poucas coisas mudaram o mundo do automovel quanto a segunda guerra os anos parados durante a guerra junto com o avanço tecnologico alcançado durante ela fizeram uma industria automobilistica que quando finalmente começa a lançar coisas novas ao redor de 1950 era muito diferente do que fora antes o carro do pos guerra era diferente em muitas coisas o processo de abandono em massa das antigas tecnicas de produçao de carrocerias em madeira revestidas de metal iniciada nos anos 1930 se torna universal o monobloco em chapa de aço estampado soldado a ponto e a norma agora mesmo nos carros que mantinham um chassi separado tambem os para lamas antes da guerra separados da carroceria eram relegados ao passado; no pos guerra todo mundo os integra ao corpo do carro [caption id= attachment_263140 align= aligncenter width= 999 ] o classico bentley[/caption] quando os anos 1950 se tornam 1960 mais progresso acontecia traçao dianteira se populariza suspensoes independentes ficam mais comuns pneus radiais revolucionam a maneira como os carros se moviam em todas as direçoes freios a disco aparecem e sua popularidade so cresce com os anos o automovel a este ponto era algo muito diferente do que era vinte anos atras somente a revoluçao eletronica a partir de 1990 em conjunto com uma grande evoluçao dos pneus ate o mundo de hoje pode ser comparada a ela e ainda assim somente dinamicamente; a aparencia dos carros nunca mais mudou de forma tao radical o resultado de tanta mudança foi claro do fim dos anos 1960 ate o inicio dos 1970 foi onde a nostalgia automotiva nasceu e se firmou justamente porque os carros ao mudarem tao drasticamente ja nao eram mais os mesmos claro que a evoluçao e sempre para o melhor para frente e os novos carros eram melhores que os antigos objetivamente mas toda revoluçao vem com alguma perda [caption id= attachment_263143 align= aligncenter width= 999 ] stutz dv32[/caption] o automovel como toda e qualquer area do desenvolvimento humano nao pode ser medido apenas pela logica e pelo calculo uma musica do rush pode ser objetivamente mais complexa e musicalmente admiravel que um simples riff de guitarra repetido ad infinitum por um dos ramones mas nem por isso uma musica e melhor que outra o moderno carro dos anos 1970 era muito melhor objetivamente que os dos anos 1930 mas muita gente começou a ter saudade do que foi perdido sentia se saudade dos ford modelo a por exemplo normalmente tourers com duas fileiras de bancos e um teto conversivel que deixava os ocupantes protegidos do sol mas com ampla ventilaçao e visibilidade para todo lado apesar de horrivel nas novas estradas super velozes onde era lerdo e um furacao de vento e barulho na cidade um a e extremamente agradavel sentia se saudade de carros como os bentley estes muito parecidos com os carros normais como os ford a e v8 mas equipados com enormes motores de alta potencia eram tambem velozes dirigi los ja foi comparado a conduzir um caminhao a alta velocidade mas a verdade e que ate hoje e muito dificil alguem dirigir um bentley ou um lagonda ou um stutz ou um duesenberg ou um mercedes da mesma epoca e espirito e nao ficar totalmente apaixonado pela experiencia algo perdido para sempre para os que nao disponibilizam o investimento pessoal necessario para manter um carro antigo funcionando tambem se perdera o carro esporte do pre guerra algo muito diferente em tudo coisas como o ss jaguar 100 no extremo mais acessivel do espectro ou alfa romeo 6c 1750 zagato e bugatti tipo 55 se voce fosse milionario velozes inclusive em curvas estes carros esporte eram mais baixos e mais ageis que um ford a ou um bentley e bem menores com apenas dois lugares suas suspensoes eram mais duras por eixos rigidos claro e o chassi era parte da suspensao se mexendo e fletindo para absorver impactos as vezes mais que a suspensao uma forma diferente de dirigir esportivamente objetivamente menos eficiente mas que muitos sentiam falta o amor perdido e uma motivaçao poderosa ainda que totalmente ilogica e e para suprir essa necessidade que alguns entusiastas resolvem fazer algo criar carros antigos usando mecanica moderna materiais modernos e processos de produçao mais modernos nao chegam a ser replicas estes primeiros neoclassicos sao apenas inspirados em carros antigos mas sem pretensao de repeti los o que os separa um pouco de pura nostalgia a ideia era recriar mesmo uma experiencia perdida mas melhorada onde nao era tao boa motores mais confiaveis e muito mais potentes cambios com o beneficio de sincronizadores e freios que realmente parassem os carros ao inves de apenas sugerir algum retardamento da velocidade eram carro dos anos 1930 mas consertados o inicio e o fim dos neoclassicos acontece nos eua uma ideia que inicialmente era sensacional acaba por