Fala, galera! Após o resgate, estacionamos o caro em casa, demos uma bela lavada após seus 12 anos parada. Começamos pelo básico, fomos trocar o óleo, filtros, mangueiras que estavam levemente ressecadas.
O óleo virou uma graxa, que poderia ser estudado pela NASA, outra coisa também que poderia ser estudado é a durabilidade desses motores boxter, acredito que nenhum outro motor aguentaria rodar com um óleo nessas condições para terem idéia trocamos o óleo duas vezes no período de uma semana para limpar completamente por dentro.
Aproveitamos também para trocar os amortecedores traseiros que já estavam cansados após 38 anos de trabalho, a caixa da direção não possuía folga, e sim férias eternas, onde trocamos por uma nova.
Após a lavagem começamos a analisar a pintura, que estava completamente manchada, sim era ainda a pintura original. Quanto ao interior estava bem inteiro, tirando a sujeira, apenas o volante escamoteavel elétrico não estava funcionando, mas nada que mexer um pouco para descobrir como funciona e uma lata de WD não resolva, como um passe de mágica ele volta a vida!
Marcador de combustível não estava funcionando, a bóia e o marcador de combustível é a mesma da Kombi corujinha, foi efetuada a troca, porém descobri que a precisão desse instrumento nas Miuras, Pumas e alguns outros foras de série são realmente não muito precisos, então o certo é se acostumar com o ponteiro.
Após alguns passeios pelo bairro, um barulho muito estranho estava vindo e a ressonância parecia ser de algum rolamento na roda traseira, verificamos levantando o carro e nada, vimos algumas outras possibilidades e não encontrávamos a causa do barulho, levantamos novamente o carro e verificamos as rodas dianteiras e achamos onde vinha o bendito barulho, então bora trocar os rolamentos alinhar e balancear para rodar liso.
Entrei em contato por e-mail com o pessoal da Miura Clube São Paulo, para pegar umas dicas e informações mais a fundo dos Miuras, onde conheci o Dorivaldo que nos ajudou muito com muitas informações de ouro, como por exemplo o caderno de anotações de todos modelos produzidos pela fábrica, com anotações de cor, opcionais feito exatamente para cada carro, confirmado e separado por cada chassi de cada veículo produzido. Como também o nome do proprietário, endereço de despacho e etc. O nosso estava exatamente da mesma maneira como saiu da fábrica, acabamentos em couro, bancos de veludo e sua cor, “Palha Dourada”, se não me engano o Corcel do mesmo ano saia com essa mesma cor.
Decidimos que antes de pintar o carro que íamos pelo menos tentar recuperar sua pintura original, mas estava bem complicado.
Após semanas de muita massa de polir, muito algodão, muito sangue suor e lágrimas chegamos a um resultado que ao nosso ver é bem satisfatório, decidimos assim pelo menos por enquanto prezar pela pintura original, claro que não está perfeita como saiu em 1980, porém conseguir recuperar essa pintura original de quase 40 anos de idade foi uma alegria imensa.
Logo após um bom papo com o Dorivaldo do Miura Clube SP, fomos convidados a conhecer a sede do clube que fica em sua residência, claro que iríamos de Miura, porém como tudo não são flores, chegando no dia a danada estava com um problema no alternador e infelizmente não conseguimos ir com a Miura nesse dia, porém fomos com outro carro, para conhecer o pessoal! Galera sensacional!
Agradecimento especial ao Miura Clube SP pelas dicas e parcerias! Especialmente a Dorivaldo, Pedro, Juvenal e dentre outros Miureiros! Agora no último episódio a troca de peças para a danada encarar uma longa viagem com uma caravana cheia de Miuras, para devolve-lá com chave de ouro a seus anos dourados!
Espero que dê tudo certo! (dedos cruzados) Até lá!
Por André SEP, Project Cars #483