quando se fala em preços de carros no brasil logo surgem as comparaçoes faceis com os preços praticados no mercado argentino a comparaçao nao e tao simples como uma conversao cambial mas ela e compreensivel uma vez que os dois mercados hoje sao intimamente ligados pelas relaçoes comerciais entre os dois paises o volskwagen gol fabricado em taubate por exemplo roda nas largas avenidas portenhas enquanto a ford ranger vem direto do pais dos pampas para os caubois de posto e fazendeiros brasileiros mas os mercados nem sempre foram assim tao parecidos na verdade ate a metade dos anos 1990 eles eram muito diferentes — as semelhanças se limitavam a uns poucos modelos da autolatina e da fiat com nomes trocados os argentinos sempre tiveram um mercado muito peculiar bem mais parecido com o europeu e ate alguns modelos de grandes marcas feitos exclusivamente para o pais da prata e o caso dos obscuros dodge argentinos os modelos dodge começaram a ser fabricados na argentina na mesma epoca em que a marca americana desembarcou no brasil mas apesar da proximidade e das plataformas adotadas elas nao tinham nada a ver entre si alem do nome dodge/chrysler enquanto a chrysler chegou em terras brasileiras por meio da aquisiçao da simca em nivel mundial na argentina a produçao era feita em parceria com uma industria local exatamente como acontece hoje com a hyundai e a caoa e com a mitsubishi e souza ramos a parceira da chrysler na argentina chamava se chrysler fevre argentina s a e foi fundada em 1916 quando julio fevre adquiriu a representaçao oficial para importar os automoveis e caminhoes dos dodge brothers com boas vendas e uma reputaçao solida fevre se uniu com o acionista diego basset formando a fevre & basset para montar os modelos do grupo chrysler chrysler dodge plymouth e fargo na argentina em regime ckd na decada de 1930 a empresa havia crescido tanto que chegou a comprar o antigo palacio chrysler — aquele predio que tinha uma pista de corridas no telhado https //flatout com br/fiat lingotto e palacio chrysler as fabricas que tinham um circuito oval no telhado/ em 1959 o governo argentino criou um programa de crescimento da industria nacional e os americanos da chrysler viram uma oportunidade de expandir sua atuaçao eles firmaram uma parceria com a fevre & basset ltda que seria responsavel pela montagem e distribuiçao de veiculos enquanto a chrysler argentina forneceria as peças e componentes a produçao local funcionou assim dividida ate 1965 quando as duas empresas fundiram se formando a chrysler fevre argentina s a i c tres anos depois os automoveis dodge começaram a ser totalmente fabricados no pais com o lançamento da linha polara e aqui começa a confusao para os brasileiros embora voce tenha imaginado um sedazinho compacto com motor de quatro cilindros e visual britanico o dodge polara so teve essas caracteristicas no brasil nos eua o polara era um seda grande full size como chamam por la baseado na plataforma c c body da chrysler como voce ve na foto acima foi esse modelo full size americano que inspirou a chrysler fevre mas diferentemente do polara original o modelo argentino era baseado na plataforma a ou a body de modelos compactos essa plataforma e a mesma do dodge dart e do plymouth valiant americanos que tambem foi usada no brasil para fazer o magnum le baron charger r/t e o proprio dart cupe e seda para confundir ainda mais a historia o polara argentino usava uma carroceria exclusiva para o mercado local e nao parecia com o polara americano nem com o dart brasileiro e tem mais o modelo r/t nao era esportivo e sim o modelo basico de entrada equipado com o motor slant 6 em vez dos tradicionais v8 quem fazia o papel de muscle car v8 era o gtx mas apesar do visual e da sigla do plymouth gtx o dodge gtx argentino nao era um modelo medio b body como o plymouth e o dodge coronet que usavam a plataforma b e sim um modelo compacto a body como o nosso dart porem com a carroceria mais longa e com farois quadrados meio esquisitos para quem esta acostumado com os modelos americanos a essa altura voce ja deve estar perdido mas o negocio e simples de entender o que os argentinos fizeram em resumo foi um seda exclusivo sobre uma plataforma compacta polara e coronado uma versao reduzida de um esportivo medio sobre a mesma plataforma compacta dodge gtx e um modelo de entrada com nome de esportivo para agregar valor ao modelo polara r/t outra diferença entre os dodge argentinos e os brasileiros e a oferta de motores por aqui tivemos apenas o v8 318 produzido em sao bernardo do campo enquanto eles tiveram duas versoes do slant 6 225 uma com 147 cv e a rt com 177 e o 318 de 215 cv ironicamente o 318 usado la nao era o 318 fabricado aqui a chrysler do brasil exportou quase 150 000 motores mas nenhum deles foi parar na argentina em vez disso eles traziam o 318 do mexico va entender alem da plataforma houve ainda uma unica semelhança com os dodge brasileiros a forma com a qual a produçao foi encerrada la e ca a volkswagen apareceu na jogada e comprou as açoes de ambas por aqui a produçao foi encerrada logo em 1981 enquanto na argentina ela continuou ate 1985 e permitiu que a volkswagen entrasse definitivamente no pais como voce deve imaginar a produçao argentina foi bem baixa e segundo o expert alexandre badolato foram feitos cerca de 27 000 carros entre 1968 e 1980 e so uma pequena parte desse total eram os cupes v8 — o que faz deles um dos cupes dodge mais raros de todos e quanto ao polara brasileiro ele tambem foi feito pela chrysler fevre mas tinha quatro portas motor 1 5 e chamou se a vida inteira dodge 1 500 melhor dizendo a vida inteira nao quando a volkswagen assumiu as operaçoes da chrysler fevre na argentina eles mudaram o nome do modelo para volkswagen 1 500 sao loucos esses hermanos
SEJA UM MEMBRO DA
FAMÍLIA FLATOUT!
Ao ser um assinante, você ganha acesso irrestrito a um conteúdo verdadeiro e aprofundado. Nada de jornalismo genérico e sensacionalista. Vale a pena? Clique aqui e confira os testemunhos dos assinantes, amostras livres e os benefícios extras que você poderá desfrutar ao ser um FlatOuter!
PARA LER MAIS, CADASTRE-SE OU ASSINE O FLATOUT E TENHA ACESSO LIVRE A TODO CONTEÚDO DO SITE!
JÁ POSSUI CADASTRO OU É ASSINANTE DO FLATOUT?
Este é um conteúdo restrito: pode ser uma matéria só para assinantes, pode ser porque você já atingiu o limite de matérias gratuitas neste mês.