fale de chevette para a maioria do publico leigo e na maioria das vezes vem lembranças somente pejorativas ou comicas a maioria das pessoas nutre profundo desprezo pelo pequeno chevrolet um carro pequeno barulhento que nao andava nada sua unica qualidade aparentemente o baixo preço e no fato que nunca parava de andar claro que nada e a toa; o carrinho era realmente fraco e lerdo no inicio com o motor original de 1 4 litros e carburaçao regulada para economia de combustivel tambem o acelerador era regulado para economia a vasta maioria do longo curso do pedal resultava em quase nada de abertura de borboleta somente tratando o acelerador como um botao liga desliga la no fim do curso do pedal que se conseguia um desempenho minimamente decente nos ultimos cinco anos de produçao os 1 6/s a alcool deram ao chevette desempenho comparavel a concorrencia mas era tarde sua fama de lerdo estava selada recentemente porem talvez pela falta de algo moderno que seja comparavel o carrinho tem ganho algum prestigio finalmente entre entusiastas a maioria sabe hoje que tem comportamento delicioso que esta sempre sob seu controle e que parece uma extensao de nos mesmos quando se pega o jeito e se anda com faca entre os dentes um carro facil da gente se apaixonar trocar motor de chevette e um esporte muito popular hoje como vimos neste chevette s/r com motor c20xe turbinado com torcida organizada e variedade incrivel de vw ap a v8 chevrolet praticamente tudo ja foi montado ali e praticamente o ford 32 brasileiro o hot rod barato e leve onde nenhum motor substituto e sacrilegio exceto no caso do seis em linha do opala e claro colocar algo tao comprido e grande no pobre chevettinho e algo tecnicamente classificado como crime de pedofilia mas divago; o que queria dizer mesmo e que o chevette e importante nao somente para esse bando de maluco por carro que adotou o carrinho como provedor de diversao barata alem desta importancia existe outra maior no grande esquema das coisas o chevette e fruto de um projeto imenso mundial que gerou fabricas mundo afora e foi produzido aos milhoes por decadas criou novas e enormes fabricas mudou comunidades deu emprego para duas geraçoes de gente um projeto de um tipo que nao existe mais no mundo de hoje literalmente em todo lugar ao redor do mundo existiu uma copia qualquer de um chevette de sao jose dos campos ate detroit passando por fujisawa no japao e russelsheim na alemanha enormes fabricas mundo afora aumentaram seu tamanho ou foram construidas com o consequente aumento da qualidade e quantidade de empregos e melhora de vida de uma imensidao de pessoas do engenheiro chefe ao faxineiro isso sem contar claro na felicidade e bons serviços que o carro deu para milhoes de familias pessoas e negocios algo nobre importante o chevette por se espalhar mundo afora existiram milhares de versoes dele diferentes dos nossos carros de diferentes formas ate cupes opel com motores isuzu diesel foram vendidos pela buick nos eua picapes baseadas no chevette ingles mas com motores brasileiros foram vendidas no uruguai cupes desenhados por giugiaro motor turbo e suspensao acertada pela lotus apareceram baseados no chevette japones o chevette se presta a tudo mas a versao mais interessante para o entusiasta so podia ter vindo daquela ilha ao norte da europa que nao falha em dar presentes para quem gosta de carro a inglaterra o chevette ingles a gm hoje abandonou a europa o japao a australia e boa parte da asia na verdade tirando nossa sofrida operaçao sulamericana de futuro sempre incerto mas de recente sucesso so existe nos eua e na china tal coisa e incrivel para quem se lembra de algumas decadas atras no inicio dos anos 1970 quando lançava a produçao do chevette chamado de plataforma t internamente mundo afora era uma empresa gigante presente em todo o mundo o maior fabricante de automoveis do mundo e mais com produtos diferentes mundo afora a gm sabemos nasceu como um conglomerado de empresas a entidade gm comprou buick chevrolet cadillac opel holden vauxhall aqui na