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Os acidentes mais violentos já registrados em vídeo

No último fim de semana vimos o alemão Nick Heidfeld sair ileso de um acidente impressionante na primeira corrida da nova Formula-E. Inspirados pelo acidente, decidimos perguntar aos nossos leitores quais foram os acidentes mais violentos e impressionantes já registrados em vídeo. Vocês responderam, votaram e nós selecionamos. Confira agora os resultado final.

Nota: antes de continuar e assistir aos vídeos, tenha em mente que alguns deles mostram acidentes fatais, retratando o momento exato da morte dos pilotos. 

 

Pierre Levegh –  24 Horas de Le Mans – La Sarthe, 1955

O acidente de Pierre Levegh é considerado até hoje o pior acidente da história do automobilismo. Você talvez não tenha ligado o nome aos fatos, pois seu acidente ficou mais conhecido como “O Desastre de Le Mans”.

Depois de retornar às pistas com sucesso nas provas de estrada e na Fórmula 1, a Mercedes tentou a sorte na maior corrida do planeta. Tudo correu bem até a volta 35, quando Pierre Levegh chocou-se contra o Austin-Healey de Lance Macklin, que desviou subitamente do Jaguar de Mike Hawtorn na entrada dos boxes.

Ao bater no Austin, o 300SLR decolou e foi lançado em direção ao muro e ao público atrás dele. O carro era feito de uma liga de magnésio altamente inflamável chamada Elektron, que entrou em combustão lançando pedaços do carro em chamas sobre o público. No acidente morreram 84 espectadores, além do próprio Pierre Levegh. Depois da tragédia de Le Mans, algo felizmente inigualado até hoje, a Mercedes se retirou do automobilismo e só voltaria aos poucos a partir dos anos 1980 em parceria com a Sauber — uma história que já contamos neste post.

 

Kenny Bräck – Indy – 2003

O piloto sueco Kenny Bräck escapou com vida deste acidente impressionante, mas é seguro dizer que foi uma mera questão de sorte. Depois de enroscar as rodas de seu carro com as de Tomas Scheckter, Bräck decolou e foi arremessado em direção ao alambrado do circuito. O carro se partiu ao meio, submetendo Bräck a uma desaceleração de 214 g — o número mais alto já registrado em um acidente na história do automobilismo.

Ele sofreu fraturas no osso esterno, no fêmur, esmagou uma vértebra e quebrou os tornozelos. A recuperação levou 18 meses e  embora ele tenha voltado a correr nas 500 Milhas de Indianápolis de 2005 e em algumas outras ocasiões, este acidente praticamente decretou o fim de sua carreira na Indy.

 

Alessandro Zanardi – Indy – 2001

Alex Zanardi fazia sua corrida mais competitiva daquela temporada de 2001, liderando a prova realizada na EuroSpedway Lausitz, na Alemanha, depois de largar do fundo do grid. Nas últimas voltas ele fez um pit stop e, na hora de voltar à pista, seu carro rodou e entrou no caminho de Patrick Carpentier. Carpentier conseguiu desviar de Zanardi, mas Alex Tagliani, que estava logo atrás de Carpentier não teve tempo suficiente para evitar a colisão.

O carro de Zanardi estava de lado no momento do impacto e foi atingido logo atrás da roda dianteira, ainda na ponta do cockpit a mais de 300 km/h. O piloto italiano perdeu as duas pernas e quase 75% do sangue de seu corpo, mas foi salvo pela equipe de socorro que agiu rapidamente.

 

Roland Ratzenberger – F1 – San Marino, 1994

No GP de San Marino de 1994 Roland Ratzenberger estava tentando se classificar para sua segunda corrida na Fórmula 1. Por isso entrou na pista extraindo o máximo do seu carro, mas aos 20 minutos da última sessão de classificação ele deixou seu carro escapar na chicane Acque Minerali, batendo o bico e o assoalho na zebra alta. A telemetria acusou algo errado com o carro, mas o austríaco garantiu que tudo estava bem.

