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Zero a 300

Le Mans 2024 | O fim do Nissan GT-R | O último Jaguar F-Type e mais!

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Ferrari conquista Le Mans de novo em uma das edições mais disputadas da história

Depois de assistir às 24 Horas de Le Mans de 2024 chega a ser estranho pensar que há apenas dois anos a Toyota venceu a prova correndo contra si mesma — algo que, indiscutivelmente, reduziu o mérito de suas vitórias na prova, ainda que terminar uma corrida de 24 horas seja uma vitória por si, como diz a sabedoria popular.

A mudança de regulamento realizada em 2019 seguida da unificação dos regulamentos do WEC e do campeonato da IMSA teve o efeito esperado de trazer os fabricantes de volta para a competição. O resultado positivo apareceu neste último final de semana: nove fabricantes na pista e nada menos que nove carros terminando a corrida na mesma volta, com diferença de menos de 40 segundos entre o primeiro e o quarto colocado.

Foi, de longe, uma das edições mais disputadas da história, e que ficou em aberto até as últimas voltas, quando o relógio já encerrava seu segundo ciclo. No fim, foi a Ferrari 499P número 50, pilotada por Antonio Fuoco, Miguel Molina e Nicklas Nielsen, que faturou a edição deste ano das 24 Horas de Le Mans. O trio venceu com uma vantagem de apenas 14 segundos sobre o Toyota GR010 de José María López, Kamui Kobayashi e Nick de Vries, e 36 segundos à frente da outra Ferrari 499P, que era conduzida pelos vencedores do ano passado Alessandro Pier Guidi, Antonio Giovinazzi e James Calado.

Após a intensa troca de posições ao longo das horas — e depois de uma intervenção do safety car que durou nada menos que quatro horas devido à forte chuva e neblina intensa, as últimas três horas da corrida viram os cinco ponteiros separados por apenas 35 segundos. Tempo suficiente para ganhar ou perder por qualquer incidente na pista, ou mesmo um pit-stop mal planejado. Para adicionar uma pitada de drama à história italiana, Nicklas ainda teve um problema com o fechamento de sua porta, que o obrigou a fazer uma parada não planejada e o fez perder a liderança para o Toyota # 7, de López, e só a recuperou a 50 minutos do final, permanecendo ali para receber a bandeira quadriculada.

Na Classe LMP2, quem levou foi a United Autosports, com o carro #22 pilotado por Oliver Jarvis, Bijoy Garg e Nolan Siegel. Na GT3, previsivelmente, foi a Manthey Racing com o Porsche #91 de Richard Lietz, Morris Schuring e Yasser Shahin, que também duelou até o último minuto com o BMW M4 GT3 de Augusto Farfus, Sean Gelael e Darren Leung.

Quanto aos brasileiros, além de Farfus, que chegou em segundo na GT3, tivemos Felipe Nasr no Porsche #4, que abandonou após um acidente, Pipo Derani e Felipe Drugovich no Cadillac #311, que não conseguiram disputar a vitória por conta de um acidente com Derani, que acabou deixando o carro nos boxes por quase 2 horas para reparos e, por isso, só conseguiram chegar em 29º lugar. Na GT3, Daniel Serra também teve problemas e, mesmo chegando a ficar entre os cinco primeiros, acabou terminando em 12º. Nicolas Costa, que dividiu um dos estreantes McLaren 720S com James Cottingham e Grégoire Saucy abandonou depois de 220 voltas. (Leo Contesini)

 

Toni Roma será o sexto engenheiro-chefe do Corvette

Como a maioria sabe, engenheiro-chefe do Corvette é o cargo mais alto que um entusiasta de automóvel pode almejar nos EUA. Uma posição executiva com grande poder e liberdade, e uma linha fantástica de automóveis para administrar. Bom, pelo menos até inventarem um Corvette Mach-E ou coisa que valha.

Zora, o primeiro

Houveram até hoje cinco deles : o cargo foi criado para Zora Arkus-Duntov que ficou até 1975; depois seguiram-se Dave McLellan (1975 – 1992), Dave Hill (1992 – 2006), Tom Wallace (2006 – 2008), e finalmente o atual Engenheiro-Chefe do Corvette, Tadge Juechter, um lendário entusiasta do modelo que passou a vida profissional praticamente inteira trabalhando com ele, e liderou o desenvolvimento dos Corvettes C7 e C8. Juechter anunciou que se aposentaria dia 1 de julho de 2024. Agora sabemos o nome do seu sucessor: o sexto engenheiro-chefe do Corvette será Toni Roma.

Toni Roma, gravata borboleta e tudo, é o novo engenheiro-chefe do Corvette

Pela primeira vez, o executivo não virá da equipe de engenharia do Corvette. O Sr. Roma hoje atua como engenheiro-chefe do Cadillac Celestiq elétrico. Ele também liderará a recém-formada equipe de carros de luxo e desempenho da GM. Apesar de seu currículo apresentar uma passagem pela equipe do Corvette, Roma é um Cadillac-man: trabalhou com os série V e Blackwing, como o CTS-V e o ATS-V.

