Há alguns dias perguntamos aos leitores quais eram os acessórios mais feios, bizarros e desnecessários que se pode colocar em um carro – e, claro, vocês não decepcionaram nas sugestões. E o mais legal: todo mundo entrou na brincadeira, sabendo que no fim das contas o gosto (ou a falta dele) é algo pessoal.
Nós até pegamos leve e sugerimos aquelas capas de bolinhas de madeira para os bancos, imensamente populares entre taxistas e motoristas do Uber. A avalanche de sugestões trouxe coisas bem mais bizarras, e você pode conferir a primeira parte da lista aqui. A segunda, você confere agora.
Películas “camaleão” nos faróis
Para começar, é proibida a instalação de películas adesivas de qualquer cor nos faróis, lanterna ou qualquer outro dispositivo de iluminação do carro. A justificativa é que a visibilidade homologada pelo fabricante, considerada ideal depois de diversos testes, é prejudicada. Então, quem coloca películas “camaleão” nos faróis – aquelas espelhadas, que mudam de cor conforme a luz ambiente, não está cometendo apenas uma infração contra o bom gosto. Pense nisso.
Volantes de outras marcas
Que tal um Fiesta com volante “Surf”?
Aqui chegamos perigosamente perto de ser intrometidos, mas este item foi bastante lembrado pelos leitores. E, de fato, não é todo volante que fica bom em todo modelo de carro, pois geralmente a linguagem de design do interior original de fábrica já faz o trabalho de combinar volante e painel. É claro que há quem opte por instalar no carro volante igual ao de um modelo mais luxuoso ou esportivo da mesma fabricante, e a gente até que compreende – como o estilo de uma fabricante tende a ser empregado por toda a gama, até que fica harmonioso. E muitas vezes o encaixe é o mesmo, estilo plug and play.
Mas colocar um volante moderno em um carro antigo pode não funcionar bem visualmente. Colocar um volante de Parati Surf ou Chevrolet Cruze em um Fusca ou Chevette… também não. Mas cada um sabe o que faz com seu carro, não é?
Emblemas e letreiros em excesso
Um raro Chevrolet Onix LTZ 4.1 Turbo MPFI
Emblemas são legais. Às vezes são bonitos por si só e nem precisam estar em um carro para serem admirados. Letreiros também são algo bacana – como entusiastas, gostamos de observar as diferentes tipografias que as marcas utilizaram ao longo das décadas. O que não significa que seu carro fique mais bonito com emblemas por todo canto. A foto acima ilustra bem o que estamos dizendo – com o bônus dos adesivos que imitam… ponteiras de escapamento!
Agora, outro pequeno delito (se é mais ou menos grave, depende de quem observa) é colocar emblemas de uma versão desejada em um carro mais comum. Como um emblema “///M” em um BMW que não é realmente um M, ou “AMG” em um Mercedes-Benz que não é AMG. Ou pior…
Sim, isto é um BMW Série 5 E39 com um emblema AMG…
Mostradores em excesso no painel
É consenso geral entre os entusiastas que o conjunto mínimo ideal de instrumentos no painel inclui (além de velocímetro, marcador de combustível e termômetro, claro) pelo menos um conta-giros. Aliás, até pouco tempo atrás as fabricantes eram econômicas demais neste aspecto em seus carros mais baratos – hoje a situação está melhorando, com clusters completinhos mesmo nos modelos mais básicos.
Enfim, divagamos: o caso é que alguns adeptos do “tuning” acabam exagerando na dose e colocando instrumentos redundantes e desnecessários – como um conta-giros enorme com shift light e marcação até 10.000 rpm em um carro com motor 1.0 original, ou um boost gauge em um carro naturalmente aspirado. A instalação varia: há quem opte pela menos invasiva coluna de instrumentos ao lado do para-brisa, e quem mande fazer um painel completo com tudo embutido em fibra de vidro. Depende da coragem e disposição do dono.
Faróis “bad boy”
Pega esse combo: capô bad boy, “angel eyes”, neon azul, para-choques dianteiros de fibra e frisos cromados na grade
Olha só como meu carro é mau! Os olhos dele estão bravos! Grr! Não mexa com ele! Mais uma tendência da customização anos 2000 que é relativamente inofensiva e pode até ser divertida se não levarmos muito a sério. Mas o tempo já passou, não?
Molduras de lanterna
Se você comprava revistas automotivas nos anos 90, certamente vai lembrar destas capas: molduras na cor do carro que tinham filetes e pareciam aqueles óculos de plástico que estavam na moda já alguns anos. Geralmente era combinada com asas traseiras, saias laterais e spoilers frontais do mesmo fabricante. Era o “kit completo” de acessórios – algo que está bem datado atualmente, mas ainda pode ser encontrado à venda para quem se sentir meio nostálgico pelos itens de gosto duvidoso de 15 ou 20 anos atrás.
E não podemos esquecer da versão mais moderna: as molduras cromadas, que não combinam com praticamente nenhum carro mas podem ser encontradas para todos eles.
Calotas maiores do que as rodas
Um Mille Way rebaixado já é um contrassenso por si só. Com calotas de 17 polegadas sobre as rodas de 13 polegadas, então…
Um jogo de rodas de liga leve bacanudo não é barato – mesmo se forem rodas OEM, de 15 polegadas. E, convenhamos, não é uma modificação necessária na maioria das vezes (a não ser que se queria colocar pneus para a pista, que muitas vezes não servem nas rodas originais, mas isto é outra história). Nesse caso, muita gente recorre às calotas, até porque algumas são tão bonitas que parecem rodas de verdade. Agora… pessoal, vamos colocar calotas do mesmo diâmetro das rodas, por favor. Uma roda de 13 polegadas com uma calota de 15 polegadas não é bacana. De 17 polegadas? Piorou. E você ainda corre o risco de danificar seus pneus.
Travas falsas no capô
Detalhe: aparentemente o carro da foto sequer está com as travas instaladas – parece montagem
Este aqui era outro item obrigatório em carros tunados dos anos 2000: as travas externas cromadas para o capô, jocosamente chamadas de “mamilos”. Usadas carros de competição, as travas legítimas são feitas de aço inox, e são uma garantia extra de que capô não vá abrir – em uma arrancada, por exemplo. Em um carro de rua… elas geralmente nem são travas, e sim peças adesivas de plástico que são apenas coladas no capô e não servem para nada além de estética.
Sound Racer
Muitos carros modernos têm um sistema que reproduz uma gravação do ronco do motor pelos alto-falantes, em sincronia com as rotações, para que o motorista ouça o ronco. Não é um recurso exatamente honesto, mas até que faz sentido quando se considera a alta eficiência do isolamento acústico de alguns modelos. Agora, o Sound Racer é a versão “tabajara”.
Trata-se de um dispositivo que se conecta no acendedor de cigarros e se sincroniza com uma frequência do rádio FM, que reproduz nos alto-falantes um ronco que, supostamente, pode ser de motor V8, V10 ou V12. Mesmo que seja um popular 1.0. Pela piada é divertido, mas não dá para levar a sério.