Num sei… Vi um comment hoje sobre um Prêmio com placa preta, doeu o bico-de-papagaio e o Alzheimer avançou um pouco… UAHSuAHSuAHSuHAS E eu pra sempre vou lembrar de 199x quando falarem “há dez anos”.

Impossível não emocionar ao lembrar daquele dia. A sensação não vai mudar nunca. E viva os nascidos em 90 (cara, como é que já faz tanto tempo assim?!)!

“O Senna”. Assim mesmo, íntimo, sem formalidades. Um membro da família.

Que final. Arrepiei.

ele estava ruim, no começo da temporada, pq o Newey criou ele baseado no que poderia usar, e depois teve que tentar ajustar ele pro que passou a ser permitido. Por isso no começo da temporada ele estava arisco e bruto, e s´[o depois da fataldade a Williams conseguiu ir domando ele (o carro).

Também tinha 4 anos, também estava com carrinhos na hora do paranauê e confesso, lembre de como foi o momento pra mim e chorei aqui. rsrsrs

viva os nascidos em 90!

Mais um. O mesmo aconteceu com o acidente do Bianchi.

Sentado, com as pernas esticadas no sofá da sala, assistia junto com meu avô (quem iniciou, incitou e criou o gearhead aqui) à corrida. Não tinha ainda conhecimento e discernimento suficiente para entender tudo, mas adorava sentar com o Vovô João e ver a “currrrida”. Largada e o mini-eu pergunta: “O Senna tá ganhando vô?” “Sim” “EBA! Vai Senna!!”
E de repente a batida. Meu avô se levanta do sofá de um pulo e, com as mãos na cabeça e os olhos verdes muito arregalados só exclama: “Cacete!”. Olhei aquilo e me senti mal. Porra, o Senna ia perder! Ele não podia perder, eu estava vendo ele.
Vozão se senta de novo, e a pergunta: “Senna bateu vô?” “S… sim”. Algumas lágrimas escorreram do olho do senhor ao meu lado, e um sentimento ruim me tomou.

Dias depois, a memória é de ver minha avó assistindo ao cortejo fúnebre e chorando muito. Novamente, uma grande tristeza me assolou e só então entendi que não teria mais ‘O Senna’, a entidade quase mitológica que encantava os domingos.

Anos mais tarde, me vejo já na escola (na zona Norte de SP) sendo amiguinho de algumas outras crianças. A mãe de uma das meninas com quem eu conversava, por cerca de um ano dizia sempre que eu “lembrava e muito um amigo dela. Não tanto o físico, mas sim a forma de agir, o jeito”. Já no final do ano, último dia de aula eu perguntei: “Tia, quem é seu amigo?” E ela me diz com olhos marejados e um sorriso gentil: “Acho que você não conhece. Ele chamava Ayrton Senna”.

Então, apesar de fugir um pouco da premissa original do post, essa é minha história com o cara.

tinha acostumado com o carro branco e vermelho, com ele tendo um equipamento inferior fazendo milagres enquanto a willians era a equipe a ser batida

Eu tinha 7 anos de idade e estava assistindo a corrida com minha avó (R.I.P) que tb era fã do Senna. Ficamos chocados com o acidente e choramos copiosamente ao anunciarem a morte dele e durante a transmissão do velório e do enterro.

Lembro de tudo daquele fim de semana, mas meus olhos já estão começando a suar, então vou parar por aqui.

Bom depois de descrever um pouco minha paixão, voltamos ao fatídico dia, meu pai estava trabalhando pois trabalhava de escala, então não importava se era feriado ou domingo. Acordei, tomei café e sentei a frente da TV com minha mãe. Já havia uma certa apreensão no ar devido ao grave acidente do Rubinho e a morte do Ratzemberg. A F-1 não presenciava a morte há anos. Logo na largada um acidente forte, a bruxa estava solta. Então limparam a pista e veio a relargada, Senna apertou o da direita para fugir do Schumacher e então na abertura da 7a volta vem a porrada e o grito do Galvão, “Senna bateu forte!!”. Os momentos seguintes, não lembro de ter falado nada com minha mãe e muito menos de ter ouvido algo dela. Acho que vi a corrida até o final para acompanhar notícias, lembro do tom que a voz do Galvão tomou no restante da narração, não era mais o mesmo narrando. Então veio notícias atrás de notícias dizendo o quão grave era o estado do Senna, até que veio a notícia da morte cerebral. Olhei para minha mãe e perguntei o que isso significava. Não lembro a resposta, depois disso não lembro mais muita coisa daquele dia, apenas de encostar a cabeça no travesseiro e chorar muito na hora de dormir. Não lembro muito das notícias no decorrer da semana, acho que não queria ouvir, nem acreditar no que aconteceu, meu ídolo máximo havia partido.

Me afastei da F-1 por uns 2 anos, não queria muito saber de corridas, mas a paixão pelo automobilismo falou mais alto. Acompanho todas as corridas sempre que posso, acordo de madrugada e de manhã, mesmo que de ressaca. Mas Senna vive em nós que o assistimos correr e naqueles que se interessam pelo assunto e pesquisam e se encantam pelo piloto e ser humano que ele foi. Hoje entendo que quem me fez gostar de automobilismo não foi meu pai, foi ele, e se hoje eu ando de kart com os amigos, tenho um volante para jogar no PS4 ou PS3, se paro na frente da TV para assistir a tudo quanto é tipo de corrida é por causa dele e revivo aquele momento especial quando ele cruzava a grande reta de Jacarepaguá com a Lotus 97T e um garoto de 3 anos e pouco levantava na arquibancada e com os punhos serrados gritava seu nome em alto e bom som… SENNNNAAAAA!