Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!
Fábrica da Fiat em Betim comemora 47 anos de atividade
A Fiat, quando começou a fabricar carros no Brasil em 1976, chegou tarde; as outras três grandes de então, VW, Ford e GM, estavam há muito tempo instaladas no ABC paulista com seu parque de fornecedores. A Fiat, em Betim, perto de Belo Horizonte, era algo bem diferente e novo. Inclusive seu produto: um carrinho com motor transversal e tração dianteira, algo esquisito que nunca tínhamos visto aqui, mas que começava a virar mainstream na Europa quando foi copiado pela VW no Golf. Chamava-se Fiat 147.
O que era uma startup, quase, em 1976, hoje é uma empresa gigante, e a fábrica de Betim, uma das maiores e mais importantes do país. A Stellantis, agora o nome da empresa que controla a Fiat, comemorou 47 anos de atividades do complexo industrial de Betim, em Minas Gerais. Inaugurado no dia 9 de julho de 1976, a fábrica já produziu mais de 17 milhões de veículos desde então.
O tamanho espanta: é hoje um parque com mais de 120 fornecedores e ocupa uma área de 2,2 milhões de metros quadrados, sendo mais de 900 mil metros quadrados de área construída. A fábrica emprega 16 mil pessoas. Metade do que a Stellantis emprega na América Latina inteira. Barrabás.
A fábrica é sede da engenharia antes da Fiat também, então é capaz de desenhar o carro inteiro, além de produzí-lo. Desde o estilo no Design Center Latam, até a realização de todos os testes de segurança e homologação, no Safety Center Latam. São 40 laboratórios e 2 mil engenheiros, designers e técnicos. Betim é também o maior centro de produção de powertrain da América Latina. Em junho, a fábrica alcançou a marca de 1,5 milhão de motores Firefly produzidos. As famílias de motores Fire e GSE Turbo também são fabricadas ali.
O nome pode ser Stellantis agora, mas por enquanto continua uma fábrica de Fiats. De lá saíram carros conhecidos por todos do passado, do 147 e Uno, até Palio, Tempra, Marea e Stilo. Atualmente os carros produzidos são os Fiat Strada, Argo, Mobi, Pulse, Fastback e Fiorino. O único carro de outra marca é o Peugeot Partner Rapid, que não engana ninguém: é uma Fiorino com logotipos Peugeot. Parabéns à Fiat Stellantis pela efeméride! (MAO)
Todo conteúdo da revista Autocar disponível online
A revista Autocar é a publicação sobre automóveis mais antiga do mundo, ainda em atividade. A primeira edição saiu em 1895, ou nada menos que 128 anos atrás. Parem um pouco para pensar a importância, e a vastidão dos arquivos desta famosa, e augusta, publicação.
Mas os tempos são outros, e como sabemos, as publicações impressas estão cada vez mais raras. As publicações online, por sua vez, também sofrem por falta de dinheiro generalizado; a verba de propaganda é minúscula, engolida como é pela Big Tech, e a norma é de muito trabalho e pouco dinheiro, e pior: pouco profissionalismo. Vinte e cinco anos depois da Internet mudar tudo nesta indústria, não há uma solução única que garanta seu futuro, como era a revista em papel na banca outrora.
A Autocar vem colocando algum conteúdo sob assinatura (o que, por sinal, foi a maneira que o FlatOut conseguiu para permanecer vivo), mas não todo ele. Agora, deu um passo importante para aumentar seu número de assinantes: colocou todo o seu arquivo histórico de 128 anos disponível à eles.
Sim, isso mesmo: do início em 1895 até hoje. A revista é semanal, então isso deve significar mais de 5000 revistas. Do lançamento do Mini à morte de Senna; dos reportes de corrida nos anos 1930 ao lançamento do Jaguar E-type. Tudo, na verdade, e como foi recebido originalmente e registrado em palavras. Um verdadeiro tesouro para os de nosso credo. O acesso aos arquivos já está disponível para os assinantes; para entrar nesse vasto poço de conhecimento é só clicar nas . (MAO)
Propaganda de óleo motor causa controvérsia nos EUA
A marca de óleo motor Mobil 1 lançou um filme promocional que certamente nasceu prontinho para gerar controvérsia nestes tempos controversos. A propaganda é de óleo motor. Com iminente fim dele na Europa, e em alguns estados dos EUA, no advento da prometida singularidade elétrica, certamente os produtores de óleo devem estar preocupados. E também parece lógico que uma fábrica de óleo vai lutar para a permanência da demanda de óleo, não? A propaganda faz exatamente isso, mostrando o que ela acredita que vamos perder se deixarmos isso acontecer.
