nao existe historia na formula 1 mais incrivel que a da lotus de colin chapman literalmente uma empresa de fundo de quintal chapman de qualquer forma por força de seu intelecto superior e a capacidade de fazer amigos e aliados conseguiu coloca la ao mesmo nivel de nomes sagrados como ferrari e mercedes benz a porsche que veneramos tanto como pinaculo da capacidade tecnica automobilistica esteve poucas vezes na f1 e sempre saiu com rabo entre as pernas; soichiro honda fez coisas incriveis ali mas nao durou muito tambem nao a pequena lotus e uma historia que seria inacreditavel se nao fosse verdadeira [caption id= attachment_306642 align= aligncenter width= 736 ] chapman experimenta o primeiro lotus 49 o sorriso diz tudo[/caption] a lotus nao sobreviveu muito tempo depois da morte de chapman na f1; um exemplo de que apesar da empresa ser um repositorio enorme de talentos era o genial fundador o adesivo que juntava tudo e o motor que a levava adiante uma lotus sem chapman nao era a mesma coisa de antes mas qual e o apice desta historia o ponto alto desta trajetoria lendaria na competiçao ativo em competiçao por 30 anos chapman fez muita coisa; o suficiente para encher incontaveis livros mas entre os incontaveis livros escritos sobre ele uma saga sempre chama atençao a do lotus 49 como tudo com chapman nada nele foi novidade absoluta poucos entendem isso mas chapman era na verdade um conhecedor profundo da historia do automovel e da engenharia e um leitor voraz; o que ele fazia era pegar ideias diversas mal realizadas ou feitas em isolamento sozinhas sem sucesso e juntar tudo em criaçoes geniais que funcionavam inovava tambem claro; mas na maioria das vezes apenas conseguia realizar coisas que muitos tentaram mas nunca conseguiram uma incrivel capacidade de reverter a principios basicos de engenharia corrigir os defeitos de inovadores sem esta visao e ter imenso sucesso com o resultado se engenheiro e quem cria coisas que funcionam para um objetivo bem especifico e nada mais anthony colin bruce chapman e o maior engenheiro que existiu o lotus 49 tambem e um exemplo de como chapman sabia lidar com gente como ninguem as pessoas envolvidas no projeto sao hoje lendas; uma epoca unica onde varios genios de varias areas diferentes se juntaram com um objetivo comum e colaboraram de uma forma tao completa que hoje parece impossivel num mundo onde tudo tem que estar no papel e em contratos jim clark mike costin e keith duckworth walter hayes colin chapman monstros em suas areas lendas ainda vivas ate hoje criadores com uma obra que perdura [caption id= attachment_306606 align= aligncenter width= 736 ] da esquerda para a direita com o lotus 49 maurice phillipe o engenheiro da lotus para o 49 keith duckworth graham hill mike costin e colin chapman [/caption] uma epoca unica na beirada de uma mudança radical na f1 o 49 pintado das cores do cigarro gold leaf foi a primeira vez que as cores do pais de origem eram substituidas por cores do dinheiro uma das muitas revoluçoes que bem ou mal levam diretamente a f1 moderna começadas pelo tipo 49 o lotus 49 e tao emblematico desta mudança que deviamos falar da f1 antes e depois dele; um arauto do futuro um ponto de inflexao de curva o motor estrutural o motor sob medida para o carro a aerodinamica e a propaganda inundando de dinheiro o esporte de cavalheiros e tornando o que antes era quase amador em algo profissional e corporativo tudo começou realmente aqui e a f1 nunca mais foi a mesma o inicio antes do 49 havia o lotus 25 o monocoque de folhas de aluminio que juntas fazem de toda carroceria mesmo as partes visiveis externas parte da estrutura do carro ao abandonar o chassi ainda que fosse o leve e rigido spaceframe de tubos pequenos soldados que era a mais popular estrutura entao chapman fez os f1 darem um imenso salto evolutivo; o monocoque continua ate hoje ainda que o material hoje seja outro de novo chapman nao inventou o monobloco o cornelian de 1915 o inaugurou em competiçoes na prova de indianapolis e o voisin laboratorie de andre lefebvre em gp na europa; mas nenhum deles era tao elegante e perfeito quanto a criaçao de chapman o lotus foi o primeiro a fazer ele funcionar melhor que a competiçao [caption id= attachment_306631 align= aligncenter width= 999 ] o monobloco do lotus 25 com berço para motor [/caption] o lotus 25 com seu v8 coventry climax de 1 5 litro era um projeto muito elegante e efetivo; nas laterais do piloto ocupando o vazio dentro da soleira estrutural estavam tanques de gasolina dentro de bexigonas de borracha o 25 era leve razoavelmente rigido delicado e belissimo; ainda era uma epoca que se dizia que se e bonito deve funcionar bem algo