Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.
O Zero a 300 é um oferecimento do , o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, (e não esqueça de ativar o sininho)!
O fim do VW Gol agora é oficial
A gente não tinha um obituário pronto para ele, como é verdade em outras publicações a respeito de personalidades importantes, da Rainha da Inglaterra ao Didi Mocó Sonrisepo Colesterol Novalgino Mufumbo. Não, automóveis não morrem no sentido literal da coisa: se bem cuidados, ao contrário da gente, podem durar para sempre. Apenas deixam de ser fabricados.
E este é o caso, agora oficialmente, do Gol. A Volkswagen anunciou o fim da produção do Gol, modelo lançado em 1980 e que chegou a ser o carro mais vendido no país por 27 anos. Produzido em Taubaté, no interior de São Paulo, o Gol será substituído pelo Polo Track a partir de janeiro de 2023. O Gol e o Voyage permanecem em produção até o fim de 2022, quando serão substituídos pelo novo Polo Track.
A VW divulgou alguns detalhes do novo Polo Track, começando pelo preço, R$ 79.990,00, o cara mais popularmente conhecido como oitenta mil reais. Um visual ligeiramente diferente, rodas 15 polegadas de aço com calotas escuras, motor 1.0 MPI de 84 cv e câmbio manual de cinco marchas. Além disso, quatro airbags, controle eletrônico de estabilidade, assistente para partidas e subidas.
A VW lançou também o protocolar “Last Edition”, visando espremer mais um dinheirinho da carcaça moribunda do pobre Gol comemorar a efeméride de fim de produção. É um Gol com todos os opcionais disponíveis de catálogo, exclusivamente pintado de vermelho com detalhes em preto, e limitado a apenas mil unidades (650 no Brasil e 350 para exportação). No que foi divulgado até agora, podemos ver um logo no painel com a numeração do carro.
Um video da VW foi mostrado com Claudio Carsughi, já velhinho, testando o primeiro Gol Last Edition; uma piscadela para a história do modelo, já que Carsughi, em 1980 trabalhando na Quatro Rodas, foi o primeiro jornalista a andar no então novo Gol. Um toque de sensibilidade histórica sensacional da VW. Parabéns!
Uma das coisas tristes desta notícia é que o Gol era um carro brasileiro não só em produção, mas em desenho e engenharia também. O Polo não. É mais um passo para o fim deste tipo de coisa, que está ficando cada vez mais rara. E era bem comum. Nosso futuro como criadores de automóveis parece cada vez mais distante.
Como clientes, estamos bem: o Polo é um produto superior. A vantagem do Gol, ser mais barato e simples, não funciona mais: carros baratos são sumariamente rejeitados pelo mercado, e vendem apenas para frotistas, com margem ainda menor, o que definitivamente sela o seu destino. Uma pena, mas é a realidade.
A gente já sabia que estava vindo, e sua inevitabilidade, então nos resta agora não chorar um fim, já que ele vem para todos, até os carros: é hora de celebrar a história deste carro brasileiro projetado por brasileiros para brasileiros. Ele merece nossa felicidade, e vai continuar a propiciá-la para todos que tem um na garagem. E viva o Gol! (MAO)
Mercedes-Benz lembra Copa do Mundo de 1974 mostrando o ônibus das seleções
Minha esposa me informa que teremos uma copa do mundo em breve; para minha surpresa ainda este mês. O que além de mostrar a alienação deste que vos fala a respeito de assuntos não relacionados com o automóvel, mostra também como o mundo digital nos isolou em silos: antigamente não era possível não saber ou acompanhar algo assim: todos tínhamos nossos interesses, mas o mundo era mais compartilhado. Televisão tinha três canais assistíveis, e tudo mais.
Por outro lado, se informar ficou bem mais fácil. O Google me informa que a Copa do Mundo de 2022 começa no Catar em 20 de novembro de 2022. E para a nossa felicidade, a Mercedes-Benz aproveitou para lembrar do passado comum, compartilhado, que tanto gostamos de lembrar: mostrou um de seus ônibus especiais da Copa do Mundo de 1974 na Alemanha. Que na época era Ocidental; é um passado compartilhado, mas separado em dois mundos por uma guerra fria, então.
Naquela época, apenas 16 seleções participavam do torneio, em vez das de 32 hoje, aparentemente. A Mercedes forneceu os ônibus para o transporte para os times e pintou cada um deles neste tom vibrante de amarelo e na cor da bandeira do respectivo país. Além do exterior brilhante, os mascotes da Copa do Mundo de 1974, Tip e Tap, estão na janela traseira.
Os ônibus são de luxo, mas para época; são bem mais simples que os atuais, claro: era uma época austera. Mas em minha modesta opinião, o luxo de 1974 dá de dez a zero no luxo de 2022. Primeiro, cada assento tinha um cinzeiro individual. Depois, uma torneira de Chopp estava parte de trás. O ônibus tinha até ar-condicionado!
O esquema de cores do estofamento é uma mistura de tecido vermelho e laranja dos anos 1970. Uma capa branca está sobre cada apoio de cabeça. De acordo com Mercedes, todos os jogadores da seleção da Alemanha Ocidental tinham assentos atribuídos no ônibus. Claro né? São alemães. Aposto que o ônibus do Brasil era uma bagunça total.
Não é à toa que a Mercedes quis lembrar esta copa em especial: a seleção da Alemanha Ocidental venceu a Copa do Mundo de 1974 ao derrotar a Holanda por 2 a 1 na final. Em casa!