Bem, como se pode imaginar, o Twitter se incendiou já com gente gritando que o “Big Oil” se juntou ao seu “velho amigo”, o “Big Auto”, contra o carro elétrico. Engraçado que a propaganda é “do gigante ExxonMobil”, e não do óleo Mobil1. Engraçado também é perceber que hoje, Big mesmo é a Tesla, que não tem nada a ver com o Big Oil, mas certamente é sobre automóveis, e é grande. A maior. E todas as outras, a antiga “Big Auto”, já queimaram várias fortunas no carro elétrico também. Quem é o grandão malvado aqui? Vai saber…
Mas dá para ver o seguinte: a controvérsia é pelo simples motivo de que a propaganda bate forte no cerne de toda esta questão: liberdade individual, e o controle inevitável dela que se promete no futuro, para um bem que declara-se maior para a humanidade. Quem se acha do lado certo tem a fúria ditadora dos que se acreditam justos, dos conhecedores do caminho correto irrefutável.
Vejam a propaganda no início desta nota, e decidam o seu lado por vocês mesmo. (MAO)
Gunterwerks chama atenção com 993 cor-de-rosa
Como chamar a atenção no lugar mais infestado de carros incríveis da face da terra, o Goodwood Festival of Speed? Gunter Werks, uma empresa californiana que faz restomods de Porsche 911, um negócio que por si só já não é mais novidade para ninguém, se vu com este dilema, agora que pretendia lançar a venda de seus carros na Europa, durante o festival.
A solução? Um Porsche 911 restomod sensacional, mas pintado de cor-de-rosa. Não qualquer cor-de-rosa, mas o rosa mais pink que você já viu em toda sua vida; algo que faria Barbie ficar envergonhada de usar. O carro, com volante à direita, se chama “Bubblegum”, chiclete de bola.
Obviamente uma criação única, este 993 foi completamente restaurado e modificado, incluindo carroceria em fibra de carbono e outras modificações na aparência. O exterior rosa é uma pintura metálica fina perolada de três camadas contra uma faixa de fibra de carbono exposta no capô dianteiro. Existem componentes adicionais com acabamento em fibra de carbono exposta, incluindo a seção superior do gigantesco spoiler traseiro, as soleiras das portas, entre outros.
A empresa não deu informações sobre as modificações mecânicas , mas estes 993 da Gunter Werks normalmente usam motores seis cilindros contrapostos biturbo arrefecidos a ar de 4 litros e até 700 cv Não deve fugir muito disso. O interior é o usual festival de camurça, bancos de fibra de carbono e acabamento primoroso sob medida.
Então você já sabe: quer realmente se destacar na multidão, não erra com o rosa. (MAO)
O novo Hyundai Santa Fé lembra Defender
É incapaz de confessar para seus amigos que você, na verdade, adora a junção de modernidade e capacidade off-road do atual Land Rover Defender? Está bem de vida, mas não o suficiente para tirar a fortuna que um desses Land Rovers vale do bolso? Morre de medo da fama de manutenção impossível desses ícones ingleses? Parece que seus problemas se acabaram-se.
A Hyundai mostrou apenas imagens do seu novo Santa Fé. É um carro que de cara manda vibes de Defender 110 e 130 para todo mundo que o viu. É altamente derivativo, sim, mas cópia é a forma superior de homenagem. Parece que a Land Rover, no fim, estava certa em abandonar o antigo jipe de chapas de alumínio rebitadas por algo mais moderno. Se a Hyundai está te copiando, você estava certo em algo.
É claro que também, sendo um Hyundai, os prospectos de uma manutenção perto de nula são grandes. A Hyundai não está divulgando nenhuma especificação técnica por enquanto, além da medida dos pneus (245/45 R21) mas diz que a distância entre eixos foi ampliada. O agora velho Santa Fe mede 2765 mm, ou 109 polegadas em língua Defender, então provavelmente deve ficar entre o 110 e o 130. A Hyundai diz que o estilo quadrado é para dar uma aparência nova e maximizar o espaço interno, e não copiar ninguém. Sei.
O interior, apesar de no detalhe ser diferente, é um ambiente que lembra a sofisticação clean dos novos Land Rover. Adota uma configuração de tela dupla curvada e, no estilo típico da Hyundai, você ainda tem controles separados para o ar-condicionado/aquecedor. Existem botões combinados com teclas de toque capacitivo em uma mistura de antigo e novo para agradar todo mundo.
Mais detalhes do novo Land-Hyundai Santa Fé, vamos ter que esperar o mês que vem, quando um lançamento completo é esperado via Youtube. (MAO)