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Este é o Corvette E-Ray, a versão híbrida do supercarro americano
Parece que alguém do departamento de TI da General Motors clicou no botão errado e, em vez de apenas salvar as atualizações no configurador da marca, acabou publicando a foto e as configurações da versão híbrida do Corvette, o E-Ray. Errou?
Note que ela não é elétrica como pensávamos, mas híbrida. E quem entrega isso são as duas saídas duplas de escape — uma evidência clara de que ainda há pistões pulsantes por ali. Tudo indica que o conjunto que receberá o motor elétrico complementar é o mesmo do Z06, incluindo a carroceria mais larga, porém trocando o motor LT6 e seu virabrequim plano pelo motor LT2 aspirado de 6,2 litros.
Especula-se que o E-Ray irá substituir o atual Grand Sport, e que terá tração integral, proporcionada justamente pelo motor elétrico, que deverá mover as rodas dianteiras, enquanto o V8 continuará encarregado apenas das traseiras.
O E-Ray ainda terá novas cores metálicas usadas recentemente em modelos híbridos da GM — você sabe do que estou falando: aquelas cores que as fabricantes usam para fazer referência à eletricidade e eficiência. Considerando que estamos em dezembro de 2022 e que o configurador já está pronto, a GM deve estar aguardando somente o fim do inverno americano para lançar o carro, ou seja: ele deve aparecer entre o final de março e o início de abril.
Último Gol Last Edition é leiloado por R$ 154.000
Parece que a Volkswagen aprendeu com a Kombi a melhor forma de se fazer uma edição especial de despedida de um carro tão querido pelo público. Faça poucos, e não caia na tentação de fazer um segundo lote quando eles esgotarem. Nem todo carro é a Ferrari F40, afinal.
Se você não entendeu, estou fazendo uma referência à Kombi Last Edition, que teve 1.200 unidades produzidas e logo esgotadas nas lojas, para depois ganhar mais um lote de 1.200 unidades que foi um pouco mais difícil de se vender.
Desta vez, com seu outro ídolo sobre rodas, a Volkswagen decidiu se manter nas 1.000 unidades — das quais só 650 ficaram por aqui — e guardou um exemplar para leiloar. Assim dá para tirar uma graninha extra, ganhar um pouco mais de exposição na mídia, gerar buzz com o preço de venda etc, sem precisar desvalorizar o produto com um novo lote que desvaloriza a raridade do primeiro.
O carro em questão foi o 42º da série final de 1.000 carros. O número foi escolhido em referência ao tempo em que o Gol foi produzido no Brasil, 42 anos. O exemplar foi leiloado pela plataforma Digital Garage da Volkswagen e arrematado por R$ 154.000 — quase R$ 60.000 mais caro que os demais exemplares nas concessionárias.
O leilão, contudo, não incluiu apenas o carro 42, mas também uma visita guiada ao acervo de carros clássicos da Volkswagen e um certificado digital NFT, uma daquelas novidades badaladas que quase ninguém sabe explicar como funciona, mas que é desejada por todo mundo.
Além do Gol 42, um outro exemplar foi retirado da série de 1.000 carros pela Volkswagen justamente para ser incluído de veículos históricos da marca, o que significa que somente 998 exemplares foram vendidos nas lojas. E se você achou R$ 154.000 caro demais, espere cinco ou seis anos para ver o que acontece com o valor desses carros.
Este é o novo Ford GT MkIV
Guardando o melhor para o final, a Ford revelou a última série especial do seu GT moderno, batizada apenas de MkIV — como a última iteração do carro que o inspirou, o GT40 MkIV. Também inspirado no carro usado por Dan Gurney e AJ Foyt na vitória em Le Mans em 1967, ele terá apenas 67 unidades produzidas, e será voltado exclusivamente para uso em pista.
Os carros serão feitos na fábrica da Multimatic, no Canadá, e terão alguns upgrades em relação aos demais GT de terceira geração. O mais relevante é o motor, que será exclusivo desta versão, com deslocamento aumentado em relação ao V6 de 3,5 litros dos demais GT. Isso, claro, irá elevar a potência de 660 cv para mais de 800 cv, segundo a própria Ford.
Depois, ele teve um pequeno aumento no entre-eixos para otimizar o comportamento dinâmico, assim como a adoção de uma nova suspensão adaptativa e carroceria sutilmente modificada para aprimorar o efeito aerodinâmico. Por último, ele agora usa uma transmissão de competição.
