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Um novo recall gigante de airbag pode ser iminente
Parece uma loucura completa, mas é verdade. O airbag, um dispositivo mandatório que está nos carros por decreto governamental com o intuito de salvar vidas, está também matando gente.
Mais de 30 mortes em todo o mundo foram comprovadas como tendo sido causadas pelos airbags da Takata, o mais famoso dos recalls. Se estamos tentando salvar vidas, estatisticamente estamos no lucro: um computador diria que estatisticamente pode-se até deixar montado o airbag defeituoso, pois ele salva milhares, e mata apenas 30. Mas somos gente; sabemos que essas 30 pessoas estariam vivas se não fossem eles, e não aceitamos isso.
Por isso, aconteceu um dos maiores recalls da história. A Takata faliu. Um total de 67 milhões de airbags foram recolhidos e, no final de 2022, 11 milhões ainda estavam por substituir. Parem um pouco para pensar na enormidade desta operação.
E mesmo ela ainda não tendo sido finalizada, agora aparece a notícia que pode acontecer OUTRO recall muito parecido. Agora é a vez da ARC e da Delphi, que podem ser intimadas a substituir os airbags em nada menos que 50 milhões de veículos, de 12 fabricantes. São eles: BMW, Ford, a antiga FCA, General Motors, Hyundai, Kia, Maserati, Mercedes-Benz, Porsche, Tesla, Toyota e Volkswagen.
A investigação começou em 2016, e está sendo tocada pela NHTSA, o órgão regulamentador americano. A agência governamental diz que identificou sete pessoas que foram feridas por causa dos airbags e uma que foi morta. Parece que a causa raiz é resíduos minúsculos de solda depositados nas saídas dos infladores, obstruindo-os, e assim explodindo e impelindo pedaços de metal aos ocupantes. Um dos primeiros acidentes teria acontecido em 2009, enquanto o mais recente é de março de 2023.
O próximo passo será uma audiência pública em 5 de outubro, quando as empresas irão apresentar suas defesas. Estão em jogo 41 milhões de infladores da ARC produzidos de 2000 a 2018, e 11 milhões da Delphi, que produziu eles de 2000 a 2004.
Quem poderia imaginar que um “dispositivo pirotécnico”, eufemismo criado para suavizar o fato de que há uma bomba no meio do volante, poderia dar errado em algum ponto não? Quem poderia imaginar… Sim, a conta de vidas salvas pelo equipamento supera em muito a de mortes causadas por ele. Ainda assim, seria cômico se não fosse trágico.
Os recalls continuarão. Afinal de contas, a mera sugestão de que talvez o equipamento não seja perfeito e salvador de vidas, é uma temeridade. Significaria que a culpa das mortes é de quem os tornou obrigatórios, o governo. E governos nunca erram né? (MAO)
BMW desiste dos bancos aquecidos por assinatura
Em entrevista recente, Pieter Nota, membro do conselho de vendas e marketing da BMW, disse que a empresa planeja não oferecer mais assinatura para ativação dos bancos aquecidos de um veículo após ele sair da fábrica.
Nota disse à Autocar que “a aceitação do usuário não é tão alta” para o serviço, acrescentando que os clientes sentem que estão pagando o dobro. A empresa não está eliminando completamente as assinaturas, mas concentrando-se em software e produtos relacionados a serviços como recursos de assistência ao motorista e ao estacionamento.
Sim, ainda não desistiram por completo, como esperado: se der certo será uma nova fonte de renda interessantíssima. Sim, mais uma maneira de extorquir seus clientes, mas os clientes, ora os clientes, né?
Processo já começou faz tempo. Por exemplo, sempre que um fabricante cobra mais por um pacote extra de performance, que na verdade move o limitador de velocidade mais acima, está efetivamente cobrando por um desempenho que já estava no carro que o cliente comprou. Mas é já aceito nas empresas alemãs, ninguém reclama mais.
