Mais cedo, falamos sobre o Volkswagen GT Concept – o conceito inspirado no Gol GT que deixou muita gente sonhando alto no Salão do Automóvel. Dissemos que, apesar de ser incrível e, a nosso ver, perfeitamente viável, o GT Concept dificilmente ganhará as ruas. E torcemos para estar errados.
Mas o GT Concept é só uma das atrações da Volks no Salão (ainda que tenha sido o carro mais legal que a fabricante colocou no estande): alguns conceitos conhecidos, algumas novidades na linha e um convidado bem interessante também estão lá.
Se você não via sentido em crossovers conversíveis, como o Nissan Murano CrossCabriolet, também não vai entender direito o VW T-Cross Breeze, que apareceu pela primeira vem em março, no Salão de Genebra. De qualquer forma, trata-se de uma maneira diferente de mostrar como será o futuro mini-SUV da Volkswagen, que será feito sobre a plataforma MQB A0 e tem grandes chances de, em 2018, passar a integrar a família de compactos da Volkswagen no Brasil.
A carroceria conversível é exclusiva do conceito – na prática, o T-Cross (o nome não será esse, mas também deverá começar com T) será um SUV menor que o Tiguan, e deverá ser produzido ao lado do novo Gol, também previsto para 2018.
Aliás, repetimos, esta é uma das razões para não nos animarmos demais com um novo Gol GT – está meio tarde para uma versão esportiva.
Já a minivan elétrica BUDD-e, apresentada no Salão de Paris no mês passado, é uma aposta para um futuro sem emissões. Primeiro veículo desenvolvido sobre a plataforma modular MEB (sigla em alemão para “Propulsão Modular Elétrica”, a BUDD-e é inspirada na clássica Kombi de primeira geração.
Ao menos é isto que a VW diz, embora a proposta do conceito seja radicalmente diferente: feita para afastar a imagem da Volks do escândalo do Dieselgate, a BUDD-e tem em tração integral elétrica, com dois motores elétricos – um de 100 kW na dianteira e outro de 125 kW na traseira. No total, são 225 kW, o que equivale a 306 cv.
Para finalizar os conceitos, a VW também trouxe o Golf GTE Sport, que foi apresentado no Wörthesee Treffen do ano passado. Trata-se híbrido com visual futurista, que lembra bastante o Volkswagen Vision Gran Turismo, e desempenho de supercarro: 0 0-100 km/h do híbrido de 400 cv é de apenas 4,3 segundos, com máxima de 280 km/h.
Apostando nos conceitos, a VW preferiu não realizar grandes lançamentos no Salão do Automóvel, focando-se em reestilizações e atualizações.
Uma delas foi a Volkswagen Amarok, que recebeu uma leve atualização no visual externo e ganhou um interior novo, mais refinado. Novos equipamentos de série foram incorporados, como o assistente de frenagem automática pós-colisão e novos bancos ajustáveis.
Para o Gol, a versão Track está de volta. Como já foi dito, para combinar com o estilo aventureiro, a VW decidiu dar ao Gol Track a dianteira da picape Saveiro, que tem faróis maiores e aspecto mais robusto, levemente inspirado na Amarok.
O VW Up Track também foi apresentado, e segue a mesma receita, com suspensão elevada, pneus mais garrudos e molduras plásticas pretas nos para-lamas. Exceto pela dianteira da Saveiro, obviamente.
Por outro lado, um dos Volkswagen mais bacanas do Salão era justamente um Up. Só que ele não estava no estande da VW, e sim no espaço da BTS Garagem, preparadora do famoso Batistinha: o VW Up BTS.
Se a VW diz que o Up! TSI não é esportivo, a BTS o transformou em um, oras! O motor três-cilindros de um litro recebeu um novo turbocompressor, modificações no filtro de ar, escape dimensionado em inox e uma reprogramação eletrônica. O resultado foi um salto de 105 cv para 160 cv, enquanto o torque subiu de 16,8 mkgf para 25 mkgf.
O Up BTS também tem suspensão recalibrada, mais baixa e firme, e rodas Scorro S-251 de 17” calçadas com pneus Pirelli Cinturato de medidas 205/40. Esteticamente, o carro tem faixas decorativas nas laterais e capas dos retrovisores pintadas de vermelho, além de emblemas preto fosco. O interior recebeu bancos de couro com ilhoses.
