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Honda registra desenho de moto indiana de 4 mil reais no Brasil
Apesar de um junho fraco, o crescimento contínuo do mercado de motocicletas no Brasil continua sem cessar. A Abraciclo, entidade de classe dos produtores de motocicletas da zona franca de Manaus, diz que 764.271 motocicletas foram produzidas no primeiro semestre de 2023, 13,9% a mais que o primeiro semestre de 2022. A entidade diz que esse é o melhor resultado para os seis primeiros meses desde 2014.
O resultado é tão bom que encheu os fabricantes de otimismo. A meta de produção de 1.420.000 unidades para 2023 foi revista: agora a entidade de classe espera fazer 1.560.000 unidades em 2023, 10,4% a mais que o ano passado. Impressionante.
O mercado sem dúvida recebe um impulso com o aumento de entregas por aplicativos diversos. Mas estariam as motocicletas se tornando uma opção de transporte pessoal mais generalizada, num mundo onde qualquer carro zero km não fica muito longe de R$ 100.000? Não há dados que comprovem isso, mas é o que parece se olhando as ruas das cidades deste país, especialmente no interior, fora das capitais, onde é comum crianças e compras de supermercado em cima de motos pequenas.
O que nos faz lembrar outro país onde motocicletas pequenas são extremamente populares: a Índia. De acordo com o site Motor1, a Honda efetuou o pedido de registro no INPI de uma nova moto no Brasil, que parece ser a Shine 100, a motocicleta mais barata da marca na Índia.
A nossa moto Honda barata, a Pop 110i, já é algo extremamente básico: até as carenagens em termoplástico injetado já vem na sua cor final, sem pintura. A Honda do Brasil sabe fazer motos baratas, e muito boas, como prova o contínuo sucesso e evolução da CG. O que melhor poderia oferecer esta moto indiana aqui?
A Shine 100 tem um tanque convencional, tendo um formato mais de motocicleta, e não das Walk-thru como a Pop (e a Biz). Tem rodas de liga leve, partida elétrica e até mesmo um marcador de combustível, inexistente na nossa Pop. Ainda assim, é vendida por apenas o equivalente à R$ 3.800 na Índia; a Pop 110i aqui tem preço de R$ 9.010. Não fique animado com a possibilidade de uma moto de menos de 4 mil aqui: a diferença de imposto certamente cobriria esta diferença com facilidade.
A Shine 100 tem um monocilíndrico arrefecido a ar com 98,98 cm³, injeção eletrônica, e apenas 7,38 cv a 7.500 rpm. O torque é de 0,8 kgfm de torque a 5.000 rpm. A transmissão é mecânica com 4 velocidades e a partida é elétrica, com pedal de emergência. A moto pesa apenas 99 kg.
Parece pouco provável que este modelo encontre lugar em nossa linha brasileira; provavelmente este registro no INPI é apenas uma forma da Honda se proteger de futuras cópias que cheguem baratas à nossas praias. Mas dá para pensar: e se a Honda fizesse aqui uma moto superbarata de 100 cm³ baseada não na Biz, mas na já famosa e parruda CG? (MAO)
Lotus Emira de quatro cilindros lançado em Goodwood
O Goodwood Festival of Speed abre suas portas hoje, e como sempre, com várias novidades mostradas por fabricantes de automóveis. Principalmente os da ilha. O primeiro hoje é na verdade um que já foi apresentado, mas chega agora em sua versão definitiva, à venda no Reino Unido: o Lotus Emira com motor AMG de 4 cilindros.
O Emira normal, se vocês se lembram bem, já existe com o V6 de Toyota Camry, que com um compressor mecânico instalado pela Lotus, dá 400 cv, e câmbio manual. Esta versão AMG turbo de 4 cilindros sempre foi meio um ponto de interrogação: a potência e o peso do carro são semelhantes, o novo dois litros de quatro cilindros turbo dando 360 cv, aplicados nas rodas traseiras também, através de um transeixo DCT de oito velocidades (também AMG).
A diferença de desempenho mostra de novo como está tudo próximo aqui: o V6 manual faz 0-96 km/h em 4,2 segundos, e o AMG 2-litros DCT, em 4,4 segundos, e ambos tem velocidade máxima de 290 km/h. Ou seja, o desempenho é o mesmo, só entregue de forma diferente. O V6 automático, uma caixa com conversor de torque, faz o 0-96 km/h em 4,6 segundos, embolando mais ainda a confusão.
Provavelmente o AMG turbo é o futuro: o motor supercharged já é algo usado há muito tempo pela Toyota, e deve ter problemas para atender legislações futuras de emissão, ou legislações de outros mercados mais exigentes que o Reino Unido. Até onde conseguimos enxergar, legislação é a única explicação para o Emira de 4 cilindros, pois vamos falar sério: mesmo sem andar sabemos qual é o carro melhor né? O V6 manual, claro.
