e talvez o embate brasileiro mais ferrenho esqueça flamengo e fluminense deixemos para la corinthians e palmeiras; e certamente nao vou cair na armadilha de mesmo mencionar de passagem os rivais politicos que vao tornar o ano de eleiçao momento de exercitar paciencia nivel mestre zen 13º dan nao todos esses empalidecem frente ao embate mais discutido nos postinhos brasil afora nos anos 1970 maverick gt versus opala ss como qualquer embate deste tipo cheio de preferencias pessoais preconceitos tradiçoes familiares e crenças tao arraigadas quanto fe religiosa e um que sinto dizer nunca sera resolvido a contento nada e perfeito e a crença que um dos lados em qualquer disputa deste tipo e desprovido de falhar nao e so chato e ilogico todo mundo sabe que tudo avança no compromisso em usar nao algo pronto e imutavel e impermeavel a qualquer mudança ou acerto; mas sim em se entender onde cada lado brilha e considerar ambos neste caso vencedores mas nao; a competitividade humana e considerada sagrada motor do desenvolvimento e nova religiao; um vencedor uma verdade unica tem que existir e assim afundamos cada vez mais em disputas que gastam somente energias a toa mas o maverick gt e o opala ss apesar de concorrentes contemporaneos e com muito em comum sao tambem automoveis muito diferentes certamente podem ser avaliados como se faz com todos os automoveis; podemos listar seus altos e baixos onde sao bons e onde nem tanto onde brilham e onde cheiram a peixe de ontem esquecido na pia podemos tambem comparar suas historias individuais suas vitorias e derrotas em pista e em vendas sua significancia cultural existem sim maneiras de comparar dois carros so nao espere uma resposta definitiva de uma coisa deste tipo estas comparaçoes sao realizadas nao para que um vencedor seja declarado e o assunto terminado; sao feitas para que se entendam os dois mais em detalhe e assim cada um possa decidir qual e o melhor para si mesmo simples assim; nao ha um vencedor absoluto o que mostra mais uma vez que o automovel tem muito de arte alem de maquina e produto industrial de consumo; cada pessoa ve o significado de cada carro de uma maneira sua e particular e tem sua propria experiencia e emoçao com ele emoçao sim amor paixao desejo mas tambem repulsa odio ojeriza que outra maquina faz isso se a singularidade eletrica ameaça tornar o automovel um objeto tao esteril como uma maquina de fazer pao vamos aproveitar e lembrar da epoca em que provocava entao paixoes tao extremas que desafiavam a logica; vamos lembrar desse embate lendario que ate hoje esta sem resposta opala ss o primeiro o opala veio ao brasil como sabemos fruto de um projeto que se mostraria extremamente bem ajustado para a realidade do pais apesar de amarmos as barcas americanas dos anos 1950 e 1960 por aqui nossa realidade era de pouco dinheiro gasolina cara e ruas e cidades mais apertadas que os eua a paixao ditava enormes impala v8 mas o cerebro refutava so temos dinheiro para carros do tipo europeu mais estaveis menores e com motores mais economicos a gm teve muito sucesso em juntar ambos num carro so carro europeu com motor americano era chamado de hibrido; hoje o nome e usado para outra coisa muito diferente disso mas tal qual um shelby cobra e um de tomaso pantera o opala era um deles um opel alemao com motor chevrolet americano o nome alem de significar uma pedra semipreciosa brasileira parecia a junçao de opel e impala genial genial tambem era o uso dos motores chevrolet do chevy ii americano de 1962 como praticamente todo motor americano entao era um ohv mas era totalmente moderno e eficiente tanto que em minutos dizimou sua concorrencia aqui equipada com motores antigos ainda que atualizados os coitados do aero willys e simca/chrysler esplanada a imprensa brasileira entao tinha bastante influencia europeia e chamava esses motores sempre de ultrapassados se nao tivessem comando no cabeçote; a imagem ficou de motor antigo mas nao e verdade hoje e claro; em 1968 era novo moderno e eficiente eram na verdade dois motores com varios componentes em comum um quatro em linha de 2 5 litros e um seis em linha de 3 8 litros o quatro em linha seria a base do sucesso do carro aqui mas suportado pela fama de potencia incrivel do seis nao era para menos o opala 2500 tinha desempenho melhor que os simca e aero entao imagine o seis; o opala subiu o patamar de desempenho o seis andava junto ate com o dodge dart outra novidade de alta potencia de entao mas bebendo menos combustivel em 1970 a gm capitaliza este vies e fama de matador