Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!
Partido europeu questiona o banimento dos veículos à combustão interna.
Na semana passada, a Euractiv obteve uma cópia de um manifesto do grupo de centro-direita do European People’s Party group (EPP). Em junho deste ano, os europeus irão eleger um novo Parlamento, e “manifestos” são comuns para esclarecer o que cada instituição política defende. O EPP é um dos maiores partidos da Europa.
Os manifestos normalmente visam proporcionar aos eleitores uma ideia dos valores que eles endossam ao apoiar candidatos. E no caso do EPP, que luta por uma economia forte pan-europeia, o manifesto está questionando o banimento dos veículos à combustão interna.
O partido, liderado pelo legislador alemão Jens Gieseke, sempre teve esta opinião, na verdade. Critica o que chama de “ideologia da proibição” da Comissão. Gieseke tem um argumento interessante sobre o assunto: a proibição de veículos à combustão interna criaria um “efeito Havana”, com os europeus a continuarem a conduzir carros antigos movidos a combustão durante décadas, e não mais trocá-los por novos regularmente.
Esta posição alinha-se com a abordagem “tecnologicamente aberta” do PPE para a descarbonização, enfatizando o fato de a EU, no frigir dos ovos, favorece tecnologias específicas. O que chama mais atenção agora é a declaração explícita do PPE de “revisar [a lei] o mais rapidamente possível”. Esta declaração tem implicações significativas, uma vez que o maior grupo do Parlamento Europeu expressa a sua intenção de reconsiderar uma legislação já aprovada. (MAO)
VW mostra novo Golf Mk 8,5
A Volkswagen está mostrando um novo Golf. Por décadas o template e referência de uma categoria importantíssima, desta vez o “novo Golf” não é um carro totalmente novo; apenas uma renovação do existente. A época, confusa entre elétricos e SUVs, fez o hatchback médio, antes o mais importante tipo de carro na Europa, diminuir de importância.
Para permanecer competitivo em um segmento dominado por “crossover SUV”, o Mk8.5 Golf vem com um design exterior novo, um novo sistema de infotainment, entre outras novidades. O carro foi mostrado nas versões híbridas plug-in “eHybrid” e GTE, Variant (perua) e GTI. Ficou faltando somente o Golf R e o GTD diesel. Cada nível de acabamento disponível (Golf, Life, Style, R-Line, GTE e GTI) recebe para-choques discretamente atualizados, e todos os modelos da classe Style acima têm teto preto.
Uma miríade de propulsores diferentes continua disponível para o modelo. O carro básico vem com o 1.5 TSI de 113 ou 148 cv, a gasolina, e tração dianteira via caixa manual de seis velocidades. A versão mild-Hybrid do mesmo motor, o “1.5 eTSI”, tem as mesmas potências, mas vem exclusivamente com uma transmissão automática DSG de sete marchas. A opção mais potente é o 2.0 TSI de 201 cv/DSG, e parece que a versão 1.0 TSI não existirá mais.
Há também um diesel 2.0 TDI terá 113 cv com caixa manual de seis velocidades ou 148 cv com DSG de sete velocidades. A versão híbrida plug-in tem o 2.0 TSI a gasolina e os mesmos 201 cv, mas tem autonomia de 100Km em modo só elétrico. O Golf GTE, um esportivo-híbrido, tem 268 cv nas rodas dianteiras a partir de motor elétrico combinado ao motor 1,5 TSI e câmbio DSG.
Há também um novo GTI, que soma o facelift à rodas ao estilo Alfa Romeo. Infelizmente, perdeu sua caixa de câmbio manual opcional; agora é um carro somente DSG de sete velocidades. Ganhou 20 cv, para um total agora de 261 cv nas rodas dianteiras. Espera-se em breve uma versão ClubSport mais potente, com pelo menos 300 cv.
A maior mudança no exterior é a iluminação em LED. Os Golfs mais caros vem com uma configuração de farol totalmente LED com o emblema VW iluminado, e opcionalmente, matriz LED. Na traseira, as lanternas traseiras mais sofisticadas apresentam gráficos “3D” com três padrões selecionáveis, semelhante ao que a Audi oferece em alguns de seus modelos.
A boa notícia é que o Golf está revertendo aos botões convencionais no volante. É importante observar que penas as versões básicas do Golf Mk8 vendidos na Europa vieram com controles tradicionais, com apenas os mais caros recebendo as já infames teclas sensíveis ao toque.
No interior, há uma nova tela enorme de infotainment, mas infelizmente, permanece a interface por botões e comandos deslizantes sensíveis ao toque. Esperamos que tenham melhorado a interface: os que experimentamos aqui no Brasil não são agradáveis, e nos fazem ter saudade dos antigos botões dos VW do passado. O que nunca é bom, né? (MAO)
Volkswagen vai anunciar grande investimento no Brasil
Este ano, goste ou não do conteúdo das medidas, parece que governo e indústria estão pelo menos tentando se mover para mudar algo no marasmo de nossa economia. Agora esta semana o governo brasileiro apresentou a “Nova Indústria Brasil” (NIB), um plano destinado a modernizar a indústria nacional com um aporte de R$ 300 bilhões até 2026.
O programa “busca reverter décadas de desindustrialização”, e foca em seis itens principais: cadeia agroindustrial, saúde, bem-estar nas cidades, transformação digital, descarbonização e defesa. Dentro do plano, destaca-se a influência direta na indústria automotiva, mesmo com o setor já contemplado pelo Mover, apresentado no final em 2023.
Já no lado da indústria, a Stellantis já disse que em breve anunciará “o maior aporte da história da indústria automotiva no país”. Agora é a vez da VW anunciar também importante investimento.
Em um evento oficial que acontecerá no dia 1º de fevereiro, a empresa fará o anuncio de seu próximo investimento no país. Os boatos indicam que deve ser um valor em torno de 1 bilhão de euros, ou o equivalente hoje a 5,35 bilhões de reais, até 2028.
A VW precisa de investimento: tem que projetar e começar a produzir novas picapes, tanto para competir com a incrivelmente popular Fiat Toro, quanto para substituir a Saveiro. Esta última, embora pareça interessante para o entusiasta, agora que é equipada exclusivamente com o motor DOHC/16v aspirado de 1,6 litro antes do Polo/Virtus, e câmbio manual, para o público em geral está verdadeiramente decrépita, sem turbo ou câmbio automático opcional, e com uma carroceria e plataforma muito antiga.
A empresa também pretente fazer um “SUV” de entrada, na verdade um carro barato para substituir o descontinuado Gol. Um boato diz também que a empresa pretende passar a produzir o motor 1,5 litro TSI no Brasil, e lançar uma versão híbrida leve dele. Uma atualização de plataforma deve fazer parte do aporte, também. (MAO)
Um raro MGF a venda no Brasil
Quem é assinante do FlatOut conhece o MG F: uma incrível tentativa da ainda independente Rover de retomar a produção de carros esporte com a famosa e amada marca MG.
Com o leve e girador motor quatro em linha de alumínio DOHC/16v Rover K-series montado em posição central-traseira, o leve roadster ainda tinha uma evolução da suspensão do Mini original: a suspensão Hydragas, um sistema de elementos elásticos de borracha preenchidos com fluido e gás, interconectados frente/trás, que proporcionavam principalmente um conforto surpreendente, mas que podia ser ajustado para fornecer excelente comportamento em direção esportiva, diziam as publicações de época.
É também um carro raríssimo aqui no Brasil. Lançado em 1995 no Reino Unido, tem-se registro de apenas sete unidades importadas, uma unidade ano/modelo 1998, e as outras seis, ano/modelo 1999. E como carro antigo só pode ser importado com 30 anos completos, não se pode importar mais deles, por enquanto.
Agora, um desses sete veículos apareceu . O carro, preto, é ano/modelo 1998, e parece, pelas fotos (não vistoriamos o carro, e apenas sabemos o que foi informado no anúncio), em ótimo estado. A loja diz que tem apenas 10.500 km rodados!
O MGF vem com o mesmo motor usado no Lotus Elise original: um 1,8 litro Rover, aqui com variadores de fase dos comandos para nada menos que 145 cv. O carro é mais pesado que o Elise, claro: pouco menos de 1100 kg, ainda leve, num carro mais equipado, espaçoso e confortável.
O preço pedido é de R$ 159.900. Tudo custa muito dinheiro hoje em dia, mas, incrivelmente, neste caso o preço não é absurdo. Um MG F em perfeito estado custa na Inglaterra ao redor de £4.000; mesmo que fosse possível importar um, o que ainda não é, o valor final gasto não fugiria muito do pedido aqui, se você conseguir uns 10% de desconto. E vamos lá: é preço de um VW T-Cross; não é artigo de luxo.
Claro que vale uma boa vistoria antes; manutenção não será barata. Mas uma opção interessantíssima de carro esporte, possível de se usar até diariamente. Se você não ficar com dó de usar algo tão raro por aqui. (MAO)