desmentido veementemente pela realidade de hoje mas no 25 como era normal entao o monocoque se estendia para tras da parede corta fogo nas costas do piloto o motor nao era estrutural como hoje e ele a suspensao e a transmissao eram montadas na estrutura tambem o v8 era fornecido pela climax para todos os competidores em uma especificaçao unica o carro era construido em torno do motor basicamente [caption id= attachment_306611 align= aligncenter width= 999 ] o lotus 25[/caption] em 1966 a fia pergunta a todos os competidores que mudança de motor desejavam para a categoria estes conversaram entre si e resolveram pedir 3 0 litros; imaginavam que a fia como sempre ia decidir por menos e acabariam com algo em torno de 2 litros que era o numero desejado na realidade a fia apenas disse 3 litros e o que querem ok tres litros entao aprovado esta decisao pegou todos literalmente de calças curtas; principalmente os ingleses que compravam motores a maioria das vezes todo mundo correu para fazer o seu; a lotus inicialmente ficou com apenas uma versao do v8 coventry climax com deslocamento aumentado para 2 litros a brabham conseguiu com a repco australiana uma versao modificada do v8 buick de aluminio originalmente com 3 5 litros; foi campea com ele em 1966 [caption id= attachment_306644 align= aligncenter width= 594 ] brm h16[/caption] a brm inglesa faz um monstro dois 8 cilindros contrapostos de 1 5 litros juntos em um so motor; dois virabrequins unidos por engrenagens num so bloco de motor o resultado foi o enorme h 16 um motor extremamente complexo e pesado que nunca funcionou bem mas estava disponivel para compra e por isso chapman resolve usa lo a pequena van que vai buscar o motor quase nao aguenta o peso eram 252 kg de motor mais 54 kg de cambio num carro que deveria ter 500 kg pesado demais o carro de f1 da brm com o h 16 o tipo 83 por causa do motor grande e parrudo teve que eliminar a estrutura atras da parede de fogo e usar o motor e cambio como elementos estruturais chapman no seu tipo 43 com o h 16 faz o mesmo o tipo 49 nao e o primeiro carro de f1 com o motor estrutural portanto; nem mesmo o primeiro lotus mas foi o primeiro a fazer isso funcionar de verdade aqui era uma saida para um motor grande e pesado demais; e se fosse feito de proposito o cosworth dfv [caption id= attachment_306612 align= aligncenter width= 800 ] o dfv na cosworth no centro duckworth e costin [/caption] chapman pensou e se fizesse um motor moderno de competiçao leve e compacto mas com 3 litros e potencia suficiente que pudesse ser usado como o h16 como parte da estrutura na verdade e se pudesse projetar o motor junto com o carro para que ambos fossem parte integrante de um so objetivo seria sensacional imaginou nosso heroi mas era algo nunca feito antes chapman era um tipo diferente de engenheiro na sua epoca o motor era tudo carro secundario como ele mesmo nunca conseguiu fazer motor proprio passou a olha lo como mais um componente mais uma peça na equaçao nisso era diferente e o permitiu evoluir a f1 e se esse genio tivesse conseguido fazer seu motor bem na verdade ele conseguiu com ajuda de alguns amigos ex funcionarios da lotus e seu grande parceiro entao a ford promeiro falou com keith duckworth o genio dos motores que saira da lotus com mike costin para formar a cosworth a empresa tinha sucesso em f junior f3 e f2 chapman pergunta ao amigo que tal tentar f1 e se sim quanto voce precisa em grana para fazer isso duckworth lembra o metodo cientifico para determinar este custo na pequena empresa perguntei a meus socios pessoal acho que conseguimos fazer esse motor novo por umas cem mil libras esterlinas o que acham todo mundo disse sim e essa foi a quantia passada para chapman chapman agora tinha quem fizesse um motor mas precisava de dinheiro para isso esso um patrocinador nao estava interessada david brown da aston martin estava interessado demais queria controle e foi rejeitado a ford era a unica saida investida entao em competiçoes na europa e vencendo le mans mas parecia nao acreditar nesses garagistas e sua capacidade de vencer; foi preciso a intervençao de walter hayes o ex jornalista que era amigo de henry ford ii e diretor de imprensa da ford europa disse ao board por cem mil libras o que temos a perder pode ser o melhor investimento que ja fizemos palavras profeticas pela pifia quantia a ford colocou seu nome no motor de maior sucesso na historia da f1 o projeto do motor e uma historia lendaria por si so; o motor estrutural teve as fixaçoes na parede corta fogo determinadas pelas costas e busanfa de jim clark ele se sentou no chao e duckworth pegou as medidas apenas quatro parafusos seguravam o motor ao carro era