Foto: Gridd.com/Lars Mårtensson
Imagine um lugar onde gearheads de todos os gostos se reunem com um único propósito: correr o mais rápido possível. Onde você leva o que tem e corre com o que levou — não importa se é um kart, um buggy, um carro de arrancada, um velhinho detonado ou um trenó a jato. Você chega, pega um lugar na fila e espera a hora de acelerar o mais rápido possível. Insano, não é? É por isso que você precisa conhecer a Speed Weekend on Ice — uma espécie de Boneville sobre a neve gelada da Suécia.
O nome pode ser parecido com o de vários outros eventos que são realizados pelo mundo, mas a premissa é única — e deliciosamente simples: você constrói um veículo rápido (repare que dissemos “veículo” e não “carro”) e o leva para acelerar no gelo. O que for mais rápido vence, e ainda há a chance de entrar para o seleto clube dos 200 km/h — sim, duzentos quilômetros por hora parece pouco, mas lembra que estamos falando de uma pista de neve?
Foto: Gridd.com/Lars Mårtensson
As provas acontecem desde 2009 na cidade de Årsunda, na Suécia, e são disputadas em uma pista reta de 3,2 km de extensão. Os primeiros 1.000 metros são usados para acelerar, nos 1.000 metros seguintes é realizada a medição, e os 1.200 metros restantes são usados para desaceleração e frenagem. Dá para entender melhor assistindo ao vídeo abaixo, feito durante a Speed Weekend 2015, que aconteceu nos dias 27 de fevereiro e 1º de março. São 28 minutos, mas vale a pena.
Se parece incrível, é porque é incrível. Vê o Porsche 911 Turbo 996 acelerando até os 295 km/h no vídeo acima? Pois saiba que ele está entre os veículos mais normais a disputar a Speed Weekend, pois o evento é aberto a todo tipo de veículo que consiga acelerar no gelo. Isto inclui, claro, carros — modernos e clássicos, todos equipados com pneus de neve — mas também protótipos, motocicletas e até trenós a jato.
Foto: Gridd.com/Lars Mårtensson
É fácil entender esta variedade: a organização sueca , que cuida do evento, faz questão de deixar claro que a Speed Weekend é um evento aberto a todos, com um conjunto de regras que prioriza a segurança se prejudicar a competitividade. Assim, ao mesmo tempo em que carros preparados disputam o recorde de velocidade no gelo, amadores experimentam a sensação de pisar fundo na imensidão branca e fria pela primeira vez. E todos se divertem.
O primeiro dia é dedicado aos treinos — a pista é aberta e, organizadamente, os competidores revezam para realizar os ajustes finais em seus veículos. No sábado as disputas começam e, ao longo de dois dias, centenas de competidores divididos em diversas categorias (e acordo com o tipo de veículo e o tamanho do motor) disputam o quilômetro lançado. Primeiro vão os trenós, motos e quadriciclos; depois os caminhões; e depois os protótipos e automóveis.
Os carros são subdivididos pelo ano de fabricação e pelo tipo de pneu (normal ou específico para correr no gelo). Assim, é possível ver esportivos modernos, peruas clássicas (especialmente da Volvo, por motivos óbvios), hot rods e clássicos americanos, todos dividindo o mesmo espaço em harmonia. Na verdade é tudo uma grande festa.
Fotos: Gridd.com/Lars Mårtensson
O que não significa, porém, que não exista quem leve tudo bem a sério. Como Andreas Nilsson que, com seu Audi A4 com motor de cinco cilindros e 2,7 litros turbo (além de ter o interior depenado e equipado com uma gaiola de proteção), chegou aos 318 km/h e se tornou o novo recordista da Speed Weekend.
Fotos: Gridd.com/Lars Mårtensson
Estes caras sabem mesmo como se divertir, não é?