a historia de hoje começa como tantas outras com a visao de uma so pessoa por mais que hoje as corporaçoes tentem manter sua imagem externa de trabalho em time continua essencial para criar algo memoravel que alguem com uma visao unica trabalhando com alguma liberdade trabalhar com liberdade sempre foi natural para ferdinand piech como neto de ferdinand porsche antes de chegar a idade adulta ja era riquissimo herdeiro nao somente da porsche mas tambem do imenso fluxo de royalties vindo da vw e da empresa de distribuiçao da vw para a austria tocada por sua mae louise piech porsche antes do casamento mas tambem tinha todas as caracteristicas de um cientista maluco de filme de james bond inteligentissimo tecnicamente orgulhoso disso e implacavel com aqueles cujo intelecto julgava inferior ao seu proprio o que significava todo resto da raça humana como um classico vilao tambem tinha serias dificuldades de relacionamento pessoal zero empatia com seus semelhantes e como consequencia disso como lider empresarial era tiranico e ditatorial como poucos contemporaneos conseguiram ser demitir sumariamente quem nao atendia suas exigencias por mais malucas que fossem e regra e nao exceçao em sua historia [caption id= attachment_278281 align= aligncenter width= 864 ] the evil doktor piech[/caption] mas como este e o mundo real e nao o que habita bond mesmo tiranos malvados e implacaveis realizam coisas importantes para o avanço humano obcecado por tecnologia piech acreditava que ela era a resposta para todos os problemas nao tinha medo de tentar o novo nem de ferir sensibilidades tecnicas que julgava arraigadas no passado nem muito menos se importava com medos empresariais normais ao investir; tinha a direçao correta infalivel na sua mente como todo bom ditador na porsche cria uma serie de carros de corrida que em ultima instancia os leva a ganhar le mans com o seu 917; mas tambem causa uma briga pelo poder terrivel dentro de seus muros o que acaba em 1972 com um acordo entre os patriarcas e irmaos ferry porsche e louise piech a familia sairia da administraçao da empresa permanecendo apenas no conselho acionista piech pousa depois de um tempo trabalhando para giugiaro na cadeira maxima de engenharia da audi a sua familia claro tinha participaçao na vw e era intimamente ligada a ela via serviços de engenharia [caption id= attachment_278282 align= aligncenter width= 864 ] piech com butzi porsche e seu irmao hans michael os netos do professor porsche e a ultima criaçao da familia na empresa piech desenhou o motor butzi a carroceria [/caption] rapidamente transforma a audi em seu feudo particular e com ela promove sua busca por alta tecnologia como resposta a tudo tem um imenso sucesso que em ultima instancia o eleva a presidente do grupo vw e impossivel menosprezar a influencia da vw de piech no automovel e na industria moderna de padroes de qualidade que empurram todos para cima ate carros capazes de mais de 400 km/h para as ruas o mundo depois de seu reinado em wolfsburg era totalmente diferente do que era antes culmina claro com o resultado de seu legado de terror dentro da empresa engenheiros criam uma maneira de atender seus pedidos malucos trapaceando nao importa se piech sabia ou nao do programa de injeçao enganador do escandalo dieselgate foi a cultura que instilou de resultados a qualquer custo ou morte certa que resultou nisso mas por outro lado por causa dele tambem que a empresa era prospera o suficiente para atravessar esta tempestade ferdinand piech chega na audi em 1972 ao chegar na audi ferdinand piech tinha apenas 35 anos mas ja era um veterano da industria sabia perfeitamente das qualidades do novo audi 80 b1 lançado aquele ano tanto durante seu trabalho na ital design que o desenhou como por meio do assento no conselho vw de sua familia era uma nova plataforma e um novo motor que seriam cruciais para a nova vw o