compre sempre um mercedes barato nunca um ford caro esta frase muito repetida principalmente na inglaterra e uma daquelas observaçoes inteligentes que resumem tanta coisa dificil de explicar no detalhe que ficamos pasmos com o poder de sintese do autor mesmo que ele como e este caso seja desconhecido mas provavelmente era um taxista alemao; eles como ninguem tradicionalmente entendem o valor da qualidade superior comprar um mercedes barato ao inves de um ford caro e um conselho inteligente entenda primeiro que mercedes aqui e apenas um simbolo de uma marca superior mais cara e sofisticada e ford tambem apenas um simbolo de algo bom mas principalmente barato e produzido aos milhoes faz sentido financeiro o mercedes vai desvalorizar menos faz sentido em termos de qualidade tambem a marca mais cara acostumada a um nivel de exigencia superior o serviço em concessionarios tambem tende a ser melhor e mais cuidadoso mas isso nao quer dizer que nao existe mercado para os ford caros por muitos e muitos anos eram uma boa opçao eram maiores mais equipados e frequentemente mais potentes pelo mesmo preço de um mercedes pequeno e pe de boi na europa principalmente existia um bom mercado para os ford opel vauxhall renault e fiat grandes principalmente para gente que queria so mais espaço e equipamentos extras e nao se importava com todo o resto [caption id= attachment_299438 align= aligncenter width= 999 ] opel kapitan 1960 pseudo americano[/caption] se voce prestar atençao percebera porem que os carros grandes destas marcas de volume desapareceram sim em parte e a migraçao para os suv mas as marcas alemas de luxo ainda nao descontinuaram seus sedas efeito da frase do começo um pouco com certeza mas nao se deve desprezar o efeito de mudanças sociais um carro grande de marca barata costumava mostrar um desprezo por frivolidades um cuidado com gastos e um desprezo com a imagem que se passa ao vizinho hoje ninguem mais quer ser este cara aqui no brasil onde nossa tradiçao e apenas de marcas de volume bastou as importaçoes serem abertas mesmo taxadas sobremaneira para proteger nossa industria para esse fenomeno acontecer de forma acelerada em pouquissimo tempo carro nacional caro era coisa do passado nao importa que fosse mais barato e sua qualidade; ninguem queria mais ser visto como um mao de vaca ou pior ainda pobre e nao existiu vitima mais clara desta movimentaçao que o chevrolet omega na europa o opel grande era inicialmente uma tradiçao meio kitsch meio cafona e desprezada durante os anos 1950 principalmente os kapitan e rekord eram copias de desenhos americanos diminuidos em tamanho apenas pouco congruentes com a fauna europeia mas de novo seu preço e equipamentos fruto da eficiencia americana de se produzir coisas boas e baratas mantinham as vendas suficientes para que se mantivessem no mercado mas do meio dos anos 1960 ate os anos 1970 a opel passa por talvez a melhor fase de sua historia em termos de produtos uma quantidade enorme de talento humano jovem convergiu para ela chuck jordan clare mckichan e tony lapine no design erich bitter bob lutz e tantos outros todos destinados a coisas grandes em seus futuros carros belissimos e inteligentes no desenho mecanico a preço baixo nao paravam de sair do centro tecnico de russelsheim o desenho das carrocerias fica mais limpo e classico os motores e suspensoes e monoblocos evoluem recebemos dois desses opel aqui no brasil o rekord c aqui recebendo motores americanos e o nome opala e o kadett c o nosso chevette ambos ainda hoje com uma legiao de fas lutz e instrumental por exemplo em criar o novo diplomat b um carro que pretendia rivalizar os mercedes benz grandes de frente oferecendo alem do otimo seis em linha cih opel e uma suspensao traseira de dion sensacional um motor v8 chevrolet americano opcional dali em diante os opel grande nao ficariam atras das marcas alemas de luxo em especificaçao a suspensao traseira do rekord d ja tinha 5 links e do rekord e em 1977 independente por braços arrastados [caption id= attachment_299461 align= aligncenter width= 656 ] o motor opel cih[/caption] debaixo do capo dos opel grandes iam basicamente versoes de quatro e seis cilindros do motor opel cih cam in head ou comando no cabeçote lançado em 1965 apesar de ter comando no cabeçote e portanto ser um sohc era basicamente um motor ohv onde as varetas pushrods foram eliminadas movendo se o comando para cima as duas valvulas por cilindro eram paralelas e operadas por balancins e abriam numa camara de combustao triangular wedge mesmo assim era um belo motor suave girador parrudo nesses carros maiores basicamente vinha em 1 9 litros de 4 cilindros em linha e seis em linha de 2 2 ate 2 8 litros nos anos 1980 começa uma movimentaçao de uniao das marcas europeias da gm como sabemos a gm nasceu como uma holding; uma empresa que comprou outras empresas e as administrou por isso nos eua existiam chevrolet gmc pontiac oldsmobile buick e cadillac entre varias outras que vieram e se foram muito rapido para mencionar na europa era assim tambem as duas empresas da gm a vauxhall na inglaterra e a opel na alemanha operando em uma alegre e criativa independencia nao ia durar para sempre claro mas note tambem que as duas meio que desapareceram lentamente a partir deste ponto coincidencia mas enfim as engenharias começam a se unir nos anos 1980 e aparece por exemplo um novo motor quatro em linha corporativo o familia 2 lançado no projeto mundial j que aqui no brasil se chamou chevrolet monza basicamente ditou como seria dali em diante os vauxhall seriam apenas opel fabricados na inglaterra o j tambem marca a mudança para traçao dianteira em carros medios rompendo com uma tradiçao de traçao traseira