Já faz alguns dias que perguntamos a nossos estimados leitores quais eram os carros mais bacanas para se comprar gastando entre R$ 30 mil e R$ 35 mil. É uma faixa bem interessante e, com tantas opções, nada mais justo que dar continuidade: vamos à parte terceira parte!
Não custa lembrar, mais uma vez, que a gente leva em conta escolhas de diferentes perfis de entusiastas e, felizmente, os gostos de todo mundo são bem variados. Outra coisa: alguns carros são, de fato, mais caros que outros na hora de manter — a gente leva em conta o preço de compra. Por fim, algumas sugestões bem interessantes ficaram de fora por serem exceções nesta faixa de preço, mas podem esperar por elas nas próximas listas!
Peugeot 406 Coupe
O 406 sedã e a perua Break não são difíceis de encontrar por bem menos de R$ 20 mil, e são boas alternativas para quem quer fugir da mesmice ao comprar um sedã médio da virada da década de 2000. A versão cupê, no entanto, é mais cara e rara — e, para muita gente, também é mais bonita. Ao contrário dos irmãos mais comuns, que podem ter motor 2.0 16v de 135 cv ou V6 de três litros e 194 cv, o Coupé, oferecido a partir do ano 2000, só pode ter motor V6 de 210 cv.
Além do visual diferenciado na dianteira, o 406 Coupé tem bastante espaço para a configuração de carroceria e compartilha do mesmo arranjo de suspensão independente nas quatro rodas (McPherson na dianteira e multilink na traseira). Ainda que possa apresentar ruídos devido à qualidade das vias brasileiras, o carro se comporta muito bem mesmo com tração dianteira. Só vale ressaltar que, apesar do preço acessível, o 406 Coupé ainda é um carro “de luxo”, característica que pode cobrar seu preço na hora dos cuidados básicos. Vale a dica: procure uma oficina especializada e um bom canal de peças.
Volkswagen Gol GTi
Foto: Fábio Aro
A gente não gosta muito de compactuar com a especulação dos carros antigos, especialmente os esportivos nacionais, mas é fato que muita gente ainda sonha em ter um Gol GTi, de primeira geração, oferecido a partir de 1988. Pioneiro no uso da injeção eletrônica, o Gol GTi tem um motor 2.0 8v de 121 cv capaz de levá-lo até os 100 km/h em menos de nove segundos, com máxima de 185 km/h, e visual inconfundível.
Sim, é possível comprar um exemplar pagando bem menos mas, se quiser algo realmente impecável, prepare-se para desembolsar pelo menos R$ 30 mil — especialmente se for um GTi fabricado antes da reestilização de 1991 (conhecida como “chinesinho” ), na cobiçada cor “Azul Mônaco” com para-choques e frisos laterais na cor prata. Um verdadeiro clássico.
Volvo V50
A gente sugeriu o Volvo C30 na parte anterior desta lista, mas muitos leitores lembraram que, para quem não consegue engolir o visual ousado da traseira e existem o sedã S40 e a perua V50, que chegaram juntos ao Brasil em 2004. Eles são os irmãos mais caretas do C30, mas mantém todas as suas qualidades e ainda têm mais espaço para pessoas e seus pertences.
Compartilhando plataforma com o Focus, ambos têm suspensão independente do tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira e dinâmica afiada (levando em conta que não são esportivos). Por pouco mais de R$ 30 mil já dá para comprar um exemplar bem cuidado e relativamente pouco rodado do sedã ou da perua.
Existe a opção pelo motor naturalmente aspirado de 2,4 litros e 170 cv, mas o que você quer mesmo é a versão T5, com um cinco-cilindros turbo de 220 cv. O único câmbio disponível é o automático de cinco marchas, mas com a capacidade de chegar aos 100 km/h em 7,5 segundos com máxima de 235 cv, não dá para reclamar muito.
Honda Accord
Há décadas, o Honda Accord é o modelo mais vendido pela companhia nos EUA, onde é considerado um carro médio (para eles, o Civic é um compacto). Para nós, o Accord é um carro grande, e sua sétima geração já pode ser comprada por menos de R$ 35 mil, não raramente com menos de 100 mil km rodados.
Com fartura de equipamentos, excelente espaço interno e bom acabamento, o Accord também conquista pela mecânica: o motor de quatro cilindros é o conhecido K20, encontrado também no Civic Si, porém em uma versão de 150 cv com comando variável i-VTEC — realizar a manutenção na ampla rede de concessionárias não é tão complicado assim, dada a categoria do carro.
