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Lamborghini Countach e Miura juntos: o encontro dos esportivos que definiram os supercarros do futuro

Hoje parece difícil acreditar, mas em um intervalo de apenas cinco anos a Lamborghini colocou no mundo o Miura e, em seguida o Countach. Isso é particularmente impressionante se você parar e pensar pois, juntos, eles praticamente definiram o supercarro moderno.

Na verdade, foi depois que o jornalista britânico J.L.K. Sethright chamou o Miura de “supercarro” que o termo se popularizou e passou a designar esportivos com visual de outro mundo e desempenho incrível. Ele não foi o primeiro carro com mais de 300 cv, nem o primeiro esportivo com motor transversal, e muito menos o primeiro com motor traseiro e o primeiro a ter um visual arrebatador, mas certamente foi o primeiro a reunir todas essas características. Era de fato mais que um carro — o prefixo super nunca soou tão adequado. Ou você chamaria por outro nome um carro que chegava a 281 km/h em 1971?

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Aparentemente a Lamborghini entendeu o conceito de “supercarro” e apenas cinco anos depois de apresentar o Miura em Genebra, eles apareceram no Salão de Genebra de 1971 com isto:

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O conceito Countach LP-500. Um carro vindo direto do futuro que os designers sonharam para seus conceitos. Ele tinha visual ainda mais marcante, linhas geométricas em uma época de elementos circulares e curvas suaves, e portas que se abriam de um jeito ainda mais excêntrico que as asas-de-gaivota do antigo Mercedes 300SL. Embora fosse só um conceito em 1971, o Countach era tão fodástico que foi produzido com a mesma silhueta básica entre 1974 e 1990 sem nunca parecer envelhecido. Mais ainda: seu perfil persiste até hoje no Aventador, depois de ser herdado pelo Diablo e Murciélago — e praticamente todos os supercarros produzidos desde que ele saiu de cena.

Diante disso, é difícil negar que estes dois caras tiveram papel fundamental na definição do supercarro moderno. Foi por isso que o pessoal da revista Car conseguiu unir em vídeo estes pioneiros. Talvez não seja a primeira vez que alguém faz isso, mas a maneira como o Miura e o Countach são demonstrados e testados lado a lado, em sequência, torna este vídeo um dos melhores para entender esse papel da dupla na história. De quebra, eles contaram como é dirigir esses carros atualmente.

Os modelos usados no vídeo são um Miura Super Veloce, ou SV, 1971, que tinha 385 cv — 15 cv a mais que o P400 — e chegava a 281 km/h, e o Countach 5000 QV, que produzia 461 cv em vez dos 420 cv do modelo original.

Respeitando a preferência aos mais idosos, o primeiro a ser testado é o Miura SV. Apesar da ergonomia terrível para os mais altos, ele compensa essa “característica” incômoda com um belo painel de instrumentos voltados ao motorista, a grelha metálica por onde corre o câmbio de cinco marchas (clic-clic) e, a cereja do bolo, uma simples janela plástica separando o cockpit do V12 italiano.

Em movimento ele é exatamente o que se fala dos esportivos de sua época: direção leve, porém precisa e comunicativa, embreagem pesada, freios que só funcionam quando você pisa com força e câmbio que exige algum esforço e precisão para engrenar as marchas.  O acelerador é pesado, mas uma vez vencida a força, você é recompensado com uma sensação de velocidade e uma música mecânica inigualáveis.

O Countach, por sua vez, tem suas formas geométricas refletidas na cabine, que parece ter sido toda desenhada com um esquadro. O  painel de instrumentos fica em uma caixa retangular que se projeta sobre o painel e há uma profusão de botões igualmente retangulares por toda a cabine. O retrovisor, embora normalmente seja usado para acompanhar o que acontece atrás do carro, no Countach serve para ver as tampas de válvulas do V12 que funciona logo ali atrás.

Dirigir o Countach é uma “experiência visceral” que exige esforço e concentração a cada movimento, como diz a narração. Ele não aceita abusos e você não consegue dirigi-lo instintivamente como em qualquer outro supercarro moderno — exigindo precisão e sincronia a cada guinada do volante, a cada troca de marcha, a cada vez que você toca os pedais. Em troca, ele te entrega uma experiência de pilotagem pura e brilhante.

Como conclui o vídeo, Countach e Miura são dois carros bem diferentes, unidos pela mesma essência: ambos são carros que estabeleceram novos limites, e juntos, definiram o futuro dos supercarros. Qual deles é o seu preferido?

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