A linha da Nissan nos EUA pode ser bastante apetitosa para os gearheads com o 370Z e o GT-R e versões Nismo até mesmo para o crossover Juke — que fica bem interessante com quase 200 cv e suspensão esportiva. Nada disso, contudo, é novidade para o mercado americano e por isso o principal lançamento da marca no Salão de Detroit foi um continente em forma de picape chamado Titan XD.
Com quase seis metros de comprimento (1,95 só da caçamba) e um V8 diesel de cinco litros desenvolvido pela Cummins para produzir 315 cv e 76,5 mkgf, ela é o que os americanos chamam de full-size pickup truck e concorre com Ram 2500, Chevrolet Silverado e Ford F-250. Com todo esse potencial ela é capaz de carregar 910 kg na caçamba e rebocar até 5,5 toneladas.
Mas não é por ser uma picape abrutalhada que ela precisa tratar seus passageiros com a mesma brutalidade. Ao abrir a porta, você topa com um nível de acabamento que você esperaria encontrar no Nissan Altima ou nos modelos mais básicos da Infiniti, com couro de dois tons, apliques de madeira no painel e no volante, sistema multimídia com 12 alto falantes e câmeras de 360 graus, tomadas de 12v e 120v e sistemas eletrônicos auxiliares como alerta de pontos cegos e controle de declives.
Já a Infiniti chamou a atenção com um F1 da Red Bull — um RB6 repintado com as cores mais atuais da equipe, que corre com motores Renault disfarçados de Infiniti. A presença do monoposto no estande era uma forma de demonstrar a veia esportiva da marca, que ainda é meio tímida, mas, a julgar pelos conceitos recentes, promete melhorar muito em um futuro próximo.
O Q50 Eau Rouge não deu as caras — caso você não lembre, o Q50 é aquele supersedã com o nome mais legal dos últimos anos equipado com o powertrain do Nissan GT-R —; em seu lugar estava o Q50S, já produzido em série e vestido com a mesma cor vermelha escura do conceito. O Q50S rivaliza com as versões esportivas intermediárias dos sedãs alemães vendidos nos EUA, como o Mercedes C400, o BMW 335i e o Audi S5.
Para fazer frente a essa concorrência de peso, ele usa um V6 de 3,7 litros de 335 cv capaz de levá-lo aos 100 km/h em 5,2 segundos e à máxima de 233 km/h e custa, em média, US$ 50.000 — US$ 7.000 a mais que o BMW, US$ 2.000 a mais que o Audi e US$ 1.500 a mais que o Mercedes. Talvez seja hora de produzir o Q50 Eau Rouge mesmo.
O outro conceito é o Q60, sucessor do G37 e futuro rival do BMW Série 4 e do Audi A5. Para ser mais exato, o Q60 será a versão de duas portas do Q50 — e por isso traz elementos de estilo do super-sedã. O conceito é equipado com um V6 de três litros biturbo igualmente conceitual que, segundo a Nissan, entrará em produção nos próximos dois anos.
Se o pessoal da Infiniti estiver mesmo determinado a encarar os alemães no território dos esportivos, eles bem poderiam fazer versão radical para encarar o M4 e o RS5 equipada com o mesmo powertrain do Eau Rouge, que por sua vez poderá ser o mesmo do GT-R. Devaneio ou não, é melhor BMW e Audi começarem a ficar preocupadas.