Bem amigos, bem vindos ao terceiro e último post. Continuando a história do Project Car #374, eu havia feito todas as intervenções mecânicas necessárias para o Vectra rodar sem aborrecimentos e ser utilizado diariamente caso eu quisesse. Faltavam apenas duas coisas: Estética e suspensão. O Vectra GSi possui amortecedores a gas, que possui uma rodagem mais firme e esportiva, porém com conforto.
A desvantagem desse sistema, além do preço elevado, é a baixa durabilidade, pelo menos no meu caso. Segundo uma nota fiscal que achei na pasta de documentos do carro, os 4 amortecedores haviam sido trocados em 2012 pela marca Cofap. Acredito que pela marca e pela pouca km que o carro rodou nesses 4 anos, estes amortecedores não eram para estar estourados, e os meus dois dianteiros estavam.
Após tomar um “baque” com a manutenção recém feita (tudo o que foi falado nos dois primeiros posts foi feito em menos de 2 meses) Eu estava me recuperando financeiramente. Um jogo de amortecedores e mola sairia por R$1.200,00. A solução que encontrei foi retrabalhar os meus amortecedores. Para dar um visual mais bacana, decidi rebaixar o carro em 3 cm e assim que pudesse compraria os quatro amortecedores a gas mais molas esportivas de qualidade. Mandei fazer o serviço em uma oficina aqui da cidade. Após um dia de ansiedade, vou busca-lo, e ao dobrar a esquina a primeira coisa que vejo é isso:
Confesso que gostei do resultado, os amortecedores são encurtados e remontados, trocados retentores e colocado óleo, não sendo mais o sistema a gas (acredito que esse sistema use gas + óleo, me corrijam se estiver errado). O carro ficou firme, porém confortável, não raspa em quebra molas e entra em qualquer garagem. A altura ficou perfeita, discreta com visual esportivo. Mandei trocar também um coxim do amortecedor que estava estourado. O resto dava para aguardar até a próxima intervenção, que seria mais abrangente.
Com essa parte meio concluída, comecei a cuidar dos “detalhes” do carro, as cerejas do bolo. Na revisão que eu havia feito, não consegui encontrar o filtro de ar pra ele. Como o que estava nele era novo, resolvi trocar depois. Porém vi um anuncio de um filtro esportivo da Inflow e resolvi comprar para testar. É um pouco caro se comparado com o filtro de papel, mas é lavável e dura 50 mil km segundo o fabricante. Não senti grande diferença na potência, mas o ronco do motor ficou mais encorpado.
Só uma observação quanto ao filtro Inflow, é o fato de ele ter vindo 1 cm maior de largura, não sendo plug and play, apesar de ser anunciado e vendido para o Vectra GSi e Calibra. Tive que cortar parte dessa borracha laranja, o que não foi fácil, pois é bastante dura. Ficou feio mas funcionou, reclamei com o vendedor e vida que segue.
Outra coisa que me incomodava no carro eram os adesivos com os logos “Vectra GSi”, “2.0 16v” que estavam meio cansados e foram instalados tortos na tampa traseira. Encontrei um kit de adesivos originais a um preço convidativo, mas fiquei com medo de estarem ruins por serem de estoque antigo. Acabei comprando uns paralelos, mas muito próximos aos originais e de excelente qualidade. Com muita paciência e uma horinha de trabalho, instalei os da tampa traseira.
Adesivos novos, e ele voltou pro descanso ao lado da nova colega de quarto, uma Comet 250
Nesse período, eu havia conseguido uma vaga no prédio onde morava, e parei de alugar uma vaga em um estacionamento que ficava a 10 km de casa. Sendo assim, passei a utilizar mais o carro, para ir ao trabalho, mercado, sair, enfim, carro foi feito para ser usado.
