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Opala Las Vegas (sim, aquele do Salão de 1972), Charger, Maverick e outros épicos no Clássicos Brasil 2016 – parte 1

Não faltou tempero antigomobilista no feriadão de aniversário da cidade de São Paulo: além da já tradicional Corrida Maluca no Pacaembú, aconteceu também o 2016, entre os dias 23 e 25 de janeiro, no Clube Hípico de Santo Amaro. Chancelado pela FBVA e organizado pela ZR Soluções Automotivas, RRBB Propaganda e Marketing e DTS Promoções e Eventos, esta segunda edição reuniu aproximadamente 130 clássicos nacionais, entre modelos fora-de-série, esportivos, luxuosos e carros de corrida – incluindo o primeiro Fórmula 1 brasileiro, o Fittipaldi FD 01. Wilsinho Fittipaldi, Chico Lameirão e outras personalidades do automobilismo estavam presentes no evento, dando autógrafos e compartilhando histórias.

Foi um evento extremamente agradável, com carros bem divididos de acordo com a marca e período histórico, amplo espaço para circulação e muitas opções de alimentação. Nesta primeira parte da cobertura nos focaremos nos clássicos Opala, família Dodge V8, Galaxie e Maverick. Não esqueça de que as fotos são ampliáveis: basta clicar!

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A grande estrela do evento, que ficou envolta em uma misteriosa caixa de madeira no primeiro dia e que só foi revelada na manhã do domingo, é o Opala Las Vegas. Este nome, que acabou virando apelido do meio teto de vinil dos Opala, na verdade descreve um exemplar único, que foi construído especialmente para o Salão do Automóvel de 1972.

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Como vocês leram em nossa matéria “Os carros perdidos que a Chevrolet quase fabricou no Brasil“, o estande da GM neste Salão foi marcado por dois Opalas-conceito: o esportivo “Águia” (apelido, pois não havia nome oficial) e o luxuoso Las Vegas, um estudo da marca baseado no Gran Luxo.

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Construído entre setembro e outubro de 1972 e jamais produzido em série – suspeita-se que a ideia era somente testar a aceitação de cada item diferenciado –, o Las Vegas deixou como legado aos Opala que vieram depois o espelho retrovisor cônico, os bancos dianteiros mais altos de encosto inteiriço e o meio teto de vinil, este último introduzido no Comodoro três anos depois e que acabou recebendo o apelido popular “teto Las Vegas”, por razões óbvias. Mas o carro do Salão de 1972 tinha muito mais itens únicos de personalização além do meio teto de vinil branco.

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No interior, a cor da carroceria Verde Menta foi replicada em todo o painel e volante, havia um console central da Zune, luz de cortesia para os passageiros de trás, bancos dianteiros individuais da Procar com forração customizada e banco traseiro com encostos de cabeça. Por fora, o Opala Las Vegas tinha grade e lanternas traseiras exclusivas, retrovisor cônico no para-lama esquerdo e calotas com design da Veraneio em aro 14 fabricadas pela Glicério.


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Depois do Salão, o Opala Las Vegas ficou algum tempo exposto na concessionária Simpala (Porto Alegre, RS), supostamente já sob propriedade de um diretor da GM, que teria ficado com o veículo ao longo das décadas de 1970 e 1980. Desde 2004 em posse do colecionador Jefferson Pereira, de Itajaí (SC), o mais raro dos Opala passou por uma longa restauração após uma jornada em busca de documentações, imagens e testemunhos para conseguir o máximo de detalhes.

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Na mão oposta de tanta gala, havia dois outros Opala históricos de competição, ambos pilotados na época por Paulão Gomes, hoje diretor de planejamento e marketing da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). O carro amarelo e vermelho, com patrocínio da Coca-Cola, foi o campeão do primeiro ano da Stock Car, 1979. Já o carro 22 – Metalpó – foi o vencedor das Mil Milhas de 1985, nas mãos de Gomes e Fabio Sotto Mayor, estabelecendo dois feitos: a primeira vitória da prova abaixo das 12 horas (11 horas, 45 minutos e 9,33 s), que ocorreu de ponta a ponta, algo inédito na prova até então.

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Fazendo companhia aos Dodges e Mavericks, estavam os Opala. Antigos rivais de pista e de rua, naquele feriadão eram bons vizinhos. Entre Comodoros, SS6 e SS4, Caravan 250 S (com belos toques de customização da época, como os bancos elétricos, console central volante e rodas Scorro), qual o seu favorito? Não esqueça do belo Chevette tubarão!

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Na ala dos Ford Maverick, destaque para a raríssima perua Maverick, baseada na versão sedã do modelo e produzida artesanalmente de forma independente pela concessionária Souza Ramos para fazer frente à Chevrolet Caravan. Estima-se que sua produção ficou entre 50 e 100 unidades apenas.

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A modificação podia ser feita em Mavericks novos ou usados e era bastante salgada: Cr$ 50.000 em 1978 (a versão básica do Maverick custava pouco menos de Cr$ 110 mil). Além do teto de lata, tampa traseira de fibra de vidro, novos vidros e novas colunas, reforços estruturais eram instalados no assoalho do porta-malas e as travessas do banco traseiro eram removidas, pois o novo banco usado tinha assento móvel e ainda era basculante, deixando a perua bastante versátil. Todas as modificações acrescentavam 72 kg sobre o eixo traseiro, deixando suas freadas mais estáveis. Seu porta-malas, todo forrado de carpete, tinha latifundiares 880 litros.

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Fazendo companhia a uma belíssima F100, um quarteto full size da Ford permitia vermos todas as diferenças entre os Galaxie e Landau. Note a janela traseira dos modelos!

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Nos Dodge nacionais, apesar de não termos nenhum exemplar de Polara, a história dos modelos V8 foi bem representada. Como principais destaques, os épicos Charger R/T 1971 calçavam pneus diagonais do tipo Redline e vestiam as cores mais representativas, Amarelo Boreal e Verde Tropical, além de um raríssimo Charger R/T 1977 Branco Valência com teto e interior bordô. O Simca Esplanada 1969 monocromático bordô era um espetáculo à parte.

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Mas não pense que o Clássicos Brasil se resumiu aos big boys brasileiros. Pelo contrário: na próxima parte teremos uma enxurrada de clássicos nacionais das décadas de 1960 à de 1990, incluindo carros de competição e séries limitadas raríssimas. Fique antenado!