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Zero a 300

O fim da Recaro? | A volta do M5 Touring | Mercedes CLE com V8 e mais!

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Recaro entra em processo de recuperação judicial

A Recaro Automotive protocolou um pedido de recuperação judicial na Alemanha nesta semana. A empresa está em situação de insolvência e, por isso, fez o pedido à corte alemã. Apesar do nome “Recaro Automotive”, trata-se apenas de uma subsidiária da Recaro que conhecemos nos esportivos e aviões.

O caso é um pouco confuso à primeira vista: a Recaro dos bancos dos esportivos dos anos 1980 era uma empresa diferente da atual. Em 1998 a Recaro original passou por uma reestruturação que a segmentou em quatro divisões diferentes — cada uma voltada a um nicho do mercado: aviões e trens, cadeiras de escritório e jogos, cadeirinhas e assentos infantis, e bancos de automóveis. Destas, as duas últimas são licenciadas a terceiros, então foram os operadores da Recaro Automotive que fizeram o pedido de recuperação judicial.

Aqui também é importante explicar algo que causa confusão no Brasil: é muito comum jornalistas e redatores traduzirem “bankruptcy” como “falência”. É uma tradução literalmente correta, mas a aplicação do termo é diferente no exterior. Quando uma empresa “file for bankruptcy” que foi o caso da Recaro Automotive, ela fez, na verdade, o pedido de recuperação judicial — que é um termo que não é usado em inglês (nesse caso “judicial recovery” seria algo como o nosso “protesto de títulos”).

O que acontece então? O processo de recuperação judicial, ou o “filing for bankruptcy”, é uma tentativa de evitar a falência (que lá fora se chama “liquidation”). Ela ainda tem condições de operar, mas precisa protocolar junto ao poder judiciário esse processo de recuperação, para garantir que os credores serão pagos e os funcionários serão mantidos durante a reestruturação — isso, claro, posto de forma resumida.

A Recaro Automotive foi licenciada por um fundo de investidores e, segundo a imprensa europeia, já começou sem muita solidez administrativa. As informações dizem que os próprios funcionários tiveram que aceitar adiamentos de salários para que a empresa pudesse operar em um primeiro momento. Agora, depois de quatro anos, ela se tornou insolvente e, por isso, precisou protocolar o pedido de recuperação.

Como a Recaro Automotive é uma operação licenciada, a marca dificilmente deixará de existir. Sendo uma empresa licenciada, a própria Recaro Holding é credora da Recaro Automotive, e certamente há dispositivos contratuais que protejam a marca em caso de falência ou mesmo recuperação judicial. A Recaro Automotive ainda é fornecedora de marcas como a Porsche, Cadillac, Aston Martin, Audi, BMW e Mercedes-Benz, entre outras, por isso, é pouco provável que a marca em si deixe de existir ainda que o atual processo de recuperação judicial termine em falência.

 

Novo BMW M5 Touring chega em agosto

Depois de um pequeno aperitivo no mês passado, a BMW finalmente confirmou que irá revelar o novo M5 Touring em 15 de agosto, durante a Monterey Car Week em Pebble Beach, nos EUA. A data também irá marcar a estreia do M5 Sedã nos EUA.

O modelo também marca a volta da versão perua do M5, que vimos pela última vez em 2011, ainda na geração E60 (uma perua V10 hoje soa quase como um devaneio, não?). Como o sedã, ela terá o motor de V8 biturbo de 4,4 litros com um motor elétrico integrado, um conjunto que entrega 727 cv e 101,8 kgfm .

O sedã, apesar do seu peso tectônico, vai de zero a 100 km/h em 3,4 segundos e chega aos 306 km/h. A perua, que sempre tende a ser mais pesada, deverá ser sutilmente mais demorada (ou menos rápida) na aceleração, mas deverá manter a velocidade máxima.

 

Mercedes CLE 63 AMG terá motor V8 – e nada de eletrificação

Parece que a Mercedes entendeu o recado do público com o fiasco do C63 AMG de quatro cilindros e decidiu percorrer um caminho mais certeiro com o novo CLE 63 AMG. O modelo, caso você esteja por fora da nomenclatura atual da Mercedes, é cupê que substitui, ao mesmo tempo, o Classe C cupê e o Classe E cupê — ou seja, é uma mistura dos dois como era o CLK, que usava a plataforma da Classe C com o estilo da Classe E, o que faz dele, na prática, o sucessor do CLK.

O caminho mais certeiro ao qual me refiro é o uso do motor V8 biturbo de 4 litros que a AMG vem usando há quase 10 anos. Nada de seis-em-linha ou quatro cilindros. Nem mesmo hibridização. Os flagras, feitos pelo pessoal do Carscoops, mostram que não há uma portinhola de recarga, nem os adesivos de alerta de risco de choque elétrico que normalmente se vê nos protótipos e mulas de teste, o que indica que ele não será um híbrido plug-in ao menos.

Isso deixaria como única opção o powertrain do C63 S, mas a Mercedes sabe que seria um grande erro colocar o motor 2.0 — especialmente porque o CLK sempre teve o powertrain das classes superiores, sendo um “hot rod” de fábrica. Nesse caso, a opção pode ser o V8 na configuração do SL63, um dos modelos que ainda não eletrificou o conjunto, com os mesmos 585 cv do AMG GT e C63 nas gerações anteriores. Seria um rival perigoso para o BMW M4 ao mesmo tempo em que ele poderia recuperar o público perdido com o erro do C63 AMG atual.

O modelo ainda não tem data para ser lançado, mas considerando o estágio atual do desenvolvimento, é possível que ele chegue ainda neste ano.

 

Atual Golf GTI pode ficar no mercado por mais 10 anos

Quando a VW revelou o conceito ID.2all em 2023, ela estava mostrando o que esperar quando o novo VW Golf totalmente elétrico for lançado em alguns anos. A chegada desse carro, contudo, não significará o fim do Golf com motor a combustão. Segundo uma fonte oficial da VW, o atual modelo pode continuar em produção até 2035.

Em entrevista ao site holandês do Top Gear, Kai Grünitz, diretor de desenvolvimento técnico da VW, deu a entender que o Golf de hoje, ou pelo menos uma evolução dele, pode ser mantido enquanto a União Europeia não proibi-lo de ser vendido (com aquela regra que impõe os carros elétricos a partir de 2035).

Embora uma isenção para combustíveis sintéticos possa fornecer uma brecha para alguns carros a combustão, é mais provável que ela mantenha apenas o supercarros com motores de combustão interna.

A VW acabou de atualizar o Golf de oitava geração, mas certamente precisará de pelo menos uma grande atualização para estender sua vida útil por mais 10 anos. E se ele permanecer até 2035, estaremos falando de uma plataforma de 22 anos quando for encerrada em 2035. O Golf elétrico, que chega em 2026, terá uma arquitetura completamente diferente, destinada apenas a veículos elétricos.

É fácil entender por que a VW quer manter o Golf com motor a combustão em produção: a demanda dos consumidores por veículos elétricos não é suficiente para bancar o modelo de negócio das fabricantes. Nada como uma boa dose de realidade para colocar as coisas no lugar.

Pior: a demanda pelo Golf aumentou: na Europa as vendas cresceram 43% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. E embora os SUV T-Roc e Tiguan tenham mantido o volume de vendas, o Tesla Model Y, que foi o carro mais vendido na Europa no ano passado, teve uma redução de 26% nas vendas.