Em 1999, a Honda apresentou ao mundo o S2000, um roadster com motor 2.0 aspirado, câmbio manual, tração traseira e dinâmica perfeita para se tornar um esportivo de sucesso por exatamente 10 anos. Ele não existe mais desde 2009, mas parece uma eternidade. A boa notícia é que ele pode estar prestes a voltar! Quer saber por que estamos tão animados?
Você deve se lembrar do conceito a Honda apresentou há algumas semanas, o S660, um kei car com motor turbo de 660 cm³ montado em posição central-traseira, peso-pena e… bem, câmbio CVT. Tudo indica que ele será uma espécie de sucessor espiritual do Honda Beat, que foi produzido entre 1991 e 1996 e dos pequenos roadsters com motor de moto que a marca fez n década de 1960, como o S500 e o S600.
Você deve se lembrar, também, do conceito Acura/Honda NSX, apresentado em 2012, que será a base para a nova geração do lendário esportivo — desta vez, um supercarro híbrido com um motor V6 em posição central, mais três motores elétricos — tudo para entregar cerca de 400 cv.
Refrescamos sua memória? Pois bem: estes carros deverão ser lançados até 2016. E parece que a Honda está planejando um terceiro carro para ficar entre os dois, em uma posição de mercado que era ocupada pelo S2000. E esta possibilidade já nos deixou totalmente empolgados.
Por quê? Por que o S2000 era um carro como poucos na história. E, mesmo que tudo indique que o novo carro não será muito parecido com ele, saber que a Honda planeja um sucessor para ele é algo que merece ser comemorado. Mas como será o carro, afinal?
Segundo informações , o carro terá visual semelhante ao dos conceitos S660 e NSX. Traduzindo: linhas marcantes, com muitas retas, grade avantajada e faróis estreitos e angulosos — o que sugere que a Honda quer criar uma linha de esportivos com identidade própria.
Debaixo do capô, é provável que o carro não tenha mais um motor capaz de girar quase 10.000 vezes por minuto, e sim uma versão modificada do motor 2.0 turbo de 350 cv que será usado no Civic Type-R, o que também não é nada mal. Mas aqui vem a parte que, para alguns, é meio decepcionante: a Honda deverá adotar algum tipo de tecnologia híbrida para melhorar o desempenho.
Não vemos nenhum problema nisso — pelo contrário: o motor elétrico seria usado para conseguir uma aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos cinco segundos, e ainda fazer o carro rodar 17 km com um litro de combustível. Todo mundo ganha — amantes de velocidade e ambientalistas.
O Auto Express ainda diz que a Honda considera a adoção de tração integral — talvez uma versão simplificada do sistema do futuro NSX — e que o substituto do S2000 estaria sendo planejado para 2017, fazendo dele o último dos três esportivos a chegar.
Ainda não entendeu por que você deve se importar com isto? Pois nós vamos te dar alguns motivos para comemorar a volta do S2000.
O S2000 foi o primeiro carro a chegar aos 9.000 rpm
VTEC just kicked in yo!
O motor do Honda S2000 lançado em 1999 era um quatro-cilindros 2.0 com duplo comando variável VTEC no cabeçote e até 247 cv. A faixa vermelha do conta-giros começava aos 8.800 rpm, e o corte de combustível vinha aos 9.000 rpm (o S600, lançado em 1964, chegava aos 10.000 rpm, mas ele tinha motor de moto e, tecnicamente, não conta).
O motor do S2000 tem uma das maiores potências específicas da história
Leia de novo o item acima. Sim, o motor do S2000 na época do lançamento tinha dois litros e 247 cv. Isto dá 123,5 cv por litro — potência específica impressionante até mesmo para os padrões de hoje, 15 anos depois. E não, ele não tinha nenhum tipo de indução forçada, como turbo ou compressor mecânico. O ar que entrava nele era empurrado pela boa infalível pressão atmosférica.
O visual do S2000 é atemporal
Como se não bastassem seus atributos mecânicos, o S2000 era um carro muito bonito. Mais do que isso, ele tinha um design limpo, sem frescuras e que envelheceu maravilhosamente bem — se a Honda o relançasse hoje exatamente com o mesmo visual de quando saiu de linha em 2009, uma legião de entusiastas faria fila nas lojas para comprá-lo. E a gente estaria lá.
O S2000 é um esportivo à moda antiga
Tração? Traseira, com diferencial Torsen de deslizamento limitado. Motor? 2.0 ou 2.2 aspirado. Câmbio? Manual de seis marchas, sem opção de automático. Carroceria? Roadster, com inspiração nos clássicos britânicos das décadas de 60 e 70. Interior? Funcional e sem frescura (e com um painel digital absurdamente cool). Só voltaríamos a ver algo parecido em 2012, com o lançamento do Toyobaru — que logo ganhou a fama de “salvador dos esportivos”.
Tudo bem que o substituto do S2000 tem tudo para ser um carro bem diferente — dizem que há chances de que ele nem seja um roadster, mas um cupê, e talvez nem tenha o nome de S2000 —, mas o que importa é que a simples possibilidade de a Honda planejá-lo como sucessor de um de seus maiores esportivos é a prova de que a Honda está voltando a dar valor à sua veia radical.
E sempre existe a esperança, mesmo que meio infundada, de que todas estas informações existam só para despistar o fato de que a Honda esteja fazendo mesmo um roadster purista, com câmbio manual e sem frescura. Porque eles poderiam.
Para finalizar, fiquem com este onboard do Honda S2000 atacando Nürburgring com o piloto japonês Moroharu Kurosawa ao volante. A narração não chega a atrapalhar o ronco do Honda girador, uma verdadeira música para qualquer fã de esportivos japoneses: