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Os dez carros mais caros arrematados no leilão de Amelia Island

A RM Sotheby’s deve ser mesmo um lugar incrível para se trabalhar — afinal, trata-se de uma das grandes agências de leilões que, de alguma forma, sempre conseguem reunir automóveis verdadeiramente especiais, raros e valiosos em seus leilões. Não foi diferente com a edição 2016 do leilão de Amelia Island, que acontece todos os anos na ilha da Flórida — tanto que até falamos de alguns carros que foram vendidos lá.

O leilão aconteceu no último sábado, no dia 12 de março, e acumulou US$ 38,8 milhões de dólares com os lances. Isto dá mais de R$ 141 milhões na cotação atual, em conversão direta. Agora que os resultados foram divulgados, vamos saber quais foram os dez carros mais caros vendidos no leilão? É claro que você topa!

Ferrari 400 Superamerica LWB Coupe Aerodinamico by Pininfarina 1962

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Sim, este é o nome completo do carro, que toma quase uma linha inteira. A Ferrari 400 Superamerica já é uma das Ferrari mais raras que existem, com 47 exemplares produzidos, sendo que só 18 deles fazem parte da variante “Coupe Aerodinamico”, com um scoop no capô e entre-eixos de 2,59 metros.

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Como acontece hoje com as Ferrari especiais, apenas clientes fieis puderam comprar a 400 Superamerica Coupe Aerodinamico. Com a exclusividade, vinham o motor V12 Colombo de quatro litros com três carburadores Weber 40 DCZ 6 de 345 cv, estrutura derivada das Ferrari de corrida e um diferencial traseiro mais longo, apropriado para um grand tourer. O carro foi arrematado por US$ 4,4 milhões, ou R$ 16 milhões em conversão direta.

 

Ferrari 288 GTO 1984

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A 288 GTO foi o primeiro carro de produção em série a ultrapassar a barreira mágica dos 300 km/h – 306 km/h, na verdade –, a primeira Ferrari de rua com motor turbinado e a primeira a empregar fibra de carbono e kevlar em sua estrutura. Tudo isto antes da Ferrari F40 — e, injustamente, acabou ofuscada pela lenda que a F40 se tornou.

Ela foi projetada e construída para competir no Grupo B do WRC — o que nunca chegou a acontecer, pois a categoria foi extinta. Foram produzidas apenas 272 unidades (72 a mais que as 200 requeridas para a homologação), o que a torna quase cinco vezes mais rara que a F40.

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A GTO que foi leiloada pela RM Sotheby’s é a de chassi nº 55237, a 137ª das 272, e rodou apenas 11 mil quilômetros. E também foi a primeira 288 GTO exportada oficialmente ao Japão, e teve um único dono entre 1984 e 2010 – Yoshiho Matsuda, cuja coleção de Ferrari já foi considerada a mais sofisticada do mundo, com direito a um trio de 250 GTO –, toda documentada, com todas as ferramentas originais. Você pode ler mais sobre o carro, que foi arrematado por US$ 2.585.000 (R$ 9,4 milhões), neste post.

 

Pagani Huayra 2014

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Quer um Huayra seminovo? O negócio é procurar um leilão: só assim para encontrar um exemplar imaculado — este aqui, fabricado em 2014, rodou menos de 640 km.

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O Huayra, como você já deve saber, é o sucessor do Pagani Zonda, e usa um V12 de seis litros e 730 cv feito pela AMG. Contamos um pouco desta história aqui, e falamos bastante a respeito do motor neste post. O Huayra foi arrematado por US$ 2.035.000, ou cerca de R$ 7,4 milhões em conversão direta.

 

Ferrari 330 GTS by Pininfarina 1968

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Trata-se de outra série especial — a 330 GTS foi feita para os clientes fiéis da Ferrari que tinham dinheiro o suficiente para comprar o melhor em termos de roadster esportivo italiano. Enquanto sua versão cupê, a 330 GTC, teve quase 600 exemplares fabricados, a GTS teve apenas 99 unidades.

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O motor também é um V12 Colombo de quatro litros, porém entrega pouco mais de 300 cv e é acoplado a uma caixa de cinco marchas — conjunto bom o bastante para cumprir o quarto-de-milha em 15 segundos a pouco menos de 160 km/h e continuar acelerando até os 240 km/h, números que a tornaram uma das Ferrari mais velozes da década de 1960. Este exemplar em especial rodou pouco mais de 47.300 km em toda sua vida, e foi arrematado por exatos US$ 2 milhões, ou cerca de R$ 7,3 milhões.

 

Bentley R-Type Continental Fastback Sports Saloon by Mulliner 1954

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Outro carro que era tão pomposo quanto seu nome: o R-Type Continental era o tipo de esportivo de luxo que só era comprado por gente inimaginavelmente rica e era quase todo feito sob medida. A carroceria foi construída artesanalmente pela Mulliner, enquanto o motor é o mais potente disponível nas prateleiras da Bentley naquela época: um seis-em-linha de 4,9 litros com comando no bloco e 178 cv.

