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Mortalidade no trânsito cai 32% no Brasil entre 2010 e 2018
Uma boa notícia em meio à tristeza da pandemia: a mortalidade no trânsito brasileiro diminuiu 32% entre 2010 e 2018. Segundo os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, em 2010 a taxa de mortalidade do Brasil era de 21,8 mortes por 100.000 habitantes, índice reduzido para 14,8 por 100.000 habitantes apenas oito anos depois, em 2018.
A taxa por 100.000 habitantes é a forma mais precisa de se avaliar a curva de mortalidade no trânsito relativa à população. Isso, porque nesse período a população aumentou 7%, e se considerássemos apenas os números absolutos, a redução da mortalidade seria de apenas 23,8% em vez dos 32%.
A maior redução da mortalidade foi observada no grupo dos pedestres, que teve uma redução de 39,3%. No grupo dos ocupantes de veículos a mortalidade teve uma redução semelhante, de 36,2%, e dos ciclistas a mortalidade diminuiu 10%. O único grupo em que a mortalidade aumentou foi, previsivelmente, o dos motociclistas, que subiu 5,63%.
Apesar da redução na mortalidade, o Brasil segue com uma taxa elevada em comparação a outros países — especialmente se comparado aos EUA que têm uma população maior, uma frota maior e uma média maior de quilômetros rodados e ainda desobriga o uso de cintos de segurança ou capacete para motociclistas em alguns estados.
Contudo, desde que a legislação passou a obrigar itens básicos de segurança ativa e passiva, a renovação natural da frota — hoje com idade média de pouco mais de oito anos — deram conta de proteger os ocupantes dos carros, enquanto a conscientização e readequação das velocidades urbanas colaboraram para a redução da mortalidade de pedestres.
Infelizmente o Brasil ainda tem dados pouco confiáveis quando se trata da contagem de mortes no trânsito — há duas fontes divergentes, o DataSUS e o DPVAT — o que prejudica a tomada de ações mais eficazes para reduzir a mortalidade. Além disso, a engenharia de tráfego ainda se baseia muito em dados anacrônicos, como o estudo de frenagem utilizado pela prefeitura de São Paulo para embasar a redução das velocidades nas marginais em 2017, que fora publicado em 1982 — e desconsiderava 35 anos de evolução tecnológica de freios e compostos de pneus além das características regionais da frota.
Ao menos os dados agora indicam que é preciso concentrar os esforços na redução da mortalidade dos motociclistas, um cenário agravado não pelos limites de velocidade, mas pelo diferencial de velocidade, que traz riscos mesmo em velocidades legais.
Por último, o Brasil está comprometido com a meta da Organização das Nações Unidas, que propõe a redução de 50% das mortes no trânsito em todo o mundo — um índice difícil de se atingir devido à generalização do índice, que é afetado pelas taxas elevadíssimas da China e da Índia, que, juntos, têm quase 45% dos acidentes fatais de todo o mundo e mantiveram a mesma taxa de mortalidade nesse mesmo período em que o Brasil conseguiu reduzir a sua em um terço. (Leo Contesini)
Gordon Murray divulga novos detalhes de seu hipercarro T.50
O herdeiro do McLaren F1 por direito está perto de ter seu primeiro protótipo finalizado e a Gordon Murray Automotive aproveitou para divulgar novos detalhes do esportivo. Desde seu anúncio, há quase dois anos, já sabíamos que ele seria tão leve quanto seu antecessor, pois esta é uma das bases filosóficas de Murray. O que não sabíamos até agora era como ele faria para manter o carro leve. Até agora.
Nesta quinta feira a Gordon Murray Automotive revelou que o T.50 terá 980 kg na versão completa, de rua, e explicou que somente o monocoque e os painéis da carroceria terão menos de 150 kg. É uma marca impressionante considerando a rigidez à torção e as zonas de deformação e resistência exigidas de um carro moderno. Os três bancos (sim, ele será como o McLaren F1) pesam 13 kg… juntos! O banco do motorista terá 7 kg, enquanto os outros dois terão 3kg cada. Todos serão feitos de fibra de carbono.
O conjunto mecânico também será igualmente leve. Segundo Murray, o motor será o V12 mais leve já visto em um carro de rua, com menos de 180 kg – 60 kg mais leve que o V12 do F1 —, enquanto o câmbio será 10 kg mais leve que o do McLaren F1 e até mesmo a pedaleira será 300 gramas mais leve que a do antecessor.
A obsessão pela otimização do peso se estende ao para-brisa, 28% mais fino que um para-brisa convencional, e ao projeto de afixação dos componentes, que foi estudado para ter o menor número possível de parafusos — que, além de serem de titânio para combinar resistência e baixo peso, também terão seu peso otimizado para a carga à qual são submetidos, de forma que o carro não transporte peso desnecessário. E mais: como Enzo Ferrari, que exibia peças quebradas aos engenheiros para otimizar os componentes, Murray realiza reuniões semanais com os engenheiros para acompanhar a pesagem e o controle de peso do projeto. É insano. Gordon Murray está louco. Felizmente.