descambar por uma serie de cafonas carros americanos dos anos 1970 com tudo que existe de mais cafona nos anos 1930 uma combinaçao que termina definitivamente com a especie nos anos 1980 e que tambem cria uma horrivel subespecie de replicas e kits baseados em assoalho e mecanica vw algo impuro sujo que nao merece nem ser mencionada aqui para nao macular as limpidas paginas virtuais do flatout nao vou chegar ate este fim; falaremos hoje so do inicio bem intencionado e interessante e estes primeiros e puros neoclassicos foram sempre criados com mais amor e paixao do que uma vontade de ganhar algum dinheiro e por isso a maioria deles nao deu muito certo mas confesso aqui que adoro a ideia que os fez aparecer adoro como foram feitos e a historia da primeira leva de neoclassicos e algo que tambem perdemos pois hoje a modernizaçao de algo antigo virou algo aplicado sem espirito inventividade ou pudor apenas a aparencia de carro antigo permanece aqui nao; a busca era realmente de uma experiencia perdida melhorada apenas onde se devia melhorar afinal de contas se voce colocar um carro moderno debaixo de uma carroceria antiga voce apenas ganhou a aparencia do treco antigo me parece bem mais facil ficar com o carro moderno de uma vez trocar a experiencia real apenas pela imagem dessa experiencia parece ser suficiente para a maioria hoje em dia porem somente a imagem e o que parece ser importante por isso hoje resolvi lembrar alguns desses carros a muito esquecidos nao todos claro apenas os mais legais fruto de paixoes mal resolvidas de vontade de fazer algo novo usando algo antigo sao sensacionais expressoes de amor por esta maquina maravilhosa e extremamente pessoal que e o automovel em ordem cronologica sao eles excalibur o fundador do movimento neoclassico e certamente o designer brooks stevens famoso por seu trabalho com jeeps na willys e kaiser e nos ultimos anos da studebaker stevens sempre foi apaixonado por carros do pre guerra especialmente seu mercedes benz ssk que reformou e manteve por bastante tempo nos anos 1950 nessa mesma epoca que tinha o ssk cria em casa uma serie de leves carros de corrida em fibra de vidro com desenho inspirado nos anos 1930 usando um chassi de kaiser henry j com 100 polegadas 2 540 mm de distancia entre eixos como trabalhava na kaiser frazer tentou vender o conceito para a empresa ja em 1955 mas nao houve interesse o sonho tem outra chance em 1964 na studebaker onde stevens era consultor de design ha cinco anos e convidado pelo presidente da empresa sherwood egbert a conceber alguns carros conceito para reforçar a imagem publica da studebaker diante das vendas em declinio constante um trio de carros e mostrado em chicago mas sem muito sucesso para o proximo grande evento o new york auto show em abril stevens estava determinado ter algo que levaria as pessoas a irem aquele maldito estande o carro que criou era totalmente pessoal chamado de studebaker ss era um neoclassico que parecia o mercedes ssk que stevens tanto gostava usando um chassi do compacto lark daytona conversivel usava freios a disco dianteiros potentes e um studebaker 289 v 8 com compressor e 290 cv mas ao chegar a nova york a studebaker recuou e resolveu nao mostrar o carro ja que nao tinha absolutamente nada a ver com a empresa a studebaker estava de qualquer forma perto do seu fim sabemos hoje mas stevens nao se fez de rogado junto com seus filhos david e william mostram o carro em um estande independente improvisado e conseguem 54 pedidos nasce a ss automobiles que em seguida começa a produzir o studebaker ss agora renomeado excalibur o carro permanece em produçao artesanal por muito tempo seu v8 depois substituido por um 327 de corvette em 1967 quando a studebaker fecha as portas com o arcaico chassi de lark e o motor v8 potente era uma experiencia no minimo interessante pesando apenas 950 kg fazia o 0 100 km/h na casa dos cinco segundos e chegava a 220 km/h com o tempo a empresa muda de maos e o carro muda se tornando cada vez menos um carro esporte neoclassico e cada vez mais um cadillac modificado e com extremo mau gosto mas faz sucesso entre cafetoes e outros tipos diferentes nos anos 1970 e cria uma industria de copias diversas de stutz a zimmer uma ideia interessante mas corrompida pela cafonalha alfa romeo gran sport quattroruote inspirado por um artigo na revista italiana quattroruote que dizia que uma replica do sensacional alfa romeo 6c 1750 gran sport spider zagato era possivel usando a mecanica do giulia tipo 105 a alfa romeo e a zagato se juntam para fazer um carro assim e mostrar no salao de turim de 1964 com o sucesso no salao incrivelmente a empresa de portello resolve colocar o carro em produçao construido totalmente na zagato com mecanica fornecida pela alfa era na verdade um giulia