Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!
O fim do Jaguar F-type
O que é um Jaguar? Antes de existir uma marca Jaguar existia a SS; o primeiro carro a se chamar Jaguar era um carro esporte: o SS 100 Jaguar. Depois veio o incrível XK 120 em 1948; o descombombulante E-Type em 1962. Sempre teve um carro esporte em sua linha depois desses três carros lendários, ainda que por anos, fossem na verdade GTs de dois lugares.
A marca pode ter seu ganha-pão nos sedãs de luxo-esporte, mas foi o carro esporte que a elevou a algo mais. Foi o que a levou a competir, e ganhar em Le Mans, e assim se tornar uma das marcas puro-sangue. O carro esporte faz parte do que é ser um Jaguar; não dá para separar a marca deste tipo de coisa.
Mas é claro que a marca vai, agora, se separar deste tipo de coisa. Da Inglaterra vem a notícia de que o F-type, o último carro esporte da Jaguar, lançado em 2013, vai ser descontinuado, sem deixar substituto. A marca deve em breve ser apenas elétrica, o que, vamos falar sério, acaba com qualquer ideia de esportividade futura. Acabou.
Para marcar a data, uma edição comemorativa, como se houvesse algo para comemorar. Chama-se Type ZP, um nome inspirado nos dois E-Types ‘Project ZP’ que correram em Le Mans na década de 1960, sabe-se lá por que cargas d’água. Devia se chamar “Desisto Edition” para ornar mais com a vibe desta edição especial de 150 carros.
Disponível em versões coupé e conversível, pode vir com qualquer um dos dois V8 de 5 litros da marca: aspirado de 452 cv, ou supercharged de 575 cv. O F-type básico hoje é um quatro cilindros turbo de 300 cv. Bem, era. O câmbio é sempre automático de oito marchas.
A principal característica especial do Type ZP é um círculo de corrida branco pintado à mão em cada uma das portas. Os esquemas de cores incluem pintura azul brilhante com estofamento em couro vermelho e preto e tinta cinza brilhante com couro azul e marrom. Ambos apresentam contornos da grade em branco brilhante para combinar com os círculos nas portas, que contrastam com as pinças de freio em preto brilhante e peças de acabamento externo. Os emblemas ‘ZP Edition’ aparecem nos arcos das rodas dianteiras.
As rodas são de liga leve, forjadas, com 20 polegadas. Uma placa da SV Bespoke, braço de personalização da marca responsável por esta série limitada, diz qual dos 150 é o seu carro. Preços ainda não foram divulgados.
Bom, então é isso: adeus, Jaguar. Sim, a marca não morreu, e seu novo futuro elétrico está ali adiante; ela espera uma mudança radical junto com ele. Boa sorte com isso, desejamos de coração. Mas nos separamos aqui. Good luck, godspeed & goodbye. (MAO)
Conheça o novo BMW X2
A BMW finalmente mostrou a segunda geração do X2, depois da tradicional batelada de teasers. Esses teasers por sinal, já encheram os pacová: uma vez mostrado uma vez, somos pegos por seu anzol e temos que mostrar todos os outros. E as vezes, se estendem por meses. Uma azia. Não aos teasers, eu digo!
Tá, parei. O que interessa aqui é o novo X2. Chega às concessionárias dos EUA em março do próximo ano com um novo estilo, dois motores disponíveis e uma família de novas tecnologias. A estreia pública global do crossover está marcada para o Japan Mobility Show, o Salão de Tóquio, que começa no dia 26 de outubro.
O X2 deveria ser um SUV, mas nem sei mais definir este tipo de desenho. O teto agora é fastback, acaba no corte da traseira como um dos coupé-sedan modernos. A frente parece a do XM (o BMW, não o Citroën), e as linhas de contorno da grade são iluminados como ele. Para se ter uma ideia do tamanho desse SUV (ein?) compacto, pense que a roda é de 21 polegadas.
Dois motores disponíveis: o básico é um 4 em linha turbo de 2 litros de 241 cv e 40,8 mkgf, no X2 xDrive28i. Este motor permite 0-96 km/h em 6,2 segundos. Já o X2 M35i xDrive tem o mesmo motor, mas com potência destravada para 312 cv e 40,8 mkgf, e faz o 0-96 km/h em 5,2 segundos.
Novidade mecânica aqui é um transeixo dianteiro novo, DCT de sete velocidades. Esta transmissão de última geração é atuada eletricamente, e é mais leve e eficiente. A transmissão muda automaticamente para Park quando o motor é desligado e um freio de estacionamento elétrico é aplicado automaticamente quando estacionado em um declive. Além disso, a caixa incorpora um diferencial mecânico autoblocante.