Se quiser algo mais potente e não se importar em gastar mais com manutenção, procure um exemplar com motor V6 de três litros e 240 cv. Só tome cuidado com os exemplares blindados — eles costumam ser mais baratos, mas são mais pesados. Por isso, bebem mais combustível e, dependendo da qualidade do serviço, podem trazer a estrutura comprometida.
Suzuki Jimny
Já faz dezoito anos que o Suzuki Jimny é vendido no Brasil e é essencialmente o mesmo carro: um pequeno jipe que traz capacidade off-road inversamente proporcional às suas proporções de kei car. Ele é robusto, resistente, não bebe muito e anda razoavelmente bem com seu motor de 1,3 litro e 85 cv. Além disso, tem tração 4×4 com reduzida, atestando sua vocação para encarar trilhas.
O Jimny teve as vendas interrompidas em 2003 e retomadas em 2008. Seu preço fica na faixa dos R$ 30-35 mil e depende mais do estado de conservação do que do ano de fabricação e, por isso recomendamos que você procure os exemplares mais novos, já com seletor eletrônico de tração. Com sorte, você até encontra um Jimny pós-2012, quando deixou de ser importado e passou a ser fabricado em Itumbiara/GO.
Ao comprar um Jimny, tenha em mente que ele é um carro pequeno (se levar pessoas no banco traseiro, quase não caberá bagagem no porta-malas) e que a rede de concessionárias é pequena, o que pode dificultar um pouco a manutenção de rotina.
Ford Fusion
A primeira geração do Ford Fusion vendida no Brasil diferentemente do modelo atual, era um sedã de origem americana e seu visual refletia a origem, sendo bem retilíneo e dotado com uma grande grade cromada na dianteira. E já era um carro competente, ainda mais na versão com motor V6 3.0 de 243 cv e tração integral sob demanda. Ainda não dá para descolar um desses com R$ 35 mil, mas há uma boa alternativa: o Fusion com motor 2.3 16v fabricado entre 2006 e 2009 (antes da reestilização).
O quatro-cilindros entrega 162 cv e é acoplado a uma caixa automática de cinco marchas e o interior é bem recheado: seis airbags, sistema de som com MP3, comandos no volante e oito alto-falantes, controlador de velocidade e ar-condicionado automático vinham de série, sendo que o teto solar era o único opcional. Tudo por menos de R$ 35 mil.
Fiat Linea T-Jet
O Fiat Linea foi mais uma das tentativas fracassadas da Fiat em emplacar um sedã médio no Brasil, mas talvez seja uma boa ideia olhar para ele com carinho, especialmente na versão T-Jet. Ele podia não ter porte para cumprir sua proposta, mas era um carro correto, bem acabado e bom de guiar. O motor 1.4 tubo de 152 cv garante desempenho esperto, e as qualidades dinâmicas são praticamente as mesmas do Punto turbinado — considerando, e claro o entre-eixos mais longo e o maior peso.
O preço também é bem parecido com o do hatchback — com cerca de R$ 32 mil você já compra um exemplar bem conservado e relativamente pouco rodado. É um carro mais difícil de encontrar, mas se você faz questão de discrição e de um seguro mais barato, pode ser uma bela alternativa.
Volkswagen New Beetle
Se alguns adoram seu visual inspirado pelo clássico “Carro do Povo”, há quem ache que ele é feminino demais. O hatchback feito sobre a plataforma do Golf Mk4 herdou suas boas qualidades dinâmicas e o motor 2.0 de 116 cv — pode não ser um foguete, mas também não decepciona considerando que o carro começou a ser importado para o Brasil em 2000.
O carro é bem equipado, com quatro airbags (dois frontais e dois laterais), trio elétrico, freios ABS, trio elétrico e ar-condicionado de série e, a exemplo do Golf, tem excelente ergonomia para o motorista. Claro que ele não é livre de defeitos: o porta-malas e o banco traseiro são bastante apertados para o porte do carro, e a distância entre o volante e a base do para-brisa pode incomodar os entusiastas mais exigentes — a impressão é que se está ao volante de uma minivan.
Com pouco mais de R$ 30 mil já dá para comprar um New Beetle fabricado após a reestilização de 2006, que mudou detalhes como os elementos internos das lanternas e o desenho do para-choque, sem alterar a essência do design. São carros que costumam ser pouco rodados e bem conservados. Para quem não quer levar a família toda no carro e busca algo diferente, é uma das opções mais interessantes.