por baixo com motor 1 6 litros dohc dois weber duplos e 100cv apesar de ser um quatro em linha o 6c 1750 era seis em linha tinha potencia desempenho e comportamento parecido com o rarissimo original sem duvida a ajuda de veteranos dentro da alfa romeo deve ter ajudado bastante aqui mas com alto preço e produçao artesanal naturalmente limitada vendeu pouco menos de 100 unidades foram vendidas ate 1967 ruger tourer bill ruger fundador da fabrica de armas de fogo que leva seu nome era um grande entusiasta dos automoveis dos anos 1930 seu imenso sucesso como industrial permitiu que ele tivesse uma coleçao invejavel de grandes e velozes tourers desta epoca de stutz dv32 ate bentley de oito litros se era veloz e memoravel e de antes de 1935 bill ruger tinha um em sua garagem o resultado disso voces podem imaginar em 1966 ruger resolve fazer para si mesmo um bentley melhorado usando o motor que acabara de vencer le mans mas que podia ser comprado facilmente em qualquer concessionaria ford de seu pais um v8 bloco grande de 427 polegadas cubicas 7 0 litros e 425 cv a 6000 rpm o chassi ele mesmo fez copiando o bentley mas com varias melhorias dois eixos rigidos sao criados com feixes de mola semi elipticas mas com amortecedores telescopicos modernos a carroceria um tourer claramente inspirado nos bentley era de fibra de vidro com portas e capo em aluminio na frente um moderno radiador de cobre era escondido em uma capa externa em aço inoxidavel o painel de instrumentos era de nogueira solida e nele era montado um jogo completo de instrumentos smiths os bancos individuais dianteiros e o sofa traseiro eram revestidos de couro ingles da connely as rodas eram borrani italianas raiadas e escondiam enormes tambores ford modernos mas com panelas de aluminio aletadas o carro pesava pouco mais de uma tonelada e chagava a 241 km/h segundo ruger sua ideia era produzi lo em serie e oferecer como bentley em 1930 carrocerias que iam de limusines formais a roadsters encurtados para isso uma nova divisao da empresa de armas e formada em 1969 mas logo as novas exigencias governamentais de certificaçao e a crise do petroleo poe fim nas ambiçoes de nosso amigo apenas dois carros sao fabricados e nenhum deles e vendido panther j72 robert jankel nasceu em londres de uma familia envolvida com moda mas sempre foi um entusiasta e desde cedo tentou varios negocios com automoveis de compra e venda a equipamentos de preparaçao mas quando percebeu que nao conseguiria sobreviver com isso se dedicou ao negocio da familia mas obviamente nao abandonou os automoveis todo ano criava para si um carro especial que depois vendia para financiar o proximo quando iniciam os anos 1970 resolve vender a empresa da familia e ao faze lo se ve de repente com muito dinheiro em caixa resolve tornar seu hobby uma ocupaçao em tempo integral nasce a panther westwinds os carros que jankel criara ate entao eram todos baseados em carros dos anos 1930 em cima dos quais criava suas carrocerias diferentes para seu carro de 1972 o primeiro que venderia em pequena serie chamado j72 jankel 1972 claro tinha em mente algo diferente justamente um neoclassico um ss jaguar 100 mas usando mecanica jaguar moderna o carro que cria e talvez o melhor dos neoclassicos usando um chassi proprio de perfil fechado jankel cria dois eixos rigidos tubulares mas nada de feixe de molas na frente e atras eram quatro braços paralelos e barra panhard fazendo um eixo de 5 links e com molas helicoidais na frente o cubo de roda era de caminhao ford freios jaguar a disco nas quatro rodas eram usados e embora qualquer motor jaguar moderno pudesse ser usado o j72 ficava realmente interessante com o v12 que no panther recebe seis weber duplos verticais 40dci e cambio manual jaguar de quatro marchas os carros de jankel eram carissimos mas o acabamento era impecavel e a qualidade geral incrivel o j72 era algo diferente e estranho para muitos mas ao mesmo tempo sensacional era ao mesmo tempo uma experiencia antiga a ceu aberto e com eixos rigidos e direçao sem assistencia mas ao mesmo tempo confiavel e tratavel como um carro moderno e veloz com seu v12 bem alimentado pela bateria de seis carburadores e peso de apenas uma tonelada a revista motor inglesa o cronometrou de 0 96 km/h em 5 7 segundos quarto de milha em 14 3 segundos e 225 km/h de maxima numeros inconcebiveis para um carro dos anos 1930 mas aqui completamente normais pena que isso como tantas outras coisas diferentes nao sao mais possiveis depois do j72 a panther continua fazendo todo tipo de neoclassicos e carros diferentes e interessantes por decadas um poço quase infinito de pensamento lateral e delicioso num mundo cada vez mais quadradinho mas isso e historia para outro dia
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