Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.
Conheça o novo BMW M3 CS
Antes um BMW série 3 esportivo era o M3. Hoje além da versão cupê M4, e os Alpina B3/B4, existem também os CS e CSL; a nomenclatura na verdade é de antes do M, usada para versões mais esportivas então. Voltou depois para ser versão mais exclusiva de versão já exclusiva. Confuso? Eu confesso que estou.
Mas enfim, ao carro. A BMW mostrou mais uma iteração de seu, bem, exclusivo sedan de alta performance: O BMW M3 CS 2023. Como no M3 CS da geração anterior, será vendido apenas com transmissão automática de oito velocidades da ZF, mas agora tem a tração integral xDrive.
O já mais que conhecido seis em linha de três litros biturbo S58 recebe mais uma variante aqui. Agora dá 550 cv, algo realmente forte mas não a variante mais potente do S58; este posto é da edição especial 3.0 CSL, aos 560 cv. O torque, inalterado, é uma patada também: 66,3 mkgf.
Além da potência adicional, o novo M3 é também mais leve. Não muito em relação ao seu peso total, mas bastante em termos absolutos: 34 kg. Basicamente o ganho é realizado com peças de fibra de carbono: splitter dianteiro, capas de espelhos retrovisores, difusor traseiro, spoiler do porta-malas, e o já tradicional teto de fibra de carbono. Dentro, as borboletas de troca de marcha e o console central também são no exótico e caro material. Os bancos-concha devem ser grande parte deste ganho de 34 kg: sua estrutura também é de fibra de carbono.
Ao contrário do M4 CSL, porém, são mantidos os bancos traseiros; ainda bem, seria algo muito estranho num carro de quatro portas. O carro não é exatamente um peso-pena, a redução em questão teoricamente fazendo dele um carro de 1760 kg, mas é uma redução de peso, um passo no caminho certo, ainda que a um custo bem alto.
O novo M3 CS, com este peso a menos e potência a mais, anda mais, claro. O 0-100 km/h se dá em 3,2 segundos, dois décimos melhor. É limitado eletronicamente a uma velocidade máxima de 303 km/h.
O estilo continua altamente controverso, com a grade infame intacta, e o carro todo recebendo um verniz de cores berrantes, faixas no capô e interior também com detalhes em cores fortes. Não é para todo mundo, mas suponho que quem goste dele, goste de verdade. Os compradores não estão limitados ao verde e laranja, claro: tons mais discretos como branco, cinza e preto estão disponíveis.
Os freios de carbono-cerâmica são opcionais extras, e os pneus são Michelin Pilot Sport Cup 2 em rodas forjadas, medindo 275/35 ZR19 na frente e 285/30 ZR20 atrás. A BMW diz que o M3 CS é uma série limitada, mas não diz de quantos carros. O preço vai partir de US$ 118.700 (R$ 610.118) nos EUA, e começará a ser entregue em março. (MAO)
Novo BMW X1 chega ao Brasil fabricado em Santa Catarina
Mais um BMW passa a ser fabricado aqui no Brasil, na fábrica em Araquari, cidade que fica entre Joinville e a ilha de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Desta vez é o novo X1, apresentado internacionalmente em meados do ano passado. É o início da oferta do modelo em nosso mercado, também.
O X1, como se sabe, é já desde 2016 baseado numa plataforma de tração dianteira e motor transversal-dianteiro; a BMW, e nem o público, parecem dar importância para a configuração que fez a marca famosa, de motor dianteiro e tração traseira ou 4×4.
O novo X1 é totalmente moderno e atual, porém, lançado em 2022. Vem para o Brasil nas versões sDrive18i GP, sDrive20i X-Line e sDrive20i M Sport. É um carro um pouco maior em todas as dimensões em relação à geração passada, e dá mais espaço interno; o porta-malas especialmente agora acomoda 476 litros com os bancos na posição normal.
O painel moderno dos BMW, uma enorme tela plana ligeiramente curvada para o motorista, chama a atenção no interior. É uma tela de alta resolução, composta por duas partes: uma de 10,2’ na frente do motorista, e uma multimídia ao lado de 10,7’. O BMW ConnectedDrive, e o Apple CarPlay / Android Auto sem fio estão presentes, claro. O som leva a grife Harman Kardon.
Dois motores existem para o X1 nacional: a versão sDrive18i GP vem com o tricilíndrico turbo de 1,5 litros e 156 cv / 23,4 mkgf. As versões sDrive20i X-Line e M Sport recebem o quatro cilindros de dois litros, também turbo, com 204 cv/ 30,6 mkgf. O câmbio é sempre Steptronic de 7 marchas, e a tração é dianteira.
