Olá galera do FlatOut, meu nome é Wellington Lemes, tenho 22 anos, e aqui vou contar um pouco da minha paixão por carros que me levou a este Peugeot 206 1.6 16v 2003.
Minha família não é exatamente gerhead, ainda que alguns admirem as máquinas de duas rodas. A paixão veio mesmo de mim, e acho que, como muitos, se inflamou de vez com o Velozes e Furiosos – na época eu tinha entre dez e onze anos. Conforme o tempo passou, outros filmes da série continuaram alimentando o vício – e quando o Need for Speed Underground veio, daí ela disparou, especialmente com os Honda Civic. Acabei influenciando meu pai a comprar um Civic 2000 quatro portas, uma pena que o sedã não ficou na família muito tempo. Porém, meu objetivo ainda era ter um Civic, agora um coupé, 1997!
Mas aí algo aconteceu e tudo mudou. Quando tinha algo entre 16 e 17, conheci um carro que acabaria fazendo parte da minha vida de forma tão intensa que jamais poderia supor. Em 2006, numa viagem para o interior do Paraná, um primo do meu pai pediu ao meu pai para dirigir o seu carro, pois este primo iria dirigir o carro da namorada. Era um Peugeot 206 Rallye 1.6 16v preto, com body kit WRC, rodas Ouragan e todas as firulas de época originais da Peugeot. Ao longo desta viagem conheci e me encantei a cada quilômetro com o hatch, que se tornou uma opção.
O Peugeot era igual a este, mas preto
Quando completei dezoito foi a época da decisão automotiva. Logo dei a opção do Civic para o meu pai, uma vez que ele me ajudaria a pagar. Mas ele negou e não aceitou argumentos, pois era um carro grande, etc, etc. Nessa eu já lembrei do francesinho que tinha conquistado um espaço no meu coração.
Contudo, uma condição foi imposta: ser quatro portas, o que já seria um impeditivo para um projeto como o que estou correndo atrás hoje. Na época, minha intenção era só fazer algo com as rodas, melhorar um pouco o motor e a suspensão… enfim, o ABC mesmo. E assim, surgiu o meu primeiro 206, um Presence 1.4 8v 2005 a gasolina.
Meu primeiro 206, quando o peguei…
Aprendendo mais sobre a história do 206 e suas versões, o meu objetivo foi mudando. Agora queria montar um RC, GTi180, que acabou não vindo ao Brasil. Mesmo sendo quatro portas, dei uma personalizada no meu carro para lembrar algo dele. Contudo, no começo de 2012 meu pai teve alguns problemas em sua empresa – e somando um sério problema na documentação (feito pela revendedora), o 206 teve de ser entregue.
Com um pouco mais de dinheiro e com os valores dos carros que queria mais acessíveis, recomecei a busca. Tive a ideia de matar a vontade de ter um Civic , mas depois de quase três anos de alegria com aquele francês, e por ele fazer parte da história de minha vida e dos bons momentos com minha atual namorada/noiva, sabia que minha história com a Peugeot não tinha terminado.
A Busca
Nestes três anos de Clube Peugeot, fiz muitos amigos e aprendi muito sobre o carro. Já sabia que queria seguir o estilo RC/GTi 180 – e para isso, teria de ir atrás de um Quiksilver ou Rallye, já que eram os mais próximos em questão de equipamentos e acessórios exclusivos do modelo que queria reproduzir, incluindo os para-lamas alargados.
Foram quase 11 meses de busca. A maioria dos carros estavam muito judiados, com problemas elétricos ou com quilometragem alta demais – pra lá de 150 mil km, que seria normal para um carro 2003/2004. Eu que queria demais!
No meio disso, apareceu um Rallye 2003 na minha rua, inteirinho, de um vizinho que havia herdado de seu pai. Todo dia que este cara voltava ficava admirando o 206 na rua, pois ele não tinha garagem para todos os carros. Eis que um dia o carro desaparece – fui reencontrá-lo numa revendedora perto de casa.
Peguei minha noiva Mariana e um grande amigo meu, o Flávio (outro apaixonado por carros!), para olharmos o 206. Ao entrar nele, fiquei apaixonado: tudo novinho, apenas 63 mil km rodados, documentação completa, um monte de notas. Foi amor à primeira vista, mas o preço que a loja pedia era exorbitante em relação à tabela – e como estávamos em um momento mais delicado na empresa, não tínhamos como financiar.
Fui triste para casa, sabendo que ia perder o carro. Mas minha noiva e meus amigos insistiram para que eu falasse com o dono e tentasse algumas propostas. Depois de muitas conversas, ele finalmente aceitou – e assim, realizei o meu sonho e adquiri aquele Rallye – este da foto aí embaixo!
Peugeot 1.6 16v, 110 cv, gasolina, freios a disco nas quatro rodas, bancos semi-concha, computador de bordo, rodas aro 14 de liga leve, ar-condicionado, vidros elétricos, direção hidráulica, air bag duplo… a lista de itens é extensa!
Partindo daí, fui montando o Rallye aos poucos. Neste mês (abril), farei um ano com este carro, que atualmente tem 71 mil km. Hoje ele já tem o visual do RC/GTi 180 – nos próximos posts vou contar o passo a passo de como foi a montagem, a busca das peças e todas as ajudas que meus amigos deram para que o projeto chegasse onde está hoje.
Gostaria de agradecer a vocês do FlatOut, ao Clubpeugeot.com, aos amigos que fiz e os que já eram antes do Clube, e principalmente à minha noiva Mariana, que teve de aguentar todos estes anos de tristezas, alegrias e sacrifícios por uma peça aqui, outra ali e por aí vai. Um abraço e obrigado pelo carinho!
Por Wellington Lemes, Project Cars #68