e um teste simples uma chicane numa reta voce tem que desviar de um obstaculo imaginario e continuar reto depois dele a maior velocidade possivel de se desviar do obstaculo determina o carro mais seguro se o carro tem tendencia de capotamento ou chega as vias de fato e reprovado obviamente a revista sueca teknikens varld o mundo da tecnologia realiza este teste desde os anos 1970 e o famoso teste do alce onde o mercedes benz classe a original capotou fazendo um monte de gente andar para la e para ca esbaforido nos corredores de stuttgart unterturkheim curioso lembrar que existe outro teste do alce na suecia este inventado pela hoje defunta saab neste um alce artificial um boneco sem vida mas com todas as caracteristicas fisicas de um enorme alce adulto e jogado sem cerimonia em alta velocidade no capo do carro o alce nao deve entrar no habitaculo provocando por exemplo colunas mais reforçadas e no caso do saab 99/900 original o singular desenho de seçao num balde do para brisa suecos desejam que seus carros sejam a prova de alce em mais de uma maneira mas divago; o teste de desvio do alce e o que interessa aqui para esta historia a tabela de resultados de teste disponivel ate hoje no site da revista e uma fonte incessavel de trivialidade automotiva interessantissima nela podemos ver por exemplo que o a160 do ano 2000 depois de receber o sistema eletronico de controle de estabilidade que o impediu de capotar fazia a prova a uma velocidade maxima de 65 km/h considerado apenas razoavel pela revista infelizmente os carros de antes do ano 2000 sao poucos na tabela o que impede a gente de matar certas curiosidades como sera que se saiam o fusca o 2cv a kombi um 2cv original talvez conseguisse fazer a prova a velocidade maxima certamente algo unico mas como ele nao passava muito de 60 km/h ainda assim ia ser considerado ruim tudo e relativo nesse mundo e quem procura verdades absolutas deve sofrer um bocado [caption id= attachment_284669 align= aligncenter width= 915 ] saab 900 a prova de alce [/caption] mas aqui vai uma pergunta para voces quem voces acham que e o recordista da prova obviamente e um teste que privilegia boa controlabilidade e aderencia carros com baixo centro de gravidade e peso bem distribuido suv normalmente vao mal aqui principalmente por seu cg alto e seus pneus de uso misto um porsche 911 talvez os mais velozes testados pela revista 997 gt2 e gt3 rs chegam a 82 km/h um resultado fenomenal se um carro passa de 70km/h ja e considerado muito bom mas talvez um esportivo moderno de motor central traseiro seja ainda melhor o ultimo audi r8 testado um v10 plus 5 2 fsi quattro de 610cv fez a prova a incrivel velocidade de 83 km/h que por sinal e a mesma velocidade alcançada pelo mclaren 675lt no mesmo ano 2017 nenhuma ferrari atual foi testada mas a testarrossa de 1987 chegou a 80km/h o que para a epoca deve ter soado incrivel o corvette c6 de 2005 unico corvette testado chegou tambem a 80 km/h mercedes amg gt s 82km/h mas nenhum desses carros e o recordista da prova nao por incrivel que pareça o recorde foi atingido em 1999 por um seda medio familiar frances em 1999 o citroen xantia activa v6 fez a prova do alce a uma velocidade que possivelmente nunca sera batida 85 km/h nao e incrivel este dado simples de teste me parece algo impossivel algo que subverte completamente o que acreditamos ser regra traçao dianteira motor transversal la na frente e um grande v6 ainda por cima como conseguiu isso esta e a historia que contaremos hoje a citroen debaixo da peugeot pergunte a qualquer um hoje porque a citroen acabou sendo comprada pela peugeot em 1976 e a resposta normalmente vai passar pela complexidade de sua suspensao hidropneumatica e o desenho nao convencional de seus carros isso nunca podia dar certo e o que pensa o mundo hoje acostumado a carros iguais com marcas diferentes onde nada diferente parece ter lugar mas a verdade e que a citroen acaba por uma serie de investimentos que dao errado; nao existia nada de errado com as vendas de seus carros [caption id= attachment_284646 align= aligncenter width= 999 ] gs o hidropneumatico