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O fim do Renault Logan parece próximo
Era totalmente esperado né? Com o fim do Sandero para deixar o “SUV” (a gente merece) Kardian em seu lugar, a vida da versão sedã, o Logan, não poderia ser longa. A revista Auto Esporte apurou que o carro já não chega mais em concessionárias da capital paulista faz tempo, e que, aparentemente, a produção só está atendendo encomendas de frotistas. Vai acabar, parece claro.
Interessante lembrar que o Logan veio antes do Sandero. Parece incrível que faz só coisa de vinte anos, mas o mundo em que o primeiro Logan foi criado era muito diferente. Esse carro, o primeiro Logan, bateu na trave; assim como o Kwid também. Mas isso não deveria ser impedimento para tentar-se de novo: precisamos de mais carros modernos, mas leves, simples, e principalmente baratos.
É a ideia que deu luz ao primeiro Logan. Durante uma visita à Rússia o presidente da Renault Louis Schweitzer observou que nas concessionárias Lada e Renault os Ladas de € 6.000 estavam vendendo muito bem, enquanto os Renaults de € 12.000 eram basicamente enfeites de showroom, imóveis. “Vendo aqueles carros antiquados, achei inaceitável que o progresso técnico nos impedisse de fazer um bom carro por € 6.000.”- disse Schweitzer. Um sentimento que compartilhamos, mesmo hoje.
O erro do primeiro Logan foi em design; um carro simples e barato tem também que ser desenhado com inspiração, como foi o 2CV, o Fusca, o Mini original, e todas as encarnações do Fiat 500. Ou, na Renault, os 4 cv de 1947, e R4 de 1962.
Sem alguém dizer “que gracinha!”, não rola. Pobreza sozinha não é desejável. O Logan de 2004 vinha com algumas soluções inteligentes e criativas de baixo custo, e era leve pacas, o que lhe dava bom desempenho e economia. Mas não emplacou.
Sim, existiam outros problemas além de estilo no Logan original, poupe seus dedos; de qualquer forma o erro principal foi esse. E sem bla-bla-blá de Dacia por favor: todo Logan foi projetado em Paris pela Renault, independente do logotipo que ganhou em produção.
A segunda geração melhorou o carro, e no caso do hatch Sandero, aproveitou a estrutura rígida e o baixo peso dessa segunda geração para nos dar o Sandero R.S., um carro maravilhoso em sua usabilidade diária, e uma fera nas pistas. O seu fim, de novo, indica que realmente não merecemos coisas boas. A “normalização” do carro na segunda geração indicou seu fim: nada de novo Renault 4 em espírito; mais para um Polo com descontão.
Mas de qualquer forma, esta iniciativa nobre de se fazer carros baratos modernos vai acabar agora. O Logan, vendido há 17 anos no Brasil, ainda aparece no site da Renault, e custa a partir de R$ 97.500, com o tricilíndrico aspirado 1.0 12v SCe de 82 cv e câmbio manual. A Renault ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tema, mas nem precisa; sabemos o fim dessa história. (MAO)
O Bertone Runabout de 2026
Por essa, realmente, a gente não esperava. A Bertone está tazendo de volta o conceito Autobianchi Runabout, desenhado por Gandini e mostrado originalmente em 1969. E não voltou como outro conceito modernizado; será produzido e vendido no mercado como um supercarro retro-futurista. É mole?
E o que é o Runabout? Existe uma matéria sobre isso bem legal aqui no FlatOut, mas para as pobres almas que ainda não assinam esta augusta publicação (nunca é tarde para começar!), vai aqui um TL;DR. Dante Giacosa, o grande engenheiro da Fiat, criou o carro de alta produção moderno em 1969: o Fiat 128. Com motor transversal-dianteiro em linha com um transeixo, suspensão dianteira McPherson, direção por pinhão e cremalheira, freios a disco e pneus radiais em uma estrutura monobloco, mudou tudo e deu a fórmula do novo automóvel; a VW criou o Golf seguindo a fórmula em 1974 e pronto, todo mundo seguiu.
Como a Fiat criou o carro esporte barato moderno. E ninguém prestou atenção.
Pois bem: Giacosa e a Fiat queriam continuar fazendo carros esporte derivados de carros normais de alta produção, mas o novo Lay-out de tração dianteira, embora mais seguro em comportamento, era também menos divertido. Fácil para Giacosa; todo conjunto dianteiro seria transposto para trás et voilá: tração traseira e motor central-traseiro transversal. Para mostrar o conceito, o Runabout é mostrado como conceito no mesmo ano de lançamento do 128. Evoluiria para o Fiat X1/9 de produção em 1972. E sim, Toni Bianco o copiou aqui no Dardo.
Pois bem. E este Runabout moderno? Bem, primeiro não tem ligação com a Fiat, é um Bertone. O desenho também é novo: é, obviamente, apenas inspirado no original. Por exemplo, os faróis malucos montados no santantônio atrás dos ocupantes foram substituídos por faróis basculantes na frente.
