o ano e 1967 e o lugar a praia de ipanema no rio de janeiro o jovem roberto leva uma vida normal de um jovem dessa epoca e endereço uma vida calma e paradisiaca vista de hoje que combinava escola praia e tardes no famoso postinho ponto de encontro dos maniacos por automoveis na cidade maravilhosa na semana do carnaval daquele mesmo ano o roberto estava passando uns dias na casa da avo materna em petropolis na serra carioca os dois estavam andando de carro por petropolis quando avistam um chevrolet dos anos 1920 estacionado um carro aberto phaeton com uma placa de vende se no vidro e o preço o roberto lembra que era um preço ridiculamente baixo algo em torno do que seria hoje nao mais de 400 reais voce pode achar estranho mas entao um carro de 40 anos de idade era pouco mais que lixo nao existia o movimento preservacionista ainda e colecionadores de carros eram esparsos e considerados largamente gente excentrica um eufemismo usado para nao ofender gente que era na verdade considerada maluco de pedra carro antigo nao valorizava e a procura por esses carros velhos e calhambeques era pequena pois bem a vo do roberto senhora que devia ser realmente sensacional em entender as vontades do neto para o carro e eles vao ver o chevrolet o phaeton era vermelho e ja com o seis em linha ohv de 194 cid 3 2 litros aqui no brasil era chamado de ramona o dono era um mecanico da companhia de onibus de petropolis a senhora vasculhou sua bolsa viu que tinha a quantia pedida em cash e comprou o carro para o neto ali mesmo imagine a felicidade do jovem roberto começou imediatamente a andar para la e para ca certamente se sentindo como outro roberto mais famoso o carlos em seu proprio calhambeque vermelho passou o carnaval com ele subiu e desceu a serra indo e vindo do rio para petropolis era seu carro uma coisa incrivel por si so e perfeita ente usavel apesar dos seus ja quase 40 anos de idade entao para o surfista roberto perfeito a prancha ia em pe no banco traseiro outra prova de que era uma epoca diferente garagem em casa era raro e quando existia era para um so carro mesmo em bairros mais chiques como era ipanema na garagem da familia do roberto ficava o renault dauphine de sua mae; o fnm jk de seu pai ficava na casa de um compadre numa rua proxima pois esse compadre nao tinha carro ao roberto restava estacionar o chevrolet onde no famoso postinho da praia de ipanema aqui e necessario um pequeno parentese para situar esta lenda real mais uma vez para os cariocas de uma geraçao anterior a minha o lugar e lembrado com carinho o posto de gasolina de bandeira esso ficava no limite entre ipanema e leblon na esquina do jardim de alah com a avenida vieira souto em ipanema era o postinho assim maiusculo nome proprio hoje nao existe mais foi demolido em 2006 para dar lugar a mais um predio de luxo [caption id= attachment_343388 align= aligncenter width= 550 ] o postinho nos anos 1950[/caption] mas foi ponto de encontro da turma que gostava de carros no começo dos anos 50 epoca em que o circuito da gavea ainda era prova do automobilismo internacional e a area muito menos movimentada que hoje o circuito acabou em 1954 mas o posto na praia de ipanema continuou a servir de base para os bate papos dos fas da velocidade mas se nao havia mais o circuito havia agora a moçada; os rachas; os fuscas karmann ghia simcas e dkw’s entre outras maquinas mais exoticas frequentemente envenenadas ali era onde se encontravam antes de partirem para pegas na barra deserta e motos muitas motos no fim da decada de 1960 chegavam la as dezenas as sete galo e as suzuki dois tempos entre outras em tempos de plena liberdade sexual havia moças que ficavam sentadas no muro doidas por um passeio de moto que invariavelmente terminava no motel tokio o mais barato da barrinha e havia a turma da chamada pastelaria que so queria curtir um passeio devagar em duas rodas parte da historia entusiasta da cidade mas divago; de volta ao roberto que estacionava seu chevrolet no postinho de ipanema certo dia vai buscar seu carro para ir a escola cursinho e ao ve lo o frentista diz vai la ver o que esta do lado do seu carro e e aqui que esta historia deve ser pausada e movida momentaneamente da ensolarada e paradisiaca praia entao recentemente imortalizada por tom vinicius e uma menina cheia de graça para um vale meio arido e desolado no meio da italia a mais de 9000 km dali o ferrari 250 gt pininfarina quando giotto bizzarrini o engenheiro toscano que morreu recentemente aos 96 anos de idade chegou na ferrari em maranello em 1957 foi incumbido de uma missao melhorar o comportamento dos ferrari de rua ate ali vitorias em pista e so o que interessava carros de rua eram nada mais que carros de corrida amansados com carrocerias encomendadas em casa famosas como bertone zagato e outras mas algo precisava mudar https //flatout com br/10 motivos para voce saber mais sobre giotto bizzarrini/ a ideia era se mover para criar carros de rua de verdade em especificaçao fixa produzidos em quantidade maior o primeiro passo seria fazer do 250 gt coupe carro chefe da marca e primeiro passo nesse sentido um carro de rua mais acertado e melhor vindo da alfa romeo onde era um piloto de prova um collaudattori bizzarrini começa seu metodico trabalho o 250 gt coupe era materia prima muito boa para começar mas precisava de muito acerto para realmente brilhar o motor era o famoso v12 colombo um pequeno v12 projetado para f1 de 1945 em diante no projeto participaram lampredi e giuseppe busso; este depois voltaria para a alfa