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Conheça as novas Strada 2024
A Fiat mostrou esta semana uma grande reformulação na linha da sua picape que mais vende, a Strada. Vende mesmo: é o automóvel mais vendido do Brasil desde 2021. Numa estratégia muito bem feita, a marca agora oferece versões topo de linha da Strada de cabine dupla com o motor T200, 1.0 turbo, antes do Pulse.
O motor é extremamente avançado, com a famosa tecnologia MultiAir, comandos acionados por corrente, turbo de baixa inércia, detecção de combustível na linha. Com um litro, dá até 130 cv e 21,4 mkgf. O motor é sempre acoplado à um CVT de sete velocidades, com as relações fixas da caixa recalibradas para a Strada; todas são progressivamente mais longas a partir da segunda marcha.
Duas novas versões de acabamento existem para este motor turbo: Ranch e Ultra. Aos R$ 132.990, as duas versões são semelhantes, A versão Ultra “urbana”, e a Ranch, “aventureira”.
Um face-lift de pequena monta foi aplicado no carro também, principalmente na grade. As duas versões de topo pretendem cobrir a faixa de mercado ocupada pelas versões mais baratas da Chevrolet Montana.
Mas junto com isso, novidades nas versões mais baratas também: a Fiat Strada Endurance, a versão base de cabine simples, também ganhou novo motor: sai o antigo Fire de 1,4 litro de até 85 cv, e entra o novo Firefly de 1,3 litro e 101 cv a 6.000 rpm e 13,7 mkgf a 3.500 rpm com gasolina, e 109 cv a 6.250 rpm e 14,2 mkgf a 3.500 rpm quando abastecido com etanol. Vem com câmbio manual de cinco marchas.
Deve ser uma picapinha interessante agora: o antigo 1.4, apesar de não ser ruim, era um motor sem entusiasmo nenhum, uma ferramenta de trabalho desinteressada. Com o esperto e entusiasmado (e, claro, ainda mais forte) Firefly, a Strada básica deve ser até esportiva. Bom, deve; vamos esperar andar numa para afirmar com certeza.
Veja bem: por R$ 100.990 você tem um carro de dois lugares, 109 cv aspirados e câmbio manual, ar-condicionado, 1078 kg em ordem de marcha. Se a Fiat, que sempre ajusta comportamento dinâmico muito bem, não errou feio aqui, um carrinho esporte interessante. O fato que tem uma caçamba enorme capaz de carregar nada menos que 720 kg ou 1.354 litros, um bônus.
Sim, eu disse que uma picape pode ser esportiva. Quem lembra da famosa revista Motor 3 vai lembrar que não é a primeira vez: a revista disse que a picape do Fiat 147 era o melhor carro esporte do Brasil no início dos anos 1980. Isso pode estar se repetindo, junto com a Saveiro básica, agora 1.6 16v de 116cv, também. A ver! (MAO)
Mercado de EV’s usados pode entrar em colapso no Reino Unido
Superficialmente, os números recentes de vendas de carros elétricos na Europa parecem saudáveis, e em linha com a singularidade elétrica, empurrada por legislação, que está prestes a acontecer por lá. No Reino Unido, as vendas de veículos elétricos aumentaram 39,4% ano a ano em junho e 32,7% no acumulado do ano.
Mas a revista Autocar revela que esta realidade pode esconder um grande problema futuro. Segundo ela, a vasta maioria dessas vendas é para frotas, e no mercado de usados a procura por esses carros é nula; em um ou dois anos, quando essas frotas forem renovadas, o chão pode desabar por falta de procura de elétrico usado.
Segundo a publicação, empresas e frotas representaram quase 79% do número total de EV’s registrados. Uma proporção que tem vindo a aumentar à medida que os compradores privados continuam a preferir carros a gasolina e híbridos. As empresas têm comprado elétricos graças aos vários incentivos governamentais para fazerem isso.
A publicação chama a atenção para o número crescente de carros elétricos usados que as empresas de leasing e frotistas poderão em breve se desfazer em um mercado que já luta com a fraca confiança do consumidor, forte depreciação, excesso de oferta de certos modelos e o medo de que os carros, feito telefones velhos, valham nada com baterias que precisam ser trocadas. O mercado de usados elétricos parece já de baixa procura, e muita oferta, por lá.
Mais um dos grandes desafios para a nova e pretendida singularidade elétrica, que parece, cada vez mais, um movimento governamental mundial para a proibição da mobilidade individual independente proporcionada pelo automóvel. (MAO)
O Audi R8 chega ao fim
“Muito tempo. Um grande sucesso, mas mesmo grandes sucessos chegam a um fim natural. Todas as coisas boas chegam ao fim, e até a dor do final não mostra o valor dessas coisas boas.” – Isaac Asimov, “Robots and Empire”.