De acordo com a BTS, o desenvolvimento do projeto projeto levou 6 meses e, depois de montado, o carro foi testado e ajustado por 5.000 km, até que chegasse no acerto aprovado pelo Batistinha.
Fotos: BTS Performance/Marcio Fujii
O mais bacana é que não se trata de um conceito feito apenas para ser mostrado no Salão: a BTS vai oferecer o kit instalado no Up BTS . É possível comprar o kit completo ou as partes avulsas.
Audi
A fabricante das quatro argolas também caprichou em seu estande. O maior destaque foi, sem dúvida, o novo Audi R8, que finalmente chega ao Brasil com o fim do estoque da geração anterior.
A versão apresentada no Salão foi a V10 Plus, que tem exatamente o mesmo conjunto mecânico do Lamborghini Huracán: um V10 naturalmente aspirado de 5,4 litros com 610 cv e 57,1 mkgf de torque, acoplado a um câmbio de dupla embreagem e sete marchas que leva a força para as quatro rodas.
O R8 foi apresentado pela atriz global Isis Valverde, e começa a ser vendido no Brasil no mês que vem. O preço é condizente com o mercado brasileiro de supercarros: R$ 1.170.990.
Também foram lançados no Salão os novos RS6 Avant Performance e RS7 Performance. Tanto a super perua quanto o belíssimo cupê de quatro portas receberam uma nova versão, mais potente, do motor V8 biturbo TFSI, que agora entrega 605 cv entre 6.100 e 6.800 rpm e 71,4 mkgf de torque entre 1.750 e 6.000 rpm (76,4 mkgf com overboost).
Com a caixa automática de oito marchas, é o bastante para que os dois carros cheguem até os 100 km/h em 3,7 segundos, com máxima de 305 km/h. Para se ter uma ideia, o Audi R8 V10 Plus, um supercarro, leva 3,4 segundos para chegar aos 100 km/h, com máxima de 320 km/h.
Eles vieram acompanhados de dois de nossos Audi favoritos: o RS3 Sportback, herói da resistência com seus 2,5 litros, cinco cilindros, turbo e 367 cv; e o novo S5, com um belo V6 de três litros com turbo e 350 cv.
O Audi S5 foi lançado em junho e, apesar de ter perdido o motor naturalmente aspirado, ganhou um belo visual, com capô mais longo e imponente e faróis ainda mais agressivos.
Logo atrás dele está o Audi RSQ3. O SUV compacto feito sobre a plataforma do RS3 tem no nele sua versão mais nervosa, equipada com o cinco-cilindros turbo de 2,5 litros do hot hatch, porém calibrado para render 310 cv.
A Audi também trouxe o conceito h-tron quattro (assim mesmo, com tudo em minúsculas). Diferentemente do e-tron quattro, ele não é um elétrico, e sim um carro híbrido movido a célula de combustível de hidrogênio e energia elétrica. O motor principal tem 150 cv, e pode contar com 136 cv adicionais do motor elétrico.
Os reservatórios de hidrogênio ficam sob o assoalho, enquanto a parte traseira comporta a bateria. O h-tron quattro tem tração integral e é capaz de chegar aos 100 km/h em sete segundos, com máxima de 200 km/h.
Para animar as coisas, a Audi trouxe o protótipo LMP1 R18 e-tron quattro, que em 2014 venceu as 24 Horas de Le Mans em uma dobradinha. Foi a última de cinco vitórias consecutivas que a Audi acumulou em Le Mans nesta década, e também a última até agora: em 2015 e 2016, quem chegou primeiro no circuito de La Sarthe foi a Porsche.
O R18 e-tron quattro tem um V6 turbodiesel de quatro litros e 560 cv que move as rodas de trás, mais um motor elétrico de 270 cv na dianteira. Com isto, são 830 cv nas quatro rodas – que precisam mover apenas 870 kg. Não foi à toa que ele percorreu 379 vezes o circuito a uma média de 214 km/h. Só ficamos tristes por lembrar que a Audi encerrou seu programa de Le Mans.
Por fim, algo muito bacana: este é o Audi Lunar, veículo de exploração autônomo que será enviado para a lua em 2017 a bordo de um foguete, e viajará mais de 380 mil km para chegar até o satélite, em uma viagem que levará cerca de cinco dias. A área de aterrissagem escolhida fica ao norte do equador lunar, próxima do local de pouso da Apollo 17 em 1972 – a última missão tripulada da NASA à Lua. Esta será a única apresentação do Audi Lunar no Brasil antes que a missão comece.