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O primeiro Lamborghini elétrico
Bom, certamente era inevitável. Depois do Lambo-Cayenne chamado anus Urus, um Lambo-Taycan 100% elétrico era questão de tempo. Pelo menos o estilo é bem resolvido como o Urus não consegue ser. Num espasmo explosivo de características ditas desejáveis para o público-alvo (principalmente oriente médio), é também “aventureiro”, e tem mais de 1000 cv. O carro-conceito que deve dar luz à um produto de catálogo no futuro se chama Lamborghini Lanzador.
Uma revista disse que parece o resultado, nove meses depois, de um tórrido caso de amor entre um Urus e um Huracán Sterrato. O que filosoficamente é correto, se extremamente incestuoso, e injusto: o carro é bem mais acertado estilisticamente que isso.
O carro de produção deverá chegar em 2028, e será o primeiro Lamborghini 100% elétrico. Tem dois motores, um em cada eixo, tração integral, e “mais de 1 Megawatt”, ou 1360 cv, de potência.
A Lamborghini diz que o Lanzador usa uma bateria que “priorizará o desempenho e grande autonomia”. Ou seja, nenhum dado divulgado sobre este assunto ainda. Podemos esperar o compartilhamento de muita tecnologia com a Audi e a Porsche, tudo, sabemos, vivendo hoje no mesmo balaio de marcas.
O balanço traseiro é praticamente inexistente, as rodas são gigantes com 23 polegadas, e se destacam ainda mais pelo perfil baixo do habitáculo. O teto é de vidro. É um cupê duas portas 2+2; nem 4 lugares de verdade tem. Saudades do Espada. Pelo menos, é um hatchback, prático.
A cabine é revestida com uma mistura de couro “curtido de forma sustentável”, lã merino genuína, bem como vários materiais ecológicos – de fibra de carbono regenerada a fibra sintética feita de plástico reciclado. O Lamborghini Lanzador provavelmente custará pelo menos o equivalente à R$ 1.500.000, quando chegar nas lojas da marca no primeiro mundo em 2028. (MAO)
Conheça o novo Mercedes-AMG GT Coupe 2024
O AMG GT sempre pareceu um pouco com o Porsche 911, principalmente na traseira. Agora dá mais um passo para isso: o novo modelo, agora baseado no SL, é um cupê 2+2 como o Porsche.
Este é o Mercedes-AMG GT Coupe 2024. A ideia de baseá-lo no SL pode ter tirado um pouco da sua aura de supercarro, mas é inteligente: seus compradores, vamos falar sério, não perceberão a diferença, e não fazia sentido dois carros tão próximos na linha, sem compartilhar muito entre si.
Agora, além de 2+2, é também 4Matic+, que é Mercedes para “4×4 permanente”. Inicialmente, ele será oferecido apenas V8, nas versões “63” e “55”. A transmissão é automática de nove marchas com uma embreagem em banho de óleo substituindo o conversor de torque. O carro pode distribuir a potência uniformemente entre os eixos ou enviar tudo para o eixo traseiro somente.
O topo de linha AMG GT 63 Coupe ainda é uma fera: tem 580 cv e nada menos que 81,5 mkgf do V8 biturbo de 4 litros. Faz o 0-96 km/h em 3,1 segundo e chega a 315 km/h. O AMG GT 55 Coupe vem com 475 cv e 71,4 mkgf, o que no mundo real deve ser extremamente próximo da versão mais potente. Faz o 0-96 km/h em 3,8 segundos e chega a 295 km/h.
O carro vem também com diferencial limited slip controlado eletronicamente, eixo traseiro direcional e discos de freio dianteiros de 390 mm. Mais tarde, em 2024, a AMG introduzirá freios de cerâmica com discos maiores de 420 mm no eixo dianteiro. Ambas as variantes se beneficiam de uma suspensão esportiva com estabilização de rolagem hidráulica semiativa com amortecedores adaptativos e um sistema de elevação frontal para elevar o nariz em 30mm.
O carro, que para todos os efeitos podia ser chamado agora de SLC, deve iniciar suas vendas nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2024; ainda não tem preço definido. (MAO)
Lotus lança Type 66, 50 anos atrasada
No início dos anos 1970, Colin Chapman estudou criar um carro para o popular campeonato de Can Am, então povoado de McLarens e Lolas com V8 Chevrolet big-block de alumínio e mais de oito litros. O projeto não saiu do papel, fora alguns modelos em escala, e talvez para sorte de Chapman: em breve o Porsche 917 seria equipado com um turbocompressor e acabaria com a categoria através de dominação completa, ao estilo alemão que tanto admiramos. A não ser quando resolvem invadir a Polônia.