america do sul nao existia industria local entao montou uma subsidiaria mas a gm sempre se expandiu comprando empresas independentes o chevette apareceu como uma primeira tentativa de um carro so para o mundo inteiro o chevette apareceu primeiro aqui no brasil um opel kadett com marca chevrolet ao final de 1973 o chevette ingles so chegaria em 1975 com o mesmo nome nosso mas com a marca vauxhall claro era tambem um carro diferente o primeiro chevette hatchback e o vauxhall e por algum tempo era a unica versao existente depois claro a linha expandiria para seda perua e o bedford chevanne uma van baseada na perua com a marca bedford; esta a marca de caminhoes da gm inglesa o carro tinha desenho diferente dos kadett na dianteira a grade debaixo do parachoque e painel de instrumentos tambem diferente mas a maior diferença era o motor ainda mais fraco que o nosso um vauxhall ohv de 1 256 cm3 o carro seria produzido em uma nova planta criada so para ele ellesmere port criada com ajuda do governo para incentivar emprego na regiao a vauxahall vivia uma epoca ruim em vendas sendo facilmente superada pela ford muito se devia a imagem antiquada e conservadora da marca ao inicio dos anos 1970 o chevette marca o inicio da recuperaçao fruto principalmente de uma nova equipe enviada pela matriz para resolver a situaçao o novo presidente bill price vindo da subsidiaria da africa do sul e um designer que se tornaria famoso wayne cherry e de cherry o desenho de frente baixa dos vauxhall nos anos 1970 conhecidos como droop snoot algo como nariz caido o grande esforço para melhorar a imagem da marca começa com o novo design novos carros e um esforço em competiçao com a criaçao do dealer team vauxhall ou dtv o time extra oficial dos concessionarios da marca porque extra oficial apenas uma maneira de ficar dentro da politica de nao envolvimento em competiçao da matriz a ford tinha grande parte de seu sucesso ligado as pistas e bill price percebe que sem ganhar nas pistas e nos ralis nunca os superaria em vendas hs e hsr o chevette de rali como contei aqui esta semana alguns anos antes a vauxhall tinha lançado uma nova linha de motores quatro cilindros em linha sohc comando acionado por moderna correia dentada e inclinado a 45° seria conhecido por slant four o quatro inclinado estava destinado a ser o ultimo motor da vauxhall; a partir do chevette gradualmente a engenharia dos carros gm na europa passaria seria feita na opel [caption id= attachment_257843 align= aligncenter width= 640 ] magnum com motor lotus o inicio do esforço de rali[/caption] mas como sabemos a lotus tinha baseado seu novo quatro em linha na arquitetura deste motor vauxhall para cortar custos tinha inclusive usado um motor vauxhall com cabeçote lotus em carros de competiçao com sucesso bill price coloca um objetivo para a companhia vencer o rali do royal automobile club o rac a prova de maior prestigio da inglaterra este objetivo nunca foi alcançado mas criou talvez o mais interessante vauxhall desde o 30 98 de 1913 [caption id= attachment_257844 align= aligncenter width= 783 ] o chevette hs de rali[/caption] em 1975 o dtv compete em rali com um vauxhall magnum equipado com um slant four de 2279 cm3 97 4 mm × 76 2 mm e o cabeçote de aluminio da lotus adaptado com duplo comando de valvulas e 4 valvulas por cilindro os resultados sao promissores mas ainda nao e pareo para os escort rs1800 equipados com motores cosworth bda o passo seguinte e claro colocar o motor de 2 3 litros dohc no menor carro da marca o chevette nasce o chevette hs 2300 mas um detalhe importante aqui nao existia chevette de produçao com o motor 2 3 litros e portanto o hs deveria ter pelo menos 400 unidades vendidas para as ruas para poder ser homologado para competiçoes uma complicaçao para a empresa mas que nao acabou com o projeto [caption id= attachment_257846 align= aligncenter width= 640 ] james hunt e o hs 2300[/caption] para o carro de rua foi especificado um cambio getrag de cinco marchas mas a versao de competiçao recebia o inquebravel zf com