romeo onde criaria os famosos 4 em linha e v6 da marca nasceu para 1 5 litro mas agora em 1957 era essencialmente um motor de carro esporte de rua e competiçao com 250 cm³ por cilindro ou 3 litros era um v12 leve e compacto que pesava ao redor de 200 kg apenas e tinha so um comando por cabeçote sohc e duas valvulas por cilindro opostas operadas por balancins este pequeno e girador v12 e a origem da fama da ferrari nas ruas; em competiçao com seis weber duplos dava ate 300 cv [caption id= attachment_343390 align= aligncenter width= 999 ] 250 gt swb derivado mais bravo[/caption] o motor era bem recuado e baixo no carro e acoplado a um cambio manual entao de 4 marchas em 1957 o eixo rigido traseiro tinha molas semi elipticas mas era localizado por braços inferiores e superiores longitudinalmente na frente duplo a sobreposto os freios era tambores de aluminio aletados nas quatro rodas [caption id= attachment_343386 align= aligncenter width= 999 ] 250 gt boano 1956[/caption] a partir de 1956 duas carrocerias eram basicas para o 250 gt ellena e boano; ambas parecidas mas com suas diferenças no mesmo chassis; era o primeiro passo para um ferrari standart de produçao [caption id= attachment_343407 align= aligncenter width= 999 ] 250 gt ellena 1956[/caption] bizzarrini transformou o 250 gt de um carro de caracteristicas de estabilidade dificeis em um carro totalmente docil apenas com acerto de cargas e molas troca do fornecedor de caixa de direçao para a zf e amortecedores para koni holandesa o seu trabalho chama a atençao de enzo que o faz ir mais adiante e o pai da 250 gt swb e da gto antes de ser demitido na famosa noite do facao em 1962 mas antes disso acontece finalmente o ferrari de produçao em 1958 e lançado o 250 gt pininfarina coupe dali em diante a pininfarina seria o fornecedor base de carrocerias para maranello e o desenho normalizado em um so sem encomendas que diferiam uma da outra [caption id= attachment_343395 align= aligncenter width= 999 ] 250 gt pininfrina 1958[/caption] o chassi era o do 250 gt acertado por bizzarrini com uma versao de tres carburadores duplos verticais weber 36dcz3 e dois distribuidores do v12 de 3 litros dando 240 cv a 7000 rpm o cambio era de quatro marchas manual o carro media 4400 mm num entre eixos de 2600 mm; pesava 1200 kg ou seja o desempenho e otimo mesmo visto de hoje 0 100 km/h em oito segundos cravados e velocidade maxima de 240 km/h a maioria deles tem freios a tambor nas quatro rodas mas no ano de 1960 foram trocados por discos foram produzidos 353 deles de 1958 a 1960 e foi base para o desenvolvimento do 250 gt swb e gto; dois dos maiores classicos da historia hoje sao rarissimos uma boa quantidade deles virou replica de carros de corrida ou 250 gt swb ou gto clones os originais portanto estao em franca valorizaçao hoje devido a raridade e sim voce adivinhou o carro estacionado ao lado do chevrolet do roberto no postinho de ipanema em 1967 era um deles um ferrari 250 gt pininfarina serie 2 branco chassis numero 1691gt fabricado em 1960 roberto e seu ferrari o frentista disse que o ferrari tinha vindo de sao paulo e o dono um comerciante de carros queria comprar o chevrolet e o ferrari estava sim a venda mais tarde os dois se encontram e logo obviamente pensam num rolo o chevrolet mais uma quantia em dinheiro e o ferrari v12 seria do moleque que ainda nao tinha nem 19 anos de idade a quantia lembra o roberto hoje era o valor de um fusca juntou todas as suas economias de seu trabalho como professor de ingles e mais uma ajuda de novo da avo tinha o dinheiro suficiente e o negocio foi fechado por um mes e meio o jovem roberto era dono entao de um ferrari 250 gt branco a avo adorou que o carro tinha um teto e o neto nao se molharia uma visita a uma oficina de um amigo da familia tranquiliza nosso jovem heroi o carro estava em perfeito estado mas cuidado com o pe direito roberto isso e um v douze disse o mecanico carioca um mes e meio mais ou menos se passa e uma coisa importante acontece o pai do roberto volta de uma longa viagem a trabalho leva seu carro para lavar no postinho e la ve o ferrari branco estacionado ao lado do chevrolet ainda pergunta olha so um ferrari de quem e algum tempo depois a familia esta toda reunida na sala de casa inclusive a sogra do pai do roberto e a avo que financiara a loucura do moleque passa um sermao em todos alem de rapido demais par um menino de 18 anos o carro e potencialmente uma bomba se quebrar qualquer coisa onde achar peças quem vai pagar o conserto o pai conversa com o vendedor que concorda em desfazer o negocio e devolver o chevrolet e o dinheiro pago pelo ferrari e mole o roberto iria para a faculdade em sao paulo com o dauphine da mae; o chevrolet tambem foi vendido a um amigo em sao paulo uma outra vida começava e a historia do ferrari foi esquecida o ferrari voltou a sao paulo e aqui foi vendido em 1986 apareceu com o colecionador angelo martinelli bonomi participando de uma subida de montanha do jaragua recentemente apareceu sendo restaurado agora vermelho aqui no brasil ainda [caption id= attachment_343406 align= aligncenter width= 999 ] o 250 gt na praia de ipanema 1967 [/caption] diz o roberto hoje o maximo que andei com ele foi ir ate sao conrado na casa da minha outra avo no alto da boa vista o carro era firme muito gostoso de andar o barulho a alta rotaçao era algo de impressionar e que motor lindo era silencioso ate mas uma vez na praia de ipanema dei uma puxada e o barulho ai meu deus
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