O carro original não tinha portas; este tem. Agora há um V6 de 495 cv no lugar do fraquinho quatro cilindros de 1,1 litro original da Autobianchi. O original também era uma Barchetta aberta; este novo Runabout será vendido opcionalmente com uma capota targa.
A produção começará em meados de 2026 e o preço começará em € 350.000 (R$ 2.156.000), segundo a Bertone. O novo carro é o primeiro de uma série de modelos de rua que homenageiam a história da famosa casa de design italiana, “fundindo designs clássicos com fundamentos e desempenho modernos”. (MAO)
O Alfa Romeo 4c está de volta, com mais três carros
Toda vez que um novo administrador pretende trazer a Alfa Romeo de volta a sua glória, cria um carro esporte especial para isso. O objetivo não é fazer dinheiro, e sim, notícia. Em 2013, este carro foi o 4c: um sensacional e pequeno carro esporte de estrutura de fibra de carbono e um quatro cilindros turbo em posição central-traseira. Como curiosidade, foi um dos últimos carros modernos a ser vendidos com direção sem assistência.
Todo mundo adorou o 4c, mas pouca gente o comprou. Demorou um bocado de tempo para desovar-se os estoques, e o carro meio que morreu sem muita fanfarra. Mas agora, está de volta!
A divisão Stellantis Heritage está lançando o 4C Collezione GT Nicola Larini. Como o nome indica, ele celebra o piloto de corrida italiano e campeão do DTM em 1993 ao volante de um Alfa Romeo 155 V6 TI. Este 4C não é tecnicamente um carro novo; usa-se o chassi de carros usados para a reconstrução. Apenas três carros serão feitos.
Os novos 4Cs ganham rodas na cor da carroceria. Os para-lamas dianteiros vem com um Quadrifoglio, um triste lembrete de como o pequeno carro esportivo nunca recebeu o trevo de quatro folhas, por algum motivo esquecido. O capô é personalizado com um logotipo Alfa Romeo enorme e a assinatura de Nicola Larini.
Não há mudanças técnicas no carro; continua o mesmo motor de quatro cilindros turbo na cilindrada emblemática de 1750 cm³; fornece 240 cv e 35,7 mkgf e vem com transeixo DCT de seis velocidades. Quando novo, a versão mais leve pesava apenas 940 kg, o que garantia um desempenho excepcional. O modelo para os EUA, porém, era substancialmente mais pesado devido a diferentes padrões de crash-test.
Os novos carros ainda não existem; o que se vê nas fotos são apenas renderizações. Serão criados ainda, e vendidos aos clientes da Stellantis Heritage a um preço não revelado. (MAO)
O último Pagani Huayra Codalunga
Cor diferente não é notícia, já estabelecemos isso de forma definitiva. Exceto quando é; é o caso deste, o quinto e último Pagani Huayra Codalunga, que foi entregue recentemente na Europa e tem uma maravilhosa cor azul-flat que ficou simplesmente sensacional nele.
Muitos Pagani Zonda e Huayra por aí tem fibra de carbono aparente e/ou cores brilhantes e liverys malucos. Mas as linhas do Copdalunga realmente melhoraram só pelo fato de ser pintado neste tom de teal-blue. Uma cor mais anos 1960 que 2024, sim, mas que combinou muito bem com ele.
Contrastando com a pintura, há grandes círculos brancos pintados nas portas e detalhes em branco logo atrás das rodas dianteiras. As rodas têm acabamento em branco e ficam sobre um conjunto de pinças de freio brancas. O impressionante sistema de escapamento também tem um acabamento de cerâmica branca.
O que torna este Codalunga ainda mais especial é que ele foi criado em colaboração com a grife francesa Hermes. Este é o segundo “Codalungas-Hermes”, e certamente o último. O primeiro, é marrom, francamente era menos bonito. O interior, claro, recebe vários detalhes da grife francesa para alegar milady. Milorde? O couro dos bancos é verde. Sim, verde. Que nem um Berlingo 1996.
O carro parece uma joia, um enfeite, algo tão belo e delicado que parece frágil. Mas não é: é uma fera com um V12 biturbo de 6,0 litros e 840 cv, e um transeixo transversal sequencial Xtrac de sete velocidades. E isso num carro que pesa apenas 1280 kg. Não se engane com a cara de artigo de luxo inerte: isso é bravo de verdade.
Não se sabe exatamente quanto este modelo em particular custou, já que a customização é norma na Pagani. Se sabe que quando anunciado em meados de 2022, o Codalunga custaria “a partir” de € 7 milhões (R$ 43 milhões). Ou 440 Renault Logan, mais o dinheiro para emplacar todos eles, com algum dinheiro sobrando para levar a esposa para umas férias de um mês na Itália. (MAO)