a primeira dog leg o eixo traseiro especificado era o mesmo do kadett gt/e alemao mas em competiçao nao resiste aos 240 cv do bravo quatro em linha; e trocado por um salisbury usado nos jaguar e de quebra ganha discos de freio atras tambem a versao de rua continuaria com o eixo opel e tambores na traseira o carro de rali começa a carreira ja em 1977 e imediatamente se torna o mais rapido nos estagios em asfalto obliterando a competiçao a inexperiencia da empresa na competiçao aparece; apesar de ser pratica comum homologar um carro com a promessa de produçao o hs 2300 tem muito sucesso muito rapido e a controversia se instala onde estarao os hs de rua aparecem finalmente em 1978 o motor recebe dois carburadores stromberg no lugar da imensa dupla de dell’orto de 48 mm de competiçao o escapamento e bem mais silencioso e restritivo tambem com isso sao declarados 137 cv a 5500 rpm e 18 6 kgfm a 4500 rpm os donos dos carros de rua logo descobrem que somente usando os dell’orto e o escape de competiçao chegavam a mais de 180 cv o carro de competiçao com comandos diferentes montagem cuidadosa e taxa maior chegava a 240 cv a 8200 rpm o cabeçote homologado teoricamente era de desenho e fabricaçao vauxhall mas e tao parecido com o da lotus que coloca serias duvidas a este respeito mas o fato e que a empresa encomendou 400 peças a cosworth para seus carros entao nao foram feitos pela lotus meu chute a vauxhall pegou o cabeçote lotus mudou detalhes externos apenas e pediu para a cosworth produzir a quantidade necessaria copiou na cara dura como a lotus fez com seu bloco inclinado ao projetar a sua serie 900 uma mao lava outra nenhum processo de propriedade intelectual e aberto o engraçado e que como consequencia nos ralis de 1979 a 1981 competiram dois carros diferentes com motores diferentes do detalhe mas ao mesmo tempo parecidissimos e com origem mecanica compartilhada o talbot sunbeam lotus com o lotus de aluminio e 2 2 litros e o chevette hs/hsr com o bloco de ferro fundido de 2 3 litros e cabeçote 16v de aluminio vauxhall mas divago voltando ao hs de rua mesmo na configuraçao original de fabrica de 137 cv nao era nada lerdo com cambio curto e marchas proximas uma das outras o maximo de 7000 rpm dando teoricamente 205 km/h em quinta fazia 0 100 km/h em 8 5 segundos e chegava a 190 km/h inacreditavel para a epoca e com melhoria facil e possivel o interior era tambem bem melhorado com bancos exclusivos com laterais mais pronunciadas tecido xadrez de saia escocesa e carpete vermelho volante esportivo com grande offset e painel esportivo completo completavam o interior por fora rodas exclusivas de aluminio faixas decorativas spoiler dianteiro e traseiro uma grande faixa dizendo vauxhall ficava entre as lanternas traseiras para nao deixar duvida sobre que tipo de carro acabara de te deixar para tras em 1979 a escalada de competiçoes pede pneus e rodas mais largos aparece o hsr com novos apliques de fibra de vidro para alargar para lamas as rodas eram novas com desenho similar as minilites ainda em aro 13 mas agora com sete polegadas de largura o eixo traseiro ganha mais uma localizaçao lateral e uma nova embreagem dupla e adotada a potencia permanece como a do hs nos carros de rua 137 cv com pneus mais largos o hsr se torna ainda mais competitivo em asfalto praticamente dominando este tipo de terreno mas quando chega 1982 a gm acaba com os dois departamentos de competiçao europeus para ficar so com um; o novo carro de rali seria o opel manta 400 no total foram fabricados ao redor de 330 chevette hs em duas bateladas em 1978 e 1980 os ultimos permanecendo nas concessionarias ate 1981 seu alto preço o maior empecilho para venda do hsr existem apenas 34 carros na inglaterra existem varios clones porem construidos usando blocos vauxhall slant four e cabeçotes lotus alguns usando virabrequins diferentes de preparadores populares com 2 6 litros e mais de 300 cv um chevette realmente diferente e especial o mais raro e mais especial de todos que sairam de fabrica certamente o chevette asa