No final de setembro a Hyundai Motor Brasil (que não é a mesma empresa que a Hyundai CAOA) anunciou sua resposta tardia aos SUVs compactos brasileiros ao confirmar a produção do Creta no Brasil. O modelo será lançado somente na próxima semana, durante o Salão do Automóvel e chegará às lojas somente em janeiro de 2017, mas isso não impediu a fabricante de divulgar alguns detalhes do Creta brasileiro. Veja o que já sabemos sobre ele até agora.
Parecido mas diferente
O Creta já é vendido desde 2015 em outros mercados emergentes como Índia, Rússia e China. Nestes países o modelo é baseado na plataforma estendida do HB20 e movido por um motor 1.6 de 123 cv, com um 2.0 16v de 149 cv, ou com um 1.4 a gasolina de 90 cv.
O Creta nacional terá as mesmas formas gerais do Creta estrangeiro, porém terá para-choques, grade dianteira e outros detalhes do design externo diferentes. Isso ficou evidente logo nos primeiros teasers publicados pela Hyundai Motor Brasil. Veja a comparação entre a dianteira dos modelos (o nacional está à esquerda):
A grade do Creta brasileiro é mais alongada verticalmente, mais próxima do atual HB20 e do novo Tucson – note que o suporte da placa toca a base da grade no modelo nacional. Nele os faróis de neblina são horizontais em vez de verticais e o “queixo” do para-choques também foi redesenhado.
Nas laterais a diferença é apenas o rack do teto, mais integrado no modelo nacional. Também é possível notar a diferença do formato dos para-choques. Especialmente o traseiro, que tem a parte inferior sem pintura mais elevada, o que deve resultar em um ar mais robusto no modelo nacional.
Na traseira nota-se as lanternas com arranjo interno diferente, novas luzes de neblina, régua da placa na cor da carroceria e o falso extrator traseiro remodelado.
Além do visual, o Creta nacional será baseado em outra plataforma: enquanto os modelos estrangeiros são feitos sobre a base do HB20, o brasileiro usará a plataforma do Hyundai Elantra.
Motores
Na ocasião do anúncio apostamos no motor 2.0 do Elantra, que já é usado na versão russa, e é mais adequado para encarar os rivais que o Creta pretende encarar — Duster, Tracker, EcoSport, HR-V etc. Além disso, a Hyundai havia dito que o motor seria diferente do 1.6 do HB20. Nesta segunda-feira (31) a Hyundai confirmou que o Creta brasileiro terá duas opções de motorização, uma 1.6 16v e outra 2.0 16v.
Como a marca havia dito, o motor 1.6 diferencia-se do Gamma G4FC 1.6 do HB20 pelo sistema de variação do comando de válvulas no escape e na admissão, o que irá resultar em uma curva de torque melhor distrubuída ao longo da faixa de rotações. A potência não foi declarada, mas a única versão do motor Gamma aspirado com comando duplo variável e injeção no coletor é o G4FG, com 134 cv. Com a adaptação para rodar com álcool ele deve ganhar taxa de compressão mais elevada e chegar aos 136 ou 138 cv.
Já o motor 2.0 será o mesmo adotado no Elantra, o Nu Mpi, que produz 167 cv. Na imagem abaixo o motor divulgado pela Hyundai Motor Brasil nesta segunda-feira está à esquerda, ao lado do Nu Mpi 2.0 do i40 europeu. Note o desenho do bloco, a posição das polias e acessórios, a admissão praticamente idêntica, assim como posição da vareta e da tampa do óleo.
A tampa do porta-malas aparentemente dispensou a régua cromada sobre a placa de registro, ganhando no lugar um friso que atravessa toda a extensão da traseira. O para-choques traseiro também tem um desenho modificado, com um aplique que simula um extrator de ar diferente do modelo estrangeiro. Na dianteira os faróis parecem ser idênticos, com projetor superelipsoidal e uma linha de LED que deverá servir de DRL, enquanto os faróis de neblina serão menores e horizontais.
E quanto vai custar?
Bem, nesse campo tudo o que temos são especulações. Considerando que o Tucson 2016 custa cerca de R$ 67.000 e que o ix35 parte dos R$ 100.000, é provável que o Creta será encaixado neste gap de preços, partindo de algo próximo dos R$ 68.000 e chegando muito perto do R$ 90.000, encarando desde as versões de entrada de Duster e EcoSport com o modelo 1.6 e chegando ao Honda HR-V e Chevrolet Tracker com a versão 2.0 na parte alta do segmento.