Como não precisa se adequar a nenhum regulamento, o carro foi desenvolvido com alguma liberdade por parte dos engenheiros. É por isso que os faróis foram simplificados ao mínimo necessário, a carroceria foi alargada e tem elementos aerodinâmicos por todos os lados, uma asa gigantesca e um difusor igualmente avantajado, assim como o splitter dianteiro. Seria legal vê-lo em Nürburgring, como o Porsche 919 Evo…
Os clientes interessados no GT40 MkIV precisam passar por um processo de candidatura ao carro e ainda desembolsar US$ 1.700.000 — nada menos que R$ 9.000.000 em conversão direta. Os clientes serão escolhidos pela Ford no primeiro trimestre de 2023 e os carros serão entregues ao final do semestre.
Sim, a Porsche terá um novo hipercarro. Mas… quando?
Porsche e Ferrari não têm nada a ver, fora o fato de produzirem carros esportivos. As circunstâncias da realidade, contudo, colocaram as duas marcas como protagonistas do imaginário entusiasta sobre supercarros nos últimos 40 anos graças aos… bem, aos supercarros que elas lançaram.
Começou em meados dos anos 1980, quando a Ferrari fez a 288 GTO e a F40, enquanto a Porsche chegava ao 959. Depois a Ferrari teve a incompreendida F50, derivada da F1, e a Porsche tinha o GT1 Strassenversion, um “migué” da engenharia da fabricante, que transformou o 962C em um GT1 adaptado para as ruas para homologar o carro de corridas.
Aí a Ferrari apareceu com a Enzo, desenvolvida por Schumacher, e a Porsche veio com o Carrera GT, desenvolvido a partir de um V10 que não foi para a Fórmula 1. Estes carros jamais foram rivais diretos. Ninguém escolhia entre um 959 e uma F40, eram carros diversos.
Mas aí, veio a era híbrida e as coisas mudaram um pouco. Os supercarros que eram mais super que os outros super se tornaram os hipercarros. A Porsche veio com o 918 Spyder e a Ferrari com a Le Ferrari. Eram carros distintos, com propostas diferentes, claro. Mas a rivalidade foi mais acirrada por aqui, afinal, não havia supercarros híbridos além de LaFerrari, 918 e do McLaren P1 naquele distante 2013.
Desde então, a Ferrari lançou algumas sucessoras da LaFerrari — não diretas, mas com o mesmo grau de especialidade, como as Monza SP1 e SP2 e a Daytona SP3. A McLaren gostou da brincadeira e veio com o Elva, o Senna e o Speedtail. Mas a Porsche não fez nada que se aproximasse do 918 Spyder ou que relembrasse o Carrera GT. Houve o 935, ok, mas era um 911 GT2 com uma carroceria diferente, e exclusivo para as pistas.
E daí vem a pergunta: quando é que a Porsche vai lançar um novo “hipercarro”? Há alguns anos, no fim da década passada, a Porsche dizia que um sucessor para o 918 Spyder chegaria por volta de 2026. Faltam três anos para isso, e um supercarro do tipo já deveria estar em desenvolvimento, mas não há nada por ora. Será que o novo hipercarro da Porsche vai rolar mesmo?
Segundo o CEO Oliver Blume, vai. Mas não em um futuro próximo.
Em entrevista à revista Car, Blume disse que “um hipercarro sempre é parte da estratégia da Porsche”, e que um novo hipercarro será lançado “quando for a hora de lançar”, porque “hipercarros terão um papel importante para a Porsche no futuro”, mas que “ainda não há nada decidido” e que um sucessor para o 918 Spyder não será lançado antes do meio da década.
Ou seja: tem, mas acabou. Pode ser, mas não sei quando, nem onde, nem como, nem por quê. Acho que sim, mas pode ser que não. Mais provável que talvez, porque pode ser que precise, mas às vezes não muito.
A certa incerteza de Blume pode ter a ver com o fato de a Porsche ter que resolver a eletrificação do 718 Cayman e Boxster, além do futuro do 911 GT2 e GT3 em um cenário no qual o motor aspirado não conseguirá ser homologado devido às redentoras normas de emissões. Tudo isso precisa ser considerado, afinal, a Porsche precisa fazer com que seu hipercarro seja superior a qualquer outro modelo da linha. Com a eletrificação e hibridização, muitos carros já terão desempenho de hipercarro — e mesmo os 911 GT2 e GT3 atuais superaram o 918 Spyder.
Sem contar que a própria Porsche espera que 80% dos modelos novos sejam elétricos em 2030. É bem provável, portanto, que Blume não tenha uma data porque ele realmente não saiba quando ou como fazer este hipercarro Porsche.