Nem parece que passou tanto tempo assim, mas a terceira e atual geração do Volkswagen Gol já completa oito anos de vida em 2016. E, como que para marcar o aniversário, acaba de passar por seu segundo facelift — que, seguindo o costume do brasileiro, não nos surpreenderá se começar a ser chamada de “G7” por aí.
Por fora, não se trata de uma reestilização profunda — a identidade visual do carro foi apenas atualizada. Por dentro é que se concentram as maiores diferenças estéticas e técnicas. Além, é claro, da nova motorização das versões 1.0, com o mesmo três-cilindros usado no Up! e no Fox, que foi renovado não faz muito tempo. Vamos às novidades?
Há uma razão para que a VW tenha escolhido o interior do carro como principal chamariz da reestilização: as mudanças por fora foram bastante discretas: na dianteira, o para-choque ganhou novo desenho. Atrás, a base do vidro agora é reta, e o aspecto geral remonta levemente ao primeiro VW Gol, de 1980. Não vamos dizer que ficou ruim, mas temos a impressão de que tanto o público quanto a imprensa esperavam mudanças maiores.
No Voyage, as mudanças são ainda mais discretas — praticamente só na dianteira, enquanto a traseira permanece a mesma. Em time que está ganhando não se mexe, é o que dizem, e a Volks deve julgar que a mudança é suficiente para segurar as pontas até a chegada da quarta geração, prevista para 2018.
O interior, no entanto, mudou bastante. Até agora, o painel do Gol era o mais defasado da família, com saídas de ar circulares (algo que era moderno há cinco ou seis anos, mas agora já ficou datado) e sem suporte para sistemas multimídia. As linhas são bem mais modernas, agora, em sintonia com os tempos atuais. Aponta-se o painel do novo VW Passat como inspiração, especialmente no formato e disposição dos elementos, nas saídas de ar horizontais, e na configuração do console central, que agora pode contar com tela sensível ao toque.
A julgar pelas imagens, a qualidade dos materiais também melhorou — o aspecto de carro mais caro é evidente. Claro que a primeira imagem divulgada do interior, que pertece à versão topo de linha, contribui para esta impressão.
O sistema multimídia adotado pelo Gol é o Discover Media, com sistema operacional App-Connect — igual ao já adotado no Passat. A tela de 6,33 polegadas pode ser espelhada com smartphones usando os sistemas MirrorLink, Apple Car Play e Google Android Auto. Entre os recursos presentes está a leitura de mensagens de texto pelos alto-falantes, além da possibilidade de respondê-las por comando de voz — como foi destacado no vídeo-teaser divulgado há alguns dias.
O volante é o mesmo do Golf (mesmo na versão mais básica, que obviamente não traz comandos integrados) e cluster de instrumentos ganhou novos grafismos.
A Volks realmente trata o sistema multimídia como maior atrativo da reestilização — tanto que criou o pacote especial Gol Connect, alusiva à novidade. Além do aplique do console central com acabamento azulado (nas outras versões, pode ser preto brilhante ou imitação de aço escovado), o Gol Connect vem na exclusiva cor Azul Lagoon, traz adesivos e emblemas especiais, rodas de 15 polegadas exclusivas, pacote elétrico e sensor de estacionamento traseiro.
Em relação à mecânica, as versões mais privilegiadas foram a Trendline e a Comfortline, com motor 1.0. Este passa a ser o três-cilindros EA-211, igual ao do VW Up e do Fox Bluemotion, com comando duplo no cabeçote e 12 válvulas. A potência é de 82/75 cv (álcool/gasolina) a 6.250 rpm e o torque, de 10,4/9,7 mkgf a 3.000 rpm. A
Já o motor 1.6, infelizmente, continua sendo o MSI EA-111, com cabeçote de oito válvulas e 104/101 cv a 5.250 rpm e 15,6/15,4 mkgf de torque a 2.500 rpm. O motor MSI EA-211, mais moderno, com comando duplo no cabeçote e 120 cv, era reservado ao Gol Rallye — que, com a reestilização deverá sair de linha em breve por baixa demanda.
E quanto custa o novo Gol? Bem, os preços aumentaram, mas não muito. Agora, a versão com motor de um litro custa R$ 34.890 (Trendline) e R$ 42.690 (Comfortline). Com motor 1.6, os preços partem de R$ 40.190 (Trendline), R$ 47.490 (Comfortline) e R$ 51.990 (Highline). No caso das duas últimas, a opção pelo câmbio automatizado I-Motion acrescenta R$ 3.300. E há o Gol Connect, que com motor 1.0 custa R$ 45.190 e, com motor 1.6, R$ 49.990 (ou R$ 53.290 com câmbio I-Motion).
O Voyage, por sua vez, custa a partir de R$ 40.990 (Trendline) e R$ 46.590 (Comfortline) com o motor três-cilindros. Nas versões com motor 1.6, são R$ 44.590 (Trendline), R$ 49.790 (Comfortline) e R$ 55.290 (Highline), novamente com um acréscimo de R$ 3.300 caso se opte pelo câmbio I-Motion nas duas últimas.