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Os carros britânicos mais icônicos da história – parte 1

Há poucos dias, perguntamos aos nossos leitores quais eram os carros britânicos mais emblemáticos de todos os tempos. Nossa sugestão, claro, foi o Mini original, que se tornou um dos símbolos nacionais do Reino Unido e também um dos projetos mais influentes da história da indústria automotiva.

Agora, vamos ver quais foram as sugestões que os leitores deram. Se julgar alguma ausência imperdoável, não se preocupe: esta é só a primeira parte!

 

Aston Martin DB5

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Sugerido por: Leonardo Zahn

Não citar o “carro do James Bond” em uma lista de ícones britânicos seria um crime passível de execução pelo próprio 007. Porque, veja bem, o agente secreto mais famoso do mundo (isto seria um paradoxo se James Bond existisse de verdade, aliás) já teve dezenas de carros diferentes, mas o mais icônico de todos eles é o Aston Martin DB5 prata de “007 Contra Goldfinger” (Goldfinger, 1964), terceiro longa da série a ser estrelado por Sean Connery. O esportivo equipado com metralhadoras, escudo a prova de balas, assento ejetável e até GPS funcionou como uma bela propaganda para a Aston Martin, que viu as vendas do DB5 aumentarem consideravelmente depois do filme.

Por causa disso, o DB5 também pode ser considerado o modelo que define a Aston Martin em sua era de ouro, a década de 1960. E, como sabemos, a Aston Martin é uma verdadeira instituição entre as grandes fabricantes britânicas de esportivos. Tanto que sua influência é visível no design dos Aston até hoje – ainda que eles tenham abandonado há muito tempo os seis-em-linha em favor dos motores V8 e V12. Mas o motor de quatro litros do DB5, com comando duplo no cabeçote e três carburadores, não era nada mau: seus 285 cv e 38,7 mkgf de torque eram suficientes para chegar aos 100 km/h em oito segundos, com máxima de 230 km/h.

 

Jaguar E-Type

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Sugerido por: Doge

Para justificar a inclusão do Jaguar E-Type nesta lista, bastaria dizer que ele é um dos carros mais bonitos do planeta e que, bem, ele é orgulhosamente inglês. Só que tem mais: ele também era um excelente grand tourer, um carro de corrida como poucos e ainda foi um sucesso de público e crítica entre os esportivos de rua.

Suas linhas sinuosas, seu capô longo e sua cabine recuada formam um conjunto estético realmente primoroso, e a combinação de beleza, excelente dinâmica, bom desempenho e preço competitivo ajudaram a tornar o E-Type um ícone entre os esportivos britânicos. Tanto que, se um E-Type novo custava £2.200 quando novo (o equivalente a cerca de £ 40.000, ou R$ 170.000, em valores atualizados), hoje em dia um exemplar não custa menos que £ 60 mil (R$ 250 mil). Os melhores, mais de £ 250 mil (mais de R$ 1 milhão, pura e simplesmente).

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Foto: Phil Grayston/Flickr

Por dez anos, o E-Type ateve-se à clássica configuração britânica de seis-em-linha na dianteira e tração traseira. A partir de 1971, a Jaguar decidiu adotar um motor V12, mas os mais tradicionalistas preferem os carros com menos cilindros.

Durante seus 14 anos de produção, mais de 70.000 exemplares foram feitos. Parte deles virou carro de corrida (como se pode ver todo ano no Goodwood Revival) e muitos permanecem na ativa, conduzidos nos fim de semana por gentleman drivers. Mais britânico do que isto, impossível.