A outra alteração do carro com quatro cilindros, além do acerto geral de suspensão e freios para a nova configuração, é um subframe traseiro novo de alumínio, mais leve em 12 kg. Esta nova versão do Lotus Emira já está à venda na Inglaterra, a um preço de £81,495 (R$ 511.788). (MAO)
Bentley fabrica de novo o Speed Six de 1928
Um carro de 1928 (quase 100 anos no passado, devemos salientar), zero km, produzido pelo fabricante original. Difícil de acreditar, mas mais que isso: de entender. Um carro de 1928 não atende em nada as legislações atuais. Um carro de 1928 pode andar nas ruas, mas um carro desses, de 1928 mas fabricado zero km em 2023, não pode ser emplacado. É zero km né? Cadê o airbag? Mais que isso: cadê o cinto de segurança? Não tem, claro: 1928 foi há muito tempo.
Mas para os milionários que já encomendaram as 12 unidades zero km que a Bentley fabricará novamente de seu Speed Six, isso não parece ser um problema. Eu e você podemos nos perguntar como e porque, mas não eles. Fica exposto na sala de entrada da mansão, estático feito um Picasso? É usado em corridas clássicas enquanto o original fica na garagem? Não, não acredito que usem a placa do original para rodar nas ruas, isso seria um crime.
Mas enfim, o fato é que a Bentley está fazendo o Speed Six novamente. E o que é um Bentley Speed Six? Engraçado você perguntar isso. Ia mesmo contar, agora mesmo.
Corrente de 1928 até o fim da Bentley em 1930 (depois foi vendida para a Rolls-Royce e abandonou os desenhos de WO Bentley), o Speed Six é o ápice do Bentley dos anos 1920, o tipo de carro que Ettore Bugatti definiu como “os caminhões mais rápidos do mundo”. Enormes chassis de carros de luxo, mas que, preparados para isso, venciam competições também.
O Speed Six venceu Le Mans em 1929 e 1930, e tinha sob o capô um seis em linha OHC aspirado “6 ½ Litre”, com taxa maior e dois carburadores SU, e 180 cv. Como todo Bentley de WO, o comando no cabeçote era acionado por bielas. A versão de corrida dizia-se mais potente ainda; a Bentley diz que este motor, recriado do zero agora em 2023, deu 205 cv em seus dinamômetros.
O chassi “6 ½ Litre” na verdade nasceu em 1926 com 147 cv; o Speed Six era a versão “esportiva”, que veio depois. Era um carro grande; mesmo a versão de competição pesava perto de duas toneladas. Apenas 182 Speed Six foram fabricados originalmente de 1928 a 1930.
Quanto custa esta obra de arte com um berro gutural inimitável, dois eixos rígidos e freios a tambor acionados por varão? A Bentley não divulgou oficialmente, mas sabe-se que não saem por menos de US$ 1,8 milhão na Inglaterra, ou R$ 8.658.000. Barrabás. (MAO)
Conheça o Ariel Atom 4R
Uma surpresa hoje no Goodwood FoS foi a revelação de um novo Ariel Atom: uma versão ainda mais radical e superlativa do carro que efetivamente conseguiu modernizar o conceito do Lotus Seven.
Chamado de Atom 4R, ele traz o motor do Civic Type R, de dois litros turbo, mas com ainda mais potência: 400 cv e 51 mkgf. Se o Civic Type R já é um carro impressionante com tração dianteira e 1429 kg, imagine um Atom ainda mais potente, com o motor em posição central-traseira, e pesando menos de 600 kg…
A suspensões são as mesmas (pushrod de duplo-A sobreposto nos 4 cantos) do Atom, mas com amortecedores Öhlins TTX36, ajustados especificamente para o Atom 4R, e com várias opções de molas Öhlins otimizadas para uso em estrada ou pista. Freios leves de carbono com disco de carbono-cerâmica com pinças AP Racing também estão instalados. Novidade aqui é um ABS que é regulável em sensibilidade, em 12 posições selecionáveis, algo bem interessante para o entusiasta do volante.
Esses discos de freio têm menos da metade do peso dos discos do Atom normal, e junto com rodas de carbono feitas especificamente para o Atom, economizam 26 kg em relação ao Atom 4 normal. O que faz este carro pesar 569 kg em ordem de marcha. Os preços começam em £ 64.950 (R$ 409.185) na Inglaterra. (MAO)
Nova geração do Toyota 86 deve ter motor do GR Corolla
A segunda geração dos gêmeos univitelinos Subaru BRZ/Toyota GR86 apareceu em novembro de 2020; já tem três anos de idade. Hora de se pensar numa nova geração ou substituto não? Pois é isso que parece estar sendo decidido agora.
Boatos do Japão dizem que Toyota GR86 terá uma terceira geração; mas será um carro Toyota; o Subaru BRZ estaria no fim. Não se sabe exatamente como será este novo carro, mas dizem que o próximo Toyota 86 será movido por uma versão do três cilindros turbo dos atuais GR Corolla. e GR Yaris.
Ainda é cedo para ter certeza de algo: publicações falam de auxílio híbrido para o motor de três cilindros, e outras de mais pressão de turbo apenas. Não se sabe se o carro será todo novo, ou uma adaptação do carro atual, mas parece lógico começar do zero: o atual é largo demais entre as colunas McPherson para abrigar o largo e baixo Boxer Subaru.
A revista japonesa Best Car conta uma história que é possível acreditar: diz que o próximo 86 virá em 2025, com o mesmo motor do GR Corolla, ao redor dos 300 cv, e uma versão menor e mais simples da arquitetura usada para o Lexus IS. Parece bem interessante. Mas tudo, é claro, ainda é boato; o tempo dirá. (MAO)