primeiro passat era uma versao vw do audi 80 seu motor de quatro cilindros em linha refrigerado a agua era o primeiro da familia que conhecemos hoje como ap e seria usado no golf e em todo vw no futuro [caption id= attachment_278292 align= aligncenter width= 729 ] audi 80 b1 1972[/caption] o b1 foi o grande pulo do gato da audi uma das marcas que formaram o grupo auto union depois da guerra e antes da vw produzia basicamente dkw um carro com motor dianteiro de tres cilindros em linha dois tempos refrigerado a agua montado longitudinalmente a frente do eixo dianteiro os dkw se tornam audi em 1965 com a adoçao de um quatro em linha quatro tempos no lugar do dois tempos para caber o motor era inclinado a direita e para a frente nao ficar comprida demais o radiador estava a seu lado esquerdo e nao a sua frente o audi 80 b1 pegava todos esses conceitos e melhorava para chegar na forma definitiva um novo e moderno motor suspensao mcpherson raio de rolagem negativo para segurança e uso extensivo de batentes progressivos de pu na suspensao era um carro de comportamento incrivel anos a frente do resto; a audi começava a mostrar o caminho do futuro [caption id= attachment_278289 align= aligncenter width= 999 ] 80 b2 ja cinco cilindros [/caption] mas piech queria mais queria fazer da audi um concorrente de mercedes benz o que hoje parece normal mas estava muito mas muito longe mesmo da realidade em 1972 lembram se eram apenas dkw’s melhorados ali nos olhos da populaçao em geral chega na hora certa para esta mudança o novo audi 100 c2 de 1976 e o audi 80 b2 de 1978 seriam obras suas e elevariam sobremaneira o nivel da marca de ingolstadt [caption id= attachment_278293 align= aligncenter width= 999 ] audi 100 1976 inicio do cinco em linha[/caption] o aumento de nivel de qualidade dos carros e dos metodos de produçao da fabrica eram relativamente faceis de conseguir sem investir montanhas de dinheiro mas um problema persistia o motor para concorrer com os mercedes benz precisariam de uma opçao de motor grande de seis cilindros em linha indo ao redor de 2 2 ate 3 0 litros pelo menos mesmo esquecendo os v8 da marca de stuttgart neste ponto o que para uma marca ainda nao consolidada era um investimento dificil de aprovar fora os problemas tecnicos deste tipo de motor em carros de traçao dianteira a soluçao de piech mostra de novo o futuro que construiria nao so para a audi mas para o automovel em geral downsizing cinco cilindros em linha alguns problemas basicos seriam enfrentados pela audi para seu novo motor grande o primeiro era tecnico traçao dianteira com motor pendurado a frente do eixo pedia motores curtos um seis em linha derivado do ap quatro em linha era possivel de ser feito sem muito investimento na mesma fabrica mas seis cilindros pendurados alem do eixo dianteiro era demais mesmo para piech montar este motor transversalmente como dante giacosa fazia era possivel mas exigiria alem do novo motor um transeixo totalmente novo o que tambem estava fora do orçamento um seis cilindros em v ou mesmo contraposto sao os mais indicados tecnicamente para este tipo de aplicaçao sabemos mas tambem significava uma familia diferente de motores com investimento tambem bem acima do que se tinha disponivel para gastar o engenheiro franz hauk disse falando do impasse dos seis cilindros um v6 teria sido mais curto mas este tipo de motor tem equilibrio dinamico inferior e nao poderia ter sido baseado em qualquer projeto de motor existente a soluçao claro veio de piech cinco cilindros em linha um meio termo perfeito adicionar apenas um cilindro ao ap daria uma faixa de deslocamentos possiveis interessante e aumentaria pouco o comprimento do cofre e o pulo do gato mais adiante usar se ia um turbocompressor tambem assim potencias de 120 a 250 cv teoricamente eram possiveis facilmente com o desenho original uma faixa mais ampla que aquela do seis