com uma versao esportiva chevrolet esportivo em 1970 era um ss; nascia o opala ss ainda baseado na carroceria de 4 portas unica disponivel entao trazia reais diferenças mecanicas para os opala de ate entao estas logo seriam estendidas como opcional para toda linha fazendo os ss no frigir dos ovos apenas uma opçao de aparencia as novidades eram primeiro no motor com um aumento de curso do virabrequim agora o seis em linha tinha 98 4 x 89 7 mm para um total de 4093 cm3 o mitico 4100 ainda era um motor manso taxa de 7 1 e um comando que estaria em casa num caminhao a potencia maxima de 138 cv sae brutos da epoca se dava a apenas 4000 rpm o torque de 36 mkgf se dava a 2400 rpm dentro bancos separados cambio de 4 marchas no assoalho volante esportivo e painel exclusivo por fora faixas pretas e decoraçao esportiva alem disso freios a disco na frente girling varga e rodas mais largas exclusivas de 5 polegadas o carro foi muito bem recebido pela imprensa um dos mais rapidos e velozes carros nacionais mas logo depois o povo aqui fora sabia que escolhendo os opcionais adequados podia ter um opala basico com mecanica identica ao ss fora as rodas mais largas a revista quatro rodas em 1970 levou colin chapman e seu novo piloto emerson para interlagos para testar os carros brasileiros chapman disse que o opala era o seu preferido o carro que teria se morasse no brasil um elogio e tanto ao fim de 1971 chegaria o opala cupe de duas portas sem coluna; um desenho muito feliz que muito contribuiria para o sucesso dele; afinal de contas a maioria das vendas aqui ainda era de carros com duas portas e os de quatro carro de praça o ss vinha agora exclusivamente nesta carroceria em 1974 apareceria tambem o ss 4 um 2500 com carburador duplo e 98 cv sae mas agora o opala tinha um concorrente direto o ford maverick a ford contra ataca reporta a revista quatro rodas em setembro de 1971 durante quinze dias mil proprietarios de automoveis selecionados cuidadosamente pela equipe de pesquisadores do inese instituto de estudos sociais e economicos ajudaram a ford willys a escolher o tipo de carro ideal para concorrer com o opala no mercado brasileiro as preferencias dos diretores da fabrica dividiam se entre o maverick americano e o prototipo mh projeto baseado no taunus alemao mas o resultado da pesquisa favorece o maverick confirmando a opiniao dos homens do departamento de estilo da ford que o consideram o carro de tamanho medio mais apropriado para o gosto e as condiçoes brasileiras perguntar aos clientes qual carro preferem parece uma coisa logica e ate hoje e um procedimento popular mas como provaria a trajetoria do maverick aqui nem sempre e certeira em suas previsoes carros visivelmente bonitos como era o maverick sempre vao bem em clinicas; os clientes tem que apenas dizer que comprariam ele nao precisam pagar e realmente leva lo para casa a ford aprenderia que dizer e fazer sao coisas diferentes ao contrario da gm a ford traria um carro atual do primeiro mundo tambem para o brasil mas nao da europa a partir do meio de 1973 o ford maverick seria fabricado aqui o maverick era um sucesso nos eua lançado em 1970 la e se esperava fazer o mesmo aqui mas o carro nunca teve o sucesso do opala por alguns motivos claros nos eua era um carro compacto frequentemente o segundo da familia aqui seria o principal sua construçao americana e seu desenho esportivo e crucialmente seus motores de alto consumo de combustivel no inicio faziam a maioria dos pais de familia se afastarem a escolha de motores foi o primeiro erro nada de errado com o v8 302 de 4 9 litros opcional mas o motor principal que devia vender em maior quantidade era o antigo seis em linha de 3 litros do aero willys parece incrivel mas a ford manteve este seis em linha com cabeçote em f valvulas de admissao no cabeçote e de escape laterais no seu novissimo e moderno carro era uma unidade antiga pouco potente beberrona e pesada com 112 cv sae brutos dava um desempenho inferior ao do opala 2500 mas com consumo pior que o do opala 4100 era quase tao pesado quanto o v8 do maverick gt a revista quatro rodas aferiu o peso do maverick seis cilindros em 1 324 kg e do gt em 1 390 kg os opalas eram mais leves em pelo menos 200kg opala ss vs maverick gt mas esse peso maior do ford vinha com uma carroceria mais rigida do que a dos opala cupe que era notorio por torcer bastante e o famoso v8 ford fazia jus a sua fama no gt era uma delicia com torque e potencia de sobra a toda rotaçao os numeros de desempenho eram melhores que os do opala ss 6 ainda