barato[/caption] sua linha de veiculos era um sucesso absoluto da van tipo h antiga mas ainda onipresente europa afora passando pelo 2cv e suas variantes ami dyane e mehari ate o luxuoso caro e sofisticado ds e sua versao barata simplificada id tudo que a empresa produzia era um sucesso absoluto era uma marca na verdade vencedora o problema mesmo foi onde investiu todo este sucesso primeiro investiu praticamente cinco minutos antes do mundo entrar numa dolorosa e irreversivel crise de abastecimento de petroleo na volta do gt frances patriotica e orgulhosa a citroen queria a volta da epoca aurea dos bugatti voisin delaheye e delage mas agora em um carro mais avançado tecnologicamente queria um citroen caro potente exclusivo que por sua absoluta superioridade tecnica obsoletasse todo mercedes e bmw ja criado o resultado foi o sm que para acontecer obrigou a marca a comprar a maserati italiana que fazia seu exotico v6 apesar de sensacional vendeu pouco e drenou cofres [caption id= attachment_284653 align= aligncenter width= 999 ] cx o ultimo independente [/caption] depois investiu pesado na inovaçao que parecia inevitavel entao o motor wankel com a nsu criou a comotor uma nova empresa com uma nova estrutura e uma gigantesca fabrica nova como sabemos no fim produziu nada o wankel tambem vitimado pela enfase repentina em economia e baixa emissao a falencia da comotor levou com ela uma fortuna que e melhor nem calcular e para terminar em 1967 compra a veneranda empresa panhard para depois fecha la e usar somente as fabricas que de qualquer forma precisavam de investimento gigante para fazer citroen o gigante balança e inevitavelmente cairia; o governo frances nao pode deixar tanto emprego sumir e sugere a familia peugeot que salve a marca do cais de javel em 1976 ano do lançamento do ultimo citroen independente o cx nasce a psa da junçao das duas a peugeot e a dona; ela manda dali em diante [caption id= attachment_284641 align= aligncenter width= 800 ] bx ainda diferente [/caption] muitos temiam o fim da inovadora marca agora debaixo da conservadora peugeot claro que tudo muda e os planos futuros passam a obrigar os independentes engenheiros da citroen compartilhar muita coisa com os peugeot era inevitavel mas a peugeot certamente por tambem admirar seu antigo concorrente da muita liberdade a ele por muito tempo ainda conseguiu fazer muita coisa interessante mesmo compartilhando plataformas e motores um exemplo claro disso a peugeot abandona definitivamente a traçao traseira que mantinha em seus carros medios e grandes para se alinhar na traçao dianteira com a citroen no fundo ambas perdem a sua individualidade mas divago novamente o importante aqui e uma caracteristica da marca que seria mantida inicialmente e continuaria evoluindo a suspensao hidropneumatica presente nos carros de javel desde 1954 dispensava os tradicionais mola e amortecedor por um sistema interconectado hidraulico comandado por esferas com nitrogenio para conseguir conforto e segurança unicos alem de autonivelamento da carroceria independente de carga e esforços dinamicos e altura de rodagem selecionavel alem disso o mesmo sistema hidraulico operava freios a altissima pressao era uma das varias diferenças da citroen seu rodar impassivel de tapete magico de aladim [caption id= attachment_284670 align= aligncenter width= 999 ] molas de aço e desenho menos estranho zx[/caption] em 1982 aparece o substituto do medio gs o bx apesar de usar motores quatro em linha transversais nada de quatro contrapostos refrigerado a ar como no gs e compartilhar plataforma com o futuro peugeot 405 bastava olhar para ele e saber que ainda era um citroen a suspensao era totalmente hidropneumatica um sistema sofisticado e caro que elevava o nivel da marca era fabricado numa gigantesca fabrica com ambiente umidade e temperatura controlados com tolerancias minimas alem da citroen apenas a mercedes benz e a rolls royce usaram sistemas semelhantes pagando licença a citroen; obviamente nao era barato em 1989 aparece o xm agora a suspensao era chamada de hydractive ao contrario do hidropneumatico mais