Dados do Inmetro indicam consumo de 11,4 km/l em ciclo urbano e 13,5 km/l na estrada para o três cilindros, e 10,7 km/l e 13 km/l para a versão de quatro cilindros. O carro com motor maior faz o 0-100 km/h em 7,6 segundos e tem velocidade máxima de 236 km/h.
Os preços são de R$ 296.950 para o três-cilindros, R$ 328.950 para o X1 sDrive20i X-Line, e R$ 349.950 para o topo de linha X1 sDrive20i M Sport. (MAO)
Chefe da Volvo diz que carros autônomos ainda estão muito longe
O executivo-chefe da Volvo diz que os sistemas de direção autônoma ainda têm um longo caminho a percorrer antes de se tornarem comuns. Ao falar recentemente com membros da mídia na Austrália, Jim Rowan disse que a tecnologia necessária para veículos totalmente autônomos já existe, mas acredita que a legislação é o que impede sua utilização.
“A tecnologia para autonomia total já existe”, disse ele ao site Car Expert. “É claro que diferentes velocidades e diferentes condições e assim por diante, mas podemos dirigir o carro de forma totalmente autônoma? Sim. A legislação permite isso? Não. Portanto, acho que a legislação será a barreira para a adoção total do AD completo, mais do que a tecnologia.”
Esta declaração não deve ser tomada como absoluta; colocar a culpa na legislação aqui é engraçado até: a direção autônoma é colocada para todos como uma solução definitiva para os acidentes de trânsito, um mundo de tráfego computadorizado sem acidentes. Mas como os sistemas não podem garantir isso, por legislação não podem ser autônomos. E pronto. A culpa é da legislação e não da tecnologia? Difícil de acreditar.
Rowan continua: “Talvez comece em rodovias, em certas áreas, provavelmente na Califórnia, faixas designadas na rodovia, rotas designadas do aeroporto ao centro da cidade. Mas dirigir dentro de uma cidade onde há escolas e obras rodoviárias, onde há muita mudança todos os dias? Acho que isso está muito, muito longe.”
Então está aí: em ambiente controlado em rodovias especiais, somente. Algo que parece cada vez mais óbvio para todo mundo, o que significa que os bilhões, quiçá trilhões de dólares investidos até agora tiveram muito pouco resultado real. Mas o investimento, e o sonho dessa gente que quer automatizar nossa vida por completo, continua. (MAO)
Horacio Pagani no testamento de Gina Lollobrigida
O site Motor 1 argentino deu uma notícia no mínimo inusitada ontem; diz respeito ao argentino Horácio Pagani, que conhecemos como construtor de supercarros na Itália, e sua relação pessoal com a famosa atriz Luigia “Gina” Lollobrigida.
Gina Lollobrigida requer pouca introdução; é uma das famosas (e belíssimas) atrizes italianas dos anos 1950 e 1960, que faleceu recentemente em 16 de janeiro passado, aos 95 anos de idade. Além de incontáveis filmes, Gina era uma artista plástica, e fotojornalista; nos anos 1970 ficou famosa por conseguir acesso à Fidel Castro para uma entrevista exclusiva.
Mas o inesperado até para Pagani foi a menção dele em seu testamento, divulgado ontem na Itália. Horacio Pagani, juntamente com o assistente pessoal da atriz, Andrea Piazzola, foram encarregados pelo testamento à “salvaguardar o património artístico da atriz, divulgando e dando a conhecer a sua atividade artística através da promoção e organização de exposições pelo mundo todo.”
Gina Lollobrigida e Horácio Pagani se conheciam e colaboraram certa vez numa escultura que se encontra hoje exposta na fábrica da Pagani Automobili, em San Cesario sul Panaro, 20 km a sudeste de Modena (e 20km a leste da Ferrari em Maranello). A obra mostra um Huayra e uma jovem Lollobrigida nua, ambos de alguma forma voando e ascendendo à algum lugar. Pagani é tanto artista quanto técnico; talvez a atriz tenha se impressionado com isso ao conhece-lo.
Em relação à sua herança, Gina a dividiu igualmente entre seu filho Andrea Milko Skofic e o assistente Andrea Piazzola. Sua grande coleção de cerâmica artística, que chegou a quase uma centena de peças de grande valor cultural, histórico e arqueológico, foi doada para o Estado italiano, para sua proteção.
Gina Lollobrigida assinou seu testamento em 5 de janeiro de 2017, perante uma autoridade judicial e com a presença de duas testemunhas. Até hoje seu conteúdo era mantido em sigilo. Ao saber de sua responsabilidade nova, que também desconhecia, Pagani disse que “Será uma grande responsabilidade para mim”. (MAO)