Já não somos donos de discos de música e livros, de filmes em DVD ou VHS. Será que o carro é o próximo? “Você não será dono de nada e será feliz”, dizem os futuristas. Acredito que eu vou continuar de boas, sim. Mas feliz mesmo será o cara que é o dono das coisas que usarei “alugadas”. Esse, vai rir de rolar no chão, todo dia de manhã. (MAO)
Conheça o Ford Mustang Mach-E Rally.
A Ford, que parece estar tendo algumas dificuldades para vender seu SUV elétrico Mustang Mach-E, revelou uma edição especial para lembrarmos que ele existe. É bem interessante: se chama Mustang Mach-E Rally.
A aparência é inspirada nos ralis e o carro, revelado no Salão de Munique, estará disponível aos clientes em 2024, inclusive na América do Norte e na Europa. Distingue-se pela dianteira alterada com faróis de neblina alojados dentro da grade, um novo Splitter dianteiro, um teto pintado de preto e uma grande asa traseira que lembra o descontinuado Focus RS.
As novas rodas de liga leve de 19 polegadas tem acabamento em branco brilhante, e vem com sofisticados pneus Michelin CrossClimate2. A suspensão é 20 mm mais alta em comparação com o Mach-E GT, com molas alteradas e amortecedores MagneRide. Tem blindagem protetora para os motores elétricos duplos. Existe também uma película protetora que cobre o revestimento das portas e aberturas das rodas.
A potência aumentou também. A Ford disse que serão “pelo menos 480 cv e 89,7 mkgf”. Também se beneficiará de um novo modo RallySport Drive, projetado para permitir derrapagens gloriosas em ambientes off-road. Os freios são por discos dianteiros de 385 mm com pinças Brembo vermelhas.
A bateria de íons de lítio é a mesma, com capacidade de 91 kWh, mas os valores de autonomia oficialmente homologados serão anunciados próximo ao lançamento no mercado. Deve ser ligeiramente inferior ao do carro normal, que anda 405 km sem precisar de carga.
O preço também ainda não foi divulgado, mas espera-se US$ 65.000, ou cinco mil dólares a mais que o carro normal. Deve começar a ser vendido no início de 2024. (MAO)
Conheça o sedã quatro portas da Lotus: Emeya
Em um evento de gala em Nova Iorque, a Lotus mostrou seu supersedã elétrico, que se chamará no mercado “Emeya”. Mirado diretamente no Tesla Model S e no Porsche Taycan Turbo, é também o primeiro quatro portas da empresa, se descontarmos os Omega/Carlton Lotus dos anos 1990, e alguns Lotus Cortina produzidos para a polícia inglesa com quatro portas nos anos 1960.
O novo Lotus tem uma grade frontal ativa, vista pela primeira vez no SUV Eletre, para reduzir o arrasto e melhorar a eficiência quando fechada e resfriar a bateria e os freios quando aberta. Há também um spoiler dianteiro ativo, um splitter ativo inspirado em competição e um spoiler traseiro ativo para maximizar o downforce.
Os materiais sustentáveis ocupam um lugar central no interior do Emeya. Mas também há um sistema de som surround KEF 3D que integra cancelamento de ruído. Para o motorista, há um head-up display de realidade aumentada de 55 polegadas para acesso rápido a informações importantes.
O carro terá nada menos que 905 cv e 100 mkgf de torque. A Lotus promete que o sedã pode acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos. A velocidade máxima é limitada a 250 km/h. Segundo o ciclo WLTP, pode rodar até 600 km com uma carga completa. A tração nas quatro rodas é por meio de uma transmissão de duas velocidades, e a Lotus afirma que o sistema de freio é de “nível de corrida”.
A empresa revelará mais detalhes no quarto trimestre de 2023, e a produção está prevista para começar em 2024 na fábrica da marca, de propriedade da Geely, em Wuhan, na China, onde o Eletre já está sendo fabricado. Ainda não foi dito nada de preço. (MAO)