A Suíça fica logo ao lado da Alemanha no mapa. Sendo assim, é natural que o Salão de Genebra seja repleto de preparadoras alemãs. ABT, AC Schnitzer, Brabus e RUF apresentaram seus carros modificados e preparados na edição 2014 do Salão, e o FlatOut! fez um apanhado com os melhores e mais curiosos.
ABT Sportsline
A ABT Sportsline é especializada nos carros do grupo VW: Audi, Volkswagen, Škoda e Seat. Recentemente eles apresentaram o Golf R ABT Sportsline, com 370 cv em seu motor 2.0 turbo. Agora, a preparadora levou para Genebra mais três carros.
O primeiro é o Golf GTI Dark, que a ABT diz libertar o “lado negro” do Golf GTI de sétima geração. A pintura cinza é complementada por lanternas, faróis e rodas escurecidos, além de detalhes vermelhos nos spoilers dianteiro e traseiro e nas saias laterais. Mas o grande destaque do carro é o motor 2.0 TSI, que foi modificado para produzir 300 cv — mesma potência do futuro Golf R — e levar o carro de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, com máxima de 258 km/h. Outras modificações foram um kit de suspensão ajustável, uma nova grade e rodas de 20 polegadas calçadas com pneus 235/30, além dos adesivos “DARK” na traseira e nas colunas C. O visual ficou meio caricato, quase infantil, mas as alterações mecânicas muit nos apetecem.
Outra atração do estande da ABT foi o Audi ABT RS Q3. O utilitário compacto baseado na plataforma PQ35 (a mesma do Golf, do Beetle, do A3 e do TT, entre outros) recebeu um belo aumento de potência em seu já interessantíssimo motor 2.5 TFSI. O cinco-em-linha turbinado que desenvolve originalmente 310 cv foi reprogramado para render 410 cv, enquanto o torque subiu de 42,8 mkgf para 54 mkgf. O Q3 também recebeu um kit de suspensão ajustável e novas rodas, além de grafismos até de bom gosto na lateral. Está aí um Q3 que a gente gostaria de experimentar.
Agora, o nosso favorito: o ABT Audi RS6-R. Com seu motor V8 4.0 biturbo de 560 cv, a perua já é uma das mais legais do mercado. Mas a ABT não estava satisfeita e decidiu colocar mais potência. Seguindo a mesma receita de seus outros projetos (reprogramação na ECU, mais pressão nos turbos e modificações nos sistemas de admissão e escape), a preparadora conseguiu extrair 730 cv do motor, com o torque saltando de 71,4 mkgf para absurdos 93,8 mkgf — números mais do que suficientes para levar o RS6-R aos 320 km/h. Além das rodas pretas, o RS6-R também recebeu alguns componentes aerodinâmicos feitos de fibra de carbono vermelha, como o spoiler dianteiro.
AC Schnitzer
A AC Schnitzer foi a Genebra com dois utilitários a tiracolo, e eles nos conseguiram fazer gostar deles. Não que seja algum sacrifício curtir o BMW X5 M50d e o Range Rover Sport, não é?
O primeiro é um SUV com motor seis-em-linha a diesel de três litros, três turbo compressores e 381 cv. A AC Schnitzer conseguiu aumentar este número para 430 cv com a troca do sistema de escape — o fluxo otimizado dos gases pelo motor permite que ele trabalhe de maneira mais eficiente, resultando no aumento de potência. Para lidar melhor com a força extra, a suspensão foi rebaixada em 30 mm na dianteira e 20 mm na traseira, além de ter sido equipada com molas mais firmes. As mudanças estéticas são discretas, resumindo-se a novos para-choques dianteiro e traseiro e algumas opções de jogos de rodas de 20 e 21 polegadas.
A mesma linha é seguida pelo Range Rover Sport: um aumento de potência no V6 3.0 a diesel — de 296 cv para 340 cv de potência e de 61,2 mkgf para 73,4 mkgf de torque, com novos para-choques — o dianteiro com uma entrada de ar maior e o traseiro com difusor e saídas de escapamento mais proeminentes — e novas rodas.