O ônibus do museu da Mercedes mostrado não é um exemplo autêntico, porém. Após o torneio, os veículos perderam seus exteriores especiais e voltaram ao serviço normal. Este é uma réplica exata.
O ônibus em questão é um O 302, monobloco, lançado no início de 1965. Os clientes podiam encomendar uma variedade de motores diesel, sem turbo, de quatro e seis cilindros com potências de 125 a 236 cv. Hoje mesmo um classe C com essa potência seria considerado “manco”; taí à quanto tempo no passado está 1974. (MAO)
Uma Kombi fabricada pela Porsche à venda
Em 1985, quando os engenheiros da Porsche precisavam de uma maneira rápida de transportar peças de reposição para o 959 durante o rali Paris-Dakar, tiveram que ser criativos. Não existia um veículo de carga que atendesse as especificações de velocidade que precisavam. Então tiveram que fazer um.
Começaram, claro, com um VW T3, a Kombi alemã de terceira geração, que originalmente tinha um quatro cilindros boxer refrigerado arrefecido a água lá atrás, o “wasserboxer”. A maior modificação foi trocar ele por um motor de seis cilindros de um Porsche 911 3.2 Carrera, com 231 cv. Assim, o tijolo podia chegar, carregado, a 185 km/h facilmente. A potência era transmitida ao eixo traseiro através de uma caixa de câmbio Porsche, enquanto suspensão e freios modificados mantinham o carro sob controle do piloto.
Acredita-se que apenas sete exemplares deste VW T3 B32 foram construídos na oficina da Porsche em Welcherath. Esta van das fotos, colocada à venda pelo Porsche Classic Centre Gelderland na Holanda é um exemplo genuíno feito especificamente para Peter W. Schutz, que era o CEO da Porsche na época; o que a torna ainda mais especial, claro. Schutz, se você se lembra bem, era americano, e o cara que declarou que o 911 teria vida infinita.
Esta Kombi tem um VIN Porsche, não VW, e é classificada como um veículo marca Porsche. Foi produzida em 1985, mas registrada pela primeira vez em julho de 1988 e tem 130.770 km rodados. Está em boas condições gerais, embora a pintura especial “Pearl Mutter” esteja já precisando de reforço em alguns pontos, o escape está enferrujado e os painéis das portas dianteiras precisem ser estofados novamente.
O preço pedido é € 364.900 (R$ 1.999.652), o que é uma fortuna para uma Kombi. Mas o apelo é obviamente imenso, especialmente para os milhares de colecionadores de Porsche que existem por aí. Se você se interessou, corra: vai vender rapidinho, imaginamos. (MAO)
Dark Knight: o Buick GN restomod de Kevin Hart
Em 1984, o Buick GN (Grand National) era uma incrível mescla de passado e futuro. Era um cupê antigo GM, quadrado e de tração traseira e eixo rígido atrás, sim. Mas ao invés de um tradicional V8 grande na frente, era downzised, antes disso existir. Era equipado com um V6 de 3,8 litros e injeção sequencial digital, com mapa e calibração como hoje, e um turbocompressor. Era mais veloz no quarto de milha que um Corvette também, o que mostrava o futuro claramente.
Na SEMA deste ano, a Salvaggio Design divulgou fotos e informações adicionais sobre a sua releitura no idioma restomod do clássico Buick, criada exclusivamente para o comediante americano Kevin Hart.
Chamado de “Dark Knight”, o carro é baseado em um Grand National T-Top de 1987 e foi projetado para dar a Hart algo para brincar enquanto seu Buick GNX de 1987 totalmente original fica em sua garagem. É um fã do modelo, claro.
Para manter o espírito do Grand National original, queriam um V6 turbo, e não o mais comum V8 “LS”. Encontraram isso na própria GM: o motor LF4 3,6 litros, V6 twin-turbo do Cadillac ATS-V. É basicamente o V6 de alumínio DOHC que conhecemos nos Omega e Trailblazer aqui, mas biturbo, para 470 cv originais no Caddy.
Mas o motor não foi apenas colocado lá: é praticamente outra coisa. Um exemplo claro: como o GN original, agora é só um turbo, e não dois. A enorme turbina dá 20 psi, e no dinamômetro o V6 retornou nada menos que 659 cv. Lembre que um GN tinha menos de 250 cv originalmente. A equipe acredita que até 700 cv ainda são possíveis de se conseguir, com mais tempo de desenvolvimento. O eixo traseiro é um Tru Track 3.7:1 de nove polegadas, e o câmbio é uma transmissão automática Cadillac de oito velocidades.
O chassi e a suspensão foram reforçados, a traseira ganhando uma barra Panhard lateral, novos amortecedores e molas, e um pacote de suspensão dianteira Detroit Speed & Engineering X-Gen 595.
Os freios são Brembo GT de seis pistões na frente e pinças de quatro pistões na parte traseira. Pneus mais largos (265/30 R19 dianteiro e 325/30 R19 traseiro) vêm da Toyo e são montados em rodas HRE, que também ajudam a dar mais aderência ao Grand National.
Fibra de carbono foi usada dentro do carro, no acabamento, para jogar contra os bancos de couro azul escuro e cinza. Tons de bronze, por sua vez, foram usados na costura de contraste, detalhes de pinstriping e nas aberturas de ventilação. O resultado de todo o trabalho é um restomod claramente especial. (MAO)