em linha aspirado ao redor de 3 litros num motor mais leve barato e teoricamente mais economico mas claro que esta ideia genial nao era inexplorada a toa como os v6 antes dos anos 1950 o cinco em linha era uma configuraçao rara toda literatura tecnica o condenava como indesejavel por vibraçoes basicamente se perguntando por que se um seis em linha era bem melhor mas e como o passado se perpetua quando esta literatura foi escrita ninguem tinha um carro como o audi moderno onde o seis em linha nao era uma opçao a necessidade nova e a mae da invençao e como o v6 a 90° antes era tabu por vibraçao hoje com a evoluçao da rigidez de bloco e vira e as imensas evoluçoes de coxinizaçao de motor funcionam bem ate em supersedas como o alfa romeo giulia quadrifoglio turbocompressores tambem eram uma tecnologia nova ainda nao provada; certamente nao era a melhor saida para veiculos de luxo com seu famoso lag a baixas rotaçoes mas piech tinha acesso ao conhecimento da empresa com maior experiencia e tecnologia neste tipo de coisa a porsche piech sabia que podia funcionar no hiato entre a porsche e a audi alem da ital design tinha desenhado sob contrato freelance um cinco em linha diesel para a mercedes benz que eventualmente apareceu em 1974 chamado de om617 que previa turbo tambem mas o fato e que sem duvida sob ameaças de demissao sumaria se nao conseguissem franz hauk e seus colegas se debruçaram sobre o desafio de tornar um cinco em linha a gasolina baseado no quatro em linha corrente em um suave motor de carro de luxo alemao pronto para horas a fio a altas rotaçoes na autobahn medo nao e uma forma humana de se gerenciar mas nao ha duvida que e um grande motivador o primeiro cinco em linha audi em 1976 aparecia o novo audi 100 equipado com o primeiro cinco em linha audi a propaganda fazia alusao ao compromisso original que gerou a criaçao do motor potencia de seis cilindros economia de quatro era um projeto de resultados sensacionais principalmente se olhando as limitaçoes inerentes da configuraçao produzido na mesma fabrica que os motores de quatro cilindros compartilhavam com ele o maximo possivel de componentes comparado ao motor de 1 6 litro o novo cinco cilindros mantinha o espaçamento entre cilindros; diametro de pistao; padrao de furaçoes para parafusos de cabeçote; localizaçao das valvulas velas de igniçao e injetores; design e localizaçao dos mancais principais; forma do carter estendido abaixo da linha central do virabrequim para rigidez o bloco era em ferro fundido e o cabeçote em liga de aluminio tambem usava uma serie de peças comuns todos os componentes do valvetrain exceto o comando mais comprido e valvulas maiores; conjunto de biela completo com pinos e parafusos termostato selos de virabrequim e comando e as engrenagens de acionamento do comando portanto era um motor com duas valvulas paralelas em uma camara compacta tipo banheirinha desenhada no cabeçote e pistoes com rebaixo semiesferico um comando de valvulas no cabeçote acionado por correia dentada de borracha acionando as valvulas diretamente via tuchos tipo copinho e seis mancais um cuidadoso estudo da dinamica do motor gerou um virabrequim com cinco manivelas a 72° uma explosao a cada 144° de rotaçao e ordem de igniçao 1 2 4 5 3 que era excepcionalmente suave para o tipo de configuraçao para isso um bloco amplamente nervurado foi criado bem como um grande cuidado na coxinizaçao claro que alguma vibraçao permanecia mas nao era do tipo irritante na verdade uma imperfeiçao que nao veriamos mais em audi no futuro depois que tiveram dinheiro para projetar motores de todo tipo mas uma que lhe dava uma certa personalidade e carater que muitos ainda tem saudade o cinco em linha audi e um pouco rouco e menos civilizado que os carros depois dele mas e melhor por isso media inicialmente 79 5 x 86 4 mm para um total de 2144 cm3 com taxa de 9 3 1 e injeçao eletronica