E aí, meus caros! Tudo bem? Posterguei, enrolei, fiz de tudo para atrasar esta parte ao máximo, pois a intenção era escrevê-la como parte final, com o carro revisado, pronto e mais lindo do que nunca. Só que os contra tempos atrasaram esse plano tanto que, inspirado pelo texto do Rodrigo, do Subaru #428, resolvi postar o texto contando apenas as más notícias.
Peço desculpas adiantadas, pois escrevi o texto sem aquela inspiração e alegria, devido aos fatos, além de não ter muitas fotos. De qualquer forma, aí vai! No final da última parte, falei sobre as modificações e upgrades e finalizei o texto com essa imagem:
Pois bem, esse foi o começo da minha maré de azar que perdura até hoje. Juro, alguém deve ter feito macumba pra mim. Inveja, raiva, sei lá! Porque não é possível tanta coisa dar errada uma atrás da outra.
No dia 05 de novembro após o almoço, dia da fatídica foto, saí com o carro e ele começou a falhar (Culpa daquele sensor de rotação que mencionei na parte 2). A dois quarteirões de casa, BLITZ! Logo quando fiz a curva, os policiais que antes estavam batendo papo no passeio, ao ver o meu carro de longe, se cutucaram, apontaram e já se movimentaram para me parar. Estava uma fila para passar na blitz, então pensei “Ihh… vão me parar! Deve ser para ver o carro.” Antes de comprar o Z, alguns amigos que tem carros exóticos me falaram que normalmente a polícia para os carros para ver. Nunca devi nada, todos os meus carros sempre estiveram em dia e nunca tive medo de blitz, então fiquei tranqüilo e despreocupado.
Ao me parar, o procedimento de sempre: habilitação e documento do veículo, descer do carro e levantar a camisa. Tudo ok!
A soldado (sim, mulher) pegou os documentos e se dirigiu para a nan da polícia. Ao voltar, disse que o carro era rebaixado, estava com rodas grandes e faróis de xenon. Discordei, expliquei que o carro era 100% original, que era um carro esportivo, motivo da altura do carro, que as rodas eram originais de fábrica e que o carro possuía xenon de fábrica também, com etiquetas dentro do cofre do motor para comprovação. Tive que entrar no Google pelo celular para mostrar fotos de outros 350Z. Ela voltou para a Van, ficou uns minutos e voltou para o meu carro dizendo que tinha alteração de potência. Falei para abrir o capô e conferir, que nem filtro esportivo eu tinha!
Como você pode perceber, pura implicância e vontade de me prejudicar de alguma forma. Mas não pense que parou por aí. Foi e voltou da van de novo, dessa vez questionando sobre o envelopamento. Disse que deveria estar constando no documento. Argumentei e disse que não tinha alterado a cor predominante do carro, que ele só era fosco. Aí ela rebateu dizendo que deveria constar “FOSCO” no campo de observações. Argumentei novamente dizendo que o documento não pede o tipo de acabamento da pintura, se é brilhante, fosco, escovado, de bolinhas rosas… Então ela disse que deveria constar a característica “ENVELOPADO”. Errado novamente! Por último, disse a seguinte frase que nunca esquecerei: “Prata só é prata quando brilha, senão é cinza. Mesma coisa o dourado: dourado só é dourado quando brilha, senão é amarelo!” – argumentando que, por ser fosco, meu carro é cinza e não prata.
Mais uma visita na van, dessa vez voltou para falar que meus pneus estavam carecas. Mais uma vez, errado! Meus pneus estavam com 2 mm acima do TWI. Estavam em fim de vida? Sim! Precisavam ser trocados? Em breve. Mas estavam carecas? De jeito algum!
Tentei conversar, mostrei, debati, argumentei… tudo em vão! Eu cheguei até a tirar foto com uma régua nos sulcos para mostrar que não estavam nem no TWI ainda. Não adiantou!
Ela foi pra van pela última vez para redigir as autuações. Voltou dizendo sobre a alteração de característica (cor) e mau estado de conservação (pneus). Tentei conversar, disse que poderia ir trocar os pneus naquele mesmo momento, que não dava para eu trocar em casa e por isso eu estava rodando com o carro, que eles podiam até me acompanhar se quisessem, e também que o DETRAN tinha me dito que o carro fosco não necessitava alteração de cor no documento. Tudo que a soldado me dava eram respostas atravessadas e grosseiras. Disse que o DETRAN não manda nada, que eles eram da Polícia Militar, e que eu tinha dado azar em ter parado na Blitz com pneu ruim. Enfim, aceitei a derrota!
Sou extremamente educado, principalmente nessas situações. Sempre chamando os envolvidos pela patente, tentando argumentar de forma calma e clara, para não soar irritado ou ser grosso. Então posso garantir que, nessas argumentações e debates, falei igual uma moça, sendo extremamente educado e falando baixo, para não ter problemas. Detalhe importante: no dia 03 de Novembro, dois dias antes, foi quando os valores das multas aumentaram. Resumo: Tomei duas multas médias de R$195,23 cada (era R$127).
