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Car Culture

Nomes iguais, carros diferentes: os xarás do mundo automotivo – Parte 1

Em seus últimos anos de produção, o Fiat Prêmio vinha importado da Argentina com o nome Duna colado na traseira. O nosso Volkswagen Bora, era o Jetta no México e o Voyage só tem esse nome por aqui, pois na Argentina ele se chamava Gacel.

É bem comum que carros tenham nomes diferentes em países diferentes e até mesmo em anos-modelo diferentes — caso do Fiat Weekend, que não é mais Palio Weekend, ou do Renault Grand Tour, que perdeu o Megane nos últimos anos de produção. Na verdade são tantos exemplos que até fizemos um post sobre isso.

Mas o contrário também acontece com alguma frequência: a fabricante aproveita um nome para mais de um modelo. Não estamos falando de gerações diferentes que mantém o nome, como Volkswagen Golf, o Honda Civic e o Toyota Corolla, que têm o mesmo nome há mais de 40 anos. Estamos falando de carros completamente diferentes que, por acaso (ou não) têm o mesmo nome. São eles que veremos neste post.

 

Ford Maverick

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Para os brasileiros o Maverick é um cupê/sedã lançado em 1973 para competir com o Dodge Dart e com o Chevrolet Opala. O modelo é uma versão brasileira do Maverick norte-americano, que tinha uma missão menos nobre — posicionado abaixo do Mustang e acima do Pinto, ele era o compacto da marca por lá.

Longe da América, contudo, o nome Ford Maverick foi usado para três carros diferentes — e só um deles era um verdadeiro Ford.

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O primeiro deles foi o Ford Maverick australiano, vendido lá embaixo entre 1988 e 1994. Ele não era um cupê, nem um sedã ou algo parecido. Na verdade ele nem era realmente um Ford, mas sim o SUV Nissan Patrol de quarta geração rebatizado para ser vendido pela marca americana.

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O outro Ford Maverick foi vendido na europa entre 1993 e 1999. Ele também não era um Ford, e sim um SUV Nissan, mas diferentemente dos Australianos, o modelo escolhido foi um pouco menor, o Terrano II. Há ao menos um exemplar desse Ford Maverick rodando no Brasil. Ele é usado desde os anos 1990 pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.

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Depois desse Maverick, os europeus ainda tiveram outro. Ele também era um SUV, mas desta vez não era um Nissan, e sim a versão europeia do Ford Escape, um crossover médio que antecedeu o Ford Kuga.

 

Fiat Strada

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A picape do Palio tem o mesmo nome (e a mesma plataforma) desde o seu lançamento em 1996. Mas mesmo com 20 anos na caçamba, ele não foi o primeiro Fiat a usar este nome.

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Strada era um dos nomes do Fiat Ritmo, o hatch médio-compacto da marca nos anos 1970 e 1980. Quando a Fiat lançou o Ritmo no mercado norte-americano, havia uma marca de absorventes íntimos com o mesmo nome. Por isso, nos países de língua inglesa o nome Ritmo foi substituído por Strada. Na Inglaterra o Fiat Strada ganhou até uma versão Abarth, batizada Strada 130TC, com 130 cv.

 

Chevrolet Monza

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Como bem sabemos, Monza é o nome brasileiro do modelo global da plataforma J da General Motors. No Reino Unido ele era o Cavalier, na Austrália e Nova Zelândia seu nome era Camira, enquanto na Europa ele era o plural errado de um palavrão lusitano (procurem no Google, eu não vou contar essa).

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Nos EUA ele também se chamou Cavalier como no Reino Unido, mas não porque o nome Monza não era adequado para o mercado americano, e sim porque na América de Cima o Monza era um compacto meio desajeitado que rivalizava com o Mustang II nos anos 1970. Ele era oferecido nas versões cupê, hatchback e perua, sempre com duas portas, e com motores 2.3 e 2.5 de quatro cilindros, 3.2 e 3.8 V6 e 4.3, 5.0 e 5.7 V8.

