A 11ª geração do Corolla foi revelada para o mundo em meados de 2013. Agora, chegou a vez do Brasil: a Toyota apresentou na última terça-feira, dia 11, a nova geração de seu sedã médio no País, que tem a missão de conquistar um público mais jovem e recuperar a liderança no segmento.
Como era esperado, o novo Toyota Corolla nacional adota o visual da versão europeia. O modelo americano foi primeiro a ser revelado, em junho, e trouxe um visual mais agressivo e esportivo, que em quase nada lembrava seu antecessor. Por outro lado, o Corolla europeu, apresentado no mês seguinte, trazia visual mais conservador para uma proposta mais refinada.
Embora a Toyota, de início, não se pronunciasse a respeito de qual das versões o modelo brasileiro seguiria, as suspeitas caíram sobre o modelo europeu, visto que a geração anterior Corolla também era igual ao do Velho Mundo. E foi assim mesmo.
O novo Corolla, será oferecido em três versões: a básica GLi, a intermediária XEi, e a de topo, Altis, com preços que vão de R$ 66.570 (GLi 1.8 manual) a R$ 92.900 (Altis 2.0 CVT). Os detalhes sobre motorização e equipamentos estão mais adiante.
O visual do Corolla de 11ª geração não é novidade, mas definitivamente vale uma segunda olhada. É notável a evolução no design do sedã, que agora traz uma carroceria mais musculosa, dianteira com faróis alongados e uma grade cromada que os invade por trás das lentes. Segundo a Toyota, a dianteira foi inspirada “no olhar focado de um atleta de alto rendimento antes de uma competição”.
A traseira, com lanternas maiores e mais rentes à carroceria, e que invadem a tampa do porta-malas (e nos lembram um pouco as peças da Mercedes-Benz), é a parte que mais remete ao modelo antigo — o que não significa que não seja atual e alinhada com o resto do carro. Completam as novidades do lado de fora a adoção de duas novas cores: vermelho e branco perolizado, que se juntam ao branco, prata, cinza, preto e azul já disponíveis no Corolla anterior.
A aparência mais imponente não é impressão: o carro realmente cresceu, e não foi pouco. O comprimento aumentou para 4,62 metros e a largura, para 1,775 m — são, respectivamente, 8 cm e 15 cm a mais do que no modelo anterior. A altura aumentou só 0,5 cm, chegando a 1,475 m.
O aumento que mais interessa, porém, foi no entre-eixos, que ganhou 10 cm em relação ao Corolla antigo, ficando com 2,7 metro. Resultado, maior espaço interno, especialmente para os ocupantes do banco traseiro, que ganharam um belo alívio para os joelhos e os pés. Outra medida tomada para melhorar o espaço interno foi a adoção de bancos dianteiros mais finos, porém com espuma mais densa e melhor apoio nas laterais. Curiosamente, a capacidade do porta-malas permanece inalterada, com 470 litros.
Outra grande evolução aconteceu mesmo no lado de dentro: o painel foi totalmente renovado, talvez com mudanças mais drásticas do que as do lado de fora. Agora com elementos horizontais (para ampliar a sensação de espaço), o painel do Corolla traz desenho bem mais contemporâneo e ergonômico.
Ainda que o design e a qualidade do acabamento sejam comuns a todas as versões, cada uma delas traz diferenças nos detalhes e materiais. O Corolla GLi traz acabamento predominantemente preto no painel, com bancos e portas revestidos em tecido. O XEi tem padrão que imita fibra de carbono no painel e couro cinza nos bancos e portas, enquanto o Altis traz couro bege e detalhes em padrão madeira escura. As versões XEi e Altis trazem ainda, comandos digitais para o ar-condicionado e uma central multimídia de 6,1 polegadas no painel, itens que não estão presentes na GLi. Esta, aliás, também traz cluster de instrumentos mais simples, com três mostradores redondos e uma pequena tela de cristal líquido, enquanto as duas versões superiores trazem uma tela maior, em TFT, entre dois mostradores principais.
A Toyota não divulgou imagens do Corolla GLi, mas seu painel deverá ser parecido com este, da versão de entrada do modelo americano
Os motores do novo Corolla serão os mesmos do antigo: um 1,8-litro de 144 cv a 6.000 rpm e 18,4 mkgf de torque a 4.200 rpm (etanol), e um 2.0 de 154 cv a 5.800 rpm e 20,3 mkgf a 4.000 rpm (etanol). Ambos os motores são flex e têm bloco e cabeçote de alumínio e duplo comando de válvulas com variação no tempo de abertura das válvulas (VVT-i).
Apenas o Corolla GLi está disponível com o motor 1.8 e câmbio manual de seis marchas. As outras, só com motor 2.0 e o novo câmbio CVT, também disponível na versão GLi. A nova transmissão foi batizada de Multi-Drive por simular sete marchas e, nas versões XEi e Altis, oferece trocas manuais por borboletas atrás do volante — uma evolução muito bem vinda, visto que o modelo anterior usava um antiquado câmbio automático de quatro marchas.
Os itens de série do Corolla GLi incluem direção eletroassistida progressiva, ar-condicionado com controle manual, chave do tipo canivete, com comandos do alarme integrados, múltiplos porta-objetos nas portas e no console central, computador de bordo com seis funções, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, hodômetro e relógio digital, sistema de som com conectividade USB para iPod, Bluetooth, faróis de neblina, vidros e retrovisores com acionamento elétrico e comandos no volante. Com câmbio manual, o GLi custa R$ 66.570 e, com CVT, R$ 69.990.
Custando a partir de R$ 79.990, o Corolla XEi acrescenta ar-condicionado automático digital, vidros elétricos one-touch nas quatro portas, banco traseiro bipartido em 60/40 com descanso de braço central e porta-copos, controle de velocidade de cruzeiro e retrovisor interno eletrocrômico. A central multimídia disponível a partir desta versão reproduz DVD, controla todas as funções do carro, exibe as imagens da câmera de ré e capta sinal de TV digital. A versão topo de linha Altis, que sai por R$ 92.990, acrescenta luzes auxiliares em LED, botão start/stop, ajuste elétrico para o banco do motorista, retrovisores externos rebatíveis e acendimento automático dos faróis.
Segundo a Toyota, o sistema de suspensão foi totalmente recalibrado por técnicos brasileiros para garantir resistência e conforto ao rodar compatíveis com nossas estradas e ao gosto do público.
Público este, aliás, que a Toyota pretende expandir. Apesar do visual mais sóbrio do que poderia ser (caso o modelo brasileiro fosse igual ao americano), a marca confia na nova geração do sedã médio para atrair compradores na faixa dos 35 anos de idade, e não só acima dos 40 anos como o modelo atual. Outro objetivo é recuperar a liderança nas vendas, que foi perdida para o Honda Civic no ano passado.
Para tal, a Toyota confia no design do carro e em sua boa reputação. Segundo a marca, o conforto, a confiabilidade e a boa dinâmica (que a Toyota usou para justificar a ausência de assistências eletrônicas de estabilidade e tração) nunca estiveram tão presentes no Corolla. As vendas da nova geração estão previstas para começar no dia 14 de março.