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É um carro tão valioso e luxuoso que, mesmo tendo rodado quase 180 mil km nestas mais de seis décadas, ainda foi arrematado por US$ 1.815.000, ou aproximadamente R$ 6,6 milhões.

Mercedes-Benz 300 SL Gullwing 1955

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Cara, é um Mercedes-Benz 300SL Gullwing, o famoso “asa-de-gaivota”, derivado do W194 que venceu as 24 Horas de Le Mans de 1952 (com direito a dobradinha)! Usando técnicas e materiais empregados no carro de competição, o 300SL era um carro estonteante, e tinha potência o bastante para ser considerado, por alguns, o primeiro supercarro de todos os tempos.

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Seu motor era um seis-em-linha de três litros com injeção direta de combustível (já mais de 60 anos!) e 215 cv, suficiente para chegar aos 260 km/h. O carro foi arrematado por US$ 1.265.000, ou seja, por volta de R$ 4,6 milhões.

 

Packard Twin Six Coupe Roadster 1932

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A Packard podem ser meio desconhecidos nos dias de hoje mas, até a década de 1950, quando foi incorporada à gigante American Motors Corporation (AMC), era uma das grandes fabricantes americanas de carro de luxo. Tanto que muita gente famosa queria um Packard — como o eterno galã Clark Gable, de “… E o Vento Levou, era o dono deste Packard Twin Six 1932.

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O motor é um V12 de 7,3 litros que, com um único carburador Stromberg, entregava 160 cv. Restaurado no início da década de 1990, o carro só rodou 972 km desde então e mantém-se imaculado. Foi arrematado por  US$ 1,21 milhões, o que dá R$ 4,4 milhões em conversão direta.

 

Shelby Cobra 1963

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Como você deve saber, o Shelby Cobra surgiu quando o texano Carroll Shelby colocou um V8 americano no lugar do fraco seis-em-linha do roadster britânico AC Ace. Os primeiros cerca de 120 exemplares foram equipados com um V8 de 260 ou 289 pol³ (4,3 e 4,7 litros), enquanto os seguintes passaram a ser equipados com o big block 427, de sete litros. Ou seja: este é um dos primeiros.

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Originalmente, o carro era branco com interior vermelho. No entanto, seu último proprietário — que o comprou em 1979 e ficou com ele até decidir leiloá-lo neste ano — o restaurou completamente e com quase total fidelidade, alterando apenas a cor da carroceria. Mesmo sem a cor com a qual saiu da fábrica, o Cobra é valioso e foi arrematado por US$ 1.155.000, ou por volta de R$ 4,2 milhões.

 

Stutz DV-32 Convertible Victoria by Rollston 1931

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A Stutz foi uma companhia americana que produziu automóveis de luxo e chassis rolantes, prontos para receber carrocerias feitas sob medida, entre 1911 e 1935. O chassi DV-32 foi construído em apenas cinco unidades, sendo que esta foi a primeira a receber a carroceria roadster “Victoria” da carrozzeria americana Rollston.

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O motor é um oito-cilindros em linha (!) de 5,3 litros com comando duplo no cabeçote (!!) e 156 cv acoplado a uma caixa manual de cinco marchas. O valor de arremate foi de US$ 1,1 milhão, ou R$ 4 milhões.

 

Chevrolet Sunoco Camaro Trans Am

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A Trans-Am original foi uma das mais incríveis categorias da história do automobilismo, sendo disputada por carros com motores preparados, peso aliviado e gaiola de proteção, mas que usavam monoblocos exatamente iguais aos dos carros que rodavam nas ruas.

Com o Camaro, não foi exceção. Sua estreia aconteceu em 1967, ano de lançamento do rival da Chevrolet para o Mustang. Se você leu nosso post sobre a Historic Trans-Am, categoria moderna que revive os tempos de ouro da Trans-Am original, sabe que a Penske foi a primeira a usar um truque bem engenhoso para aliviar peso dos carros. Eles aplicaram ácido sobre os painéis da carroceria para afinar as chapas, que ficavam mais finas e leves: para se ter ideia, Camaro acabou 115 kg mais leve.

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Outros seis carros (já sem o banho de ácido) foram preparados para a temporada de 1968, e este é um deles. O motor V8 small block de 302 pol³ (cinco litros) com comando pushrod no bloco tinha algo entre 420 e 450 cv e era alimentado por dois carburadores de corpo quádruplo, com coletor de admissão Corss-Ram, e era acoplado a uma transmissão manual de quatro marchas Muncie M-22 “Rock Crusher”. Ele foi leiloado por US$ 990 mil, ou R$ 3,6 milhões, e você pode ler mais a respeito aqui!