que por pequena margem na revista quatro rodas pareciam proximos demais apesar da realidade mostrar vantagem para o v8 mas tambem o v8 bebia mais gasolina nitidamente ambos tinham eixo rigido traseiro mas o desenho da suspensao traseira tambem era bem diferente entre os dois no opala molas helicoidais e dois braços inferiores controlavam o movimento melhor que os dois tradicionais feixes de mola semi elipticos do maverick na frente o desenho de suspensao era semelhante mas o maverick tinha uma direçao mais vaga por esferas recirculantes mas nenhum dos dois era tao ruim quanto seus detratores tentam fazer acreditar; eram carros de traçao traseira tradicionais onde frear antes da curva e faze la acelerando e a melhor tatica os freios a disco na frente em ambos eram apenas suficientes em aparencia porem era clara a vantagem do maverick ainda que as linhas limpas e classicas do opala tenham seus fas o maverick tinha travas externas no capo rodas largas e uma cara de mustang com desconto que era irresistivel em 1973 a situaçao de equivalencia balançou quando o motor 250 s passou a ser equipamento de serie do ss em 1976 o aparecimento deste motor em competiçoes ja foi detalhado aqui junto com o unicornio mitico maverick gt quadrijet mas enquanto o quadrijet era algo que nunca se via nas ruas o 250 s passou a ser comum opcional disponivel em qualquer opala e presente em todo ss a revista quatro rodas testou o maverick gt e o opala ss com este motor e com tambem um charger r/t em março de 1976 e o resultado foi de novo proximo em desempenho mas com uma vantagem em alta rotaçao para o opala ate 100 km/h o maverick estava na frente mas dai em diante nao mais ate a velocidade final o opala chegou a 190 km/h e o maverick 180 km/h finalmente parecia que o opala tinha uma vantagem nessa disputa sempre equilibrada em desempenho mas no mercado nao existia duvida o opala vendia mais em todas as versoes era um carro melhor adaptado ao nosso mercado com mais espaço para familias no banco de tras e mais economico em combustivel o preço de venda era praticamente o mesmo; certamente a ford fazia isso de proposito pois o maverick mais pesado e com mais cilindros no motor devia ser mais caro que o opala em 1975 porem o maverick ja tinha um novo motor basico o 2 3 litros ohc que era fabricado em taubate para exportaçao era um motor bem mais moderno que os do opala e finalmente deu um carro com desempenho e consumo equivalentes ao do opala 2500 uma amostra de quao mais moderno era o motor de 99 cv sae o carro agora pesava 1 274 kg com ele uma reduçao de 50 kg em relaçao ao seis cilindros era um carro ainda mais de 100 kg mais pesado que um opala mas ja bem melhor o motor era tao bom que deu luz a um modelo inesperado o gt 2 3 ohc agora o motor v8 era somente sob encomenda a vasta maioria dos gt eram de quatro cilindros igualzinho sempre foi desde 1974 com o opala quando apareceu o opala ss4 o gt e o ss de quatro cilindros tinham desempenho quase absolutamente identico 0 100 km/h em 15 segundos e 160 km/h de final segundo a quatro rodas mais lentos mas mais equilibrados o menor peso na frente fazia dos dois carros melhores em curva que seus irmaos mais potentes mas o moderno quatro em linha chegou tarde e e duvidoso de que faria muita diferença se tivesse chegado antes; o opala agora tinha tambem uma versao perua e vendia muito mais que o ford sua imagem de carro familiar mas que podia andar junto com esportivos como o maverick com seu banco traseiro apertado a diferença real era inexistente e o preço baixo das versoes basicas no mercado nunca foram realmente ameaçadas pelo maverick em 1975 por exemplo o opala vendeu cinco vezes mais que o maverick coloque a caravan junto e o numero sobe para sete vezes mais em 1979 a ford desiste e tira o maverick de linha no papel maverick gt e opala ss sao carros quase iguais mas olhe para ambos e nao podiam ser mais diferentes ao volante mesma coisa o opala e europeu em personalidade mas com um motor americano forte para seu peso e economico em combustivel o maverick tem um v8 lendario e brilhante e e um carro interessante ainda que definitivamente americano em aparencia e personalidade um e melhor que o outro dificil determinar e de novo algo mais ligado a percepçao que dados nas versoes mais basicas o consumo melhor do opala determinou seu sucesso mas nas esportivas a linha de superioridade e menos visivel um embate que por nao ter um vencedor claro vai continuar em discussao para todo o sempre
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