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Juntos, estes dois SUVs somam 4.000 cv – e deixam superesportivos para trás

Utilitários esportivos, apesar do nome, não são exatamente esportivos (e, considerando seu uso mais comum, também não são lá muito utilitários). Eles são pesadões, quadradões, grandalhões e têm centro de gravidade elevado e suspensão voltada ao conforto e/ou robustez. Podem ser espaçosos e alguns, até relativamente potentes, mas não foram feitos para empolgar ao volante.

O que não impede certas companhias de transformá-los em verdadeiros monstros, com muito mais potência e capacidade dinâmica do que qualquer utilitário esportivo sai da fábrica. Veículos que deixam caras como o Range Rover Sport SVR, o Bentley Bentayga, o Porsche Cayenne e o Alfa Romeo Stelvio no chinelo.

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São projetos exclusivos, one-off, feitos para mostrar a capacidade dos times de engenharia responsáveis pelos mesmos. Trouxemos dois deles, e ambos andaram atraindo bastante a atenção da mídia automotiva por estes tempos: o Toyota Land Speed Cruiser e o Nissan Patrol R.

O primeiro deles, como dá para sacar, foi feito com base no Toyota Land Cruiser, pela própria fabricante. O “Speed” no meio do nome é um trocadilho com land speed record (“recorde de velocidade em terra”), e por uma boa razão: ele foi feito para ser o SUV mais veloz do planeta.

Apresentado no SEMA Show no ano passado, o Toyota Land Speed Cruiser é criação da própria fabricante. O objetivo, além de impressionar os presentes ao evento, era bem específico: superar o recordista anterior, o Mercedes-Benz GLK preparado pela Brabus, que em 2009 chegou aos 339 km/h.

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A escolha pelo Land Cruiser, segundo maior SUV da Toyota (perdendo apenas para o gigantesco Sequoia), foi uma questão de testar a própria capacidade. O veículo pesa nada menos que 2.600 kg, tem a aerodinâmica de um tijolo e foi feito para atravessar terrenos difíceis com seu V8 de 5,7 litros com comando duplo nos cabeçotes e 386 cv, e não para acelerar no asfalto. Mas era algo que precisava ser feito.

Para tal, o time de engenheiros da Toyota calculou que fossem necessários ao menos 1.900 cv. A ideia era fazê-lo com o motor e o chassi original, nada de swap ou estrutura tubular. O motro recebeu dois turbocompressores Garrett feitos sob medida, alojados atrás dos faróis e capazes de entregar até 3,8 bar de pressão. Par lidar com a força extra, o motor recebeu reforços no bloco e componentes internos forjados – feitos para aguentar até 4.000 cv. A potência, porém, foi limitada a “mais de 2.000 cv” (um número exato não foi dado) de forma confiável e segura. A transmissão automática original foi substituída por uma caixa de três marchas feita sob medida para carros de arrancada, feita para suportar até 3.000 cv, que leva a força para as rodas traseiras através de um diferencial de deslizamento limitado Weissman, enquanto a suspensão foi preparada pela TRD, a divisão de competição da Toyota.

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O chassi teve as longarinas modificadas para deslocar o conjunto de suspensão deixar o Land Cruiser mais baixo, colocando seu centro de gravidade mais perto do chão, e os eixos ficaram 7,6 cm mais estreitos para acomodar os pneus Michelin Pilot Supersport, que são mais largos. O interior, que recebeu uma gaiola de proteção integral, foi aliviado, perdendo o banco traseiro e alguns componentes de acabamento, mas a redução de peso foi apenas marginal. De acordo com a Toyota, o Land Speed Cruiser ainda pesa 2,6 toneladas, e isto é bom para a tração.

O SUV foi levado para o aeroporto do deserto de Mojave, na Califórnia, cuja pista de pouso tem 4 km de extensão, dos quais 2,5 km foram usados para a aceleração, enquanto os 1.500 metros restantes ficaram reservados à frenagem.

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O piloto da Nascar Carl Edwards assumiu o volante na hora de colocar o projeto à prova. Ele disse que, ao atingir 225 mph (382 km/h), o Land Speed Cruiser começou a “dançar um pouco”, mas que foi instruído a seguir acelerando independentemente de qualquer coisa. A empreitada foi bem sucedida e, no último dia 5, a Toyota divulgou o vídeo abaixo, registrando o feito e parte do processo de modificação do utilitário.

O outro SUV que viemos mostrar hoje não é um recordista, mas também é bem impressionante. E você já deve tê-lo visto se assistiu o último episódio da primeira temporada de The Grand Tour, programa de Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May no serviço de streaming Amazon Prime.

O Nissan Patrol de quinta geração foi fabricado entre 1997 e 2010, dando lugar à geração atual depois disto. Embora seja um SUV mais compacto que o Land Cruiser – especialmente em sua versão de duas portas, que lembra um Ford Bronco japonês – ele também não foi feito para acelerar. E, definitivamente, não foi feito para ser mais veloz que um Porsche 918 Spyder em uma via expressa de Dubai.

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Acontece que o Patrol usado em The Grand Tour não é exatamente um Patrol. Está mais para um Nissan GT-R com outra carroceria, de acordo com este vídeo feito pelos caras do 1320Video:

“Eles nos enviaram um Nissan GT-R e receberam uma carroceria de volta”, disseram os caras da F Performance Garage, preparadora de Dubai que cuidou do projeto. “Basicamente tudo o que você pode desaparafusar do carro foi encaixado aqui”.

Isto significa que, por baixo da carroceria do Patrol está o motor VR38DETT do Nissan GT-R, sua transmissão de dupla embreagem e sete marchas, levando a força para as quatro rodas. O motor foi preparado pela T1 Race Developments, que aplicou um de seus pacotes de preparação no V6 biturbo. As modificações incluem reforços no bloco, curso ampliado para que o deslocamento chegue a 4,1 litros, turbos maiores, comandos de válvula mais agressivos, regulador de pressão, ECU reprogramada e um sistema de alimentação mais eficaz. A potência chega a 1.900 cv, pelo menos.

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A suspensão, os subchassis e os freios também vieram do Nissan GT-R, que só não forneceu os pneus. As rodas com pintura dourada e a carroceria branca, mais a suspensão rebaixada, dão ao Patrol visual típico de esportivo tuner japonês. Se disséssemos que ficou ruim, seríamos hipócritas.

É um projeto menos estranho que o Land Speed Cruiser por uma razão simples: além de ser menor e mais leve, o Nissan Patrol de duas portas também é uma plataforma de modificação bastante comum no Oriente Médio e na Austrália, mercados onde faz mais sucesso. A maioria deles, porém, usa como base o seis-em-linha original do carro, que também não é exatamente manso: são 4,8 litros e 251 cv. O exemplar abaixo tem um turbo Garrett GT48 e, em seu acerto menos potente, entrega cerca de 800 cv.