Ambos os kits estarão disponíveis para o público a partir do segundo semestre.
Alpina
A preparadora bávara tem ligação forte com a BMW desde sua fundação, em 1965, e permanece como a principal referência quando se quer um BMW modificado com ênfase no luxo sem esquecer do desempenho. Os dois carros que eles levaram até Genebra só reforçam a tradição.
O Alpina 4-Series BiTurbo Convertible é exatamente o que o nome diz: um Série 4 conversível modificado pela Alpina. O motor de seis cilindros em linha com dois turbos recebeu modificações e agora entrega 404 cv e 61,2 mkgf de torque — um aumento sensível em relação aos 306 cv e 40,8 mkgf de torque do 435i original. O câmbio é automático de oto marchas. O desempenho do conjunto não decepciona: 0 a 100 km/h em 4,2 segundos e velocidade máxima de 305 km/h. Esteticamente, o carro recebeu as clássicas rodas raiadas da Alpina, de 18 polegadas, e revestimento interno em couro creme e azul.
O Alpina B6 Gran Coupé é baseado no BMW 65oi xDrive, que usa um motor V8 biturbo de 4,4 litros. A potência original passou de 439 cv para 540 cv, enquanto o torque foi de 69,4 mkgf para 74,6 mkgf. Com a potência extra, o B6 vai de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos com máxima de 320 km/h.
Como no Série 4, o tratamento dado ao interior pela Alpina garante que você acelere rodeado de luxo, com couro em duas cores e madeira até onde conseguir enxergar. O lado de fora é um pouco mais esportivo, com novos para-choques, aerofólio e difusor traseiro. A cor verde também é exclusiva, e se chama Alpina Green.
Brabus
Talvez a Brabus seja para a Mercedes-Benz o que a Alpina é para a BMW, mas com um apelo mais badass do que luxuoso. Prova disso é o Brabus B63S 700 6×6, destaque da preparadora no estande. O utilitário mais absurdo dos últimos tempos ficou ainda mais insano nas mãos dos caras, que retrabalharam o motoro V8 5.5 biturbo — o mesmo do E63 AMG — para entregar 700 cv e 97,8 mkgf de torque (os números originais eram 544 cv e 77,5 mkgf).
Com estas especificações, você pode ir de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e chegar aos 160 km/h, desempenho impressionante para um veículo que pesa 3,8 toneladas. A velocidade máxima é limitada por causa dos enormes pneus, que têm 37 polegadas de diâmetro e provavelmente nenhuma aderência em altas velocidades.
Ruf
“Olhe, um Porsche 911!” Na verdade isto não é mais um 911: a Ruf compra os monoblocos não numerados da Porsche e constrói os carros ao seu modo, por isso ela é reconhecida como fabricante, e não preparadora. Sendo assim, este carro na foto deixou de ser um 911 para se tornar um Ruf RCT.
RCT significa “Ruf Carrera Turbo”. O motor é um boxer de 3,8 litros equipado com dois turbocompressores e potência de 525 cv a 6.800 rpm, com torque máximo de 69,3 mkgf a 2.300 rpm. Não foram divulgados dados de desempenho, mas temos certeza de que não nos decepcionaríamos com ele.
Olhando para a pintura amarela fica impossível não lembrar do clássico Ruf CTR Yellowbird. A boa notícia é que a cor não é única coisa que remete ao ex-Porsche-mais-rápido-do-mundo: caminhando em direção à traseira, você depara com um aerofólio do tipo “rabo de pato” que é um aceno nostálgico aos Porsche (e Ruf) dos anos 70 e 80.
Você poderá optar pela tração traseira ou integral. Além das modificações mecânicas, o RCT também oferece alguns opcionais interessantes, como gaiola de proteção, suspensão ajustável e pintura personalizada. Você ficaria com o Ruf RCT ou um Porsche 911 original?
[ Fotos: GTSpirit, Autoblog ]