tanto na opel quanto na vauxhall mas o carro grande permaneceria como os alemaes desejavam com traçao traseira nesta faixa como mostravam os mercedes e bmw a traçao traseira ainda era percebida como essencial mesmo porque traçao dianteira ainda nao tinha atingido o nivel de excelencia de hoje; era claramente inferior em termos de desempenho e controlabilidade o que nao quer dizer que nao seria moderno a nova obsessao alema na epoca era a aerodinamica era o jeito que esta naçao de engenheiros de jaleco branco esperava enfrentar a crise do petroleo sem perder desempenho e a opel estava na ponta da lança tecnologica liderada nisso pelo diretor de carroceria hans joachim emmelmann o kadett e de 1985 e o novo opel omega de 1986 seriam os primeiros exemplos disso o omega substituiu o rekord; era tao novo e diferente que se decidiu por um novo nome um carro grande com 4740mm de comprimento e 2730mm de entre eixos com amplo espaço interno para cinco pessoas e bagagem mas era o design que chamava a atençao obviamente aerodinamico com vidros rentes a superficie externa como uma forma continua e sem degraus liso um sabaozao que desliza facil pelo ar as janelas eram uma soluçao criativa os vidros correndo por canaletas externas apesar da inevitavel area frontal grande o cx era baixissimo 0 28 depois 0 30 no brasil e mais era um chassi de primeira com suspensao independente nas quatro rodas mcpherson na frente e braço semi arrastado atras igualzinho a um bmw direçao por pinhao e cremalheira claro e freios a disco nas quatro rodas as geometrias eram bem alemas com subchassi traseiro e um refinamento do nivel das marcas de luxo alemas um carro de otimo comportamento em curvas mas tambem um conforto e estabilidade direcional em retas exemplar e silencio mesmo a alta velocidade sem duvida nenhuma ajudado pela aerodinamica aqui nao era pesado ainda mais olhando de hoje 1300kg nas versoes quatro cilindros e ao redor dos 1400kg nas de seis os motores de quatro cilindros em linha leves e razoavelmente potentes na europa 1 8 e 2 0 litros eram disponiveis no lançamento puxavam supreendentemente bem o carro grande mas o motor que realmente brilhava era o seis em linha cih aqui com injeçao e tres litros era um carro competitivo com os mercedes benz e bmw do mesmo tamanho mas muito mais barato e tecnologicamente superior em muitos itens evoluiria para ter versoes esportivas interessantissimas como a 3 0 24v com 204cv mas a mais impressionante das versoes foi obviamente o lotus omega/carlton com a empresa inglesa fundada por colin chapman agora parte da gm a parceria gerou o seda mais veloz do mundo a sua epoca o motor seis em linha dohc recebia dois turbocompressores e 377cv no brasil aqui no brasil quando a proibiçao de importaçoes acabou em 1990 tinhamos ainda em produçao o opala aquele opel rekord tres geraçoes atras do omega ainda era um carro competitivo em seu mercado e bem acertado e desenvolvido pela filial brasileira mas ao receber concorrencia estrangeira e ainda mais na faixa de luxo ficou imediatamente velho o omega era a soluçao obvia para substitui lo o que aconteceu a partir de 1992 as versoe disponiveis inicialmente eram o seis cilindros de 3 litros opel importado aqui com 165cv e o dois litros familia 2 de produçao nacional com 116cv para o seis em linha existia opçao de cambio automatico o carro foi recebido com alegria pelos brasileiros um novo opala agora tecnologicamente a par com os estrangeiros logo a linha se expandia uma versao a alcool do motor dois litros dava 130cv e um desempenho impressionante aos omega mais baratos e uma perua chamada pedanticamente de suprema era oferecida um carro sensacional enorme mas agil e leve ao comandos extremamente versatil e util eventualmente em 1995 acaba por receber um novo motor 2 2 litros bem mais manso mais torcudo que potente e um tanto aspero mas o mais triste foi a substituiçao do seis em linha opel que parava de ser fabricado na europa trocado por um v6 mais moderno na mesma cilindrada por uma versao ligeiramente modernizada do seis em linha de 4 1 litros do opala o motor do opala nao era ruim pelo contrario se tivesse sido bem feita esta modernizaçao tinha potencial de funcionar melhor ate que o opel mas o que recebemos foi um motor morto com muito torque mas potencia maxima a apenas 4500rpm e pesado o peso total do carro subindo para a casa dos 1500kg eram 168cv declarados mas andava sensivelmente menos que o motor anterior a gm lentamente vai o abandonando para substitui lo em 1999 por um carro importado da australia o fim da produçao de carros realmente grandes e sofisticados no brasil muito disso foi pelo status de carro importado muito disso no fato de que concessionarios que vendem celta nao vendem bem nem entendem clientes de luxo muito tambem por causa daquela frase la no inicio mas muito tambem e culpa de seu proprio fabricante a qualidade de fabricaçao do carro deixou muito a desejar logo de inicio frotistas e particulares acostumados a confiabilidade dos opalas logo percebem que os omegas nao eram iguais desde novo historias de problemas diversos e chatos abundavam uma pena porque o carro especialmente nas versoes de 3 litros e 2 0 a alcool ate hoje e um carro impressionantemente bom e a gm afinal de contas tinha uma multidao de gente que era fa incondicional de seus opalas e a maioria deles migrou para o omega mas nao comprou um segundo como conseguiram esta proeza um pouco por culpa sua mas tambem pelo fato de que comprar um bmw barato e menor na forma dos 325i que inundaram o brasil na epoca parecia muito melhor que comprar um chevrolet caro para a gente em 1995 e assim caminha a humanidade
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