior de design exterior da Volvo, Florian Mockenhaupt, disse que os futuros Volvos se beneficiarão de uma aerodinâmica aprimorada, mas alertou que focar principalmente na eficiência aerodinâmica acaba prejudicando o estilo e a praticidade: “Na verdade, não é tanto a estética, mas fazer um carro que se parece com um mouse da Apple traz consigo muitos outros compromissos. Sabemos que nossos clientes adoram conforto, por exemplo, muito.”
Ainda bem que alguém disse isso em voz alta. Eu iria além: o desenho amorfo do SUV moderno, que com o sucesso do estilo fastback parece que torna tudo cada vez mais igual, também não ajuda ninguém. Parecem filhotes de elefantes em fila, um segurando o rabo do outro, no trânsito.
Mockenhaupt quer que seus carros sejam mais elegantes, mantendo a linguagem de design coesa em toda a linha. O que faz sentido: os sedãs e peruas da Volvo de hoje são uma verdadeira brisa de ar fresco em design, parecendo carros de verdade no meio de amorfous blobs. Ele diz também que a Volvo evitará adotar a estratégia de “mesma salsicha, comprimento diferente”, que alguns dos concorrentes alemães ainda estão adotando em 2024.
Engraçado como são as coisas: a Volvo cresceu e ficou famosa por criar carros que não ligavam nada para design; eram caixotes quadrados desprezados por todo mundo que venerava estilo sofisticado; vendiam por serem práticos, lógicos, duráveis e inquebráveis. Eram caros também, e quem os comprava se achava moralmente superior, acima dessas considerações pequeno-burguesas de estilo e moda. Hoje, estão na vanguarda do estilo.
A única coisa que nunca muda, é que tudo, eventualmente, muda. E nada dura para sempre. (MAO)
Aí está o primeiro dos três Sierra RS500 “2024”
Você talvez lembre que, há alguns meses, mostramos um projeto de continuação do Sierra RS500 planejado pela CNC Motorsport. A preparadora britânica foi fundada por Alan Strachan, um dos engenheiros da equipe que correu com o Sierra RS500 no BTCC, junto de seu filho Andrew, e pretende construir três exemplares de continuação do modelo.
Depois de dois longos anos de trabalho, a dupla finalmente terminou o primeiro carro, que é o mais próximo que se pode ter de um RS500 novo em 2024. Segundo Strachan, absolutamente todas as especificações do carro são fieis às do modelo original. Do motor Cosworth YB de 575 cv ao câmbio Getrag de cinco marchas, assim como os cubos de roda, pinças de freio e braços de suspensão. Até mesmo o tanque de combustível e a gaiola são idênticos ao do carro original, o que significa que este RS500 pode competir em eventos de clássicos.
“O projeto nos permitiu construir um carro confiável, com as especificações de época e que pode ser competitivo em eventos de automobilismo clássico por uma fração do preço do original. Eles são feitos para ser usados sem dó sem as preocupações de se usar um carro antigo na pista”, explicou Strachan.
Agora, a CNC já está iniciando o segundo modelo, com um monobloco totalmente novo, enquanto o terceiro carro já foi obtido para ser montado na sequência. Certamente o trio estará em um Festival of Speed ou um Revival em breve. (Leo Contesini)