Não recebi até hoje as notificações de autuações, muito menos as multas. Tive que ficar atento ao prazo de recurso para não vacilar. Até que um belo dia, mais uma surpresa: A querida soldado me autuou como não possuir habilitação (não é não portar, é não possuir mesmo, isto é, como se eu nunca tivesse tirado carteira de motorista). Valor: R$880,41, mais uns agravantes que fizeram saltar para mais de 1.900 reais. Além da autuação dos pneus carecas. Da alteração da cor, não existiu.
Fiz os recursos das duas autuações. O da ‘não possuir habilitação’ foi fácil: o próprio boletim de ocorrência tinha escrito que eu era condutor habilitado, que apresentei meus documentos, bem como o número da habilitação. No recurso dos pneus, tirei inúmeras fotos dos pneus, com régua nos sulcos para apresentar que ainda estavam acima do TWI, etc. O da habilitação eu ganhei, mas a dos pneus não. Um amigo que trabalha no estado disse que raramente eles estão deferindo recursos, pois estavam sem verba. Vai saber…
Levei meu carro para a oficina para trocar o sensor que estava falhando e aproveitei para revisar tudo com as peças que eu trouxe dos EUA: Velas NGK Iridium novas, todos os filtros FRAM americanos, correias Continental, Óleo Mobil Racing 0w40, Bateria Heliar… peças de primeira! Achamos um vazamento atrás de uma polia, sendo necessária a substituição da mesma, que no Brasil estavam querendo me cobrar R$1.400, mas acabei comprando nos EUA por US$60,00.
Demorou um mês para chegar, e durante esse tempo, para não ocupar espaço na oficina, trouxe o carro para casa, lavei, desconectei os pólos da bateria (para não descarregar, já que era nova) e cobri o carro para ele não sentir frio.
Quando a polia chegou, levei o carro de volta para a oficina, demoramos dois dias para montar tudo, polia, correias, tudo ok. Achei que estava tudo pronto, até comecei a filmar a primeira partida pós-maré de azar, mas o carro não ligava por nada. Frustração!
Mais tarde descobri ser um defeito comum nos Z: se ficar muito tempo parado com a bateria arriada ou desconectada (meu caso), o carro perde programação e entra em Lock Mode quando você tenta dar partida mais de 10 vezes. Lá vou eu atrás da concessionária Nissan para conseguir o Key Number para programar o carro. Encontrei uma má vontade imensa! Não queriam nem ver o carro, e já me mandaram uma estimativa de R$2.400 para o diagnóstico! Fiz reclamação no Reclame Aqui, abri reclamação no SAC, postei no Facebook para amigos compartilharem, reclamei na Página da Nissan do Brasil, reclamei na página da concessionária daqui de BH e nada!
Consegui o contato do Gerente Nacional de Pós-Venda e liguei diretamente pra ele, explicando a situação e pedindo ajuda. Em dois dias, o chefe de oficina da concessionária daqui (o mesmo que mandou a estimativa de R$ 2.400) falou que era só levar o carro lá que ele resolveria.
No dia seguinte, enviei o carro de reboque, e no reboque mesmo o chefe de oficina plugou o scanner e enviou para a fábrica. Recebi o código que precisava dois dias depois!
Problema resolvido, certo? Errado! O carro continuava sem ligar. Frustração de novo!
Ficamos mais três meses perdidos sem saber o motivo do carro não ligar, já completando quatro meses parado nessa situação, mais dois desde Novembro, quando o carro foi para a oficina.
Resumo: duas oficinas boas e conhecidas já mexeram no carro, o carro já fez alguns passeios de reboque pra lá e pra cá, mas não descobriram o defeito.
Até que no mês passado conseguimos fazer o carro ligar! Alegria? Claro que não: o carro está falhando! Ainda em análise para descobrir o motivo da falha dessa vez.
E assim vamos, super tristes, morrendo de saudade do carro, perdendo várias oportunidades e momentos legais… mas sem desistir!
Confesso que os primeiros meses foram mais difíceis. A ansiedade e a decepção acabaram comigo! Depois de tanto tempo, já sou extremamente cético e tento não criar tanta expectativa, pois foram tantas as vezes que o carro “estava pra ficar pronto”, que a decepção de descobrir que não estava pronto era do mesmo tamanho da alegria da expectativa.
A parte boa disso tudo, é que o mecânico atual é perfeccionista e está deixando o carro impecável, como quando saiu de fábrica. Comprando presilhas originais, desfazendo as gambiarras que antigos donos fizeram e preparando o carro para o dia do Gran Finale.
Falta pouco! Agora são só detalhes.
Espero voltar em breve com boas notícias! Torçam por aí, abraço!
Por Tulio Dourado, Project Cars #432