Nossos leitores têm um timing perfeito. Um dia depois de publicarmos as fotos que o José Antonio Martins da Silva fez da nova geração do BMW X1 em São Paulo, o carro foi oficialmente revelado pela fabricante. Com produção confirmada para o Brasil, na fábrica de Araquari/SC, ele será o segundo modelo da BMW com tração dianteira — mas também terá o sistema de tração integral xDrive — como antecipamos, e traz mais alguns detalhes interessantes.
Para quem tinha curiosidade sobre o porte do novo crossover, ele tem 4,44 m de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,82 m de largura e 1,60 m de altura. Com isso, ele é quase do mesmo tamanho do anterior (4,45 m), mas perde no entre-eixos (2,76 m) e ganha em largura (1,80 m) e em altura (1,55 m). O porta-malas ficou maior: agora são 505 litros contra 420 do antecessor. Com as novas proporções, fica evidente que o novo X1 abandonou o visual de perua aventureira para se tornar um mini X3.
A BMW diz que o espaço interno foi é maior que em relação ao modelo anterior, ainda que o entre-eixos tenha sido reduzido. A única explicação possível, e confirmada pela marca, é a elevação do ponto H dos bancos. Com uma posição mais alta (3,6 cm) para os dianteiros e ainda mais (6,4 cm) para os traseiros, as pernas não precisam de tanto espaço à frente, já que ficam mais suspensas.
Quem achar que fica muito apertado nos bancos traseiros poderá encomendar a opção de ajuste em distância em distância para eles. Fazendo os assentos correrem por trilhos, em um curso de até 13 cm, os bancos ficam 6,6 cm mais elevados do que já estão! Em outras palavras, 13 cm mais altos do que os do X1 anterior.
Para ficar mais claro, pense em uma cadeira de praia e em uma de jantar. Na cadeira de praia as pernas têm de ficar esticadas para a frente para que as coxas tenham apoio. Na de jantar, elas ficam retas, com os joelhos em ângulo de 90º. Foi por isso que o carro ficou mais alto.
Foi por isso também que o novo BMW X1 ficou mais largo: o aumento na altura também eleva o centro de gravidade, que por sua vez aumenta a transferência lateral de peso. O aumento nas bitolas (de 1,51 m para 1,56 m na dianteira e de 1,53 m para 1,56 m na traseira) é a forma de reduzir a transferência lateral de peso, mantendo a estabilidade do carro — e de quebra aumentando o espaço na cabine. Pena foi a BMW ter entrado no mesmo discurso de que uma posição de dirigir mais alta dá ao motorista uma “visibilidade otimizada do trânsito”.
Muita gente vai lamentar que o X1 tenha perdido a tração traseira, mas isso já era algo esperado por conta da plataforma que o utilitário passou a adotar. O primeiro sinal disso foi uma pesquisa divulgada pela própria marca em 2010, que revelou que os 80% dos proprietários do Série 1 pensavam que seu carro tinha tração dianteira. Além disso, os modelos de entrada dos rivais Mercedes e Audi sempre usaram tração dianteira com variações de tração integral.
A BMW já fabricava o Mini com tração dianteira, que mostrou que você não precisa tracionar as rodas de trás para ter um comportamento dinâmico divertido. Juntando os pontos (proprietários que não sabem quais rodas estão movendo o carro e uma dinâmica bem acertada para aqueles que sabem) a BMW decidiu adotar a mesma plataforma em seus modelos de entrada — o que também ajudou a reduzir custos de desenvolvimento e produção. Trata-se da UKL, a mesma usada pela família Mini e pelo Série 2 Active Tourer, a minivan da BMW. Outra coisa que os puristas têm calafrios em mencionar.
Com isso, os modelos sDrive passam a ter tração dianteira e os xDrive a tradicional tração nas quatro rodas, mas com aperfeiçoamentos. Ligado ao diferencial dianteiro por acoplamento angular e ao traseiro por acoplamento com discos do tipo “hang on”, de acionamento eletro-hidráulico, o xDrive é ligado ao sistema DSC (controle dinâmico de estabilidade). E esse é seu pulo do gato.
Em condições normais, toda a força vai para o eixo dianteiro, mas, caso seja necessário, 100% dela pode ser concentrada no eixo traseiro, com a ajuda de uma bomba eletro-hidráulica. Tudo por meio do monitoramento do DSC, que monitora velocidade, aceleração longitudinal e transversal do veículo, ângulo de giro do volante, velocidade de rotação das rodas, inclinação lateral e posição do pedal do acelerador.