Ao chegar na parte mais rápida do circuito, a pequena reta entre as curvas TamburelloVilleneuve, o carro perdeu um pedaço da asa dianteira. Sem ele, Ratzenberger virou o volante mas sem downforce a dianteira não obedeceu. A mais de 300 km/h ele  ainda tentou frear o carro em vão e a frágil Simtek acertou em cheio o muro da curva Villeneuve. O impacto foi tão forte que o carro destroçado continuou se arrastando até a curva Tosa.

O sangue ao redor da viseira e os movimentos da cabeça do piloto denunciavam a gravidade da situação. Ratzenberger foi atendido na pista e então levado de helicóptero ao Hospital Maggiore de Bolonha — o segundo paciente da Fórmula 1 naquele fim de semana — onde foi confirmado que ele morrera ali mesmo, na pista.

 

Bruno Junqueira e Diumar Bueno – Formula Truck – Interlagos, 2010

Na relargada da quinta etapa dos Campeonatos Sul-americano e Brasileiro de Fórmula Truck de 2010, realizado em Interlagos, o piloto Bruno Junqueira sofreu um toque na traseira de seu caminhão. Um toque normal de corrida, mas que acabou furando o bujão de ar de seu caminhão, deixando o Ford Cargo completamente sem freios.

Bruno tentou jogar o caminhão contra o muro da reta dos boxes para tentar reduzir a velocidade, mas na manobra seu pneu estourou e o caminhão seguiu sem controle. Logo à sua frente estava o caminhão de Diumar Bueno. Sem freios, o Ford de Junqueira simplesmente passou por cima do rival, arrancando a cabine do caminhão antes de bater na barreira de pneus e cair de cabeça para baixo. A julgar pelas cenas da cabine sendo destroçada, muita gente pensou no pior, mas felizmente Bueno saiu ileso, enquanto Bruno foi socorrido com apenas um corte no pé esquerdo.

 

Allan McNish — 24 Horas de Le  Mans — La Sarthe, 2011

Nas 24 Horas de Le Mans de 2011 a Audi estreou seu novo modelo para a prova, o R18 TDI e, como sempre, era a favorita à vitória — especialmente com o carro número 3, pilotado pelos três vencedores de Le Mans, Allan McNish, Dindo Capello e Tom Kristensen.

Contudo, na primeira hora da corrida, Allan McNish se afobou durante uma ultrapassagem fácil sobre a Ferrari 458 Italia de Anthony Beltoise, da categoria GTE Pro, e acabou dando um rasante sobre toda a área de escape, indo parar somente no muro que separa a pista da área de serviços. Com o impacto, o carro ainda foi lançado ao ar girando enquanto disparava pedaços da carroceria por todos os lados. Apesar da violência do impacto e da destruição total do carro, o escocês saiu andando do acidente.

 

Marco Simoncelli — MotoGP — Sepang, 2011

Marco Simoncelli estava em quarto lugar na segunda volta do GP da Malásia de 2011 quando sua moto destracionou e ele começou a escorregar em direção à caixa de brita. Subitamente os pneus recuperaram a tração e sua moto enveredou de volta para a pista, no traçado de Colin Edwards e seu amigo Valentino Rossi.

Simoncelli estava caído para o lado de dentro da pista e acabou atingido por Edwards na parte inferior de seu corpo. Com o impacto, Simoncelli perdeu seu capacete e aparentemente foi atingido pela roda de trás da moto de Edwards. Ele passou pelos procedimentos de ressuscitação por 45 minutos, mas em menos de uma hora depois do acidente foi declarado morto devido às lesões severas na cabeça, no pescoço e no peito.

 

Gordon Smiley — Indy — Indianapolis Motor Speedway, 1982

Durante os testes de velocidade das 500 Milhas de Indianápolis de 1982, Gordon Smiley estava ainda na segunda volta de aquecimento quando seu carro começou a sobre-esterçar na Curva 3. Ele chegou a contra-esterçar para recuperar o traçado, mas os pneus dianteiros recuperaram a aderência subitamente, e ele foi lançado direto contra o muro no outro lado da pista, atingindo a parede com o bico do carro a cerca de 320 km/h.