O carro deve iniciar a fase de testes ainda neste ano, na metade do segundo semestre e, se tudo correr conforme o planejado, chegará às ruas em 2022. (Leo Contesini)
Nova Fiat Strada estreia em junho e vendas começam em seguida
Depois de fazer a apresentação virtual da nova Strada, a Fiat agora anuncia sua data de estreia oficial – dia 26 de junho. O lançamento aconteceria em abril mas, por conta da pandemia, a Fiat teve de realizar uma apresentação parcial.
Assim, enfim conheceremos a gama completa, com detalhes oficiais de motorização, equipamento e preços. Estes, garante a Fiat, não aumentarão tanto em relação à geração anterior, mesmo com uma plataforma nova, maiores dimensões e maior oferta de equipamentos.
Com o lançamento em junho, a Fiat terá tempo de produzir unidades suficientes em sua fábrica de Betim (MG) para abastecer as concessionárias, que começarão a vender a nova Strada logo em seguida à apresentação oficial. (Dalmo Hernandes)
Renault deve pode cortar 15.000 empregos e transformar Alpine A110 em carro elétrico
A Renault tem um plano para recuperar-se financeiramente após a crise que abateu-se sobre a marca antes mesmo da pandemia. E faz parte deste plano um corte de até 15.000 postos de trabalho em escala global – divididos em cerca de 5.000 demissões na França e outras 10.000 demissões no resto do mundo. O objetivo é reduzir os gastos fixos anuais em aproximadamente € 2 bilhões pelos próximos três anos.
A reestruturação da fabricante também inclui um possível enxugamento da linha, reduzindo a quantidade de modelos e aumentando o compartilhamento de plataformas entre os membros da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Desta forma, a capacidade de produção deve ser reduzida de 4 milhões de unidades anuais para 3,3 milhões até 2024.
Além da redução de gastos, a Renault pretende reposicionar alguns de seus modelos para atender às demandas atuais e futuras, incluindo a reestruturação de suas fábricas para possibilitar um foco maior em carros elétricos. E é aí que entramos em uma questão delicada para os entusiastas: a Alpine.
O Alpine A110 é o esportivo retrô de motor central-traseiro lançado pela Renault em 2017 e produzido em Dieppe, na França. Previsões mais alarmistas dizem que, com os planos da Renault para os próximos anos – que incluem uma reforma na fábrica de Dieppe – o Alpine A110 corre o risco de desaparecer.
Contudo, outra possibilidade nos parece mais plausível. De acordo com os britânicos da Autocar, o atual CEO da Renault Jean-Dominique Senard diz que a empresa precisa “considerar com muita seriedade o futuro da Alpine”. E a reforma programada em Dieppe deverá ser a oportunidade perfeita para remanejar a Alpine como uma marca de alta performance focada em carros elétricos, segundo fontes ligadas à marca que foram ouvidas pela publicação.
A Autocar também cita uma fala recente de Laurens van den Acker, chefe do departamento de design da Renault, que disse que “é inevitável que a Alpine seja eletrificada no futuro” – não apenas para conter custos, mas também para atender a uma demanda do mercado que vem sendo traçada de forma cada vez mais clara. (Dalmo Hernandes)
Bugatti testa protótipo misterioso do Chiron
A Bugatti parece estar planejando uma nova variante do Chiron. Um protótipo sem camuflagem foi flagrado em testes na França, e ele traz algumas características interessantes, como se vê nestas fotos publicadas pelo site Carscoops.
Com uma pequena entrada de ar abaixo da grade e respiros circulares no topo dos para-lamas, a dianteira lembra bastante o protótipo Super Sport 300+, que foi o primeiro carro legalizado para as ruas a ultrapassar a barreira das 300 mph (482 km/h) em setembro de 2019. Mais precisamente, ele chegou às 304 mph (490 km/h) no circuito de Ehra-Lessien.
Semanas depois, a Bugatti confirmou uma versão de produção inspirada no carro recordista, incluindo sua traseira alongada com quatro saídas de escape.
O novo protótipo, porém, tem uma traseira diferente – ela não é alongada e não tem as quatro saídas de escape, mas ganhou um novo difusor de tamanho mais generoso com duas ponteiras de escape centralizadas. Existe a possibilidade de ele ser o tal Super Sport 300+ de rua, mas também pode ser uma edição especial diferente.
Com o flagra, a Bugatti não deve demorar muito mais para divulgar informações oficiais sobre o protótipo. (Dalmo Hernandes)