Essas vagas apertadas do trabalho era um dos motivos para eu não usar o Vectra todo dia
As compras do mês não cabiam na mala do C3. Na do Vectra cabem as compras de dois meses
Usar esse carro no dia-a-dia é um show a parte. Chama atenção onde passa, é confortável, potente e econômico, chegou a fazer 12 km por litro na cidade com ar ligado. A essa altura já dava para ver que o carro estava perfeito, pronto para uma viagem. Então resolvi ir para um encontro anual que acontece em uma cidade chamada Feira de Santana, que fica a 120 km de Salvador. Não é nenhuma viajem longa, mas já daria para ver como o carro ia se comportar, e claro, daria para testa-lo no modo soviético de pista. Porém antes da viajem, parei para resolver o ultimo problema que o carro tinha. Ele dava pequenas “soluçadas” algumas vezes em aceleração, mas não era sempre. Resolvi apostar no regulador de pressão, comprei, instalei e problema resolvido.
Dia de mexer nas máquinas!
Comprei um regulador Bosch, mas foi extraviado nos correios, tive que me contentar com o paralelo
Regulador já no lugar
Agora sim estava pronto para pegar estrada! No dia 30 de julho de 2016 parti em carreata com o pessoal do clube do opala da Bahia, clube do omega e clube do fusca rumo a Feira de Santana. Marcamos pela manhã em um posto na saída da cidade e fomos todos desfilando numa linda e colorida fila.
A viagem de ida foi tranquila, o carro fez uma média incrível de 14 km/l, pois fomos em carreata a 80 km/h então deu para fazer uma ótima média. Incrível como esse carro consegue aliar economia e potência, coisa que só vemos hoje em dia nos turbos. Chegando no evento posicionamos os carro de acordo com o modelo e marca. Foi só parar, limpar o carro e curtir o dia cercado dos melhores carros de várias épocas!
Foto de Denison Monteiro
Na volta do evento, já no final da tarde, resolvi vir sozinho, sem carreata, para testar o carro ao limite que a via permitisse. Fiz os 120 km em 40 minutos, levando o carro ao limite em alguns instantes, sempre que o transito permitia, descendo marcha, subindo giro até o corte ao estilo vtecão. O carro se comportou perfeitamente, direção firma, sem vibração mesmo em alta velocidade. Não consegui fechar o painel por causa do transito, mas deu para testar bem os limites do carro. Ao chegar em casa, não havia nenhum problema com o carro, nenhuma luz no painel acesa, nenhuma gota de óleo no chão, temperatura do motor normal, absolutamente tudo normal. A missão estava cumprida.
Adeus
É amigos, mas infelizmente a vida vem e te dá um banho de realidade. A crise financeira do país foi de mal a pior, meu emprego ficou instável e eu tive que anunciar o Vectra para venda. Não podia manter o carro, sendo que poderia perder o emprego a qualquer momento, então resolvi me antecipar quanto a venda do carro. E sim, eu vendi o carro e acabei saindo do trabalho logo em seguida. Fiz de tudo para que ele fosse para as mão de quem cuidasse e continuasse fazendo o que eu faria em 2017. As propostas aqui pelo Vectra aqui na cidade não eram boas, os possíveis donos muito menos e foi aí que surgiu o Roberto de Teresina e comprou o carro sem vê-lo pessoalmente. Confiou em mim, milhares de fotos e vídeos que enviei e ficou com o carro. Vi que ele era a pessoa certa para ficar com o Vectra, curte antigos dos anos 90, tem até uma página no instagram, a @auto90brasil, e já tem diversas fotos do Vectra feliz em sua nova morada. Tenho certeza que ele está em boas mãos. Vou deixar vocês com as últimas fotos tiradas do carro, até o último momento no pátio da transportadora. Foi como se despedir de um filho:
Agradeço a todos pelas mensagens, a equipe do FlatOut, foi um sonho realizado poder publicar minha história no maior e melhor site automotivo do Brasil. Para finalizar, deixo uma foto que tirei hoje, o dia que escrevo este post, com uma possível aquisição em sociedade com um amigo. Iremos pegar o branco, mas o azul é um show a parte. Será um projeto muito mais desafiador que o vinho e quem sabe conto a história aqui novamente para vocês! Até mais!
Por Diego Silva, Project Cars #374
Uma mensagem do FlatOut!
É, Diego, a vida tem dessas surpresas. Mas o que importa é que você recuperou um clássico nacional (ainda que fosse importado) e curtiu muito antes de ter que deixá-lo ir embora. O que importa é isso. Parabéns pelo projeto! Quem sabe você não volta para contar mais do próximo?