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Jaguar encerra produção de quase todos os seus modelos
O futuro da Jaguar é nebuloso. A marca nunca foi exatamente estável, e sempre dependeu muito do mercado britânico — em especial do dinheiro dos contribuintes britânicos, pois fazia parte da British Leyland, uma corporação formada a partir da estatização de praticamente todas as fabricantes britânicas. Nos anos 1980 ela acabou comprada pela Ford, que até conseguiu fazer algo diferente com ela e chegou a tornar a Jaguar mais interessante, criando super-peruas, super-sedãs, super-speedsters e até super-SUVs. O espírito original da Jaguar estava de volta.
Esse período até continuou nos primeiros anos da “era Tata”, mas no início desta década, a Jaguar decidiu que só venderia carros elétricos até 2025. E como estamos a apenas um ano do prazo, a estratégia está sendo colocada em prática. De uma só vez, a marca está matando o XE, o XF, F-Type, E-Pace e o I-Pace (sim, até o elétrico foi pro saco), deixando apenas o F-Pace em produção. É realmente o fim de uma era — e talvez o fim da Jaguar, em uma análise mais pessimista.
Isso, porque os elétricos ainda encontram dificuldades para embalar em todo o mundo e são muito dependentes das isenções e benefícios concedidos pelos governos como estímulo às tecnologias limpas. Contudo, estes benefícios vêm sendo retirados à medida em que o volume de carros elétricos aumenta. Isso faz com que a decisão da Jaguar de vender apenas veículos elétricos a coloque em um nicho ainda menor — uma vez que a Jaguar sempre atuou em alguns segmentos superiores do mercado. Sem a oferta de motores de combustão interna, ela reduzirá sua oferta aos elétricos — onde concorrerá com dezenas de fabricantes que também fazem carros a combustão interna.
Os planos incluem limitar a produção a 50.000 unidades anuais, concentrando-se em modelos de maior valor agregado. Todos serão baseados na arquitetura JEA de entre-eixos longo, que foi desenvolvida especificamente para a Jaguar, o que permitirá que os modelos tenham tração integral, esterçamento do eixo traseiro e capacidade de recarga rápida. Além disso, os carros terão design inspirado pelo estilo minimalista e não terão nada dos antigos modelos de combustão interna, e até mesmo o gato saltitante deixará de ser usado em favor de um letreiro “Jaguar”.
É uma estratégia mais arriscada que ousada, não somente por que ela depende do panorama do mercado em relação aos carros elétrico, além da qualidade e aceitação dos substitutos destes modelos, que começarão a chegar ainda neste ano. Ela é arriscada especialmente por que visa fazer menos carros com preços mais elevados. Caso os carros não convençam os compradores — como os atuais modelos descontinuados não convenceram — a estratégia pode trazer prejuízos, afastando investidores e terminando de diluir o que restou da tradição Jaguar. (Leo Contesini)
Czinger 21C bate recorde em Goodwood
Há muito mais no Czinger 21C que apenas mais um hipercarro caro de baixa produção: é como uma experiência de uma empresa aerospacial-militar em fazer projeto e produção de uma forma diferente. Segundo uma revista americana, “O Czinger 21C parece ter chegado de um planeta distante. Em vez disso, vem da Califórnia, que é quase a mesma coisa”. Suas peças são projetadas sem se ater a formas geométricas, por todas elas serem impressas em 3D, livres das amarras tradicionais de moldes e estampos. Para realizar geomtrias tão estranhas, o processo de desenho tem auxílio de ferramentas de IA.
Parece apenas marquetês, um papo corporativo saído direto de um business bingo. Mas não é; aqui é uma forma realmente moderna e diferente de se construir carros. A proposta de venda, porém, hoje chega a ser conservadora: um supercarro limitado à 80 unidades, tem um monocoque central de fibra de carbono e subframes dianteiros e traseiros em metal para segurar a mecânica; um motor V-8 biturbo de 2,88 litros que atinge 11.000 rpm em posição central-traseira, combinado com dois motores elétricos montados na frente, e um total de 1.250 cv. A única novidade real nesse sentido é ser um monoposto.
Mas além de ser uma incrível olhadela no futuro do desenho mecânico e da produção (ao menos, em pequena escala e alto preço), é também um hipercarro sério e real. O exemplo disso é que a empresa acaba de tomar o recorde de carro de produção normal, licenciado para as ruas, na subida de montanha de Goodwood. O recordista anterior era o elétrico Rimac Nevera. O recorde aconteceu no Goodwood Festival of Speed deste ano. O Juliano Barata esteve lá este ano, e sim, teremos mais conteúdo sobre o famoso evento.
O recorde foi com um 21C normal; a Czinger também vende um 21C V Max que pode atingir 407 km/h em vez de 352 km/h do carro normal. Além disso, há um Blackbird 21C com 1.350 cv e foco em tempos de volta em pista; é o mais raro de todos, limitado a apenas quatro carros.
Ano passado o Nevera obteve o recorde com um tempo de 49,32 segundos. Com o piloto Chris Ward ao volante, este ano o Czinger 21C cruzou a linha de chegada em apenas 48,83 segundos. Como referência, o melhor tempo já registrado na prova, pelo McMurtry Spéirling elétrico e monoposto (e não possível de ser licenciado para o uso na rua), é de 39,08 segundos. (MAO)
Ram 1200 é Fiat Titano mexicana
Independentemente do que achamos do veículo em si, não deixa de ser fascinante a história da picape que conhecemos aqui recentemente com o nome de Fiat Titano. Este carro apareceu pela primeira vez em 2019, na China, com o nome de Changan Kaicene F70.