 

Lotus Seven / Caterham 7

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Sugerido porThe Canadian

Produzido entre 1957, o Lotus Seven era a representação perfeita do que a companhia britânica valorizava em um carro: leveza e dinâmica. Até mesmo a potência ficava em segundo plano: a primeira de todas as versões utilizava um quatro-cilindros Ford de 1,2 litro e 49 cv, mas pesava apenas 500 kg. Com suspensão dianteira por braços triangulares sobrepostos e traseira por eixo rígido, sua dinâmica era excelente. Tanto que, quando a Lotus deixou de fabricar o Seven, em 1973, para se concentrar na equipe de Fórmula 1, ele não saiu de linha. Em vez disso, todos os direitos sobre o carro, inclusive seu nome, foram vendidos à Caterham Cars, que o fabrica desde então, sem maiores alterações no projeto – a não ser a criação de versões mais potentes, com pneus mais largos e freios maiores. E o negócio vai bem: o Caterham 7 é extremamente popular entre entusiastas de track days.

Se formos parar para pensar, isto é bem fodástico: em meio a toda evolução dos automóveis ao longo de quatro décadas, ainda tem gente querendo um carro simples, que tenha apenas o necessário para te colocar um sorriso no rosto quando acelera. Isto sem falar nas centenas de réplicas e automóveis diretamente inspirados pelo Seven que existem no mundo todo.

 

Rolls-Royce Silver Cloud

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Sugerido por: Nós mesmos

Se há uma coisa que os britânicos sabem fazer, é carros de luxo. Dentre os carros de luxo, certamente os Rolls-Royce estão entre os mais sofisticados de todos. E, entre os Rolls-Royce, talvez o mais icônico seja o Silver Cloud III, de 1965.

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Na época, ele era como o modelo “de entrada” da Rolls-Royce. Como conta o livro Cool Cars, do renomado jornalista britânico Quentin Wilson, o Silver Cloud III custava £ 5.500 (suficiente para comprar uma casa com sete quartos), levava três meses para ser construído à mão e tinha nada menos que 12 camadas de tinta. O mascote, o Spirit of Ecstasy, repousava sobre um radiador feito de prata que era polido manualmente por cinco horas até atingir o brilho característico. É como se ele fosse o outro extremo do amor que os britânicos tem pelos carros. Na outra ponta, ficava o Mini.

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O motor era um V8 de 6,2 litros e cerca de 220 cv, encarregados de mover duas toneladas de pura tradição britânica sobre rodas. Números de desempenho? Ora, quem tinha um destes não se importava com isto.

 

Range Rover Classic

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Sugerido por: VanKindenser

O primeiro Land Rover era um utilitário simples e funcional ao máximo. O responsável pela atual imagem de luxo da fabricante britânica é o Range Rover, modelo lançado em 1970 que tinha a proposta de aliar a robustez do Defender a um veículo mais confortável, espaçoso, moderno e veloz.

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Ele tinha suspensão com molas helicoidais, carroceria de alumínio e freios a disco, além de motores V8 a gasolina ou quatro-cilindros trubodiesel, e era tão competente no asfalto e na terra que foi produzido até 1996 sem maiores alterações em seu design. Não é à toa que até mesmo a Rainha Elizabeth II tem o seu.

 

McLaren F1

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Sugerido por: Cell

Os britânicos podem se orgulhar de seu legado para o mundo automotivo. No fim dos anos 1980, Gordon Murray visualizou o supercarro mais veloz do planeta, com três lugares, motor central-traseiro feito de alumínio, carroceria de fibra de carbono: o McLaren F1. Em 1992, ele virou realidade.

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Com soluções de engenharia inusitadas, como compartimentos de carga nas laterais, a própria configuração de três lugares e o uso de folhas de ouro como isolante térmico no cofre do motor, o McLaren F1 era realmente inovador. Ao mesmo tempo, era surpreendente comportado e dócil em uso comum, com ar-condicionado, sistema de som e bom acabamento no interior.

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Isto sem falar na velocidade máxima de 386 km/h, que lhe rendeu o título de carro mais rápido do mundo. Tudo bem que o coração do McLaren F1 era alemão – um V12 de 6,1 litros e 636 cv projetado pela BMW –, mas isto só prova que os britânicos não são tão arrogantes e orgulhosos quanto parecem.