Os motores do modelo, por ora, são só os 2.0 a diesel e a gasolina. O 1.5 de três cilindros está previsto para novembro de 2015, na versão sDrive18i, que terá 136 cv. Na mesma época também deverá surgir a versão mais barata a diesel, a sDrive16d, com 116 cv.
As versões atuais a gasolina são a sDrive20i, a xDrive20i e a xDrive25i. As 20i, que diferem apenas pelo sistema de tração (dianteira na primeira e integral na segunda) oferecem 192 cv entre 5.000 rpm e 6.000 rpm e torque de 28,6 mkgf entre 1.250 rpm e 4.600 rpm. A 25i tem 231 cv na mesma faixa de giro, com torque de 35,7 mkgf de 1.250 rpm a 4.500 rpm.
No caso do motor a diesel, ele se presta ao sDrive18d (150 cv a 4.000 rpm e 33,7 mkgf de 1.750 rpm a 2.750 rpm), xDrive20d (190 cv a 4.000 rpm e 40,8 mkgf entre 1.750 rpm e 2.500 rpm) e ao xDrive25d (231 cv a 4.400 rpm e 45,9 mkgf de 1.500 rpm a 3.000 rpm).
Nos modelos nacionais, os motores 2.0 e 1.5 a gasolina devem ser oferecidos com capacidade de consumir também etanol. Os a diesel, por outro lado, não devem passar nem perto do cliente brasileiro, por conta da restrição do uso do combustível a veículos com marcha reduzida ou capacidade de carga de mais de uma tonelada.
O padrão de transmissão para o X1 será a automática de oito marchas Steptronic, mas a sDrive18d terá, de série, uma manual de seis marchas, assim como as futuras versões sDrive18i e sDrive16d. Quando saírem, essas duas terão opção de câmbio automático de seis marchas, em vez das oito das versões superiores.
Os faróis do X1 podem ser, pela primeira vez, full LED, ou seja, com LEDs não só nos faróis diurnos, que são de série, mas também nos fachos alto e baixo. São opcionais, assim como a tela de 8,8 polegadas do sistema de navegação e entretenimento (de série, ela tem 6,5 polegadas).
O encosto do banco traseiro é tripartido (40:20:40) e é possível rebatê-lo eletricamente, por meio de um botão no porta-malas. Quem precisar de mais espaço pode pedir também que o banco dianteiro do passageiro seja rebatível, o que amplia o espaço de carga para 1.550 litros.
Existem cinco níveis de acabamento: básico, Advantage, Sport Line, xLine e M Sport. O básico já traz faróis de neblina, retrovisores externos elétrico aquecíveis, vidros elétricos, sistema de som com seis alto-falantes, entrada auxiliar e USB, Bluetooth, Driving Experience Control, ar-condicionado, sistema de partida sem chave, com fechamento das portas à distância, volante regulável em altura e distância e sensor de chuva e crepuscular.
O pacote Advantage adiciona controlador de velocidade com sistema de frenagem automática, que mantém a distância estabelecida para o veículo da frente, volante com comandos, ar-condicionado de duas zonas e Park Distance Control, com sensores de estacionamento na traseira. Os demais acabamentos incluem as mesmas coisas, além de diferenças estéticas. A mais visível é o volante revestido em couro. No M Sport, além do volante, o X1 ganha o pedal de apoio da divisão esportiva.
Como opcionais, além dos que já foram citados, também se pode encomendar teto solar, de 120 cm X 84,7 cm, e um sistema de som de alta fidelidade, com amplificador Harman Kardon de 360W, 12 alto-falantes, Digital Audio Broacasting e leitor de CD.
Também será possível equipar o X1 com head-up display, que projeta informações no para-brisa, como velocidade ou indicações do navegador, Navigation Plus (com a tela de 8,8 polegadas) e com o Driving Assistant Plus, que avisa se o motorista muda de faixa sem querer, acelera e freia o carro sozinho em congestionamentos a velocidades de até 60 km/h, e o BMW Selective Beam, que regula automaticamente o facho de luz dos faróis, evitando ofuscamentos aos demais motoristas. A oferta inicial de cores será com duas sólidas e dez metálicas.
Curioso para ver mais sobre o futuro BMW nacional? Veja nossa galeria com todas as demais imagens do modelo divulgadas até agora. Logo aí embaixo.