 

Volkswagen Fox

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Durante o desenvolvimento do atual compacto da Volkswagen a imprensa brasileira da época apostava no nome Tupi. No fim, alguém deve ter percebido que Tupi soa como o verbo inglês “to pee” (que significa “fazer xixi”) e o novo modelo acabou batizado como Fox.

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O nome, na verdade, foi trazido do passado recente da marca. Nos anos 1980 a Volkswagen decidiu vender o nosso Voyage e a Parati na América do Norte e adotou o nome Fox e Fox Wagon, provavelmente em uma referência ao Audi Fox, que era o nome americano do Audi 80 de primeira geração. Como curiosidade, o Volkswagen Fox sedã aparentemente é o único carro além do Batmóvel a circular em Gotham City em “Batman, o Retorno” (Batman Returns – 1992).

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Outra curiosidade? O Volkswagen Fox “americano” foi o primeiro carro com injeção eletrônica fabricado no Brasil, em 1987.

 

Citroën C2

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Esse é um dos casos mais bizarros de todos: o Citroën C2 é pouco conhecido no Brasil, mas foi um compacto muito popular na Europa, onde teve até uma versão esportiva tão apetitosa como Crème Brulée.

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Só que o outro carro batizado Citroën C2 não era um Citroën, e sim um Peugeot. Por algum motivo em vez de vender o Peugeot 206 como Peugeot 206 no mercado chinês, a PSA decidiu transformar o modelo em um Citroën.

 

Dodge Charger

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Nos EUA o Charger foi o maior dos muscle cars da Dodge nos anos 1960 e 1970. Você o conhece pela perseguição de “Bullitt”, onde seu tamanho fica evidenciado ao lado do Mustang, ou então como o carro do Dom Toretto no final do primeiro “Velozes e Furiosos”.

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O Charger que tivemos por aqui, contudo, era bem diferente do americano. E não se trata de gerações diferentes como alguns podem pensar. Nosso Charger, na verdade, era baseado no Dart americano de quarta geração — este sim o mesmo que foi fabricado por aqui — que usava a plataforma A-Body, mais compacta que a B-Body do Charger americano.

 

Ford Galaxy

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Não está errado não. A Ford produziu o Galaxie e o Galaxy. O primeiro, Galaxie, todos sabemos que é um modelo grande produzido pela Ford americana e pela Ford brasileira nos anos 1960, 1970 e no comecinho dos anos 1980. Até agora nenhum outro Ford recebeu esse nome.

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Mas em 1991, quando a Ford deixou de vender o Sierra na Argentina, o carro escolhido para substituí-lo foi o Versailles — a versão Ford do Volkswagen Santana, produzido pela Autolatina. Mas ele nunca foi vendido na tierra de la plata com este nome. Em vez de Versailles a Ford rebatizou o sedã como Galaxy.

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Quatro anos mais tarde, na Europa, a Ford juntou-se à Volkswagen para produzir uma minivan, que foi vendida pelos alemães como Sharan e pela Ford como Galaxy. O modelo é produzido até hoje, e desde a sua segunda geração é baseada na plataforma do Ford Mondeo de terceira geração.

 

Dodge Polara

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Na Dodge o nome Polara batizou nada menos que três modelos completamente diferentes. O primeiro deles foi uma série de modelos full-size produzidos nos EUA entre 1960 e 1973 baseados na plataforma C-Body e B-Body.

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Mais tarde, nos anos 1970, a Dodge argentina produziu sua própria versão do Dart americano e o batizou de Polara. Mas ele não tinha nada a ver com o Dart nem com o Polara: ele tinha uma carroceria própria e até sua própria hierarquia de versões: a R/T era a básica e a GTX (que não tinha nada a ver com o Plymouth GTX americano) era o esportivo (leia mais sobre eles neste post).

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Na mesma época a Chrysler do Brasil resolveu lançar um modelo menor que os sedãs V8 derivados do Dart. Para isso eles trouxeram o Hillman Avenger da Inglaterra e o batizaram como Dodge 1800 e, mais tarde, como Dodge Polara.

Clique aqui para ler a segunda parte.