simples anterior esta tinha dois modos de operaçao macio e rigido a suspensao normalmente funciona no modo macio mas o computador agora podia detectar situaçoes limite e assim alterar para o modo rigido para melhorar segurança e aderencia chamados de sport e um confort esses modos eram selecionaveis pelo motorista alterando as curvas de amortecimento de acordo a eletronica ampliava o potencial da suspensao hidropneumatica da marca [caption id= attachment_284659 align= aligncenter width= 999 ] o xantia aparece 1992[/caption] duas coisas importantes aconteceriam em seguida primeiro o bx se mostrou um carro caro; era necessario algo mais barato para substituir as versoes mais baratas do defunto gs este substituto e o zx de 1990 um carro que para ser barateado usa suspensao convencional com molas e amortecedores algo que a marca abandonara desde o lançamento do gs em 1970 o zx e tao bem feito porem que se mostra um sucesso o que acaba gerando duvidas sobre a real necessidade da sofisticada suspensao hidraulica na marca resolve se dividir a categoria um citroen barato o zx e um premium hidropneumatico o carro que mataria o bx lançado em 1992 com o nome de xantia xantia apoteose hidropneumatica compare um xantia a um bx muito do desenho tradicional citroen desapareceria ali agora substituido por algo mais normal menos diferente nao era so a suspensao hidropneumatica que fazia um citroen tambem a marca lentamente estava se diluindo dentro da peugeot primeiro passava a usar o principio mcpherson na frente para compartilhar plataforma com a peugeot ao inves de seus braços arrastados de geometria diversa perdia tambem o raio de rolagem zero a linha da inclinaçao do pino mestre cruzando o meio da area de contato do pneu no solo e a bitola traseira mais estreita que a dianteira principios de desenho que andre lefebvre tinha trazido desde a voisin nos anos 1920 o freio agora era separado do circuito de alta pressao se tornando um sistema comum e compartilhado com a peugeot assim era bem mais barato e comprado de fora nao fabricado em casa mais barato nao melhor parecia ser o caminho agora o desenho externo do carro era normal tambem e o unico vestigio da marca antiga era o sistema hidropneumatico no lugar da mola e amortecedor mas era realmente um sistema genial o hydractive ii segunda interaçao do sistema variavel eletronicamente lançado no xm aparecia em 1993 foi projetado para resolver o maior problema do sistema anterior o modo rigido muito desconfortavel neste sistema selecionar o modo sport nao significava mais um carro desconfortavel no hydractive ii em ambas as configuraçoes normal o novo nome da comfort e sport o computador podia alternar para qualquer um dos modos quando achasse necessario para um compromisso melhor entre os dois no entanto quando definida como sport a suspensao se torna mais sensivel e mudara mais cedo e com mais frequencia para o modo rigido existia tambem uma funçao que trava o sistema quando o carro nao esta funcionando usando mais uma esfera seu unico objetivo e evitar que o carro afundasse ao chao quando nao em uso tradicional caracteristica da marca nao muito compreendida pelo mercado agora as suspensoes geometricamente eram simples dianteira mcpherson com barra estabilizadora traseira braços arrastados independentes o carro era oferecido como um hatchback de cinco portas ou uma perua na dianteira o motor e transeixo estavam alinhados e transversais para traçao dianteira agora adotando o universal sistema criado por dante giacosa na fiat os motores em si eram unidades agora comuns as duas marcas da psa e eram todos excelentes os quatro em linha eram da familia xu em versoes sohc com 8 valvulas ou dohc com 16 valvulas todos com injeçao eletronica na europa existiram versoes 1 6 e 1 8 de 8 valvulas e uma 1 8 de 16v alem de varios diesel com e sem turbo mas aqui so recebemos as versoes topo de linha 2 litros 16v com 150cv; 2 litros 8v turbo com 147cv; v6 dohc 24v de 2 9 litros e 190cv cambios manual e automatico eram oferecidos no ano modelo de 1995 porem vemos o aparecimento da proxima evoluçao da suspensao hidropneumatica