um v8 extremamente compacto quanto todos usavam doze e ate dezesseis cilindros todos os equipamentos auxiliares estavam atras logico para a frente ser plana e pronta para montagem no carro [caption id= attachment_306616 align= aligncenter width= 832 ] uma turma da pesada[/caption] e a obra prima de duckworth trabalhando com chapman o motor foi feito para ser compacto simples e de facil reparo e manutençao a baixo custo; tolerancias usadas foram normais e nada exoticas para manter baixo custo para isso o angulo entre as valvulas era pequeno para um cabeçote menor e tudo era pensado para ser leve e compacto o carter seco tinha bomba incorporada e montada em posiçao baixa mas isso nao queria dizer que era um motor fraco pelo contrario duckworth escolheu a saida entao nao convencional para um v8 de usar virabrequim plano somente para simplificar o escapamento o virabrequim plano fez do dfv um motor vibrador nada suave mas duckworth acreditava que isso nao seria problema em competiçao estava correto era um monstro logo de cara com 450 cv a 9 000 rpm e com muito mais em seu futuro o lotus 49 o grande gianpaolo dallara lembra quando viu o v8 de virabrequim plano aparafusado nas costas do piloto e o resto do carro a ele isso nao vai funcionar as vibraçoes do motor mas chapman sempre obcecado em arrumar mais funçoes para cada componente fez aquilo funcionar incrivel ate hoje e a maneira que se faz monopostos com o motor parte da estrutura como sabemos nao foi inventado por chapman mas ao mesmo tempo nao existiria hoje sem ele a transmissao era uma zf 5ds 12 ao contrario de toda a concorrencia que usava as caixas originalmente vw modificadas de mike hewland o motivo era a ford que usava a zf nos gt40 e so confiava nela a diferença era basicamente que a caixa de hewland permitia troca de relaçoes de forma facilima por meio de uma capa removivel na traseira o zf so podia trocar a transmissao com ela totalmente desmontada na mesa por isso a lotus trazia varias caixas inteiras com relaçoes alternativas para as provas mas sempre foi um problema; nunca teve a versatilidade das hewland [caption id= attachment_306619 align= aligncenter width= 999 ] vitoria na primeira corrida [/caption] o 49 andou pela primeira vez na sede da lotus em hethel em maio de 1967; o carro nao estava pronto nas duas primeiras provas do campeonato e fez sua primeira prova no grande premio da holanda em zaandwort no dia 4 de junho de 1967 poucos carros tem sucesso em sua primeira prova para isso acontecer tem que ser muito superior um salto para que mesmo os inevitaveis problemas nao afetem tanto o resultado final para o lotus 49 a cosworth e a ford seria um fim de semana memoravel alem da pole position os 49 dominaram a prova; o carro de hill abandona com problemas no motor lembrem a primeira corrida dele mas jim clark vence a prova o lotus 49 mudaria tudo durante o campeonato ainda teve resultados variados ainda com varios problemas de durabilidade mas enquanto nao quebrava estava na frente por uma boa margem o futuro estava claramente escrito em 1968 primeiro campeonato completo do carro e campeao com graham hill mesmo com a tragedia da morte de clark numa prova de f2 durante 1968 mudaria as cores para o vermelho e dourado dos cigarros gold leaf; uma revoluçao nao tecnica mas talvez a mais profunda da categoria o dinheiro do tabaco e da televisao mudaria tudo no futuro altamente controverso na epoca muitos nao percebem hoje que foi nesse carro que tudo começou um ditado diz que nao ha nada mais velho que o carro de corrida da temporada passada mas o lotus 49 permanece competitivo ate 1970 quando ganha sua ultima prova em monaco com jochen rindt durante sua carreira e nele tambem que se inaugura a era dos aerofolios; montados alto em cima da suspensao traseira no inicio causam quebras e acidentes terriveis e sao banidos; mas o estudo aerodinamico passa a ser parte integrante da f1 desde entao ja no fim de 1967 walter hayes começa a ficar preocupado o dfv v8 e tao obviamente superior que todo o resto do grid que teme acabar com a graça das corridas resolve que tem que fornecer o motor a outras equipes vai falar com chapman receoso de sua reaçao; afinal de contas o motor era tao filho dele quanto de duckworth e da ford; uma reaçao adversa seria esperada diz hayes em retrospecto depois da morte de chapman ele disse e uma pena mas tudo bem nenhuma gritaria ou magoa nada por anos pensei o motivo disso sera que era uma suprema confiança em suas proprias habilidades sera um desejo de provar que nao e o motor que o fazia grande hoje sei que era isso mesmo e o futuro mostrou que ele estava certo
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