Como o Corvette foi salvo da crise global de 2008?

Mas parece que, como todos antes dele, é um entusiasta: a GM diz que Roma é certificado pela empresa para dirigir protótipos em Nürburgring, onde ele já rodou mais de 1500 voltas. Recentemente, Roma correu nas 24 Horas de Nürburgring em um Cupra Leon, e corre em dupla com o famoso ex-editor-chefe da Car and Driver americana de nome impronunciável, Csaba Csere.

Tadge Juechter

Tadge Juechter, o cara que está indo embora, fará mais uma coisa antes de se aposentar: vai supervisionar o lançamento de seu último Corvette, o certamente impressionante ZR1 biturbo, prestes a ser revelado. Uma bela maneira de ir finalmente embora with a bang. (MAO)

 

O Nissan GT-R é descontinuado

É oficial: outubro de 2024 é o último mês de produção do Nissan GT-R R35. Lançado em 2007, o carro já tem 17 anos, mas estranhamente, ainda parece atual: em 2007 foi o arauto do mundo moderno, onde peso alto era usado para alto grip, e semi-remediado por potência alta turbo. Um mundo bem comum hoje em dia: com quase 1800 kg, era impossivelmente pesado em 2007; hoje parece totalmente normal.

A empresa vai terminar a produção com duas edições especiais, Skyline e Takumi Edition. A Skyline Edition é baseada no acabamento “Premium” e vem exclusivamente em um tom de azul chamado Bayside Blue, e com um interior também azul. A Takumi Edition é uma versão do GT-R T-Spec 2024, pintada exclusivamente em Midnight Purple com freios de carbono-cerâmica, rodas forjadas RAYS douradas e para-lamas dianteiros mais largos. “Takumi” é como a empresa chama os funcionários especializados que montam o motor do GT-R; no compartimento do motor, há uma placa VIN dourada e escrita vermelha nos emblemas externos para homenageá-los.

A mecânica é inalterada: a sensacional versão feita à mão do famoso V6 “VQ” da Nissan, aqui com 3,8 litros, biturbo, e com 570 cv. Tem um transeixo traseiro DCT de seis marchas, mas outro eixo leva a potência de volta para a frente também, para dar tração 4×4 permanente. Não há informações sobre números de produção para esses modelos de edição limitada. Nos EUA, o Skyline Edition custará US$ 132.985, e o Takumi Edition, US$ 152.985.

Em um comunicado, a Nissan disse que “embora o R35 GT-R deixe um legado inesquecível, a Nissan agora está hiperfocada no futuro e na próxima era de inovação em desempenho”. A Nissan mostrou um conceito GT-R elétrico, o Hyper Force, mas este deve esperar a consolidação (ou não) da singularidade elétrica. Por enquanto morreu mesmo de verdade. (MAO)

 

Este é o último Jaguar F-Type

A Jaguar que conhecemos vem de antes do nome Jaguar. Originalmente, a empresa fazia carros de luxo chiques, mas baseados em mecânica da Standart Motor Co, uma base de carros baratos, para poder cobrar menos por eles. Chamava-se SS então; como a empresa de William Lyons que a originou se chamava Swallow Sidecars, o SS é o Standart-Swallow.

SS 100 Jaguar

Naquele ano de 1935, lança um carro esporte de dois lugares, o SS 90, o número aqui significando 90 mph, a velocidade máxima, então impressionantes 145 km/h. Em 1936 aparecia uma versão mais potente, o SS 100, bom para 160 km/h, e que ganhou um nome felino também: era o SS 100 Jaguar. Depois da guerra, com o “SS” extremamente démodé, a empresa mudou seu nome para Jaguar. O nome Jaguar se tornaria indelevelmente sinônimo de carro esporte, com várias vitórias em Le Mans inclusive lhe permitindo ser chamado de “Puro-Sangue”.

Agora, praticamente 90 anos depois, esta tradição acaba. O carro verde das fotos é o último Jaguar F-Type. Não há substituto para ele. Presta homenagem ao E-Type com uma pintura especial e um interior de couro personalizado. O exterior tem acabamento em Giola Green com capota preta, e o interior ostenta couro Windsor bege. O E-Type final de 1974 tinha exatamente a mesma configuração. Vem com o V8 de cinco litros aspirado de 450 cv, e câmbio automático.

O último F-Type irá direto para o Jaguar Daimler Heritage Trust no Reino Unido. A entidade existe desde 1983 e abriga centenas de modelos raros da Jaguar e da Daimler, que datam do final dos anos 1800. A Jaguar vendeu 87.731 exemplares do F-Type em seus 10 anos de produção.

O fim de uma longa e épica tradição de carros esporte Jaguar. É também o último Jaguar V8, essa uma tradição menor, que começou na era Ford em 1996, com o XK8. O que sobrou da Jaguar agora? Realmente importa daqui para frente? We shall not see his likeness again. (MAO)