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Jet Sprint: a categoria de corrida mais insana do planeta não é disputada no asfalto

Tudo bem, confessamos: esta não foi a primeira e nem será a última vez que chamamos uma categoria de corrida de “a mais insana do planeta”, mas isso é um detalhe. O que importa de verdade é que, do outro lado do mundo, existe uma modalidade de corridas de barcos com motores V8 que atingem até 160 km/h e fazem curvas como se fossem Jet Skis. E você acha que, por serem disputadas na água, as corridas são menos perigosas? Engano seu, meu amigo.

As corridas de Jet Sprint surgiram na Nova Zelândia em 1981 por um cara chamado Brian Scott. A história que se conta (e que não é confirmada) diz que ele e mais quatro amigos assistiam a uma corrida de automóveis quando tiveram a ideia de fazer algo parecido, mas com barcos tripulados por um piloto e um navegador, que disputariam baterias de tempo em um “circuito” entre as ilhas de um rio próximo a onde eles moravam.

Não era uma corrida com vários barcos disputando posições, e sim uma espécie de time attack: cada piloto percorreria o circuito sozinho e o vencedor seria o que virasse o tempo mais baixo. Poucos anos depois, na metade da década de 1980, as corridas chegaram à Austrália que, devido ao clima mais seco que na Nova Zelândia e à ausência de rios largos onde as provas pudessem ser realizadas, cavavam canais de cerca de um metro de profundidade e 3,5 metros de largura — rasos, estreitos e sinuosos — ao lado dos rios. Depois que a competição acabava, toda a terra era colocada de volta na “pista” e a corrida seguinte recebia um traçado totalmente novo.

Na década de 1990, o Jet Sprint chegou à América do Norte e até hoje é disputada nos EUA e no Canadá. Hoje em dia os barcos correm apenas em canais artificiais, que oferecem melhor infraestutura e segurança — algo necessário quando se está deslizando a uma média de 128 km/h apenas com a propulsão do barco dentro da água. Todos os barcos têm gaiolas de proteção, pois acidentes com capotamentos são comuns e esperados — diferentemente do que parece, a água não é exatamente “mole” quando você bate nela a 130 km/h, e ainda tem a questão das margens de terra e de voos para a terra firme.

Existem três grandes associações de Jet Sprint: a V8 Superboats, da Austrália (uma óbvia homenagem à V8 Supercars), a New Zealand Jet Sprint Association, da Nova Zelândia, e a USSBA (United States Sprint Boat Association), dos EUA. Embora tenham nomes diferentes e sejam de países diferentes, as três determinam regras bem semelhantes para as competições.

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Os barcos: eles são curtos, medindo entre 3,8 e quatro metros, parafazer curvas com agilidade — cada bateria leva entre 45 e 60 segundos e um barco com casco longo teria dificuldades para mudar de direção cerca de 30 vezes neste tempo. Em uma curva de alta, um barco de Jet Sprint pode gerar até 7G de aceleração lateral! E quando um deles sai da “pista”…

As embarcações são divididas em categorias, determinadas pelo tamanho do motor. Há duas categorias internacionalmente reconhecidas: Classe A e Super Boats. A primeira usa motores de V8 de 3,8 litros (com indução forçada), seis litros (bloco de aço e cabeçotes de alumínio) e 6,7 litros (bloco e cabeçote de aço), todos carburados, com duas válvulas por cilindro e comando no bloco. Queimando gasolina de aviação de alta octanagem, os motores entregam até 650 cv.

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Já a categoria Super Boats — a mais rápida e perigosa — usa motores de 3,8 (com turbo ou supercharger) ou 6,5 litros (naturalmente aspirados) que podem ou não ter cabeçotes de quatro válvulas por cilindro. Os motores têm injeção eletrônica e queimam metanol, entregando 950 cv no caso dos small block ou até 1.400 cv para os big block. São como muscle cars preparados ao extremo — exceto que não são carros, e sim barcos.

Também existem categorias locais em cada país — a V8 Superboats, por exemplo, tem uma categoria de acesso com barcos equipados com o V8 Small Block Chevrolet de 350 pol³ e até 500 cv.

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Assistindo aos vídeos e vendo as fotos, você consegue entender porque dissemos que as corridas de Jet Sprint são a categoria de corrida mais insana do planeta? É bom que consiga, pois vai ser difícil superá-las no nosso ranking.