Por dentro do carro, a BMW colocou foco no controle de voz e gestos por meio do BMW Curved Display e do BMW Intelligent Personal Assistant, e equipado com o novo BMW iDrive 9. O display central curvo consiste em um cluster principal de 10,25 polegadas e um display de multimídia de 10,7 polegadas. Entre os novos recursos internos está uma câmera voltada para a cabine que pode tirar fotos e gravar vídeos. Only fans agradece.
Se você precisa realmente saber, sim, vem também em uma versão elétrica, lançada simultaneamente: chama-se iX2. Vem numa versão única, o BMW iX2 xDrive30, que combina uma configuração de tração integral via dois motores e uma bateria de alta voltagem com capacidade útil de 64,8 kWh. São 313 cv e 50,4 mkgf, e 417 km de autonomia no ciclo WLTP. (MAO)
O Hyundai Santa Cruz de rali
Muita gente gosta, por algum motivo, de picape com chassi separado. Normalmente nos alinhamos com tradicionalismos: na maioria das vezes ecoam o peso da verdade. Mas não aqui: monobloco é talvez a inovação mais efetiva em melhorar como um automóvel é dinamicamente. E não há motivo para picapes não se tornarem todas monobloco: vans de carga grandes como as Mercedes-Benz Sprinter há décadas são assim, e são melhores por isso. Caminhões precisam de chassi pela versatilidade de se montar implementos diferentes em cima deles; as picapes modernas precisam bem menos disso.
Aqui elas estão se espalhando, principalmente depois do lançamento da Fiat Toro, e agora, sua irmã maior, a Ram Rampage. Existe uma picape monobloco interessante que não veio ao Brasil ainda, porém: a Hyundai Santa Cruz, que é vendida nos EUA.
Agora, mostrando as vantagens da construção monobloco, a empresa mostrou a versão de rali dela. O carro foi criado para participar do Rebelle Rallye, uma prova somente para mulheres que existe desde 2016. Consiste numa prova de navegação por 2500 km no deserto da Califórnia, usando apenas bússolas e mapas de papel: celulares, GPS, e qualquer outro recurso moderno, é proibido.
Antigamente algo assim seria terreno fértil para os humoristas de plantão imaginando milhares de mulheres perdidas aparecendo na Austrália de alguma forma, mas hoje em dia, tal coisa não é de bom tom e deve ser evitada a todo custo.
O carro competirá na classe X-Cross, e a Hyundai diz que fez apenas modificações “mínimas” para preparar o Santa Cruz para o rali. Os pneus off-road Falken Wildpeak A/T3W maiores de 17 polegadas “aumentam a distância ao solo” junto com o kit de elevação Truxxx, que eleva a frente e a traseira em 1,5 e 1,0 polegadas, respectivamente. Novos alargamentos de paralama, degraus laterais, grades para caçamba, entre outros acessórios são usados.
A picape tem duas opções de motor, sendo a mais potente o 2.0 turbo de quatro cilindros, que dá 281 cv e 43 mkgf. A tração é nas 4 rodas, permanente, e o câmbio um DCT de oito velocidades. A Hyundai também vende a Santa Cruz com motor de 2,5 litros naturalmente aspirado e 191 cv. O nome é bem legal para o carro, também, embora grite para a gente usar o aposto “de la Sierra”. (MAO)
McLaren Elva com pintura especial vai à leilão
A cor é interessante, não dá para negar. Interessante assim meio como achamos interessante um filme de Wes Anderson: legal visualmente, mas obviamente produto de uma mente perturbada, muito diferente do mundo real, e um lugar onde ninguém gostaria realmente de morar.
Chamativo demais não? Imagina andar por aí nisso? Sair correndo pelado pintado de arco-íris empalidece em comparação; se fosse uma taxa de visualização publicada pelo Google, esse carro daria fundo de escala.
A cor se chama Pacific Color Stream, uma tinta iridescente complexa, que muda o tom radicalmente conforme a incidência de luz. Inclui tons de magenta, violeta e azul, e sim, é um opcional de série, oferecido pela McLaren. No Elva das fotos, a opção custou a seu dono US$ 37.898 (R$ 191.384) e foi perfeitamente complementada por um conjunto de pinças de freio roxas, uma opção de US$ 4.950 (R$ 24.997).
A cabine do Elva também é especial. Além da pintura Pacific Color Stream que se espalha também para o túnel de transmissão, a cabine inclui costuras contrastantes roxas nos bancos de couro preto, entre outros detalhes diversos sob medida, e sim, mais chamativos que um pavão na temporada de acasalamento.
A McLaren construiu apenas 149 exemplares do Elva e este exemplar em particular é o número 122. É um monocoque de fibra de carbono, com um motor biturbo de 4,0 litros com 804 cv e 81 mkgf, acoplado a um transeixo traseiro DCT de sete velocidades. Este modelo em especial não rodou nem 150 km, e agora está a venda, em leilão, pela casa RM Sotheby’s; espera-se que seja vendido por pelo menos US$ 1,8 milhão, ou mais de nove milhões de reais. (MAO)