O impacto desintegrou completamente o March e deu início a uma explosão, matando Smiley instantaneamente.  O diretor médico da CART, Steve Olvey, mais tarde contou que, ao examinar o corpo de Smiley, constatou que praticamente todos os ossos de seu corpo estavam quebrados, e que nunca havia visto um trauma tão severo.

 

Geoff Bodine – Nascar/Truck Series – Daytona, 2000

Geoff Bodine participava da primeira Daytona 250 da Truck Series da Nasca em fevereiro de 2000 com uma Ford F-150. Ele corria por fora ao lado de Kurt Busch e Rob Morgan na reta principal do oval quando, na 57ª volta, Busch e Morgan se tocaram. Morgan desviou para cima de Bodine, fazendo sua picape decolar e atingir o alambrado a 310 km/h, destruindo o carro e causando um incêndio no processo.

Já sem a carroceria, o que sobrou do carro continuou rolando de volta à pista e acabou atingido por várias outras picapes antes de parar. O acidente envolveu 13 carros e foi um dos maiores da história da categoria. Apesar da violência e das dimensões do impacto, Bodine sobreviveu com uma fratura no pulso direito, no osso malar direito (o osso da bochecha), tornozelo direito, uma vértebra e uma leve concussão. Nove espectadores também acabaram feridos no acidente.

 

 

Mike Harmon — Nascar Busch Series — Bristol Motor Speedway, 2002

Durante os treinos da etapa da Busch Series da Nascar em Bristol, o piloto Mike Harmon estava treinando para a prova quando bateu no muro na entrada da Curva 2. Esta pancada por si já foi violenta o bastante para figurar nesta lista, mas foi exatamente por isso que este acidente foi votada pelos nossos leitores, e sim devido o que aconteceu depois.

Após bater no muro e se partir ao meio, o carro de Harmon voltou para a pista com o piloto preso no banco e totalmente exposto pela carroceria partida, quando então o piloto Johnny Sauter atinge o que sobrou do carro a quase 300 km/h. Felizmente, Sauter atingiu a outra metade do carro e Harmon saiu ileso do acidente.

 

Tom Pryce — Fórmula 1 — Kyalami, 1977

No GP da África do Sul de 1977, em Kyalami, o piloto italiano Renzo Zorzi perdeu o controle durante a 21ª volta e bateu no muro. Com o impacto, o combustível vazou sobre o motor quente e causou um incêndio, e dois fiscais de prova correram para ajudá-lo, atravessando a pista.

O primeiro fiscal, chamado William, conseguiu chegar até o carro em chamas. Já o segundo, Jensen van Vuuren, então com 19 anos, não teve a mesma sorte: ao atravessar a pista, foi atropelado pela Shadow do britânico Tom Pryce, que vinha a cerca de 280 km/h. O corpo de Van Vuuren ficou irreconhecível e o extintor que ele carregava atingiu Pryce na cabeça, arrancando seu capacete e o matando na hora.

 

Robert Kubica – Fórmula 1 – Canadá, 2007

Na 27ª volta do GP do Canadá de 2007, o piloto polonês Robert Kubica se aproximava do grampo do Circuito Gilles Villeneuve quando tocou o Toyota de Jarno Trulli e acabou desviado para fora da pista. Em seguida ele bateu em um ressalto na grama que levantou o bico de seu Sauber BMW. Com o carro no ar Kubica não conseguiu frear nem esterçar e acabou batendo no muro de concreto a 300 km/h a um ângulo de 75 graus — o que resultou em uma desaceleração de impressionantes 28g.

Depois deste primeiro impacto, o Sauber de Kubica atravessou a pista capotando até parar no muro externo da curva. Quando o carro finalmente parou, sobraram somente a célula de sobrevivência e o conjunto de motor e câmbio, com uma única roda pendurada. Os pés do piloto ficaram expostos com a quebra do bico e da ponta do cockpit. Kubica estava consciente e foi conduzido ao centro médico e mais tarde ao hospital, onde descobriu-se que ele havia sofrido uma concussão leve e uma torção no tornozelo. Ele passou a noite em observação e saiu do hospital no dia seguinte.