Foi revelado ontem o Lamborghini Aventador LP 750-4 Superveloce, vulgo SV. Se você está familiarizado com a nomenclatura da Lamborghini, já sabe que ao menos que ele tem 750 cv e tração nas quatro rodas. Superveloce, por sua vez, significa “super veloz” em italiano e, bem, não temos motivos para duvidar.
A Lamborghini começou a usar a denominação “SV” lá em 1971, quando foi lançada a última série do Miura, cujo V12 de quatro litros recebeu modificações nos comandos de válvulas e nos carburadores para ganhar 15 cv (de 370 para 385 cv). Depois, voltou a usar novamente no Diablo — desta vez, para a versão de base.
Então, em 2009, a Lamborghini apresentou ao mundo a última versão do Murciélago, o 670-4 SV, e a sigla ganhou o significado que tem hoje: a versão mais potente e extrema dos modelos com motor V12 da Lamborghini. Agora, aos cinco anos de idade (já?) o Aventador ganhou a sua versão Superveloce. Mas o que ele ganhou? Exatamente 50 cv — e perdeu 50 kg.
As especificações técnicas deixam evidentes que o foco da Lamborghini foi a redução de peso, com a adoção de portas, para-lamas, tomadas de ar na dianteira e asa traseira feitas de fibra de carbono — o mesmo material do monocoque. Por dentro, a receita é a mesma: os bancos e revestimentos de porta usam o compósito, e coisas que não servem para fazer o carro andar mais rápido — como o sistema multimídia, os tapetes e parte do isolamento acústico — foram eliminadas. A Lamborghini diz que “cada detalhe do Aventador Superveloce foi otimizado para conseguir o peso mais baixo possível” e, de fato, conseguiram eliminar 50 kg, levando o peso total aos 1.525 kg.
Além da dieta das fibras de carbono, o Aventador SV ganhou 50 cv, conseguido através de modificações na ECU e no sistema de variação do comando de válvulas e da adoção de um sistema de escape mais leve e menos restritivo. Com isso o V12 aspirado de 6,5 litros agora entrega 750 cv a 8.400 rpm e 70,4 mkgf de torque a 5.500 rpm. Para efeito de comparação, o Aventador “normal” entrega 700 cv a 8.250 rpm (o torque não mudou, são 70,9 mkgf a 5.500 rpm). O motor também gira mais, com limite de 8.500 rpm — e segundo a Lamborghini, ronca mais bonito graças ao novo sistema de escape. Fazendo as contas, o Aventador SV tem uma relação peso-potência de 2.03 kg/cv.
A transmissão continua sendo a ISR, manual automatizada que, apesar de não ter embreagem dupla, é a mais rápida do mundo de acordo com a Lamborghini, trocando marchas em 50 milissegundos. A força é levada para as quatro rodas através de um sistema de tração integral Haldex de quarta geração com diferencial de acoplamento viscoso controlado eletronicamente, de modo a variar a distribuição do torque entre os eixos dianteiro e traseiro continuamente de acordo com as condições de aderência.
O conjunto é capaz de levar o Aventador SV aos 100 km/h em 2,8 segundos – 0,1s a menos —, mas a Lamborghini diz que o mais importante é o comportamento dinâmico, que é otimizado pelo sistema de suspensão pushrod com amortecedores magnetorreológicos, que são preenchidos com um fluido magnético cuja densidade varia continuamente de acordo com as condições de rodagem/pilotagem. O sistema de direção também recebeu um novo sistema de assistência eletro-mecânica variável.
O motor, a suspensão, a transmissão e o sistema de tração integral podem ser calibrados de formas diferentes variando os modos de direção — Strada (para as ruas), Sport (naturalmente, um modo mais esportivo), e Corsa (otimizado para as pistas).
Mas boa parte destas mudanças você não vê. O que você vê?
O carro teve o conjunto aerodinâmico refeito e, de acordo com a Lamborghini, é 150% mais eficiente e gera 170% mais downforce. A nova asa traseira de fibra de carbono tem três posições que podem ser selecionadas manualmente de acordo com a necessidade: mais estabilidade ou maior velocidade. A dianteira ganhou um spoiler maior e a traseira foi redesenhada com novos componentes em fibra de carbono, um enorme difusor e uma nova grade para dissipar o calor do motor com mais eficiência.
As rodas forjadas, de 20 polegadas na dianteira e 21 polegadas na traseira, têm visual exclusivo e são calçadas com pneus Pirell P Zero Corsa e abrigam freios de carbono cerâmica. Opcional é o sistema de cubo rápido, com apenas um parafuso, como nos carros de competição.
O carro foi apresentado hoje no Salão de Genebra por Stephan Winkelmann, CEO da Lamborghini, e começará a ser vendido no início do segundo semestre na Europa, custando a partir de € 327.190, ou cerca de R$ 1 milhão em conversão direta.