Enfim, o projeto tinha o numero sequencial 66, o “Type 66”. Era para ser só uma curiosidade histórica, mas a Lotus, sabendo que qualquer coisa cara, e de grife, hoje vende pacas, mesmo que nem possa ser emplacado, resolveu fazer um exercício de “E se?” digno dos antigos gibis da Marvel. Está trazendo o carro à vida. Produzirá 10 exemplares deste morto-vivo do Type 66, que custarão aproximadamente £ 1 milhão na Inglaterra, ou 6,3 milhões de nossos reaizinhos.
O Type 66 vem com o tal V8 americano de mais de oito litros e 830 cv, completo com cornetas de injeção altas como árvores de gasolina. A carroceria retrô é toda de fibra de carbono, e não a fibra de vidro original, enquanto o chassi é feito de alumínio extrudado, em chapa, e honeycomb. A fibra de carbono não é a única modernização: a caixa de câmbio é de corrida sequencial, há um sistema de freios ABS e uma série de equipamentos de segurança modernos.
Na introdução do carro, nosso campeão Emerson Fittipaldi estava lá, assim como Clive Chapman, filho de Colin. Emerson, que era um grande amigo e admirador de Chapman, provavelmente seria o piloto, caso este carro tivesse existido na época. Talvez, maybe, quem sabe…
A Lotus diz que o desempenho do Type 66 é sério, mesmo para padrões de 2023: corresponde ao desempenho de um carro de corrida GT3 moderno. Em alguns circuitos, como Laguna Seca, simulações sugerem que poderia ser até mais rápido que eles. Um enorme, mas leve V8 Chevrolet injetado faz isso por você, junto, é claro, da genial prancheta de Antony Colin Bruce Chapman. (MAO)
BYD vai produzir o Dolphin em Camaçari
A BYD confirmou que seus primeiros carros nacionais, que serão produzidos na antiga fábrica da Ford na Bahia, serão o híbrido Song Plus e o elétrico Dolphin, dois modelos que já estão sendo vendidos no país. A fábrica será reinaugurada sob nova direção no 2º semestre de 2024.
Este é talvez o maior símbolo por aqui da passagem de bastão de liderança mundial econômica que ocorre hoje rapidamente com a China e os EUA. O abandono do Brasil pela Ford e a chegada da BYD comprando a fábrica mostra claramente o futuro desta indústria, para quem quiser ver.
A aquisição da fábrica da Ford em Camaçari ainda estava em andamento e só foi concluída nos últimos dias, quando a Ford vendeu a unidade fabril para o Governo da Bahia, que por sua vez irá vendê-lo para a BYD. Irá abrigar três fábricas, uma de carros, outra de ônibus e caminhões, e uma terceira de processamento de lítio e ferro-fosfato para fazer baterias.
O investimento é de R$ 3 bilhões e a capacidade inicial é de 150 mil unidades por ano, podendo chegar até 300 mil unidades. A ideia é explorar toda a capacidade da fábrica em Camaçari, exportando carros para toda a América Latina. O Dolphin, um elétrico de preço razoavelmente baixo, já é um relativo sucesso no Brasil, e o potencial é de que, produzido aqui, o preço caia ainda mais. (MAO)
Ruf começa a fabricar motores arrefecidos à ar para “Porsche”
A Porsche, como sabemos, fez seu último motor arrefecido a ar em 1998. Mas desde então, as viúvas do 911 de verdade, aquele que morreu com este motor, não param de chorar sua perda. Zilhões de restomods nasceram desde então para atender a demanda por mais Porsche a ar, e a Singer até criou um motor novo do zero para seu DLS, a um preço inimaginável.
Agora existe outro seis contraposto a ar “Porsche” novo, que não é feito pela Porsche. É um Ruf, uma empresa que, sabemos, pode parecer Porsche, mas não é: tem seu próprio VIN e tudo.
Este novo Ruf Tribute 911 mostrado no Monterrey Car Week vem com um motor de 3,6 litros projetado pelo próprio Alois Ruf Jr., e tem cabeçotes DOHC em alumínio, variador de fase e levante de válvulas, e cárter seco, além de dois turbos. Produz 550 cv a 6.750 rpm e 76,4 mkgf a 4.500 rpm e é totalmente moderno: injeção digital moderna, tuchos hidráulicos, acelerador fly-by-wire, dutos de admissão de comprimento variável e catalisadores.
Os Ruf 911 agora são todos em fibra de carbono, com gaiola de aço integrada, e suspensões duplo A nas quatro rodas com coilovers KW acionados por pushrod. Não há peça nenhuma comum com um 911 da Porsche. Agora, nem no motor.
A Ruf trouxe mais dois carros para a Monterey Car Week: o CTR3 Evo e o R Spyder. O primeiro é um carro de dois lugares com foco em pista com um seis cilindros de 3,8 litros arrefecido a água, produzindo 800 cv e 100 mkgf tração traseira e DCT de sete velocidades; um carro baseado em Cayman. O Ruf R Spyder é um carro aberto e espartano sem teto, movido por um seis cilindros aspirado de 4,0 litros que produz 515 cv. (MAO)