Era um desenvolvimento em conjunto da chinesa Changan Automobile e a então PSA; depois apareceu na Europa, ainda fabricado na China, como o “Peugeot Landtrek”. Como a Stellantis aconteceu, o treco se espalhou feito fogo na relva seca: temos aqui no Brasil agora o tal do Fiat Titano, por exemplo.
E agora, no México, mas uma variação no tema aparece: o Ram 1200. Sim, é isso mesmo: a marca profundamente ligada à maneira americana de se fazer picapes agora tem uma versão de uma picape sino-francesa em seu portfólio. O interessante é que aqui no Brasil, a opção Ram nesse tamanho é a monobloco e FWD-based Rampage; uma opção muito mais moderna e eficiente.
Tomando emprestada a carroceria de seus primos Peugeot e Fiat, o Ram 1200 se diferencia com uma grade exclusiva e um emblema Ram proeminente na porta traseira. Vem em duas configurações: uma cabine simples de duas portas e uma cabine dupla de quatro portas, ambas oferecendo diferentes comprimentos de cama para atender a diversas necessidades. Esse tipo de versatilidade de cabine e caçamba, na verdade, a grande vantagem técnica do chassi sobre cabina, comparado ao monobloco.
O acabamento Tradesman básico apresenta um para-choque de plástico sem pintura e rodas de aço de 16 polegadas. O Bighorn e o Laramie, tem para-choques na cor da carroceria, rodas de liga leve de 18 polegadas, iluminação LED adicional (potencialmente faróis de neblina ou luzes diurnas) e grades com detalhes cromados.
Sob o capô, o Ram 1200 mexicano somente tem motor a gasolina: um 2,4 litros turbo de quatro cilindros em linha. Dá 207 cv e 32,1 mkgf de torque, e pode ser combinado com um manual de seis velocidades ou um automático de seis velocidades. Tradesman e Bighorn tem tração traseira, e o Laramie topo de linha vem com 4WD.
Ram 1200 será importado da China. O preço começa no equivalente em pesos mexicanos de R$ 137.919 para a Tradesman Regular Cab 4×2 básica, e vai até R$ 207.359 para o Laramie topo de linha. 4×4 automático. (MAO)
O Ford Raptor para o Rali Dakar
Construído para competir no Rali Dakar, este é o novo Ford Raptor T1+, que fez sua estreia no Goodwood Festival of Speed desta semana.
O carro de corrida tem uma suspensão sofisticada independente por duplo-A sobreposto de longo curso nas quatro rodas. Os amortecedores são Fox ajustáveis com até 350 mm de curso. Ele roda com pneus off-road de 37 polegadas montados em rodas de 17 polegadas. A Ford diz que o T1 + tem 400 mm de distância ao solo.
A estrutura é um spaceframe de tubos de aço, e os painéis da carroceria são feitos de fibra de carbono. O carro vem com livery da Red Bull, já que as duas empresas formaram uma parceria que levará a Ford de volta à Fórmula 1. Outros elementos visuais de destaque encontrados no T1 + incluem uma placa protetora dianteira com recorte “Raptor” e inscrição “FORD” distinta na grade entre dois elementos de iluminação em forma de C.
Um V-8 de 5,0 litros baseado no “Coyote” do Mustang é de onde vem a força para este novo carro. Vem com um sistema de cárter seco e um escapamento projetado para o abuso deste tipo de competição. A Ford não divulgou mais detalhes sobre ele.
O Raptor T1+ será pilotado por Carlos Sainz Sr. e Nani Roma; a Ford diz que mais dois pilotos serão anunciados posteriormente. O próximo Rally Dakar está agendado para 4 a 17 de janeiro de 2025. (MAO)
Porsche Panamera bate recorde em Nurburgring
Uma nova versão do Porsche Panamera, de nome ainda não divulgado, acaba de bater um recorde no Nurburgring. Ok, é um recorde meio específico: o carro mais rápido no segmento “executivo”. Mas um recorde de qualquer forma.
Esse novo V8 híbrido deu a volta no famoso circuito em 7 minutos e 24,17 segundos na sexta-feira. A Porsche diz que o modelo é de pré-produção, e representativo do que você encontrará em uma concessionária, exceto por um banco concha para o piloto Lars Kern e um santantônio obrigatório. Embora a Porsche não tenha revelado quaisquer especificações do trem de força, a empresa disse que o carro usou sua nova suspensão Active Ride, introduzida pela primeira vez no Panamera no início deste ano, para bater o recorde.
O carro provavelmente se chamará Turbo S E-Hybrid. Usa pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 opcionais em rodas de 21 polegadas desenvolvidos especificamente para ele. O carro também foi equipado com um novo kit de carroceria aerodinâmica opcional em fibra de carbono.
O tempo é cinco segundos mais rápido que o Panamera Turbo S da última geração. É também mais de três segundos mais rápido que o recordista anterior, o Mercedes-AMG GT63 S de quatro portas. O Porsche Taycan Turbo GT totalmente elétrico permanece ainda mais rápido, porém. E se parece um contrassenso sedãs de luxo brigando por recordes em pista, bem… é só como são as coisas hoje em dia. A Porsche garante que sua suspensão ativa mantém o conforto de rodagem. (MAO)