bosch uma versao carburada era oferecida inicialmente na europa mais barata e menos potente dava 136 cv a 5700 rpm e 18 6 mkgf a 4200rpm mas com 85% dele disponivel ja desde 1000rpm o que dava uma gostosa sensaçao de motor grande a versao para os eua por causa de emissoes tinha taxa mais baixa e 108 cv a 5300 rpm e 16 3 mkgf a 4000 rpm uma longa historia em 1978 aparecia a primeira variaçao um diesel sem turbo de dois litros e 70cv inicio de uma linhagem que eventualmente chegaria a 2 5 litros com turbo e 120cv mas em seguida em 1979 uma versao planejada desde o inicio a turbo com 170 cv para a pressurizaçao muito muda virabrequim e bielas forjados em aço pistoes em aluminio refrigerados por spray de oleo valvulas maiores de 38mm admissao e 35mm exaustao estas com refrigeraçao por recheio de sodio [caption id= attachment_278288 align= aligncenter width= 896 ] 2 5 turbodiesel[/caption] com resfriador ar/ar intercooler e mais pressao no turbocompressor um kkk desenvolvido especialmente para ele e este o motor que equipou o lendario audi quattro de 1980 deva aqui 200 cv a 5500 rpm e 28 6 mkgf a 3500rpm este foi um carro que sozinho elevou finalmente o status da audi para o lugar que ferdinand piech desejava de repente o cupe audi dava calor em qualquer supercarro nas estradas truncadas da europa e debaixo de chuva ou neve positivamente os trucidava mas se o quattro deu a fama necessaria inclusive nas pistas de rali tal qual um mercedes benz 300sl reviveu a marca de stuttgart nos anos 1950 era nos sedas e peruas da marca que estava o ganha pao e a real missao dela mais um carro genial ajuda a elevar esse padrao o famoso audi 100/200 c3 aerodinamico de 1982 outro grande projeto de piech era um motor bem mais desenvolvido visando basicamente reduzir o lag em baixas rotaçoes um aumento de diametro para 81mm da um total de 2226 cm3 que a audi com otimismo declara como sendo 2 3 litros um monitoramento eletronico avançado e uma mudança completa de turbina dutos e intercooler resultam num motor bem mais acertado para carro de luxo tinha 165 cv a 5500rpm e 24 5 mkgf a 3000rpm [caption id= attachment_278283 align= aligncenter width= 999 ] piech e o 100/200 carro do ano de 1982[/caption] dali em diante a empresa começa a desenvolver uma nova familia de motores começando pelo v8 de 1990 mas tambem com uma nova familia de v6 logo em seguida lentamente começando a abandonar o cinco em linha que a fizera famosa mas o motor ganha uma sobrevida como unidade esportiva o desenvolvimento de versoes de competiçao em rali do quattro tinha feito aparecer um cabeçote dohc de 20 valvulas para o venerando cinco em linha um verdadeiro monstro capaz de potencias incriveis dependentes apenas das pressoes do turbo com amansados 220cv/230cv vira o motor de varios audi esportivos como o s2 e o s4 o quattro em produçao ate 1991 recebe tambem este motor em 1989 sua versao de homologaçao de grupo b o sport quattro de entre eixos encurtado permanece o mais potente quattro porem 306 cv o motor tem seu canto do cisne em 1994 num carro hoje lendario a perua rs2 o inicio de uma tradiçao de super peruas da marca o rs2 era uma perua 80 mandada para a porsche que fazia extensas modificaçoes de pneus freios suspensao e carroceria e que tirava 310 cv do cinco em linha um motor lendario que apesar do lag pronunciado ate 3000rpm dali em diante puxava forte e linearmente com toda a alegria e personalidade caracteristicas desse carismatico motor ate o corte a 7500 rpm se este e o fim sabe se quao especial foi o cinco em linha por muito tempo era indivisivel da audi o motor que a levantou de nivel e a fez um concorrente real das outras marcas de luxo alemas uma lenda imortal que ate hoje provoca ondas o atual rs3 tem um cinco em linha desenvolvido para ele por motivos obvios tradiçao e algo dificil de escapar
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