black magic esta historia deveria acabar aqui mas se o leitor me der permissao queria falar um pouco tambem de uma tangente desta historia que acredito seja bem relevante principalmente para nos aqui no brasil uma historia de um tempo diferente em que gente que trabalhava na industria o fazia por amar o automovel em primeiro lugar wayne cherry era um entusiasta alem de chefe do design da vauxhall nos anos 1970 quando chegou la a linha de carros da empresa nao tinha nada remotamente interessante para ele usar no dia a dia como transporte pessoal resolve isso criando uma serie de carros conceito que usava para mostrar onde queria ir para a liderança da empresa mas que depois emplacava e ficava usando para ir para casa simples o segundo deles o primeiro uma perua de duas portas baseada no magnum era olha vejam so um dos primeiros chevette 2300 a aparecer nas ruas inglesas cherry pegou um dos primeiros prototipos do hs em 1976 ainda com cabeçote lotus um motor de competiçao e levou ao estudio o resultado voces podem ver na foto acima [caption id= attachment_257863 align= aligncenter width= 999 ] o conceito s/r brasileiro[/caption] repare que o carro e parecidissimo com outro conceito que apareceria pouco tempo depois no brasil o chevette s/r sedan da capa da motor3 numero 2 as rodas e o degrade do preto ao prata a partir do topo das caixas de roda parece identico e praticamente o elo perdido da criaçao de nosso chevette s/r sera que wayne cherry tem alguma relaçao com o nosso sabe se que com a unificaçao das engenharias depois de 1980 cherry se muda para a opel para liderar o design europeu a qual nossa engenharia no brasil era virtualmente uma subsidiaria mas divago novamente o fato e que o chevette alem do exterior inspirado tinha tambem um interior de luxo para o executivo bancos de cadillac aquecidos painel de madeira som de primeira vidros eletricos cherry que tinha 1 90 m montou os bancos mais para tras tambem acabando com espaço traseiro mas colocou um encosto 40/60 no banco traseiro e emplacado em agosto de 1976 e cherry passa a usa lo diariamente [caption id= attachment_257859 align= aligncenter width= 999 ] black magic no gelo [/caption] o carro deu muitos problemas claro de superaquecimento principalmente o motor de corrida experimental nao funcionou bem nas ruas em 1979 cherry monta a mecanica do hs de rua no seu carro mas com dell ortos e cerca de 200 cv e resolve redesenhar o exterior na verdade o objetivo era descobrir o quanto conseguiria melhorar a aerodinamica e ainda manter o carro usavel o resultado e o chevette black magic com saias novas spoilers e calotas desenvolvidos em tunel de vento e um cuidado nos detalhes consegue reduzir o arrasto aerodinamico em 20% e mais o lift dianteiro e reduzido em 52% e o traseiro em 37% algo incrivel na verdade todos estes numeros beiram o inacreditavel de tao grandes veja a imagem abaixo as saias laterais tinham uma proposta parecida com a que a formula 1 utilizava no fim dos anos 70 nos carros asa cherry fica tao feliz com seu chevette de luxo que tenta coloca lo em produçao existe ate um folheto de propaganda para ele provavelmente parte de sua apresentaçao a liderança mas infelizmente apenas este carro unico foi feito um capitulo tangente a historia do hs/hsr mas um que nos deixa imaginando um mundo cheio de chevettes pretos ultra aerodinamicos com motores grandes e modernos de mais de 200 cv sonhar ainda e de graça
SEJA UM MEMBRO DA
FAMÍLIA FLATOUT!
Ao ser um assinante, você ganha acesso irrestrito a um conteúdo verdadeiro e aprofundado. Nada de jornalismo genérico e sensacionalista. Vale a pena? Clique aqui e confira os testemunhos dos assinantes, amostras livres e os benefícios extras que você poderá desfrutar ao ser um FlatOuter!
PARA LER MAIS, CADASTRE-SE OU ASSINE O FLATOUT E TENHA ACESSO LIVRE A TODO CONTEÚDO DO SITE!
JÁ POSSUI CADASTRO OU É ASSINANTE DO FLATOUT?
Este é um conteúdo restrito: pode ser uma matéria só para assinantes, pode ser porque você já atingiu o limite de matérias gratuitas neste mês.