a que realmente faz acontecer o milagre do teste do alce o novo topo de linha chamado xantia activa era disponivel apenas com os motores de 2 litros e v6 e os mais potentes turbodiesel em mercados onde isso e possivel e por fora nao parecia muito diferente apenas um discreto spoiler atras mas era algo realmente especial [caption id= attachment_284639 align= aligncenter width= 503 ] no grafico graus de rolagem da carroceria em funçao da aceleraçao lateral a diferença e incrivel [/caption] quao especial atuando diretamente agora tambem nas barras estabilizadoras o novo sistema hidropneumatico activa podia alterar agora nao somente o amortecimento e o rate das molas; agora poderia comandar diretamente tambem a rolagem da carroceria mais que isso como era um sistema variavel por principio podia começar uma curva como um carro normal com rolagem linear quanto mais aceleraçao lateral mais rolagem mas em seguida podia alterar essa curva quanto que tal rigidez infinita as barras estabilizadoras hidraulico mecanicas do activa começam a curva da mesma forma que o sistema hydractive quando a aceleraçao lateral e minima mas enquanto o hydractive permanece quase linear quanto mais forte a curva maior sera o angulo de rolagem do carro o activa compensa mantendo o angulo de rolagem constante abaixo de 0 5 grau ate uma aceleraçao lateral maxima de 0 6g como se de repente a barra estabilizadora ficasse infinitamente rigida depois dos 0 6g tendo se contraido ou estendido o maximo que pode as barras permanecem ainda rigidas pacas o angulo de rolamento aumentara apenas um pouco ate um maximo de 1 grau um grau de rolagem a 1g de aceleraçao lateral e pouquissimo para todos os efeitos praticos basicamente a citroen fez um carro de rolagem zero o resultado e positivamente extra terrestre ficçao cientifica feita possivel o carro familiar equipado com pneus 205/60 r15 adequados para seu peso de 1 440 kg e seu desempenho 230 km/h e 8 segundos de 0 100km/h na versao v6 manual ainda assim atingia aceleraçoes laterais de supercarro 1 2g no skidpad e como sabemos fazia o infame teste do alce mais veloz que porsches e mclaren mais veloz que qualquer outro carro a venda na verdade ate hoje 22 anos depois de testado hidropneumatico morre mas ao contrario do que se imagina dali em diante o sistema lentamente vai desaparecendo o c5 substituto do xantia tinha um sistema simplificado com varios sistemas antes mecanicos agora controlados eletronicamente o sistema parece ser caro e cada vez menos gente parece disposta a pagar mais por ele claro; o citroen era uma proposta diferente por dentro por fora e em cada parafuso; so a sofisticada suspensao num carro normal parecia que nao era mais o suficiente a exigencia e baixa hoje em dia as pessoas parecem satisfeitas com batentes mais sofisticados como os hidraulicos e os de pu microcelular que fazem um compromisso decente de conforto e aderencia a um custo varias ordens de grandeza menores amortecedores magnetorreologicos tambem trazem de volta uma parte da adaptabilidade dos citroen de vinte anos atras nos carros mais caros um adendo importante aqui aderencia maxima embora uma busca valida para veiculos familiares por causa da reserva de segurança ativa que representa nao e o unico caminho mais uma olhada na tabela da revista mostra o outro caminho menos serio e mais divertido mazda miata e lotus elise nao chegam nem aos 80 km/h no teste do alce ficando ao redor dos 78 79 km/h trocam aderencia total por controlabilidade e previsibilidade alem do limite; carros como diversao nao como ferramentas mas divago pela terceira vez o fato e que ninguem nunca mais no mundo dos carros normais familiares e de transporte chegaram ao nivel do xantia quase tao bons por menos dinheiro sim mas nunca igual sao apenas maneiras mais baratas de ser quase um citroen se custo nao e um problema ainda sao uma complexidade maravilhosamente linda mas uma que foi totalmente relegada ao passado nao existe mais este que era o ultimo e mais incrivel vestigio do mais original dos fabricantes de grande serie
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