Confesso que, apesar de não ser um grande fã de supercarros, especialmente os alemães por seu foco maior em números de desempenho do que real diversão ao volante, tenho um lugar guardado no meu coração para o Audi R8.
Tanto na versão V8 quanto na violenta (e até desconfortável para passageiros) versão V10, o R8 parece mais um Lamborghini com desconto, do que um carro alemão veloz. Deve ser porque, na verdade, é exatamente isso. Um nervoso e brilhante carro esporte que é uma proposta bem mais interessante que qualquer Porsche. Pronto, falei.
Tudo que você precisa saber sobre: O Audi R8 de primeira geração
Mas como bem disse Asimov, nada, mesmo o que é bom, dura para sempre. A natureza do mundo é a mudança, então não devemos considerar estabilidade como natural, e abraçar a mudança que sempre vem inevitavelmente. O Audi R8 entregou quase duas décadas de emoções, mas a jornada está chegando ao fim: 2023 é seu último ano.
A Audi agora está se preparando para se despedir do carro, durante o Monterrey Car Week agora neste mês de agosto. No Rolex Monterey Motorsports Reunion, em Laguna Seca, será realizada uma “celebração do passado e um olhar para o futuro”. Como parte desse esforço, o R8 fará suas “voltas finais na pista histórica liderada pelo RS e-tron GT”, o EV de alto desempenho da marca. Liderado por elétrico. Bom, a gente merece.
Como parte da celebração, cada R8 na Monterey Car Week terá um wrap exclusivo criado por Frank Lamberty, o designer do primeiro R8. Ainda não sabemos como será esta decoração, claro, além de desenhos da pista de Laguna Seca que decorarão o teto.
O último R8, o ano/modelo 2023, que ainda está a venda, tem um motor V10 de 5,2 litros com 610 cv e 57 mkgf de torque, acoplado à um transeixo DCT de sete velocidades, faz 0-100 km/h em 3,2 segundos e chega a 332 km/h. Custa R$1.659.990 aqui no Brasil. Se você tem condições, recomendo fortemente.
O V10 é violento à ponto de fazer pilotos de pista tarimbados gorfarem o almoço em Romeiros, presenciei pessoalmente. O meu, por favor da primeira geração, com V8 e câmbio manual. Em um discreto cinza-claro. E descanse em paz, velho companheiro; não vamos lamentar: nada é para sempre, a não ser a viva memória de um tempo bom que passamos juntos. (MAO)
Harley-Davidson mais barata supera expectativa de venda
Um lampejo de vida parece ter aparecido na veneranda empresa americana Harley-Davidson. Como sabemos, a empresa, um grande sucesso mundial coisa de vinte anos atrás, vem constantemente perdendo mercado e importância. As más línguas dizem que é por seus clientes estarem, bem… não tem outra forma de dizer isso, então aí vai: morrendo de idade avançada.
O lampejo de esperança vem da Índia. Sim, Índia; algo inesperado, se a gente conhece a história da marca por lá. Lembre que a Índia é hoje o maior mercado mundial para motocicletas, mesmo que a regra lá seja de alto volume e lucro baixo por unidade, antítese da marca americana.
A Harley-Davidson tinha uma subsidiária indiana, que iniciou suas operações em agosto de 2009 e iniciou vendas em julho de 2010. Mas já em 2020, a marca anunciou que interromperia suas vendas e operações de fabricação na Índia devido à fraca demanda e vendas. O estilo de moto da marca não traduziu bem, então, para o hindi.
Mas a marca está de volta ao país, com uma moto desenvolvida, distribuída e fabricada pela Hero Motorcorp indiana, usando o nome Harley Davidson sob licença. É uma estratégia de baixo risco que contrasta fortemente com a abordagem anterior da Harley, segundo a qual a empresa americana projetava e fabricava uma moto especificamente para o mercado indiano. Também ecoa acordos semelhantes entre Triumph e Bajaj, KTM e Bajaj e BMW e TVS.
A moto é a X440, uma moto scrambler monocilíndrica de 400 cm³, que superou todas as expectativas, com mais de 25.000 reservas quase que imediatamente depois do lançamento.
A Reuters relata que, devido a isso, o preço das ações da Hero subiu 3%. A X440 tem um preço inicial equivalente a algo próximo de R$ 15.000 na Índia, na taxa de câmbio atual. Mas 65% das encomendas foram feitas para a opção mais cara, que chega a custar o equivalente de quse R$ 17.000. A produção começará em setembro, com as entregas começando em outubro.
Será que o futuro da Harley é ser uma Royal Enfield? (MAO)